quarta-feira, 30 de março de 2011

Numero 272



Hoje temos um assunto nacional e um internacional mas que se interpenetram. E o “ouro negro” é o denominador comum... prá variar...
fonte: www.viomundo.com.br 23 de março de 2011 às 15:01 Coordenador da FUP:


O pré-sal e o tsunami na geopolítica do petróleo por João Antônio de Moraes*

Uma nova ordem mundial começa a alterar a geopolítica do petróleo e, mais do que nunca, precisamos entender este processo e tratar o pré-sal como uma riqueza extremamente estratégica. O acidente nuclear no Japão, as mudanças políticas no Norte da África e no Oriente Médio e a visita de Barack Obama ao Brasil são fatos correlatos que colocam em alerta os movimentos sociais na defesa da nossa soberania energética. O tsunami japonês varreu, pelo menos temporariamente, os planos de expansão nuclear de dezenas de países que apostam nesta fonte de energia como principal alternativa para reduzir a dependência de hidrocarbonetos (óleo e gás natural). A tendência é que estes recursos se tornem cada vez mais estratégicos para saciar a fome de energia do planeta. Hoje os combustíveis fósseis (petróleo, carvão e gás) são responsáveis por mais de 80% da matriz energética global. As estimativas da Agência Internacional de Energia são de que o consumo de petróleo continue aumentando em termos absolutos, ultrapassando nos próximos dez anos a marca de 100 milhões de barris por dia. Em função disso, já estamos assistindo à corrida das principais nações em busca de novas fronteiras produtoras de petróleo e gás para garantir suas necessidades de abastecimento. Não por acaso, o Brasil foi o primeiro pouso de Barack Obama na América Latina. Por trás de sua “cordial” visita, estão intenções nada amistosas. Os Estados Unidos são o maior consumidor de petróleo do planeta (utilizam 25% da produção global) e também o mais vulnerável em meio à onda de revoltas que assola o Norte da África e o Oriente Médio, principal fonte abastecedora do país. Em troca de petróleo, o império norte-americano tem apoiado e sustentado ditaduras e governos autoritários nestas regiões, intervindo militarmente sempre que seus interesses são ameaçados. É o que está acontecendo agora na Líbia, da mesma forma como aconteceu no Irã, no Iraque e no Afeganistão. Mas as movimentações de peças no tabuleiro de xadrez do mundo árabe levam os analistas políticos a acreditarem que uma nova coalizão de forças colocará em xeque a posição confortável que os Estados Unidos usufruíam no Oriente Médio até então. Para que Washington diminua sua dependência da região, o Brasil é a bola da vez. Com o pré-sal, nosso país será uma das maiores reservas de petróleo do planeta e é de olho nesta riqueza que os Estados Unidos vêm tentando fechar acordos e parcerias com o governo brasileiro e a Petrobrás. A FUP e os movimentos sociais são contrários à tese de que o pré-sal deve fazer do Brasil um grande exportador de petróleo. Queremos que este estratégico recurso seja explorado de forma sustentável para desenvolver toda a sua cadeia produtiva. Desde a construção de navios e plataformas até a indústria petroquímica e plástica. É desta forma que o país irá gerar emprego e renda e não exportando petróleo cru para abastecer países ricos, como os Estados Unidos, que durante décadas exploram e usufruem de recursos energéticos alheios para sustentar seus absurdos níveis de consumo. O pré-sal, como disse a presidenta Dilma, é o passaporte para que as gerações futuras tenham um país desenvolvido, com oportunidades para todos. Mas isso só será possível investindo na cadeia produtiva do petróleo aqui no Brasil, fomentando a indústria nacional, gerando emprego e renda para milhões de brasileiros. por João Antônio de Moraes é coordenador geral da Federação Única dos Petroleiros — FUP.


Cercar a Rússia, visar a China: O verdadeiro papel da NATO na grande estratégia dos EUA Diana Johnstone*, em 02.12.10, no Diario.info, sugestão do pessoal da Vila Vudu, ajustado para o brasileiro Embora escrito antes da Cúpula da OTAN em Lisboa, este texto de Diana Johnstone mantém toda a atualidade. Depois de desmascarar os objetivos da OTAN, a autora conclui: “Os governos euro-atlânticos proclamam a sua «democracia» como prova do seu direito absoluto de intervir nos assuntos do resto do mundo. Com base na falácia de que os «direitos humanos são necessários para a paz», proclamam o seu direito de fazer a guerra. Uma questão crucial é se a «democracia ocidental» ainda tem força para desmantelar esta máquina de guerra antes que seja tarde demais:

Nos dias 19 e 20 de Novembro, reúnem-se em Lisboa dirigentes da OTAN numa cúpula chamada de “Conceito Estratégico da OTAN”. Entre os tópicos para discussão encontra-se uma série de “ameaças” assustadoras, desde a guerra cibernética até à alteração climática, assim como belas coisas protetoras como armas nucleares e uma inútil Linha Maginot de alta tecnologia destinada a fazer parar os mísseis inimigos em pleno vôo. Os dirigentes da OTAN não conseguirão evitar falar da guerra no Afeganistão, essa cruzada interminável que une o mundo civilizado contra o esquivo Velho da Montanha, Hassan i Sabah, chefe dos Assassinos do século onze na sua mais recente encarnação como Osama bin Laden. Sem dúvida vai haver muita conversa sobre os “nossos valores comuns”.


A maior parte do que vai ser discutido é ficção com uma etiqueta de preço.


A única coisa que falta na agenda da cúpula Conceito Estratégico é uma discussão a sério sobre estratégia. Isto, em parte, resulta de a OTAN, enquanto tal, não ter qualquer estratégia, e não poder ter a sua própria estratégia. A OTAN é na verdade um instrumento da estratégia dos Estados Unidos. O seu único Conceito Estratégico operacional é o que é posto em prática pelos Estados Unidos. Mas até esse é um fantasma esquivo. Segundo parece, os dirigentes americanos preferem posições impressionantes, “soluções espetaculares”, em vez de definirem estratégias. Um dos que pretendem definir uma estratégia é Zbigniew Brzezinski, padrinho dos mujahidin afegãos quando estes podiam ser utilizados para destruir a União Soviética. Brzezinski não evitou declarar abertamente o objetivo estratégico da política dos Estados Unidos no seu livro de 1993, O Grande Tabuleiro de Xadrez: “A supremacia americana”. Quanto à OTAN, descreveu-a como uma das instituições que servem para perpetuar a hegemonia americana, “fazendo dos Estados Unidos um participante-chave até nos assuntos intra-europeus”. Na sua “rede global de instituições especializadas”, que obviamente incluem a NATO, os Estados Unidos exercem o seu poder através de uma “permanente negociação, diálogo, difusão e procura de um consenso formal, apesar de o poder ser sempre proveniente duma única fonte, nomeadamente, Washington, D.C.” Esta descrição cai como uma luva na conferência “Conceito Estratégico” de Lisboa. Na semana passada, o secretário-geral dinamarquês da NATO, Anders Fogh Rasmussen, anunciou que “estamos muito perto de um consenso”. E este consenso, de acordo com o New York Times, “seguirá provavelmente a formulação do presidente Barack Obama: trabalhar para um mundo não nuclear mantendo, apesar disso, um dissuasor nuclear”. Esperem aí, será que isto faz sentido? Não, mas é o tipo de consenso da OTAN. A paz através da guerra, o desarmamento nuclear através do armamento nuclear, e acima de tudo, a defesa dos estados membros enviando forças expedicionárias para enfurecer os nativos de países distantes.

Uma estratégia não é um consenso escrito por comissões.

O método americano de “permanente negociação, diálogo, difusão e procura de um consenso formal” neutraliza qualquer resistência que possa aparecer ocasionalmente. Assim, a Alemanha e a França resistiram inicialmente à entrada da Geórgia na OTAN, assim como ao célebre “escudo anti-míssil”, considerados ambos como provocações abertas capazes de provocar uma nova corrida às armas com a Rússia e de prejudicar as frutuosas relações da Alemanha e da França com Moscou, sem qualquer resultado útil. Mas os Estados Unidos não aceitam um não como resposta, e continuam a repetir os seus imperativos até esmorecer a resistência. A única exceção recente foi a recusa da França em aderir à invasão do Iraque, mas a reação irritada dos Estados Unidos assustou a classe política conservadora francesa, o que levou ao apoio de Nicolas Sarkozy, pró-americano.

À procura de “ameaças” e “desafios”

O verdadeiro conteúdo do que passa por um “conceito estratégico” foi declarado pela primeira vez e posto em ação na primavera de 1999, quando a OTAN desafiou a lei internacional, as Nações Unidas e a sua própria carta inicial entrando numa guerra agressiva, fora do seu perímetro de defesa, contra a Iugoslávia. Esse passo transformou a OTAN de uma aliança defensiva para uma aliança ofensiva. Dez anos depois, a madrinha dessa guerra, Madeleine Albright, foi escolhida para presidir o “grupo de especialistas” que passou vários meses realizando seminários, consultas e reuniões para preparação da agenda de Lisboa. Entre os mais importantes nesses encontros estavam Lord Peter Levene, presidente do Lloyd’s de Londres, a gigantesca seguradora, e o antigo diretor executivo da Royal Dutch Shell, Jeroen van der Veer. Estas figuras da classe dirigente não são propriamente estrategistas militares, mas a sua participação serve para garantir à comunidade internacional de negócios que vão ser levados em consideração os seus interesses a nível mundial. É bem verdade que o rol de ameaças enumeradas por Rasmussen num discurso do ano passado dava a entender que a OTAN trabalhava para a indústria dos seguros. Disse ser necessário que a OTAN tratasse do combate à pirataria, da segurança cibernética, da alteração climática, de incidentes radicais do clima tais como tempestades e inundações catastróficas, da elevação dos níveis do mar, da movimentação em grande escala de populações para áreas desabitadas, por vezes atravessando fronteiras, da escassez de água, secas, da diminuição da produção de alimentos, do aquecimento global, das emissões de CO2, do recuo dos gelos do Ártico, que revelam recursos até agora inacessíveis, da eficiência de combustíveis, da dependência de recursos externos, etc. A maior parte das ameaças apresentadas nem mesmo de longe podem ser interpretadas como exigindo soluções militares. Obviamente, não são os “estados vilões” nem os “bastiões de tirania” nem os “terroristas internacionais” que são responsáveis pela alteração climática, no entanto Rasmussen apresenta-os como desafios para a OTAN. Por outro lado, alguns dos resultados destes cenários, como os movimentos de populações provocados pela elevação dos níveis do mar ou pela seca, podem de fato ser considerados como potenciais causas de crises. O aspecto sinistro desta enumeração é precisamente que esses problemas são avidamente agarrados pela OTAN como exigindo soluções militares. A maior ameaça para a OTAN é ficar obsoleta. E a procura de um “conceito estratégico” é a procura de pretextos para se manter em ação.

A ameaça da OTAN para o mundo

Embora ande à procura de ameaças, é a própria OTAN que constitui uma ameaça crescente para o mundo. A ameaça básica é a sua contribuição para o reforço da tendência liderada pelos Estados Unidos para abandonar a diplomacia e as negociações em favor da força militar. Isto percebe-se claramente quando Rasmussen inclui os fenômenos climáticos na sua lista de ameaças para a OTAN, quando eles deviam ser, pelo contrário, problemas para a diplomacia e negociações internacionais. O perigo crescente é que a diplomacia ocidental está moribunda. Os Estados Unidos deram o tom: nós somos virtuosos, nós temos o poder, o resto do mundo tem que obedecer, senão… A diplomacia é desprezada como sendo uma fraqueza. O Departamento de Estado há muito que deixou de estar no centro da política externa dos Estados Unidos. Com a sua ampla rede de bases militares em todo o mundo, assim como adidos militares em embaixadas e inúmeras missões em países clientes, o Pentágono é incomparavelmente mais poderoso e influente no mundo que o Departamento de Estado. Os últimos secretários de Estado, longe de procurarem alternativas diplomáticas à guerra, desempenharam de fato um papel preponderante na defesa da guerra em vez da diplomacia, desde Madeleine Albright nos Balcãs ou Colin Powell acenando com falsos tubos de ensaio no Conselho de Segurança das Nações Unidas. A política é definida pelo Conselheiro de Segurança Nacional, por diversos grupos de opinião financiados por privados e pelo Pentágono, com a intervenção de um Congresso que, por sua vez, é formado por políticos ansiosos em obter contratos militares para as suas clientelas. A OTAN está arrastando os aliados europeus de Washington pelo mesmo caminho. Tal como o Pentágono substituiu o Departamento de Estado, a OTAN está a ser utilizada pelos Estados Unidos como um potencial substituto para as Nações Unidas. A “guerra do Kosovo” de 1999 foi um primeiro passo importante nessa direção. A França de Sarkozy, depois de ter entrado no comando conjunto da OTAN, está destruindo os serviços de diplomacia franceses, tradicionalmente competentes, reduzindo a sua representação civil em todo o mundo. Os serviços de relações externas da União Europeia que estão sendo criados por Lady Ashton não vão ter nem política nem autoridade próprias.

Inércia burocrática

Por detrás dos seus apelos aos “valores comuns”, a OTAN é impulsionada sobretudo pela sua inércia burocrática. A própria aliança é uma excrescência do complexo militar-industrial dos Estados Unidos. Há sessenta anos que as aquisições militares e os contratos do Pentágono têm sido uma fonte essencial da investigação industrial, dos seus lucros, de empregos, de carreiras no Congresso e até mesmo de financiamentos universitários. A interação destes diversos interesses converge para determinar uma estratégia implícita dos Estados Unidos de conquista do mundo. Uma rede global sempre em expansão, de 800 a mil bases militares em solo estrangeiro. Acordos militares bilaterais com estados-clientes que oferecem formação em troca da compra obrigatória de armas fabricadas nos Estados Unidos e da reestruturação das suas forças armadas, trocando a defesa nacional pela segurança interna (ou seja, repressão) e a possível integração nas guerras de agressão lideradas pelos Estados Unidos. Utilização dessas relações estreitas com as forças armadas locais para influenciar a política interna de estados mais fracos. Exercícios militares permanentes com estados clientes, que fornecem ao Pentágono um conhecimento perfeito sobre o potencial militar dos estados clientes, os integram na máquina militar dos Estados Unidos e alimentam uma mentalidade de “prontos para a guerra”. Posicionamento estratégico da sua rede de bases, exercícios com “aliados” e militares de forma a cercar, isolar, intimidar e acabar por provocar importantes nações consideradas potenciais rivais, nomeadamente a Rússia e a China. A estratégia implícita dos Estados Unidos, tal como as suas ações dão a entender, é uma conquista militar gradual para garantir o domínio do mundo. Uma característica original deste projeto de conquista do mundo é que, embora extremamente ativo, dia após dia, é praticamente ignorado pela grande maioria da população da nação conquistadora, assim como pelos seus aliados mais estreitamente dominados, ou seja, pelos estados da OTAN. A propaganda infindável acerca das “ameaças terroristas” (as pulgas do elefante) e outras diversões mantêm a maioria dos americanos totalmente inconscientes quanto ao que está acontecendo, tanto mais facilmente quanto os americanos praticamente desconhecem o o resto do mundo e portanto não se interessam minimamente. Os Estados Unidos podem varrer do mapa um país antes que a grande maioria dos americanos saiba onde é que ele se encontra. A tarefa principal dos estrategistas dos Estados Unidos, cujas carreiras passam pelos grupos de opinião, conselhos de diretores, firmas de consultoria e governo, é muito mais justificar este gigantesco mecanismo do que tentar dirigí-lo. Em grande medida, ele dirige-se a si mesmo. Desde o colapso da “ameaça soviética”, que os políticos andam à procura de ameaças invisíveis ou potenciais. A doutrina militar dos Estados Unidos tem como objetivo atuar preventivamente contra qualquer rival potencial para a hegemonia mundial dos Estados Unidos. Desde o colapso da União Soviética, é a Rússia que mantém o maior arsenal bélico para além dos Estados Unidos e a China está crescendo rapidamente em poder económico. Nenhum deles ameaça os Estados Unidos ou a Europa ocidental. Pelo contrário, ambos estão dispostos e desejosos de se concentrarem em negócios pacíficos. Mas encontram-se cada vez mais alarmados com o cerco militar e com os exercícios militares provocatórios realizados pelos Estados Unidos mesmo à sua porta. A implícita estratégia agressiva pode ser obscura para a maioria dos americanos, mas é certeza absoluta que os dirigentes dos países visados percebem o que está acontecendo.

O Triângulo Rússia-Irã-Israel

Actualmente, o principal “inimigo” explícito é o Irã. Washington afirma que o “escudo anti-míssil”, que tenta impor aos seus aliados europeus, se destina a defender o ocidente do Irã. Mas os russos vêem muito claramente que o escudo anti-míssil está virado contra eles. Primeiro de tudo, sabem perfeitamente bem que o Irã não tem mísseis desses nem nenhum motivo para os usar contra o ocidente. É perfeitamente óbvio para todos os analistas bem informados que, mesmo que o Irã desenvolvesse armas nucleares e mísseis, seriam destinados a funcionar como dissuasor contra Israel, a superpotência nuclear regional que tem mãos livres para atacar os países vizinhos. Israel não quer perder essa liberdade de atacar, e naturalmente opõe-se ao dissuasor iraniano. Os propagandistas israelenses clamam em voz alta contra a ameaça do Irã, e têm trabalhado incansavelmente para infectar a OTAN com a sua paranóia. Israel até já foi descrita como o “29º membro da OTAN global”. Os funcionários israelenses têm trabalhado assiduamente junto de uma Madeleine Albright receptiva para se assegurarem de que os interesses israelenses são incluídos no “Conceito Estratégico”. Nos últimos cinco anos, Israel e a OTAN tomaram parte em exercícios navais conjuntos no Mar Vermelho e no Mediterrâneo, assim como em exercícios terrestres conjuntos desde Bruxelas até à Ucrânia. Em 16 de outubro de 2006, Israel tornou-se no primeiro país não europeu a fazer um acordo chamado “Programa de Cooperação Individual” com a OTAN para cooperação em 27 áreas diferentes. Vale a pena notar que Israel é o único país fora da Europa que os Estados Unidos incluem na área da responsabilidade de seu Comando Europeu (em vez do Comando Central que cobre o resto do Médio Oriente). Num seminário de Relações OTAN-Israel em Herzliya em 24 de Outubro de 2006, a ministra de relações exteriores israelense de então, Tzipi Livni, declarou que “a aliança entre a OTAN e Israel é uma coisa natural… Israel e a OTAN partilham uma visão estratégica comum. Sob muitos aspectos, Israel é a linha da frente que defende o nosso estilo de vida comum”. Nem toda a gente nos países europeus considera que os colonatos israelenses na Palestina ocupada refletem “o nosso estilo de vida comum”. Esta é sem dúvida uma das razões pelas quais o aprofundamento da união entre a OTAN e Israel não assumiu a forma aberta de dar a Israel uma vaga na OTAN. Principalmente depois do selvagem ataque a Gaza, uma decisão dessas iria levantar objeções nos países europeus. No entanto, Israel continua a fazer-se convidado da OTAN, apoiado ardentemente, claro, pelos seus fieis seguidores no Congresso dos Estados Unidos. A causa principal desta crescente simbiose Israel-OTAN foi identificada por Mearsheimer e Walt: é o vigoroso e poderoso lobby pró-Israel nos Estados Unidos. [1] Os lobbies israelenses também são fortes na França, na Grã-Bretanha e no Reino Unido. Têm desenvolvido com entusiasmo o tema de Israel como a “linha da frente” na defesa dos “valores ocidentais” contra o islã militante. O facto de o islã militante ser principalmente um produto dessa “linha da frente” cria um círculo vicioso perfeito. A atitude agressiva de Israel para com os seus vizinhos regionais seria uma responsabilidade grave para a OTAN, capaz de ser arrastada para guerras do interesse de Israel que não interessam mesmo nada à Europa. Mas há uma sutil vantagem estratégica na conexão israelense que, segundo parece, está sendo usado pelos Estados Unidos… contra a Rússia. Subscrevendo a histérica teoria da “ameaça iraniana”, os Estados Unidos podem continuar a afirmar, sem corar, que o planjado escudo anti-míssil é dirigido contra o Irã, e não contra a Rússia. Não é que esperem convencer os russos. Mas pode ser utilizado para fazer com que os protestos deles pareçam “paranóicos” – pelo menos aos ouvidos dos ingênuos ocidentais. Meu caro, de que é que eles se queixam, se nós “restabelecemos” as nossas relações com Moscou e convidamos o presidente russo para a nossa alegre assembleia de “Conceito Estratégico? No entanto, os russos sabem muito bem que: O escudo anti-míssil vai ser construído em volta da Rússia, que tem mísseis, que mantem como dissuasores. Neutralizando os mísseis russos, os Estados Unidos ficam de mãos livres para atacar a Rússia, sabendo que a Rússia não pode retaliar. Portanto, digam o que disserem, o escudo anti-míssil, se funcionar, servirá para facilitar uma eventual agressão contra a Rússia.

O cerco em volta da Rússia

O cerco em volta da Rússia continua no Mar Vermelho, no Báltico e no círculo Ártico. Funcionários dos Estados Unidos continuam a afirmar que a Ucrânia deve integrar a OTAN. Ainda esta semana, numa coluna do New York Times, Ian J. Brzezinski, filho de Zbigniew, avisou Obama quanto ao perigo do abandono da “visão” de uma Europa “unida, livre e segura” incluindo “a inclusão da Geórgia e da Ucrânia na OTAN e na União Europeia”. O fato de a grande maioria da população da Ucrânia ser contra a entrada na OTAN não foi levada em consideração. Para o atual rebento da nobre dinastia Brzezinski é a minoria que conta. Abandonar a visão “isola os que, na Geórgia e na Ucrânia, vêem o seu futuro na Europa. Reforça as aspirações do Kremlin a uma esfera de influência…” A noção de que “o Kremlin” aspira a uma “esfera de influência” na Ucrânia é absurda, considerando os laços históricos extremamente fortes entre a Rússia e a Ucrânia, cuja capital Kiev foi o berço do estado russo. Mas a família Brzezinski é proveniente da Galícia, a parte da Ucrânia ocidental que pertenceu outrora à Polônia, e que é o centro da minoria anti-russa. A política externa dos Estados Unidos é frequentemente influenciada por essas rivalidades estrangeiras que a grande maioria dos americanos ignora completamente. Os Estados Unidos continuam com a sua insistência incansável em absorver a Ucrânia, apesar de isso implicar a expulsão da frota russa do Mar Negro da sua base na península da Crimeia, onde a população local é esmagadoramente de língua russa e pró-russa. Isto é a receita para uma guerra com a Rússia, se alguma vez ocorrer. E entretanto os funcionários americanos continuam a declarar o seu apoio à Geórgia, cujo presidente treinado pelos americanos espera abertamente levar a OTAN a apoiar a sua próxima guerra contra a Rússia. Para além das manobras navais provocatórias no Mar Negro, os Estados Unidos, a OTAN e a Suécia e a Finlândia que não são (ainda) membros da OTAN, realizam regularmente importantes exercícios militares no Mar Báltico, praticamente à vista das cidades russas de São Petersburgo e Kaliningrado. Estes exercícios envolvem milhares de efetivos terrestres, centenas de aeronaves, incluindo os caças a jato F-15, aviões AWACS, assim como forças navais que incluem o U.S. Carrier Strike Group 12, barcos de desembarque e navios de guerra de uma dúzia de países. Talvez o mais sinistro disto tudo, os Estados Unidos têm envolvido persistentemente, na região do Ártico, o Canadá e os estados escandinavos (incluindo a Dinamarca através da Gronelândia) num posicionamento estratégico militar abertamente dirigido contra a Rússia. O objetivo deste posicionamento no Ártico foi afirmado por Fogh Rasmussen quando referiu, entre as “ameaças” que a OTAN tem que enfrentar, o fato de que o “gelo do Ártico está recuando, libertando recursos que até agora têm estado cobertos pelos gelos”. Ora bem, podíamos pensar que esta descoberta de recursos seria uma oportunidade para a cooperação na sua exploração. Mas não é essa a disposição oficial dos Estados Unidos. Em outubro passado, o almirante americano James G. Stavridis, comandante supremo da OTAN na Europa, disse que o aquecimento global e a corrida aos recursos podia levar a um conflito no Ártico. O almirante Christopher C. Colvin, da Guarda Costeira, responsável pela linha costeira do Alasca, disse que a atividade mercante marítima russa no Oceano Ártico constituía uma “preocupação especial” para os Estados Unidos e pediu mais recursos militares na região. O Serviço Geológico dos EUA crê que o Ártico contém um quarto dos depósitos mundiais inexplorados de petróleo e de gás. Sob a Convenção da Lei dos Mares das Nações Unidas, de 1982, um estado costeiro tem direito a uma EEZ [Zona Económica Exclusiva] de 200 milhas náuticas e pode reclamar mais 150 milhas se provar que o fundo do mar é a continuação da sua plataforma continental.

A Rússia está requerendo isso.

Depois de pressionar o resto do mundo a adoptar a Convenção, o Senado dos Estados Unidos ainda não ratificou o Tratado. Em janeiro de 2009, a OTAN declarou que o “Alto Norte” era de “interesse estratégico para a Aliança” e, desde então, a OTAN tem realizado vários importantes jogos de guerra nitidamente em preparação de um eventual conflito com a Rússia sobre os recursos do Ártico. A Rússia desmantelou fortemente as suas defesas no Ártico depois do colapso da União Soviética e tem apelado para a negociação de compromissos quanto ao controle de recursos. Em setembro passado, o primeiro-ministro Vladimir Putin apelou por esforços conjuntos para proteger o frágil ecossistema, atrair o investimento estrangeiro, promover tecnologias amigáveis ao ambiente e tentar solucionar as disputas através da lei internacional. Mas os Estados Unidos, como de costume, preferem resolver as questões pela força. Isso pode levar a uma nova corrida armamentista no Ártico e até mesmo a confrontos armados. Apesar de todas estas movimentações provocatórias, é muito pouco provável que os Estados Unidos procurem uma guerra com a Rússia, embora não se possam excluir confrontos e incidentes aqui e além. Segundo parece, a política dos Estados Unidos é cercar e intimidar a Rússia de tal modo que ela aceite um estatuto de semi-satélite que a neutralize no futuro conflito previsível com a China.

O alvo China

A única razão para ter a China na mira é a mesma da razão proverbial para escalar a montanha: ela está ali. É grande. E os Estados Unidos têm que estar no topo de tudo. A estratégia para dominar a China é a mesma seguida para com a Rússia. É a guerra clássica: cerco, assédio, apoio mais ou menos clandestino a questões internas. Como exemplos desta estratégia: Os Estados Unidos estão reforçando de forma provocativa a sua presença militar ao longo das costas chinesas do Pacífico, oferecendo “proteção contra a China” a países asiáticos do leste. Durante a guerra fria, quando a Índia recebia o seu armamento da União Soviética e assumia uma postura não alinhada, os Estados Unidos armaram o Paquistão como seu principal aliado regional. Agora os Estados Unidos estão desviando os seus favores para a Índia, a fim de manter a Índia fora da órbita da Organização de Cooperação Xangai e de a utilizar como um contrapeso à China. Os Estados Unidos e seus aliados apoiam qualquer dissidência interna que possa enfraquecer a China, seja o Dalai Lama, os Uighurs, ou Liu Xiaobo, o dissidente preso. O Prêmio Nobel da Paz foi atribuído a Liu Xiaobo por uma comissão de legisladores noruegueses chefiados por Thorbjorn Jagland, o eco de Tony Blair na Noruega, que foi primeiro-ministro e ministro das relações exteriores da Noruega, e tem sido um dos principais defensores da OTAN em seu país. Numa conferência patrocinada pela OTAN de parlamentares europeus no ano passado, Jagland declarou: “Quando somos incapazes de impedir a tirania, começa a guerra. É por isso que a OTAN é indispensável. A OTAN é a única organização militar multilateral com raízes na lei internacional. É uma organização que a ONU pode usar quando necessário – para impedir a tirania, tal como fizemos nos Balcãs”. Isto é uma espantosa adulteração dos fatos, considerando que a OTAN desafiou abertamente a lei internacional e as Nações Unidas quando declarou guerra nos Balcãs – onde na realidade havia conflitos étnicos mas não havia “tirania” alguma. Ao anunciar a escolha de Liu, a comissão norueguesa do Nobel, chefiada por Jagland, declarou que “há muito que considerava que há uma estreita ligação entre os direitos humanos e a paz”. A “estreita ligação”, para seguir a lógica das próprias afirmações de Jagland, é que, se um estado estrangeiro não respeita os direitos humanos segundo as interpretações ocidentais, pode ser bombardeado, tal como a OTAN bombardeou a Iugoslávia. De fato, os mesmos poderes que mais barulho fizeram sobre os “direitos humanos”, nomeadamente os Estados Unidos e a Grã-Bretanha, são os que mais guerras fazem em todo o mundo. As afirmações do norueguês tornam claro que a atribuição do Prêmio Nobel da Paz a Liu (que passou algum tempo na Noruega quando jovem) correspondia na realidade a uma confirmação da OTAN.

“Democracias” para substituir as Nações Unidas

Os membros europeus da OTAN pouco acrescentam ao poder militar dos Estados Unidos. A sua contribuição é acima de tudo política. A sua presença mantém a ilusão duma “Comunidade Internacional”. A conquista do mundo que está sendo tentada pela inércia burocrática do Pentágono pode ser apresentada como a cruzada das “democracias” do mundo para espalhar a sua ordem política esclarecida pelo resto de um mundo recalcitrante. Os governos euro-atlânticos proclamam a sua “democracia” como prova do seu direito absoluto de intervir nos assuntos do resto do mundo. Com base na falácia de que os “direitos humanos são necessários para a paz”, proclamam o seu direito a fazer a guerra. Uma questão crucial é se a “democracia ocidental” ainda tem força para desmantelar esta máquina de guerra antes que seja tarde demais.


* Diana Johnstone é analista de política internacional especializada em assuntos militares [1] No seu livro “The Israel Lobby and U.S. Foreign Policy” (2007), descrevem este lobby como uma “coligação informal de indivíduos e organizações que trabalham ativamente para guiar a política externa dos Estados Unidos numa direcção pró-Israel”. O livro “concentra-se principalmente na influência do lobby sobre a política externa dos Estados Unidos e nos seus efeitos negativos para os interesses americanos” (N.T.) Tradução de Margarida Ferreira PS do Viomundo: Brilhantes analistas descobriram virtudes no texto do voto brasileiro que aprovou o envio de um investigador dos Direitos Humanos ao Irã. Teria sido um tapa com luva de pelica nos Estados Unidos. [Pausa para a gargalhada]. Podem esperar sentados por uma articulação internacional que resulte numa investigação de Guantánamo. [Pausa para nova gargalhada]. O que interessa a Washington é isolar o Irã politicamente para facilitar a troca de regime. O resto é delírio tropical. Leia sobre o novo passo dado pela OTAN, na Líbia.



Nas bancas...


1975, um grande ensaio antes do golpe na Argentina Em termos sulamericanos, 1975 marcou a superioridade da interpretação internacional realizada pelo bloco que tomaria o poder em 24 de março de 1976. A paz no Vietnã, em janeiro de 1973, não havia inaugurado uma era de decadência dos Estados Unidos na região, como pensava a esquerda, mas justamente o contrário, uma etapa de maior virulência. Essa etapa, claro, supunha o controle de todo o continente. 1975 foi o ano dos grandes ensaios para o golpe na Argentina. As Forças Armadas conseguiram do governo constitucional de Isabel Perón o encargo de articular a repressão e foram se articulando dentro e fora da estrutura do Estado. O artigo é de Martín Granowsky, do Página/12. http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17584&boletim_id=867&componente_id=14182


Para impedir uma nova crise alimentar Os países e regiões que enfrentam fome precisam de maior margem de manobra para proteger a produção local de alimentos, prevenir o dumping e estabilizar o abastecimento. Parte desta margem para definir políticas é hoje minada pelas regras da Organização Mundial de Comércio. Os estoques de alimentos precisam ser vistos de novo como ferramentas essenciais, tanto para enfrentar emergências quanto para estabilizar os preços e o abastecimento, para os agricultores e os consumidores. A concentração fundiária precisa ser interrompida. O artigo é de Jim Harkness. http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm?home_id=109&alterarHomeAtual=1


Multidão protesta em Londres contra cortes nos serviços públicos Mais de 300 mil pessoas foram às ruas da capital britânica neste sábado para se opor aos planos do governo de cortes de gastos públicos, na maior manifestação popular do gênero em décadas. “Eu nasci em 1945, no final da guerra, então eu cresci com educação pública e gratuita, eu fui para a universidade, eu tive acesso à saúde pública por toda minha vida e tudo isso agora está indo com os planos do governo, que são um assalto ideológico à esfera pública”, disse à Carta Maior a professora Harriet Bradley, da Universidade de Bristol. http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17607&boletim_id=869&componente_id=14211


EUA e aliados querem legitimar doutrina da intervenção humanitária As razões pelas quais Estados Unidos, França e Inglaterra dediciram liderar uma ação militar na Líbia contra o regime de Muammar Kadafi ainda não estão muito claras. Os ataques realizados já ultrapassaram os limites de uma "zona de exclusão aérea", tal como previsto na resolução aprovada pela ONU. Em entrevista à Carta Maior, o historiador e cientista político Luiz Alberto de Vianna Moniz Bandeira analisa as revoltas populares que estão acontecendo no Oriente Médio e no norte da África. Sobre o conflito líbio, ele avalia que as razões da posição de EUA, França e Inglaterra não estão muito claras e podem estar relacionadas a questões internas destes países e também à vontade de legitimar a doutrina da intervenção humanitária. http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm?home_id=111&alterarHomeAtual=1



Reproduzida pelos pintores, biografada por escritores, representada por estrelas de cinema, Cleópatra é um dos grandes mitos da História. Optando por um olhar inovador e contemporâneo, a autora deste livro capta uma Cleópatra sedutora e fascinante, mas também culta e inteligente, uma mulher do nosso tempo no Egito de 20 séculos atrás. Cleópatra possuía uma cultura invejável: grande negociante, estrategista militar, falava pelo menos oito línguas e era versada em filosofia, alquimia e matemática. Distante da imagem de simples objeto sexual, que certos filmes e livros tentaram passar, Cleópatra era uma política hábil e uma líder respeitável, em um período fundamental para a consolidação do poder de Roma. Ao optar por um olhar desmistificador, Arlete Salvador, jornalista especializada em política, nos apresenta um livro fascinante. Ao se decidir por uma narrativa leve, revela uma rainha mais próxima do(a) leitor(a), com dúvidas e inquietações que poderiam ser de qualquer um(a) de nós. Daí que o livro, escrito com surpreendente bom humor, é daqueles que se deixa ler com grande prazer. Editora Contexto 160 páginas, $29,90. "Palmas, a última capital projetada do séc. XX: uma cidade em busca do tempo". A autora é a Profa. Dra. Valéria Cristina Pereira da Silva (DR em Geografia pela UNESP). O livro é gratuito pelo site www.culturaacademica.com.br (precisa se cadastrar - ele é bem simples). O livro é resultado das pesquisas para a tese dela. Palmas, a última capital projetada do séc. XX: uma cidade em busca do tempo é um livro cuja tessitura envolve e ata-nos ao imaginário das cidades projetadas, na sua temporalidade complexa e pouco estudada. O espaço urbano figura fortemente como o lugar da construção de sentido, nestas cidades que surgiram, estética, estilísticas e emocionalmente no ápice da modernidade e encontram, hoje, a sua aproximação/mutação pós-moderna. A cidade de Palmas, capital do Tocantins, é o centro desta discussão trajetiva, mas também Brasília apresenta traços singulares na sua condição de cidade projetada e planejada. No percurso de interpretar essas cidades construídas de forma compacta e simultânea o método evidencia as dobras existentes entre razão e sensibilidade. Numa escultórica acrobacia das palavras a linguagem vai cinzelando e revelando a cidade na sua construção simbólica. Um livro pós-moderno e artesanal para ser degustado nos limiares da travessia de um tempo a outro. A força tempestiva das palavras encontra também uma serenidade arguta, onde ciência e arte se fundem não para produzir o conhecido, mas como preconizou Lyotard o desconhecido cujo sentido secreto seja, talvez, nos sensibilizar. Leia no www.outraspalavras.net


Palestina: adeus às divisões? Inspirados no Egito e ultra-conectados, jovens vão às ruas e dizem ao Fatah e Hamas que luta pela liberdade precisa superar espírito de facção Hegemonia e Império Nova guerra revela: poder norte-americano não declinou, como muitos pensaram. Mas nem é ilimitado, nem eterno. Por José Luís Fiori Quando dois mundos se cruzam Noam Chomsky analisa uma grande surpresa: no início dos anos 2010, os trabalhadores egípcios conquistam direitos; os norte-americanos sofrem derrotas Perigo: cinema brasileiro "O crítico voltado às produções nacionais enfrenta duas ordens de pressão: de um lado, da ditadura do sucesso; de outro, da chantagem do fracasso". Por José Geraldo Couto Uma mensagem a todos os membros de Cafe Historia PROMOÇÕES CULTURAIS O Café História está com duas promoções culturais. Confira e participe: I. Teatro - Veja como concorrer a dois pares de ingressos para o espetáculo "Uma Peça sem Nome", em cartaz no Rio de Janeiro: http://cafehistoria.ning.com/page/uma-peca-sem-nome


II. Livros - Qualquer leitor do Café História poderá comprar livros no site da Editora Contexto com 20% de desconto. Veja como: http://cafehistoria.ning.com/page/pandemias-1


MURAL DO HISTORIADOR Prorrogação do site da ANPUH, Seminário sobre as relações Brasil e Estados Unidos e Teatro. CAFÉ EXPRESSO NOTÍCIAS Historiadora brasileira elucida novas formas de antissemitismo CONTEÚDO DA SEMANA "História e Patrimônio" é um Grupo de Estudos do Café História, criado por Beatriz Almeira. O Grupo - um dos mais tradicionais de nossa rede - já ultrapassa os 500 participantes e promove discussões importantes para a área do patrimônio. Atualmente, no grupo, estão sendo discutidos pesquisas e trabalhos científicos do Patrimônio Brasileiro, bens que merecem ser patrimoniados e especializações na área. CINE HISTÓRIA O belo "Mistério na Rua 7". DOCUMENTO HISTÓRICO Escrita em 2 de Novembro de 1917 pelo então secretário britânico dos Assuntos Estrangeiros, Arthut James Balfour, a "Declaração Balfour" foi um documento oficial no qual Balfour deixa clara a sua simpatia pela criação de um Estado judaico. Visite Cafe Historia em: http://cafehistoria.ning.com/?xg_source=msg_mes_network


Terra e Liberdade: a revolução espanhola de volta ao cinema por CARLOS EDUARDO CARVALHO A revolução aparece em fotos amareladas, recortes de jornais, um lenço vermelho com um punhado de terra. A mala de recordações do avô revirada pelo olhar curioso da jovem neta. Tudo aquilo é novidade para ela? Seriam histórias contadas e recontadas pelo velho e seus amigos, sabidas de cor pelos netos, e que só agora, na dor da morte, ela quer enfim olhar com vistas próprias? Ou só terá descoberto a mala e aquele mundo quando o avô já se fôra?... LEIA NA ÍNTEGRA: http://espacoacademico.wordpress.com/2011/03/26/terra-e-liberdade-a-revolucao-espanhola-de-volta-ao-cinema/


Revoltas Árabes A área de História Contemporânea do Instituto de História e os laboratórios do NIEJ e do Tempo Presente, têm o prazer de convidar os leitores do Café História para a mesa redonda "Revoltas árabes e reflexão histórica". O evento acontece no próximo 1º de abril de 2011, às 10:00, no Instituto de História da UFRJ: Largo do São Francisco, N.1, Sala 106. A mesa de palestrantes será composta por Francisco Carlos Teixeira da Silva (UFRJ), Michel Gherman (UFRJ) e Murilo Sebe Bon Meihy (PUC-RJ). E o tema, claro, serão as recentes revoltas em países do mundo árabe. Para maiores informações, entre em contato com o labniej@gmail.com. Exposição no Arquivo Nacional O projeto Memórias Reveladas, que busca organizar e divulgar documentos da ditadura militar no Brasil, traz a público a exposição "Registros de uma guerra surda", uma amostra não apenas da documentação oficial, mas também daquilo que foi produzido por órgãos de imprensa e organizações que se dedicavam a combater o regime. A exposição se divide em cinco modulos e poderá ser visitada entre 4 de abril e 15 de julho de 2011, das 08h30 às 18h, no Arquivo Nacional (RJ). O Centro de Relações Internacionais CPDOC/FGV convida para a palestra O que há de novo na ordem global: a última década em perspectiva, com Walter Russell Mead e Josef Joffe, dia 7 de abril de 2011, às 18h30, no Rio de Janeiro. Josef Joffe é pesquisador na Universidade de Stanford, Senior Fellow do Stanford's Freeman Spogli Institute for International Studies e Marc and Anita Abramowitz Fellow em Relações Internacionais na Hoover Institution. Desde 2009, é associado ao Olin Institute for Strategic Studies da Universidade de Harvard. Joffe é também editor do jornal semanal alemão Die Zeit. Walter Russell Mead é o Henry A. Kissinger Senior Fellow no Council on Foreign Relations (CFR) e um dos maiores especialistas em política externa americana. É autor de Special Providence: American Foreign Policy and How It Changed the World (2004) e God and Gold: Britain, America and the Making of the Modern World (2007). O evento contará com tradução simultânea, é aberto a todos e não há necessidade de inscrição. Mais informações em http://www.fgv.br/cpdoc/ri ou pelo telefone 21 3799-5605 21 3799-5605 . Data: 7 de abril de 2011, quinta-feira Horário: 18h30 Local: Auditório 12º andar - Fundação Getulio Vargas Praia de Botafogo, 190.

Um comentário:

  1. Quanto à matéria do pré-sal, não sei se é para rir ou chorar(enquanto cidadã brasileira)! O articulista fez uma abordagem muito clara, objetiva, gosto disso! E é verdade!!! O Tio Sam, desde pequenino nunca soube perder! (e como não ganha guerras....)
    Abraços!

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