quarta-feira, 23 de março de 2011

Numero 271



Amigos, amigas, colegas professores

É com grande alegria que comunico a todos vocês que saiu dia 21 o Guia do Livro Didático do Ensino Médio, ou seja, a relação das coleções que foram aprovadas pelo MEC para escolha dos professores de ensino médio em todo o Brasil.

A nossa coleção ESTUDOS DE HISTÓRIA foi aprovada, o que muito nos envaidece.



Para aqueles que desejarem ler a análise de nossa coleção pelo MEC, é só acessar aqui:
http://www.fnde.gov.br/index.php/pnld-guia-do-livro-didatico


E aqueles que desejarem conhecer mais detalhadamente a coleção podem consultar o blog:
http://colecaoestudosdehistoria.blogspot.com


Se não for pedir muito, gostaria que vocês divulgassem junto aos professores de História de ensino médio das escolas públicas. Dependemos desse “boca-a-boca”, porque o MEC não permite que os autores possam ir até as escolas para apresentar a coleção.
Desde já agradecemos!


No Boletim desta semana a preocupação ambiental aparece nos dois primeiros artigos. Curiosamente, como estava discutindo com minha colega e co-autora Helena Campos, não se vê, nem nos blogs, nem na TV, nem nos jornais, qualquer análise critica ao problema chave das usinas nucleares japonesas.
E qual seria este problema chave? O próprio modelo de desenvolvimento capitalista. Os japoneses são um povo que vive locupletado de produtos eletro-eletrônicos, que consomem uma energia brutal. Num país onde, acredito eu, a energia fornecida por hidrelétricas, se existir, deve ser mínima, a solução é o uso massivo da energia atômica. Ora, é sabido que tais usinas nucleares são sujeitas a desastres (como os recentes nos EUA e na ex-URSS). Como o Japão é um território sujeito a tremores de terra quase diários, é uma temeridade ter usinas lá. Mas elas existem e... há uma hora em que a magnitude da fúria da natureza surpreende até mesmo os mais previdentes...
Ninguém, que eu saiba, até agora foi capaz de elaborar essa crítica.



Os desastres ambientais
Que o preço de tantas vidas humanas nos leve a refletir, conscientizar e mobilizar, para enfrentarmos o modo de produção capitalista que chegou ao seu limite
16/03/2011
Editorial edição 420 do Brasil de Fato
O mundo ficou consternado, chocado, imóvel diante do maior desastre ambiental sofrido pelo território japonês, com a eclosão de um terremoto em escala jamais visto no país, seguido de um tsunami.
Apesar das cenas que motivariam Dante Alighieri a repintar o “final dos tempos” e da sensação de impotência que acometeu todas as pessoas, os fatos nos ajudam a refletir sobre a natureza desses fenômenos que têm se repetido com frequência cada vez maior.
Em primeiro lugar, paira ainda no ar a falta de pesquisa científica que nos ajude a decifrar os movimentos da natureza e que auxiliem os seres humanos a conviver com ela neste planeta. Sabe-se, no entanto, que a maior parte dos desastres ambientais, das mudanças climáticas, das frequência das chuvas etc., está ocorrendo como consequência da intervenção humana na natureza. Portanto, são respostas que a natureza dá à agressão sofrida previamente. Nesse caso, chama atenção o descaso das autoridades nacionais e internacionais para investirem pesado em recursos científicos que permitissem esses estudos e pudéssemos chegar a evitar esses fenômenos.
Em segundo lugar, falta a ação dos governos para evitar ou minimizar suas consequências sobre a população. A maior parte dos governos não dá a menor importância para medidas de precaução e medidas que possam proteger a população. Portanto, há uma irresponsabilidade política e de classe das elites governantes. Por exemplo, na China, o governo mantém criatórios de cobras e víboras em todas as regiões do país, pois descobriu-se que elas reagem com algumas horas de antecedência aos abalos sísmicos da Terra. Assim, são filmadas permanentemente e as autoridades, ao perceberam determinados movimentos anormais, avisam a população e fazem a evasão em massa. Em Cuba e no Japão, agredidos com frequência com terremotos e ciclones, os governos organizaram sistemas de construção e abrigos em massa para a população se proteger. Só isso consegue explicar que, no Japão, tivemos “apenas” 3,3 mil mortes (até o fechamento desta edição).
Já no Haiti, há pouco mais de um ano, o terremoto na capital causou centenas de milhares de mortos, provocou o deslocamento de um milhão de pessoas, que até hoje vivem em barracas. Sem nenhuma solução. Houve ajuda de bilhões de dólares de todos os povos, mas esses recursos nunca chegaram ao povo, aos necessitados.
Esse descaso não é condição de pais pobre, é condição de elites governantes irresponsáveis. Vejam o caso dos Estados Unidos. Há seis anos a cidade de New Orleans foi arrasada por um furacão. Milhares de desabrigados, e cerca de mil mortos. Até hoje, no país mais rico do mundo, milhares de pessoas continuam sem casa e sem poder regressar a New Orleans.
Aqui no Brasil, já é vergonhoso, para não dizer irresponsável. A cada chuvarada, em qualquer parte do país, dezenas de mortos se amontoam, do Sul ao Nordeste. Mesmo assim, seguimos em frente sem nenhuma mudança concreta, até o próximo desastre. Em plena capital de São Paulo, a mais rica e moderna do país, continua morrendo gente dentro dos carros, nas inundações. E ninguém se sente responsável!
Em terceiro lugar, é necessário identificar quais as práticas dos seres humanos, e sobretudo da ganância do capital, que se apropria e esgota os recursos naturais, provocando no futuro novos desastres ambientais. E haver a determinação de proibi-los. Como disse Leonardo Boff em recente entrevista ao Brasil de Fato, todas nossas ações como seres vivos estão interligadas com todos os outros seres da natureza, e qualquer abuso terá certamente consequências. Nossa sobrevivência está interligada com a sobrevivência de todos os demais seres vivos, animais e vegetais que coabitam este planeta. Portanto, a natureza não pode ser vítima da ação inescrupulosa da propriedade privada e do lucro, agressão que o modo de produção capitalista está impondo em todos os países.
Em quarto lugar, estamos diante de uma crise civilizatória. Precisamos repensar urgentemente a forma de organizar a vida social, nas grandes megalópoles, que reúnem, num só espaço, 10, 15, 20 milhões de seres humanos. Isso é o anúncio de desastres futuros. Não é possível ter soberania alimentar, proteger a população de desastres naturais, de falta de combustível ou transporte público em cidades organizadas dessa forma. Imaginemos um pequeno terremoto de alguns graus em cidades como São Paulo, Bombaim, Xangai...
E, em quinto lugar, voltou à pauta o grau de seguridade das usinas nucleares. Porque o problema não está na segurança da própria usina, considerada em padrões aceitáveis em todo mundo, pelo nível de ciência desenvolvida até agora. Mas os cientistas esqueceram de combinar com a natureza. O problema está no entorno da usina.
Que o preço de tantas vidas humanas e de outros seres vivos da natureza nos leve a refletir, conscientizar e mobilizar, para enfrentarmos o modo de produção capitalista que chegou ao seu limite.



Uma advertência ao mundo
A era nuclear iniciou não muito longe de Fukushima, quando os EUA se converteram na primeira nação na história da humanidade a lançar bombas atômicas sobre outro país, duas bombas que destruíram Hiroshima e Nagasaki, matando centenas de milhares de civis. O jornalista Wilfred Burchett foi o primeiro a descrever a “praga atômica” como a chamou: “nestes hospitais encontro gente que, quando as bombas caíram não sofreram nenhuma lesão, mas que agora estão morrendo por causa das sequelas”. Mais de 65 anos depois de Burchett escrever sua advertência ao mundo, o que aprendemos de fato? O artigo é de Amy Goodman.
– Democracy Now (
WWW.cartamaior.com.br)
Ao descrever a devastação em uma cidade do Japão, um jornalista escreveu: “É como se uma patrola gigante tivesse passado por cima e arrasado tudo o que existia. Escrevo sobre estes fatos como uma advertência ao mundo”. O jornalista era Wilfred Burchett, que escrevia desde Hiroshima, Japão, em 5 de setembro de 1945. Burchet foi o primeiro jornalista do Ocidente a chegar a Hiroshima após o lançamento da bomba atômica. Informou sobre uma estranha enfermidade que seguia matando as pessoas, inclusive um mês depois desse primeiro e letal uso de armas nucleares contra seres humanos. Suas palavras podiam perfeitamente descrever as cenas de aniquilação que acabam de se verificar no noroeste do Japão. Devido ao agravamento da catástrofe na central nuclear de Fukushima, sua grave advertência ao mundo segue mais do que vigente.

O desastre se aprofunda no complexo nuclear de Fukushima após o maior terremoto da história do Japão e o tsunami que o sucedeu, deixando milhares de mortos. As explosões nos reatores número 1 e número 3 liberaram radiação em um tal nível que ela foi detectada por uma navio da Marinha dos EUA a uma distância de 160 quilômetros, obrigando-a a afastar-se da costa. Uma terceira explosão ocorreu no reator número 2, fazendo com que muitos especulassem que um compartimento primário, onde fica o urânio submetido à fissão nuclear, teria sido danificado. Pouco depois o reator número 4 foi atingido por um incêndio, apesar dele não estar funcionando quando o terremoto atingiu o país. Cada reator utilizou o combustível nuclear armazenado em seu interior e esse combustível pode provocar grandes incêndios, liberando mais radiação no ar. Todos os sistemas de resfriamento falharam, assim como os sistemas de segurança adicionais. Uma pequena equipe de valentes trabalhadores permanece no lugar, apesar da radiação perigosa, que pode ser letal, tratando de bombear água do mar às estruturas danificadas para esfriar o combustível radioativo.

O presidente Barack Obama assumiu a iniciativa de liderar um “renascimento nuclear” e propôs novas garantias de empréstimos federais de 36 bilhões de dólares para promover o interesse das empresas de energia na construção de novas plantas nucleares (o que se soma aos 18,5 bilhões de dólares aprovados durante o governo de George W. Bush). A primeira empresa de energia que esperava receber esta dádiva pública foi a Southern Company, por dois reatores anunciados para a Georgia. A última vez que se autorizou e se concretizou a construção de uma nova planta de energia nuclear nos Estados Unidos foi em 1973, quando Obama estava no sétimo ano na Escola Punahou, em Honolulu. O desastre de Three Mile Islan, em 1979, e o de Chernobyl, em 1986, efetivamente fecharam a possibilidade de avançar em novos projetos de energia nuclear com objetivos comerciais nos Estados Unidos. No entanto, este país segue sendo o maior produtor de energia nuclear comercial no mundo. As 104 plantas nucleares são velhas e se aproximam do fim de sua vida útil originalmente projetada. Os proprietários das plantas estão solicitando ao governo federal a prorrogação de suas licenças para operar.

A Comissão Reguladora Nuclear (NRC, na sigla em inglês) está encarregada de outorgar e controlar estas licenças. No dia 10 de março, a NRC emitiu um comunicado de imprensa “sobre a renovação da licença de operação da usina nuclear Vermont Yankee, próxima de Brattleboro, Vermont, por mais vinte anos”. Está previsto que o pessoal da NRC conceda logo a renovação da licença”, dizia o comunicado de imprensa. Harvey Wasserman, da NukeFree.org, me disse: “O reator número 1 de Fukushima é idêntico ao da planta de Vermont Yankee, que agora aguarda a renovação da sua licença que o povo de Vermont pretende encerrar. É importante levar em conta que esse tipo de acidente, esse tipo de desastre, poderia ter ocorrido em quatro reatores na Califórnia, caso o terremoto de 9 graus na escala Richter tivesse atingido o Cânion do Diabo em San Luis Obispo ou San Onofre, entre Los Angeles e San Diego. Poderíamos perfeitamente estar testemunhando agora a evacuação de Los Angeles ou San Diego se esse tipo de coisa tivesse ocorrido na Califórnia. E Vermont tem o mesmo problema. Há 23 reatores nos Estados Unidos que são idênticos ou quase idênticos ao reator n° 1 de Fukushima. A maioria dos habitantes de Vermont, entre eles o governador do Estado, Peter Shumlin, apoia o fechamento do reator Vermont Yankee, desenhado e construído pela General Eletric.

A crise nuclear no Japão repercute mundialmente. Houve manifestações em toda a Europa. Eva Joly, membro do parlamento europeu, disse em uma manifestação: “A ideia de que esta energia é perigosa, mas que podemos manejá-la, foi rechaçada hoje. E sabemos como eliminar as plantas nucleares: necessitamos de energia renovável, energia eólica, energia geotérmica e energia solar. A Suíça deteve seus planos de renovar as licenças de seus reatores e 10 mil manifestantes em Stuttgart pediram à chanceler alemã Angela Merkel o fechamento imediato das sete plantas nucleares alemãs construídas antes da década de 80. Nos Estados Unidos, o deputado democrata de Massachussetts, Ed Markey, disse: “o que está acontecendo no Japão neste momento dá indícios de que também nos Estados Unidos poderia ocorrer um grave acidente em uma usina nuclear”.

A era nuclear iniciou não muito longe de Fukushima, quando os Estados Unidos se converteram na primeira nação na história da humanidade a lançar bombas atômicas sobre outro país, buas bombas que destruíram Hiroshima e Nagasaki, matando centenas de milhares de civis. O jornalista Wilfred Burchett foi o primeiro a descrever a “praga atômica” como a chamou: “nestes hospitais encontro gente que, quando as bombas caíram não sofreram nenhuma lesão, mas que agora estão morrendo por causa das sequelas. Sua saúde começou a se deteriorar sem motivo aparente”. Mais de 65 anos depois de Nurchett sentar-se em meios aos escombros com sua castigada máquina de escrever Hermes e escrever sua advertência ao mundo, o que aprendemos de fato?

(*) Denis Moynihan colaborou na produção jornalística desta coluna
(**) Tradução: Katarina Peixoto



A entrevista escondida
Por Washington Araújo em 22/3/2011 – do Observatório da Imprensa

Existem notícias que nos fazem rever o conceito do valor-notícia. Estou com isto em mente após ler a entrevista que o ex-governador José Roberto Arruda (DF) concedeu em setembro de 2010 à revista Veja. Na entrevista, Arruda decidiu dar uma espécie de freio de arrumação em suas estripulias heterodoxas como governador do Distrito Federal: atuou como principal protagonista no festival de vídeos dirigido pelo ex-delegado de polícia Durval Barbosa e que tratavam de um único tema: a corrupção graúda correndo solta nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário do Distrito Federal.
Na entrevista publicada na quarta-feira (17/3) no sítio de Veja encontramos o ex-governador desarrumando as biografias de seus antigos companheiros de partido, pessoas como os senadores Agripino Maia, Demóstenes Torres, Cristovam Buarque e até o sempre correto Marco Maciel. Não faltaram mísseis dirigidos aos deputados ACM Neto, Rodrigo Maia e Ronaldo Caiado. E também ao presidente do PSDB, o agora deputado Sérgio Guerra. Na fala de Arruda sobra ressentimento e, mesmo tendo passado alguns meses, ainda trai uma certa conotação de vingança.
Não. Não estou desmerecendo o valor de uma única palavra de Arruda nessa entrevista. Após ler os desmentidos de todos os novos citados no escândalo conhecido como o "panetone do DEM" (ver, neste Observatório, "Panetones na Redação" e "Mídia encara corrida de obstáculos"), confesso que nenhum me convenceu: a defesa esteve muito inferior ao ataque desferido e onde as palavras deveriam ser adjetivas conformaram-se como nada mais que substantivas. Naquele velho diapasão do "nada como tudo o mais além, ainda mais em se tratando deste assunto, muito pelo contrário". Ou seja, a bateria antimíssil deixou muito a desejar e, considerando a virulência verbal dos agora acusados de receberem apoio financeiro no mínimo com "origem suspeita", os desmentidos surgem como bolhas de sabão que tanto animam festas infantis. Desmancham-se no ar.
Miúdos e graúdos
O que me causou profunda estranheza nessa entrevista nem foi seu conteúdo, menos ainda seu personagem. O que me deixou perplexo, com todas as pulgas aninhadas em volta da orelha, foi o timing da publicação da entrevista. Por que Veja, tendo entrevistado o ex-governador em setembro de 2010, somente agora, quase 190 dias depois, resolveu levá-la ao conhecimento de seu público leitor? O ponto é que o mais robusto episódio de explícita corrupção, o único escândalo com tão formidável aparato midiático, com dezenas de vídeos reproduzidos nos principais telejornais do Brasil, merecia ter um tratamento realmente jornalístico: descobrindo-se novos fatos, novos meliantes, novas falcatruas, tudo teria que vir à luz, a tempo e a hora.
Convém refrescar a memória com essas autoexplicativas manchetes dos principais jornais brasileiros no dia 28/11/2009:

** O Globo: "Governador do DEM é suspeito de pagar propina a deputados". E diz que "PF grava José Roberto Arruda negociando repasse de dinheiro com assessor";
** Folha de S.Paulo: "Governo do DF é acusado de corrupção";
** O Estado de S.Paulo: "Polícia flagra ‘mensalão do DEM’ no governo do DF". E diz que o esquema "teria até mesmo participação do governador Arruda".
No dia seguinte, 29/11/2009, as manchetes continuaram com tintas denunciatórias:
** O Globo teve como manchete principal "PF: Arruda distribuía R$ 600 mil todo mês";
** Folha de S.Paulo optou por "Documento liga vice-governador do DF a esquema de corrupção";
** O Estado de S.Paulo não deixou por menos: "Em vídeo, Arruda recebe R$ 50 mil".
E, para concluir essa sessão "refresca memória", compartilho as manchetes dos jornalões no dia 30/11/2009:
** O Globo abriu sua edição com a manchete "Arruda: TSE vê indício de caixa 2";
** Folha de S.Paulo destacou na primeira página: "Vídeos mostram aliados de Arruda recebendo dinheiro";
** O Estado de S. Paulo abriu manchete com "Vídeos ‘letais’ levam DEM a preparar expulsão de Arruda", destacando em subtítulo que "Provas contundentes da PF deixam governador em situação insustentável".
** Até o fluminense Jornal do Brasil passou a tratar do assunto com a importância que o assunto requeria: "Aliados deixam Arruda isolado".
Tudo bem, este foi o início da divulgação do escândalo. E, como sempre acontece, o início de todo escândalo político tende a ser megapotencializado. É assim aqui no Brasil, na Itália, no Reino Unido, no mundo todo. No caso atual, pela primeira vez um governador no Brasil esteve trancafiado por tão longo tempo: 60 dias, de 11 de fevereiro a 12 de abril de 2010. A carceragem se deu na sede da Superintendência da Polícia Federal, em Brasília.
Antes de completar um ano de sua divulgação, o escândalo produziu a cassação de mandatos de diversos deputados distritais, a renúncia de um senador da República, a instauração de diversos inquéritos para apurar responsabilidades de políticos miúdos e graúdos e também de procuradores do Ministério Público do Distrito Federal.
E foi nesse meio tempo que, segundo os advogados de Arruda, em setembro de 2010, o ex-governador concedeu a entrevista ao carro-chefe da Editora Abril. O que as teclas de meu micro querem saber é por que Veja escondeu comprometedora entrevista de Arruda.
Insidiosa, rastejante
Tenho exposto aqui neste Observatório minhas teses sobre a forma e o modus operandi de como a imprensa, a grande imprensa, tem se comportado como agremiação político-partidária. E essa defasagem de mais de seis meses entre a data da entrevista e a data de sua divulgação é de chamar a atenção.
Quais as reais motivações para que fosse esquecida, largada na gaveta de um editor aparentemente displicente? Por onde andaria aquele polvo-caçador-de-corruptos-no-Planalto que não deu a mínima trela para essa entrevista? Ninguém na redação de Veja considerou um mísero grama de valor-notícia para buscar a versão dos "novos acusados"? Ou seria mais um desserviço à campanha presidencial de José Serra? Desserviço que, com certeza, cobriria tal campanha de portentosa agenda negativa, incluindo sob suspeição até mesmo o presidente de seu partido.
Todos sabemos que o papel da imprensa é informar a população. Aprendemos isso ainda nos primeiros dias de aula de qualquer curso de jornalismo, mesmo aqueles chamados "meia-boca". Por que à população brasileira foram suprimidas tais informações?
É, não é necessário muitos decênios de madura experiência como analista da política brasileira para entender que dentre as mil possíveis razões para que ocorresse tal ocultação uma delas sobressai, insidiosa, sibilina, rastejante: a entrevista de Arruda, que hoje causa apenas perplexidade, publicada em setembro de 2010 traria em seu cerne forte componente explosivo capaz de desarrumar por completo o pleito presidencial de 2010.
Mas, como dizem nossos oráculos da imprensa... o leitor vem sempre em primeiro lugar.



A visita do presidente Obama ao Brasil (que deve ser mais propriamente chamada de "ocupação do território brasileiro pelas tropas de segurança do presidente americano") fez a alegria da mídia golpista e de governantes sem espinha dorsal.

Governador e prefeito do Rio (um, tucano de berço, o outro, por adoção - embora hoje estejam no PMDB) foram simplesmente barrados pela segurança de Obama em eventos na cidade e no estado em que foram democraticamente eleitos. E se curvaram. Como não têm luz própria, não há novidade nisso.
Leia a matéria completa aqui:
http://blogdomello.blogspot.com/2011/03/no-brasil-todo-presidiario-e-preso.html

A mão (quase) invisível da contra-revolução
Como o Pentágono articula ditadores árabes e indústrias de armamentos -- os maiores interessados em frustrar a jovem insurgência democrática

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Protestos recomeçam, espalham-se pela capital e são reprimidos com lei marcial. Cumplicidade de Washington com o despotismo torna-se mais clara

A aposta da Turquia
Cada vez mais disposto a exercer um papel destacado na geopolítica do Oriente Médio, país tem posição particular na crise líbia

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Documentário vencedor do Oscar disseca ideologia que submeteu mundo às finanças e desnuda relações entre grande capital e poder. Por Romualdo Pessoa, nosso novo colaborador

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Sistema controlado pelo exército criará falsos perfis para disseminar propaganda pró-Washington e tentar sufocar opiniões contrárias. Por Cauê Ameni
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A síndrome da Líbia contaminará a OPEP?
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Líbia: o ditador desmascarado
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(22/2/2011)

XXVI SIMPÓSIO NACIONAL HISTÓRIA
ANPUH
50 anos
São Paulo, 17 a 22 de julho de 2011
Universidade de São Paulo (USP)
Cidade Universitária
01 de janeiro a 21 de março de 2011
Inscrições de trabalhos nos Simpósios Temáticos aprovados.
01 de janeiro a 30 de junho
Inscrições nos Minicursos.
01 de abril a 11 de julho
Inscrições de ouvintes.
Para ler as instruções de todas as modalidades de inscrição disponíveis, clique aqui.
Os Textos Completos, obrigatórios no ato da inscrição, e imprescindíveis para a avaliação de seu Coordenador, poderão ser revistos de 1 a 15 de junho.
http://www.snh2011.anpuh.org

2 comentários:

  1. Olá, gostei muito do trabalho em seu blog. É muito legal, pois aborta temas variados em seus posts. Já estou seguindo seu blog, se desejar conhecer meu blog o endereço é http://www.construindohistoriahoje.blogspot.com
    Um abraço,
    Leandro CHH

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