quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Numero 250



















A exasperação que toma conta dos responsáveis pela campanha do Serra produz situações absolutamente condenáveis e que colocam em risco a Democracia brasileira, tão restrita ainda.
Refiro-me ao incidente da bolinha de papel – coisa totalmente ridícula – que a campanha e a mídia tentaram transformar num campo de batalha.
Sempre me lembro do “Ovo da serpente”. É uma coisa pequena hoje, mas vai num crescendo, até que o monstro é parido. Lamentável, sob todos os pontos de vista.
Eu imaginava hoje fazer um boletim normal, mas não é possível. Sou, ainda, obrigado a carregar a mão nos artigos e comentários sobre o que aconteceu do dia 20 até hoje e do que pode vir a acontecer até domingo.
Que os deuses nos protejam!
(Consertando uma falha do numero passado. A colaboração da Carta de uma doutoranda da UFMG é de Luciana SANTANA e não Luciana Macedo, como publicado. Minhas desculpas!)


Uma aula sobre democracia e as eleições.
É rápido, denso e consistente, diferente do que é oportunismo e ataques infundados e eleitoreiros.
Marilena Chauí - http://www.youtube.com/watch?v=0j6jgDs7gMQ&feature=player_embedded




O dia em que até a Globo vaiou Kamel:

O chefe conduz a equipe para a vergonha

Passava das 9 da noite dessa quinta-feira e, como acontece quando o “Jornal Nacional” traz matérias importantes sobre temas políticos, a redação da Globo em São Paulo parou para acompanhar nos monitores a “reportagem” sobre o episódio das “bolinhas” na cabeça de Serra.

A imensa maioria dos jornalistas da Globo-SP (como costuma acontecer em episódios assim) não tinha a menor idéia sobre o teor da reportagem, que tinha sido editada no Rio, com um único objetivo: mostrar que Serra fora, sim, agredido de forma violenta por um grupo de “petistas furiosos” no bairro carioca de Campo Grande.

Na quarta-feira, Globo e Serra tinham sido lançados ao ridículo, porque falaram numa agressão séria – enquanto Record e SBT mostraram que o tucano fora atingido por uma singela bolinha de papel. Aqui, no blog do Azenha. você compara as reportagens das três emissora na quarta-feira. No twitter, Serra virou “Rojas”. Além de Record e SBT, Globo e Serra tiveram o incômodo de ver o presidente Lula dizer que Serra agira feito o Rojas (goleiro chileno que simulou ferimento durante um jogo no Maracanã).

Ali Kamel não podia levar esse desaforo pra casa. Por isso, na quinta-feira, preparou um “VT especial” – um exemplar típico do jornalismo kameliano. Sete minutos no ar, para “provar” que a bolinha de papel era só parte da história. Teria havido outra “agressão”. Faltou só localizar o Lee Osvald de Campo Grande. O “JN” contorceu-se, estrebuchou para provar a tese de Kamel e Serra. Os editores fizeram todo o possível para cumprir a demanda kameliana. mas o telespectador seguiu sem ver claramente o “outro objeto” que teria atingido o tucano. Serra pode até ter sido atingido 2, 3, 4, 50 vezes. Só que a imagem da Globo de Kamel não permite tirar essa conclusão.

Aliás, vários internautas (como Marcelo Zelic, em ótimo vídeo postado aqui no Escrevinhador) mostraram que a sequência de imagens – quadro a quadro – não evidencia a trajetória do “objeto” rumo à careca lustrosa de Serra.
Mas Ali Kamel precisava comprovar sua tese. E foi buscar um velho conhecido (dele), o perito Ricardo Molina.

Quando o perito apresentou sua “tese” no ar, a imensa redação da Globo de São Paulo – que acompanhava a “reportagem” em silêncio – desmanchou-se num enorme uhhhhhhhhhhh! Mistura de vaia e suspiro coletivo de incredulidade.

Boas fontes – que mantenho na Globo – contam-me que o constrangimento foi tão grande que um dos chefes de redação da sucursal paulista preferiu fechar a persiana do “aquário” (aquelas salas envidraçadas típicas de grandes corporações) de onde acompanhou a reação dos jornalistas. O chefe preferiu não ver.

A vaia dos jornalistas, contam-me, não vinha só de eleitores da Dilma. Há muita gente que vota em Serra na Globo, mas que sentiu vergonha diante do contorcionismo do “JN”, a serviço de Serra e de Kamel.

Terminado o telejornal, os editores do “JN” em São Paulo recolheram suas coisas, e abandonaram a redação em silêncio – cabisbaixos alguns deles.

Sexta pela manhã, a operação kameliana ainda causava estragos na Globo de São Paulo. Uma jornalista com muitos anos na casa dizia aos colegas: “sinto vergonha de ser jornalista, sinto vergonha de trabalhar aqui”.

Serra e Kamel não sentiram vergonha


As bolas de papel da democracia desejada
O Jornal Nacional de 21/10 não foi só uma tentativa patética de recriar o tiro que matou o Major Vaz. Os 7 minutos gastos na “fabricação” da fita adesiva que teria atingido o candidato tucano revelam desorientação no tempo e no espaço. A Rua Tonelero não fica em Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro.
Gilson Caroni Filho (WWW.cartamaior.com.br)

Quando as redações da grande imprensa, em campanha aberta pela candidatura Serra, erigem o preconceito como norma de juízo, a mentira não é apenas abominável: é suicida. A opinião pública brasileira dispõe, hoje em dia, dos elementos necessários para julgar os acontecimentos políticos, sociais, econômicos e culturais sem se deixar levar pelo filtro ideológico de conhecidas técnicas de edição. Há muito tempo, a sociedade aprendeu a aquilatar a qualidade ética da informação oferecida, os desvios de apuração e o descompromisso do noticiário com a verdade factual.

O Jornal Nacional de quinta-feira, 21/10, não foi apenas uma tentativa patética de recriar o tiro que matou o Major Vaz. Os sete minutos gastos na “fabricação” da fita adesiva que teria atingido o candidato tucano revelam desorientação no tempo e no espaço. A Rua Tonelero não fica em Campo Grande, zona oeste do Rio de Janeiro. Além disso, passados 56 anos, não há lugar para atores políticos com indefinição ideológica evidente. Serra não é Lacerda; falta-lhe talento. O PSDB não é a UDN; tem lastro histórico mais precário. Mas em ambos, no candidato e em seu partido, convivem a vergonha de serem ostensivamente autoritários e o medo de serem inteiramente democráticos. A face dupla do moralismo udenista, transposto para 2010, realça o desbotamento de um Dorian Gray mal-acabado.

A campanha oposicionista padece de velhos vícios e truncamentos de origem. Parece acreditar que o povo, em toda a parte, é uma entidade incapaz e como tal deve ser tratado, sob pena de hecatombe social iminente. Deve-se também ameaçar a esquerda com a hipótese sempre latente de um golpe de Estado. E lembrar aos setores populares, principalmente à nova classe média, que se eles não tiverem juízo virão aí os bichos papões e, com eles, os massacres dos Kulaks, as igrejas fechadas, os asilos psiquiátricos, a supressão da liberdade, em suma, o socialismo sem rosto humano.

Essa agenda está superada, mas seu simples ressurgimento deve nos remeter a pontos importantes. Se atualmente é difícil calar organizações que expressam as demandas dos seus membros e representados, como é o caso do MST, do movimento estudantil e do mundo do trabalho, muitos obstáculos ainda têm que ser ultrapassados.

Exigir liberdades democráticas não é uma gesticulação romântica, desde que se dêem consequências às suas implicações. É preciso apostar na organização crescente das forças sociais com o objetivo de consolidar uma saída definitivamente nacional e popular para temas que vão da questão agrária ao controle social dos meios de comunicação.

A análise histórica mostra que, quando não avançamos na democracia concreta, damos aos seus adversários tempo para que se reorganizem, utilizando as oficinas de consenso para caluniar, difamar, fazer o que for necessário, para deter o ímpeto vital que lhes ameaça.

Nos dias de hoje, é preciso senso crítico sempre atilado, não se deixar envolver pela vaga e traiçoeira tese do aperfeiçoamento democrático a qualquer preço, pois as forças retrógadas costumam cobrar bem caro por nossas distrações ou equívocos. Por tudo isso, a eleição de Dilma Rousseff é um passo decisivo para erradicarmos de vez o cartorialismo econômico, a indiferença moral e a incompetência administrativa que marcaram vários governos até 2003.

Na Rua Tonelero, o futuro vislumbrado é o de um país que realizará suas potencialidades. O que importa saber é que atores são capazes de assegurar uma democracia com ênfase social, assentada também nos direitos individuais e na liberdade econômica. Nesse cenário, as bolinhas de papel passeiam na calçada. O vento-e não mais o cálculo político-dita o rumo de cada uma delas.
Gilson Caroni Filho é professor de Sociologia das Faculdades Integradas Hélio Alonso (Facha), no Rio de Janeiro, colunista da Carta Maior e colaborador do Jornal do Brasil




JN e o meteorito de papel
Washington Araújo
Leia em: http://www.observatoriodaimprensa.com.br/artigos.asp?cod=613JDB001



Um dia após assumir Dersa no governo Serra, Paulo Preto liberou geral para empreiteiras. E filha dele era advogada delas
Leia a matéria em:
http://blogdomello.blogspot.com/2010/10/um-dia-apos-assumir-dersa-no-governo.html



Colaboração de Beth Queijo:

Semear ódio não ajuda
Ladislau Dowbor
out. 2010

Há momentos de posições declaradas. E há limites para tudo. Segundo o video de Arnaldo Jabor, está sendo preparada uma ditadura, e os culpados seremos nós, se votarmos na Dilma. Isto com dramático acompanhamento musical, o Jabor parecendo aqueles antigos personagens do Tradição, Família e Propriedade dos anos 1960 anunciando a apocalipse política. Caso mais sério, segundo a CBN, o futuro governo Dilma seria dirigido pelo José Dirceu, isto dito em tom pausado de reportagem séria. Nos e-mails religiosos aprendo que o futuro governo vai matar criancinhas. Quanto à Veja, não preciso ser informado, pois já a capa mostra um monstruoso polvo que vai nos engolir. E naturalmente, temos o aborto, último reduto da direita, instrumento político de profunda covardia, para quem sabe o que é a indústria do aborto clandestino. Aborto aliás já utilizado na campanha do Collor contra o Lula, anos atrás.

Argumentos patéticos desta mídia podem ser rejeitados como fruto de uma fase histérica de quem quer recuperar o poder a qualquer custo. Mas há uma dimensão que assusta. Muitos dos textos e vídeos exalam e estimulam um ódio doentio. E são produzidos e reproduzidos aos milhões, coisa que as tecnologias modernas permitem. Os grandes grupos da mídia, e em particular as quatro grandes familias que os controlam, não só aderiram de maneira irresponsável à fogueira ideológica, como jogam com gosto lenha e gasolina, ainda que sabendo que se trata de comportamentos vergonhosos em termos éticos, e perigosos em termos sociais. O poder a qualquer custo, vale a pena?

Semear e estimular o ódio é perigoso. Porque com o atual domínio de tecnologias de comunicação, o ódio pode ser espalhado aos grandes ventos, e os órgãos que controlam a mídia não se privam. Espalhar o ódio pode ser mais fácil do que controlá-lo. O tom da grande mídia se assemelha de forma impressionante aos discursos às vésperas da ditadura. Que aliás foi instalada em nome da proteção da democracia.

Fernando Henrique Cardoso, que não teve grandes realizações a apresentar, entregou o governo dizendo que tinha consolidado a democracia. Herança importante. Vale a pena colocá-la em risco?
O governo Lula tem méritos indiscutíveis. Abriu espaço não só para os pobres, mas para todos. À dimensão política da democracia acrescentou a dimensão econômica e social.

Tornou evidente para o país que a massa de pobres deste país desigual, é pobre não por falta de iniciativa, mas por falta de oportunidade. E que ao melhorar o seu nível, pelo aumento do salário mínimo, pelo maior acesso à universidade, pelo maior financiamento da agricultura familiar, pelo suporte aos municípios mais pobres, e até por iniciativas tão elementares como o Bolsa Família ou o Luz para Todos, mostrou que esta gente passa a consumir, a estudar, a produzir mais. E com isto gera mercado não só no andar de baixo, mas para todos.

Esta imprensa que tantas manchetes publicou sobre o “aerolula”, hoje sabe que a diversificação do nosso comércio internacional, a redução da dependência relativamente aos Estados Unidos, e a prudente acumulação de reservas internacionais, que passaram de ridículos 30 bilhões em 2002 para 260 bilhões atualmente, nos protegeram da crise financeira internacional. Adquirimos uma soberania de verdade.

E no plano ambiental, só em termos da Amazônia o desmatamento foi reduzido de 28 para 7 mil quilômetros quadrados ao ano. Continua a ser uma tragédia, mas foi um imenso avanço. Realização onde o trabalho de Marina Silva foi importante, sem dúvida, como foi o de Carlos Minc. Mas foi trabalho deste governo, que nomeou na área ambiental realizadores e não ministros decorativos. E a sustentabilidade ambiental não é apenas verde. Os investimentos do PAC nas ferrovias e nos estaleiros são vitais para mudar a nossa matriz de transporte, hoje dependente de caminhões. A construção de casas dignas é política ambiental, que não pode ser dissociada do social. Os investimentos em saneamento do programa Territórios da Cidadania articulam igualmente soluções ambientais e sociais, como o faz o programa Luz para Todos.

A continuidade das políticas é vital para o Brasil. O que tem a direita a oferecer? Mais privatizações? Mais concentração de renda? Mais pedágios de diversos tipos? Leiloar o Pre-Sal? A última iniciativa do Serra foi tentar privatizar a Nossa Caixa, felizmente salva pelo governo federal. Como teria sido o Brasil frente à crise sem os bancos públicos? Os jornalistas sabem, mas quando falam, como Maria Rita Kehl, e escrevem o que sabem, são sumariamente demitidos. Que recado isto manda para o jornalismo?

O bom senso indica claramente o caminho da continuidade, com equilíbrio crescente entre as dimensões econômica, social e ambiental. Absorver a necessária maior dimensão das políticas ambientais, e expandir as dinâmicas do governo atual. Mas discutir isto envolveria uma campanha política em torno de argumentos e programas, onde a direita só tem a oferecer o argumento de que seria mais “competente”. O importante, é saber a serviço de quem seria esta competência.

A opção adotada foi bagunçar os argumentos políticos, buscar a desestabilização, assustar a população, semear ódio. Qualquer coisa que tire da eleição a dimensão da racionalidade, da opção cidadã. Porque pela racionalidade, o próprio povo já sabe onde estão os seus interesses. O caminho adotado é baixar o nível, sair da cabeça, ir para as tripas. Não o próprio candidato, porque este precisa parecer digno. Mas os esperançosos herdeiros de poder em torno dele, ou a própria família. O ódio que esta gente espalha está aí, palpável. E funciona. A maior vítima desta campanha eleitoral ainda pode ser o resto de credibilidade deste tipo de mídia, e os restos de ilusão sobre este tipo de política.

Eu voto na Dilma com a consciência tranquila. Fiz inúmeras avaliações de governos, profissionalmente, no quadro das Nações Unidas. E fiz a avaliação de políticas sociais do governo de FHC, a pedido de Ruth Cardoso, nas reuniões que tínhamos com pessoas de peso como Gilberto Gil e Zilda Arns. Sem remuneração, e com isenção, como o faço hoje. Eram políticas que nunca se tornaram políticas de governo, porque a base política não permitia que ultrapassassem a dimensão da boa vontade da primeira dama. A base política do candidato Serra, desde a bancada ruralista até os negociantes das privatizações, é a mesma. E se assumir o vice, será um atraso generalizado para o país.





NOTA DE PEDRO ABRAMOVAY
Nego peremptoriamente ter recebido, de qualquer autoridade da República, em qualquer circunstância, pedido para confeccionar, elaborar ou auxiliar na confecção de supostos dossiês partidários. Não participei de supostos grupos de inteligência em nenhuma campanha eleitoral. Nunca, em minha vida, tive que me esconder.
A revista Veja, na edição número 2188 de 2010, afirma ter obtido o áudio de uma gravação clandestina entre mim e um ex-colega de trabalho. Infelizmente a revista se recusou a fornecer o conteúdo da suposta conversa ou mesmo a íntegra de sua transcrição. [Por que será? pergunta deste Boletim.]
Dediquei os últimos oito de meus 30 anos a contribuir para a construção de um Brasil mais livre, justo e solidário, e tenho muito orgulho de tudo o que faço e de tudo o que fiz. Trabalhei no Ministério da Justiça como Assessor Especial, Secretário de Assuntos Legislativos e Secretário Nacional de Justiça, conseguindo de meus pares respeito decorrente de meu trabalho.
Apesar de ver meu nome exposto desta forma, não foi abalada minha fé na capacidade de transformação de nosso país e tampouco na crença da importância fundamental de uma imprensa livre para o fortalecimento de nossa democracia.
Pedro Vieira Abramovay
Secretário Nacional de Justiça


A Folha desmente a Folha. E não assume
2010-10-20 19:44:09
Ou de como a Folha transformou uma conspiração entre tucanos em mais um panfleto anti-Dilma Leia. Comente
http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1685

Colaboração de Bete Gontijo:
Padre cearense dá pito em Serra durante a missa.

Ouça o pito do Padre no Serra durante a missa de São Francisco em Canindé no Ceará aqui:
http://www.conversaafiada.com.br/audio/2010/10/19/audio-completo-pito-do-padre-no-serra/

E leiam a notícia que saiu no jornal O Povo:
Padre critica panfleto contra Dilma e Tasso reage

Durante a missa em homenagem a São Francisco, o padre que celebrava o ato religioso reclamou do tumulto causado pela presença de José Serra. Ao final, reclamou da distribuição de panfletos contra Dilma, provocando a revolta de Tasso Jereissati

A visita do presidenciável José Serra (PSDB) a Canindé, durante os festejos em homenagem a São Francisco, terminou em confusão entre o padre que celebrava a missa das 16 horas e tucanos. Entre eles, o senador Tasso Jereissati, que tentou tirar satisfações com o religioso - cujo nome não foi informado pela secretaria paroquial da Basílica - depois que ele, no fim da
celebração, reclamou da distribuição de panfletos contra a também candidata à Presidência, Dilma Rousseff (PT).

O material apresentava três motivos para não votar na petista e, segundo o padre, estavam sendo distribuído durante a missa. Assinada pelo Instituto Vida de Responsabilidade Social, e apresentando dois números de CNPJ, ele afirmava, por exemplo, que Dilma é a favor do aborto, envolvida com as Forças Revolucionárias da Colômbia (Farc) e que “nunca na história desse
país houve tanta corrupção”.

Com um exemplar do material em mãos, já no fim da celebração, o padre reclamou: “Estão acusando a candidata do PT de várias coisas, afirmando em nome da Igreja. Não é verdade! Isso não é jeito de se fazer política! A Igreja não está autorizando isso”, bradou o padre, provocando os aplausos de fiéis e a revolta de Tasso, que partiu para cima do altar, sendo contido por
uma assessora e pela esposa, Renata Jereissati. “O senhor não pode fazer isso”, repetia Tasso. Nesse momento, o padre sumiu do recinto, e não conseguiu mais ser localizado pela imprensa. Ao mesmo tempo, presentes gritavam os nomes tanto de Serra como de Dilma.

Enquanto isso, o candidato do PSDB ao Planalto agia como se nada estivesse acontecendo. Quando a confusão já estava generalizada, Serra continuava com o semblante tranquilo, sentado na primeira fileira do recinto, conversando e tirando fotografias com eleitores.
Pouco depois, saiu escoltado por seguranças e correligionários, sem dar entrevista.

Tasso, por sua vez, não ficou calado, e acusou o sacerdote. “O padre é petista. Tá ali com uma bandeira petista dentro da Igreja. São esses padres que têm causado problema na Igreja”.

*Reclamações*
Antes, ao longo da celebração, a missa já vinha tumultuada. Depois que Serra chegou e tomou assento, uma multidão de fotógrafos, cinegrafistas e jornalistas o rodeou. O padre reagiu imediatamente. Ele lamentou que, “infelizmente”, nem todos tinham ido à missa com o mesmo objetivo: louvar São Francisco. “Não me refiro a A ou B, mas àqueles que estão conversando e
tumultuando. A prioridade aqui é a palavra de Deus. Se você está aqui com outra intenção, assim como você entrou, pode sair”.

Em outro momento, nova reclamação: “Vocês não vieram aqui para ver os políticos. Vocês vieram aqui para ver quem? São Francisco”. Na comunhão, mais reclamações: “Estão atrapalhando com filmagens. Não é assim que se faz política, não. Estão atrapalhando a celebração do começo ao fim. Lamentavelmente isso é uma profanação”, disse.

Fonte: O Povo -
http://www.opovo.com.br/app/opovo/politica/2010/10/16/noticiapoliticajornal,2053694/padre-critica-panfleto-contra-dilma-e-tasso-reage.shtml




Colaboração de Ana Karenina:

Sobre a mentalidade do brasileiro e as eleições

Há alguns anos, acho que todos vão se lembrar, no Rio de Janeiro, quatro rapazes de classe média alta estavam voltando de carro da “balada”, bastante animados com a farra, quando viram uma mulher parada num ponto de ônibus. Pararam o carro, desceram e começaram a se divertir batendo nela. A moça resolveu prestar queixa na delegacia, e disse que era uma empregada doméstica. Os rapazes foram convocados a depor. Em sua defesa, alegaram que não tiveram a intenção de agredir uma doméstica – eles pensavam que era uma prostituta.
Até aí já teríamos elementos suficientes para uma grande discussão. O que leva mauricinhos de “boas famílias”, que tiveram "de tudo", a sentir prazer em espancar uma pessoa? E o que leva a pensar que, se fosse uma prostituta, tudo bem, prostitutas são seres humanos que merecem apanhar?
Para piorar, vieram os pais, empresários, com seus carrões dirigidos por motoristas particulares, chegando na delegacia com seus advogados cheios de termos técnicos. Um dos pais não parava de dizer que seria um absurdo colocar aqueles jovens, de boas famílias, de berço, que faziam faculdade, na prisão, junto com os marginais. Iria acabar com a vida dos coitados. Só porque bateram numa empregadinha qualquer...

O que está em jogo aí? Muito mais do que a ação de jovenzinhos ricos cujo prazer é bater nos outros, de preferência mulheres, sozinhas, e pobres, e sabendo que serão protegidos pelo dinheiro dos pais. Estão em jogo os valores das pessoas, as mentalidades. Gente que acha que existem seres humanos melhores que outros.

Que nas favelas estão os marginais que merecem a prisão. E nas “boas famílias” da gente “bacana” estão pessoas de bem, de berço, que vão à missa e até fazem caridade, e que infelizmente de vez em quando cometem um deslizezinho ou outro, como espancar domésticas ou (se lembram disso?) queimar índios e se defender dizendo que achavam que eram mendigos.
Pois agora, em época de eleição, vivemos novamente um choque de valores, de mentalidades. Está em jogo muito mais do que a escolha de um ou outro candidato. Vemos isso não tanto pelas propostas dos próprios candidatos – mas pelos spams e correntes espalhados pelos eleitores na internet e os argumentos usados para a decisão do voto.
Vamos a eles. O primeiro, mais importante, são os vários e-mails que falam de Lula como o analfabeto, o ignorante, que nem sabe falar direito. Tais críticas são o espelho perfeito do pai do mauricinho que escapou da prisão. Trata-se de um pensamento que considera um absurdo que uma pessoa pobre, que veio do nordeste, que foi operário, ocupe a presidência do país. É o típico pensamento daqueles que dizem que não são racistas, e justificam dizendo que tratam muito bem o porteiro, a empregada doméstica. Tratam muito bem, sim, desde que eles fiquem no lugar deles – nada de tentar fazer faculdade, de tentar conseguir um emprego melhor, quererem ser chefes.
Em suma: a ideia de que existem seres humanos melhores do que outros, independente dos seus atos.
Segundo: gente que diz que Dilma é terrorista. Bem, quem diz isso deve conhecer muito pouco de história. Sabem quem mais já foi definido como “terrorista”? Mandela! Podem conferir na wikipedia. Gandhi! Se a palavra existisse antes, provavelmente os romanos teriam chamado Jesus de terrorista também. Por outro lado, sabem quem já foi denominado “inimigo dos terroristas”? George Bush! Os ditadores militares que ocuparam a presidência do Brasil e de outros países da América Latina e instituíram a tortura como prática comum. Até Hitler! Ou seja, ao vermos alguém ser chamado de “terrorista”, é importante saber quem está chamando e o que realmente a pessoa fez. O regime vergonhoso do Apartheid identificou como terrorista um homem que lutou pela igualdade, justiça e paz. O mesmo fez a ditadura brasileira com os militantes que lutavam por um outro Brasil.
Mais um? O pessoal que agora inventou uma corrente a favor da liberdade de imprensa. Tenha dó! Quer dizer que alguém acha que vivemos numa plena liberdade de imprensa, em que algumas poucas famílias são donas das emissoras de TV, rádios, jornais e revistas? Os jornalistas todos sabem que, dentro das redações, é proibido dizer certas coisas, ferir interesses dos anunciantes, denunciar a corrupção de certas empresas... Essa semana tivemos um bom exemplo. A psicanalista Maria Rita Kehl foi demitida do Estado de São Paulo após escrever um texto em que apontava pontos positivos do Bolsa Família.
Na verdade, o que vem ocorrendo é o contrário. Nunca houve tanta liberdade de imprensa, para se denunciar e divulgar atos corruptos. É tão engraçado ver as pessoas falando de mensalão como se fosse uma razão para não votar no PT. Esquecem que o tal mensalão teve origem no PSDB de Minas com o Eduardo Azeredo. E mais: alguém acha mesmo que antes não havia corrupção e só agora é que há funcionários do governo e políticos corruptos? Por favor! Na época da ditadura a corrupção andava solta, só que ninguém podia divulgar nada. E mesmo agora. O Estado de São Paulo se declarou, num editorial, a favor de Serra.

Alguém acha que esse jornal tem interesse em divulgar fatos contrários ao interesse do PSDB? Pior faz a Veja, que posa de “imparcial” e tem uma equipe de redatores que reescreve todas as matérias, eliminando qualquer coisa que possa ser positiva para o governo Lula ou o PT. Na Veja, até eclipse solar é culpa do PT! Grande liberdade de imprensa...
Algumas pessoas, nessa época de eleição, alegam que querem argumentar. Pois vamos argumentar! Vamos comparar os indicadores da economia, da educação, da saúde, da distribuição de renda, da estabilidade do Brasil e sua visibilidade no exterior. Em tudo isso, o governo Lula vence o de FHC. Aí começam a aparecer esses outros argumentos: que Lula é analfabeto, Dilma é terrorista e lésbica, só no governo Lula houve corrupção e a liberdade de imprensa está para acabar. Não são argumentos relacionados com competência para conduzir um país nem com propostas de governo. Antes, são manifestações do mesmo tipo de mentalidade de quem acha que os coitados dos meninos de classe média alta não podem agora perder a vida só porque exageraram um pouquinho e espancaram uma doméstica. Uma doméstica! Foi mal! Era para ser uma prostituta. Dá um dinheirinho para ela para compensar e a coisa morre aqui...

Carlos Alberto Ávila Araújo *
Em resposta aos vários e-mails que tenho recebido com pedidos para não votar em Dilma (e piadinhas “inocentes” sobre Lula e o PT)
* Professor adjunto III da Escola de Ciência da Informação da UFMG. Pós-doutorando em Ciência da Informação pela Faculdade de Letras da Universidade do Porto, Portugal (de junho de 2010 a março de 2011), doutor em Ciência da Informação, mestre em Comunicação Social e graduado em Comunicação Social/habilitação Jornalismo pela UFMG. Atua nas seguintes áreas de pesquisa: Epistemologia da Ciência da Informação e suas relações com a Arquivologia, Biblioteconomia e Museologia; Estudos de usuários da informação; Biblioteca escolar
.



Colaboração de Ronara Lacerda:

José Serra Pinóquio.
O trololó


“Na contemporaneidade, a mentira constitui um dos principais atributos das relações sociais, instituindo-se como valor eticamente perverso e destrutivo em todos os níveis da vida dos homens.” Angela Caniato

O processo eleitoral está chegando ao seu momento decisivo e, quanto mais se aproxima dessa fase, mais tensionamentos e mentiras são utilizados pelo desesperado candidato demotucano. Para repercutir de forma ampla o esquema preparado, ele utiliza as
estruturas de poder paralelo e seus vários tentáculos presos à velha estrutura do submundo da política nacional. Como disse Maquiavel em seu livro “O Príncipe”: “os fins justificam os meios”. É com esse conceito do vale-tudo que finalizamos o primeiro turno e estamos percorrendo todo o segundo turno eleitoral.

O candidato demotucano é atualmente o principal quadro político da direita liberal-conservadora do país. O esquema eleitoral foi preparado com todo o cuidado para permitir o reagrupamento das várias facções dessa ideologia política e assumir novamente o
comando do governo central do Brasil. No entanto, está sendo extremamente difícil o êxito deles nessa jornada, pois não imaginavam ter que enfrentar a candidata do governo mais popular da história do país. Diante de tal panorama, o José trololó teve que esconder o programa de governo neoliberal proposto para o Brasil. A tática perseguida pelos idealizadores do processo eleitoral consiste em fazer algumas propostas populistas, abaixar o nível da campanha, utilizando temas religiosos e morais e finalmente mentir, mentir com toda a cara de pau possível e impossível.

A mentira vem sendo utilizada ao longo da história da humanidade em disputas eleitorais e nos círculos de poder. Conforme Freud, “mentir é uma tentativa de viver o que é como se queria viver e não o que se vive e se é de fato”. Há uma idealização de uma ou várias situações, de uma condição, de uma pessoa. A idealização é contrária à realidade e permite apenas uma visão parcial. Por trás da mentira está uma dificuldade de enfrentar a realidade. Mentindo, o sujeito pode acabar, ele mesmo, acreditando nesta mentira.

Vejamos, portanto, as várias mentiras destiladas pela campanha e pelo candidato demotucano José Serra Pinóquio, o trololó.

José Serra Pinóquio: o trololó criou o seguro-desemprego!
Mentira.
O seguro-desemprego foi criado em 1986 pelo então presidente José Sarney. O programa foi instituído junto ao Plano Cruzado, decreto-lei número 2.284, de 1º de março de 1986.

José Serra Pinóquio: o trololó é o pai dos remédios genéricos no Brasil!
Mentira.
A fabricação de remédios genéricos no Brasil começou em 1993, através do decreto-lei 793, pela iniciativa do então ministro da Saúde do governo Itamar Franco, Jamil Hadad.

José Serra Pinóquio: o trololó criou a bolsa-alimentação, que no governo Lula transformou-se em bolsa-família!
Mentira.
A bolsa-alimentação era um programa restrito a uma pequena parcela da sociedade. Conforme o candidato demotucano, o bolsa-família é um programa de bolsa-esmola. Em seus quatro anos à frente do governo de São Paulo, destinou apenas 0,15% do orçamento para programas de transferência de renda, 500% menos que o governo Lula/Dilma.

José Serra Pinóquio: o trololó tem afirmado nos debates e programas eleitorais que é contra a privatização e que vai fortalecer as estatais brasileiras!
Mentira.
Conforme FHC, o ministro do Planejamento do seu governo, José Serra, foi o responsável direto pelo processo de privatização no país. Em quatro anos de governo no estado de São Paulo, o candidato demotucano privatizou 33 empresas estatais paulistas, incluindo nessa liquidação irresponsável o banco estadual Minha Caixa.

José Serra Pinóquio: o trololó afirma com veemência que tem as mãos limpas e que jamais participou de esquemas de corrupção e caixa-dois!
Mentira.
FHC e José Serra são os responsáveis pelo processo de privatização no Brasil e pelo maior esquema de corrupção da história do país. O livro Os porões da privataria, que deverá ser lançado após as eleições, mostrará a partir de documentos oficiais como funcionava a transferência de milhões de dólares para paraísos fiscais. O esquema envolve personalidades do alto demotucanato, incluindo Daniel Dantas e a filha do candidato José Serra.

José Serra Pinóquio: o trololó afirma que jamais utilizou caixa-dois em suas campanhas eleitorais e jamais esteve envolvido em esquema de corrupção.
Mentira.
Há uma semana o país quer saber quem é o engenheiro Paulo Preto (ex-presidente da Dersa, empresa paulista responsável por grandes obras viárias, como o rodoanel de São Paulo), que sumiu com 4 milhões de reais da campanha demotucana. O candidato disse desconhecer o engenheiro. Vinte e quatro horas depois, após a imprensa publicar uma foto do então governador de São Paulo junto ao arrecadador da campanha, Serra disse: “conheço o homem, mas não tenho nenhuma relação com ele”. Paulo Preto afirmou em tom de cobrança: “não se deixa um homem ferido no meio da rua”. Também é necessário afirmar para todos os homens brasileiros honestos que José Serra responde a dezessete processos na Justiça, conforme demonstra o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), sendo três por corrupção.

José Serra Pinóquio: o trololó fala em seu programa eleitoral que foi o melhor ministro da Saúde da história do Brasil e que vai melhorar ainda mais a saúde no país.
Mentira.
Foi no governo FHC/Serra que o país viveu a maior crise da saúde de todos os tempos. A política de destruição do SUS (Sistema Único de Saúde), com a transferência de volumosos recursos para a iniciativa privada, levou o país a desenvolver epidemias já controladas pelo Brasil em governos anteriores, com destaque para dengue, febre amarela e leishmaniose. Em quatro anos do seu governo em São Paulo, Serra prizatizou a saúde no estado, transferindo a gestão de 79 hospitais públicos estaduais para a iniciativa privada, por meios de Ocips.

José Serra Pinóquio: o trololó vem afirmando em seus programas eleitorais que será o presidente da educação, do infantil ao superior, passando pelo ensino profissionalizante.
Mentira
José Serra/FHC/Paulo Renato destruíram, em oito anos de governo, a educação pública superior brasileira, sucateando completamente as universidades federais. Transformaram o ensino superior em serviços, conforme orientava o Banco Mundial, em mera mercadoria. FHC investiu em oito anos de governo menos de 3% do PIB na educação nacional, destruiu o ensino técnico profissionalizante e submeteu os professores ao maior arrocho salarial da história do país.

O atual secretário da Educação do Estado de São Paulo e ex-ministro da Educação do governo FHC, Paulo Renato, é sócio da empresa PRS consultoria. A empresa é especializada na indústria do conhecimento e sua função é prestar assessoria às instituições
privadas, realizando pesquisa de mercado e traçando estratégias para a entrada de instituições estrangeiras no país, através de fusões, aquisições e expansão. A empresa é orientatada segundo os princípios do Banco Mundial: privatizar a educação pública.

José Serra Pinóquio: o trololó está dizendo em seu programa eleitoral que vai reajustar o salário dos aposentados em 10% e vai melhorar a vida de todos.
Mentira
FHC e Serra foram responsáveis pela maior destruição e desestruturação da previdência pública brasileira. Foram eles os responsáveis pela reforma do sistema que limitou a aposentadoria em dez salários mínimos e achatou de forma desumana os vencimentos dos aposentados; eles instituíram o fator previdenciário e construíram junto aos banqueiros o modelo de previdência privada, entre dezenas de outras mudanças que prejudicaram sistematicamente os trabalhadores aposentados. Não satisfeito com todas as atrocidades, FHC chamou os aposentados de vagabundos. Serra pode até reajustar o vencimento dos aposentados em 10%, mas ele não disse que depois disto vai arrochar os vencimentos e realizar uma nova reforma da previdência para aumentar a idade mínima para aposentar.


Verdes, vermelhos, amarelos e todas as cores e colorações do país. Conforme sabedoria popular, a mentira tem perna curta.
Todavia, a decisão que os eleitores brasileiros tomarão no próximo dia 31 de outubro é espremida por um tempo escasso e confuso de mentiras e distorções. Não podemos em hipótese alguma descobrir o tamanho das pernas da mentira depois da consumação do
processo eleitoral. Investigue os temas acima relacionados, compare os oito anos de governo FHC/Serra e os oito anos de Governo Lula/Dilma. Não podemos deixar que o país recue ao passado de tantas mazelas e descaso. O Brasil avança. E nós, brasileiros, precisamos avançar ainda muito mais.

Gilson Reis



Colaboração de Ana Claudia:

Goebbels, manipulação e controle social
Paulo R. Santos *
Paul Joseph Goebbels (Mönchengladbach, 29 de outubro de 1897 — Berlim, 1 de maio de 1945) foi o ministro do Povo e da Propaganda de Adolf Hitler (Propagandaminister) na Alemanha Nazista, exercendo severo controle sobre as instituições educacionais e os meios de comunicação.[1] (http://pt.wikipedia.org/wiki/Goebbels)

Goebbels pode ser considerado, sem exagero, o criador da publicidade e da propaganda como mecanismos eficientes de manipulação de informações e de controle social. A Alemanha nazista não teria acontecido sem ele. Seus métodos de apelo emocional, de construção de falsas memórias, plantando rancor e ressentimento nas mentes e corações de sua gente, fizeram com que a Alemanha dos anos 1930 embarcasse numa das piores aventuras de sua história.

Seus métodos são usados até hoje, sempre com resultados mais ou menos eficazes, a depender do grau de politização do público alvo e do ‘material’ utilizado para promover a mobilização social numa direção pré-estabelecida.

As eleições brasileiras de 2010 são também um interessante laboratório para observação desses métodos de criar falsas memórias em torno de factoides, mas que levam até mesmo os mais jovens a desenvolverem raiva, rancor e ressentimento com relação a fatos que não presenciaram, pessoas que não chegaram a conhecer e episódios que simplesmente não ocorreram. Tudo isso por causa do poder de persuasão da mídia (impressa e eletrônica).

A sujeição da mentes se dá tanto pela repetição das mentiras quanto pela escolha adequada dos alvos e temas a serem abordados. As questões morais e religiosas entraram com toda a força nas eleições para presidência no ano que corre. Discute-se aborto e união civil entre homossexuais (assunto para o Congresso Nacional) como se fossem casos para decisão arbitrária de um presidente.

Saúde, educação, segurança pública, relações internacionais, moradia, transporte público, infraestrutura sanitária, meio ambiente etc., parecem não fazer parte da pauta nacional, porque alguns donos dos meios de comunicação decidiram conduzir o debate para um campo controverso, como meio de atender a interesses claramente político-eleitorais.

E já que o debate tomou rumos morais e religiosos, talvez seja oportuno lembrar que dois mil anos atrás Jesus de Nazaré foi preso, torturado e executado através da crucificação por causa da manipulação exercida pelo Sinédrio, órgão máximo do poder dos judeus. Pilatos lavou as mãos porque não via culpa naquele homem, mas a população foi induzida a ver. A tabuleta pregada em sua cruz dizia “Jesus de Nazaré, rei dos judeus”, numa clara referência à sua condição política.

O paralelo histórico naturalmente só é admissível sobre os aspectos da manipulação e do controle social que um grupo pode exercer sobre uma população. Tantos séculos se passaram e ainda são muitos os episódios em que falsas memórias e falsas verdades serviram como instrumento de controle social, para atender a interesses de classe, de casta ou de grupos.
* Sociólogo e professor



Mais um aliado de Serra defende privatização do pré-sal
Após o ex-presidente da Agência Nacional do Petróleo (ANP), David Zylberstajn, defender o modelo de exploração do governo Fernando Henrique Cardoso, agora o deputado federal Luiz Paulo Vellozo (PSDB-ES) vem a público classificar como "loucura" a proposta defendida pelo governo Lula para a exploração das riquezas do pré-sal. Parlamentar tucano defende maior presença de empresas estrangeiras no negócio. Para ele, regime de concessões para empresas internacionais seria melhor "em termos de antecipar a arrecadação de recursos".
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17117&boletim_id=781&componente_id=12960



O exterminador do futuro (II): o PSDB e o governo Collor
A não ser por Covas, o PSDB estava pronto a uma adesão total a Fernando Collor. Fernando Henrique, na posse, ofereceu sua imagem televisiva aos milhões de telespectadores brasileiros no lugar de honra junto ao empossado. Covas segurou a barra, praticamente sozinho. Não me consta, da época, uma única palavra de Serra contra o plano ou contra Collor. Falo do tempo em que Collor estava politicamente forte, não quando milhões se apresentaram nas ruas para depô-lo. Em razão disso, quando denuncia Dilma por receber o apoio passivo de Collor e Sarney, e se vangloria de ter o apoio de Fernando Henrique e Itamar, Serra apela para um simbolismo vulgar e se esquece da verdadeira política ativa que ele apoiou. O artigo é de J.Carlos de Assis
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17110&boletim_id=781&componente_id=12962


ESPECIAL: DOSSIÊ GLOBOGATE -- DOIS PRIMEIROS TEXTOS
A semana em que as elites perderam a noção
Como a velha mídia manipulou imagens e fatos, para tentar forçar a vitória de Serra. O papel da blogosfera na desmontagem da farsa e a necessidade de uma democratização radical das comunicações

A batalha de Campo Grande

Produzir um incidente grave, e atribuí-lo ao adversário, é uma das formas de virar uma eleição quase perdida. Serra e a Globo parecem ter tentado esta estratégia, em 20 de outubro. Foram derrotados por milhões de internautas – e pelo Twitter


ELEIÇÕES BRASILEIRAS: A RETA FINAL

Dos verdes europeu aos brasileiros
Um manifesto, assinado também por José Boné, sugere "Parabéns por Marina; agora, não permitam a vitória da direita"


As estratégias do fascismo e a candidatura Serra
Enquanto, nos EUA, John McCain, recusou alguns ataques fundamentalistas a Obama, José Serra alimenta, no Brasil, uma onda de difamações, calúnias e terror psicológico. Por Rodrigo Guéron

O novo cenário do segundo turno
Como Serra-2010 reproduz, no Brasil, a irracionalidade e a mobilização de ressentimentos que caracteriza o Tea Party, nos EUA. Por Antonio Martins

E MAIS:

Wikileaks: a vergonha dos EUA exposta
O que mais enfurece o Pentágono é a revelação das mentiras de que todos suspeitávamos. Por Robert Fisk, do The Independent


Chile: salvamento, mídia e precariedade
Por trás da operação espetacular, um presidente em busca de recuperar popularidade e péssimas condições de trabalho. Por Franck Gaudichaud, do Le Monde Diplomatique



Leia no Café História:

MISCELÂNEA

Vestígios do Poder

Deputados, Vereadores, Juristas. Muito do que foi produzido no passado do Brasil está agora disponível para historiadores como fonte histórica. É a tecnologia auxiliando a pesquisa e a docência

CAFÉ EXPRESSO NOTÍCIAS

Maravilhas arquitetônicas do Cairo viram ruínas

'Menino Maluquinho' faz 30 anos, mas continua com cara de 8

DICA DE LEITURA

"História do Século XX - O Fim do Mundo Europeu" é uma obra concisa da história do século passado escrita por diversos autores. Com texto levo, mas extremamente estimulante, o livro de destaca pelo bom preço (R$22,90) e pela qualidade: rico em tabelas e análises contundentes.

CINE E HISTÓRIA

O filme "Contos da Era Dourada" faz rir com as pérolas da Romênia da Era Comunista. Saiba o motivo!

DICA DE EVENTO

Na próxima quinta-feira (28/10), no Rio de Janeiro, o professor da PUCRS, Jurandir Malerba (que também é membro do Café História), estará lançando o seu mais novo livro "Lições de História - O caminho da ciência no longo século XIX". O lançamento, uma parceria entre a FGV e a EdiPUCRS, ocorrerá na agradável Livraria da Travessa - Rua Visconde de Pirajá, 572, Ipanema. 19h. Apareça!

Visite Cafe Historia em: http://cafehistoria.ning.com/?xg_source=msg_mes_network


Informo que a Revista Espaço Acadêmico, edição nº 113, Outubro de 2010, foi publicada. Acesse: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/issue/current

Registro o agradecimento, especialmente, à Profª Eide Sandra Azevêdo Abreu, Prof. Fábio Viana Ribeiro e Profª Eva Paulino Bueno, e a todos que contribuíram para mais esta edição.
Por favor, colabore com a divulgação da revista! Envie aos amigos, colegas e listas que participem.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Numero 249














Não tem jeito...continuo devendo o final das observações sobre o Canadá... afinal, o dia 31 está ai, né?
Só peço licença para mais um comercialzinho...
É que saiu agora a versão de nosso livro Estudos de História, em volume único, para o ensino médio. Como o livro é apenas um pouco mais sintético do que a edição anterior, em 3 volumes (que continua no mercado), remeto os interessados para conhecer o livro no blog
http://colecaoestudosdehistoria.blogspot.com






Recebi, por email, este Manifesto, com mais de 1.000 assinaturas, as quais, evidentemente, não cabem neste Boletim. Transcrevi apenas as 11 iniciais, mas se alguém quiser saber de todos que assinaram é só me pedir que envio.

http://emdefesadaeducacao.wordpress.com/2010/10/15/manifesto-de-professos-universitario-em-defesa-da-educacao-publica/



MANIFESTO DE PROFESSORES UNIVERSITÁRIOS EM DEFESA DA EDUCAÇÃO PÚBLICA
(atualizado às 22h30, 18/10)

15/10/2010

Manifesto em Defesa da Educação Pública

Nós, professores universitários, consideramos um retrocesso as propostas
e os métodos políticos da candidatura Serra. Seu histórico como
governante preocupa todos que acreditam que os rumos do sistema
educacional e a defesa de princípios democráticos são vitais ao futuro
do país.

Sob seu governo, a Universidade de São Paulo foi invadida por policiais
armados com metralhadoras, atirando bombas de gás lacrimogêneo. Em seu
primeiro ato como governador, assinou decretos que revogavam a relativa
autonomia financeira e administrativa das Universidades estaduais
paulistas. Os salários dos professores da USP, Unicamp e Unesp vêm sendo
sistematicamente achatados, mesmo com os recordes na arrecadação de
impostos. Numa inversão da situação vigente nas últimas décadas, eles se
encontram hoje em patamares menores que a remuneração dos docentes das
Universidades federais.

Esse “choque de gestão” é ainda mais drástico no âmbito do ensino
fundamental e médio, convergindo para uma política de sucateamento da
Rede Pública. Desde 2005, São Paulo perde sistematicamente colocações no
ranking do Ideb, que avalia o ensino médio. Neste ciclo, onde se sente
mais claramente as deficiências dos anos anteriores de aprendizado, São
Paulo passou de quarto para sexto colocado.

Os salários da Rede Pública no Estado mais rico da federação são menores
que os de Tocantins, Roraima, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Espírito
Santo, Acre, entre outros. Somada aos contratos precários e às condições
aviltantes de trabalho, a baixa remuneração tende a expelir desse
sistema educacional os professores qualificados e a desestimular quem
decide se manter na Rede Pública. Diante das reivindicações por melhores
condições de trabalho, Serra costuma afirmar que não passam de
manifestação de interesses corporativos e sindicais, de “tró-ló-ló” de
grupos políticos que querem desestabilizá-lo. Assim, além de evitar a
discussão acerca do conteúdo das reivindicações, desqualifica movimentos
organizados da sociedade civil, quando não os recebe com cassetetes.

Serra escolheu como Secretário da Educação Paulo Renato, ministro nos
oito anos do governo FHC. Neste período, nenhuma Escola Técnica Federal
foi construída e as existentes arruinaram-se. As universidades públicas
federais foram sucateadas ao ponto em que faltou dinheiro até mesmo para
pagar as contas de luz, como foi o caso na UFRJ. A proibição de novas
contratações gerou um déficit de 7.000 professores. Em contrapartida,
sua gestão incentivou a proliferação sem critérios de universidades
privadas. Já na Secretaria da Educação de São Paulo, Paulo Renato
transferiu, via terceirização, para grandes empresas educacionais
privadas a organização dos currículos escolares, o fornecimento de
material didático e a formação continuada de professores. O Brasil não
pode correr o risco de ter seu sistema educacional dirigido por
interesses econômicos privados.

No comando do governo federal, o PSDB inaugurou o cargo de “engavetador
geral da república”. Em São Paulo, nos últimos anos, barrou mais de
setenta pedidos de CPIs, abafando casos notórios de corrupção que estão
sendo julgados em tribunais internacionais. Sua campanha promove uma
deseducação política ao imitar práticas da extrema direita
norte-americana em que uma orquestração de boatos dissemina a difamação,
manipulando dogmas religiosos. A celebração bonapartista de sua pessoa,
em detrimento das forças políticas, só encontra paralelo na campanha de
1989, de Fernando Collor.

Antonio Candido, USP

Alfredo Bosi, USP

Fábio Konder Comparato, USP

Joel Birman, UFRJ

Carlos Nelson Coutinho, UFRJ

Otávio Velho, UFRJ

Marilena Chaui, USP

Walnice Nogueira Galvão, USP

Renato Ortiz, Unicamp

Laymert Garcia dos Santos, Unicamp

Dermeval Saviani, Unicamp





SERRA & DOM BERGONZINI: UM ENREDO PARA GABRIEL GARCIA MÁRQUEZ.
(do site WWW.cartamaior.com.br)

Dom Bergonzini, bispo da extrema direita num país latinoamericano, encomenda 20 milhões de panfletos que simulam a chancela da Igreja católica para atacar e caluniar a candidata da esquerda nas eleições presidenciais. Um lote do material é descoberto na gráfica da irmã do coordenador da campanha adversária, encabeçada por um falso carola, um papa hostia de ocasião, apoiado pelos endinheirados e conservadores, cuja hipocrisia explode na figura da esposa, uma bailarina que fez aborto e acusa a adversária do marido de ser ' a favor de matar as criancinhas’. A imprensa sem escrúpulos resiste em perguntar:

--De onde veio o dinheiro, Dom Bergonzini?

Tampouco cogita indagar se o bispo e os donos da gráfica tem contato com outro personagem obscuro, um certo Paulo Preto -- que o candidato da hipocrisia conservadora chama de 'Paulo afro-descendente'. Apontado como o caixa 2 da campanha da direita, Paulo desviou R$ 4 milhões, mas guarda segredos e faz ameaças, obrigando o líder a ir aos jornais para declará-lo um cidadão acima de qualquer suspeita.

Leia outras perguntas silenciadas:

1- Desde quando o bispo de Guarulhos tem dinheiro para imprimir 20 milhões de panfletos apócrifos?
2- Quem paga as gráficas?
3- De onde veio o dinheiro?
4- Em que conta da diocese ele foi depositado?
5- Quem orientou o texto a falsear a chancela da CNBB?
6- Dom Bergonzini conhece 'Paulo Preto', o homem acusado de sumir com R$ 4 milhões do caixa 2 da campanha de Serra -- que guarda segredos com força suficiente para obrigarem Serra a tratá-lo, alternadamente, num dia como 'factóide' e no outro, como 'competente e inocente' -- tudo isso num hiato de apenas 12 horas depois que Paulo Preto ameaçou Serra na Folha dizendo:' não se abandona um líder ferido na estrada; não cometam esse erro'.
7- Quem, afinal, está abastecendo o caixa da diocese de Guarulhos para transformá-la num bunker eleitoral anti-Dilma?

Com a palavra, a operosa Polícia Federal de SP e a não menos operosa vice-procuradora do TSE, Sandra Cureau.


Carta aberta à CNBB: crime eleitoral
Em carta à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, Marcelo Zelic, vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais-SP e membro da Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, pede ação efetiva da entidade para coibir a produção e divulgação de panfletos falsos, como os que foram flagrados em uma gráfica em SP por encomenda do Bispo Diocesano de Guarulhos. A falsificação de panfletos em nome da CNBB é um fato extremamente grave que exige uma resposta firme dos bispos brasileiros.
Redação (WWW.cartamaior.com.br)
Carta Aberta à CNBB.

São Paulo 17 de outubro de 2010.

Como membro da CJP-SP fui chamado pelo Deputado Estadual Adriano Diogo a registrar o flagrante de crime eleitoral na Editora Gráfica Pana LTDA, que foi contratada pelo Bispo Diocesano de Guarulhos para reproduzir 2,1 milhões de panfletos falsos da CNBB e estava para distribuir, ontem, pelo país 1,1 milhão de cópias do material e fiz estes registros, por ter ciência da orientação de nossa Comissão Brasileira de Justiça e Paz a partir do documento que li, recebido dias atrás sobre a falsificação de panfleto em nome da CNBB.

A encomenda foi realizada a pedido Mitra Diocesana de Guarulhos conforme imagens abaixo, a saber: email de encomenda, cópia do boleto bancário e carta de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini ao Pe. Jean Rogers Rodrigo de Souza, solicitando distribuição, que encaminho também anexo para divulgação, uma vez que constituem a documentação probatória da encomenda e do crime eleitoral praticado.

A gráfica iria entregar 2,1 milhões de panfletos, cuja informação fornecida pelo gerente da empresa pego em flagrante, pode variar em sua tiragem de 20 a 50 milhões. Foram apreendidos somente 1 milhão dos panfletos falsos, cuja liminar de apreensão já foi expedida pelo juiz responsável. Isso significa que muitos panfletos podem ter sido feitos em outras gráficas e continuarão a ser distribuído pelo país, caso não haja uma ação efetiva da CNBB.

Penso que nossos Bispos devam considerar, dada a gravidade dos fatos, encaminhar a Nota de Esclarecimento elabora no encontro de Itaici, para ser lida em todas as paróquias, em todas as missas do próximo domingo, sua publicação no Jornal O São Paulo e demais revistas e jornais católicos, bem como a leitura nas Tvs e rádios da igreja, buscando por fim ao assunto.

Recomendo esta atitude para nossos pastores reunidos em Itaici, entendendo ser este um gesto que favorecerá a distensão dos mal-entendidos provocados, visando o amplo esclarecimento dos fiéis que receberam tal documento apócrifo e criminoso, sobre a real posição de nossos bispos do Regional 1 e da CNBB, contribuindo desta forma para serenarmos os conflitos gerados entre os católicos, reafirmando a integridade da CNBB e reforçando a cidadania, a democracia e a livre escolha de todos os brasileiros, tão atingidas com esta manifestação difamatória, que desvirtua o foco do debate que interessa à nação e o sentido das eleições de 2010.

A cizânia que a calúnia, as ofensas e as mentiras imputadas geram entre aos cristãos, por ações como está promovida pelo Bispo Diocesano de Guarulhos, estão explicitadas de forma dramática nos fatos que ocorreram hoje em Canindé, no Ceará, onde a missa acabou em TUMULTO, uma vez que o padre corretamente, informou aos presentes que o documento que estava sendo distribuído na missa era falso e acabou sendo atacado por um político, durante a celebração. Pergunto aos nossos Bispos da CNBB; quando na igreja uma missa tão tradicional como a de Canindé, acabou desta maneira? Os fatos demonstram a gravidade do momento e a tentativa de aparelhamento do sentimento religioso em nosso país, conforme nota publicada pla CNBB.

Faz-nos refletir a justeza das palavras da candidata Dilma Rousseff, divulgadas na imprensa recentemente, sobre a campanha de ódio que estas ações subterrâneas estão gerando nos corações e mentes dos brasileiros por todo nosso país. Isso pode ficar mais grave ainda, se não for feita uma ampla campanha de esclarecimento junto aos fiéis. A CNBB e o país tem muito a perder com isso. É preciso por um basta a esta campanha baseada na mentira, na calúnia, na difamação!

Só a Verdade nos libertará.

Atenciosamente:
Marcelo Zelic
Vice-presidente do Grupo Tortura Nunca Mais-SP e membro da Comissão Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo
Coordenador do Projeto Armazém Memória



Enviado por luisnassif, seg, 18/10/2010 - 00:33
Por Ricardo Carneiro
O VOTO DO NORDESTE: para além do preconceito
Tânia Bacelar de Araujo*

A ampla vantagem da candidata Dilma Rousseff no primeiro turno no Nordeste reacende o
preconceito de parte de nossas elites e da grande mídia face às camadas mais pobres da
sociedade brasileira e em especial face ao voto dos nordestinos. Como se a população mais
pobre não fosse capaz de compreender a vida política e nela atuar em favor de seus
interesses e em defesa de seus direitos. Não "soubesse" votar.
Desta vez, a correlação com os programas de proteção social, em especial o "Bolsa
Família" serviu de lastro para essas análises parciais e eivadas de preconceito. E como a
maior parte da população pobre do país está no Nordeste, no Norte e nas periferias das
grandes cidades (vale lembrar que o Sudeste abriga 25% das famílias atendidas pelo "Bolsa
Família"), os "grotões"- como nos tratam tais analistas ? teriam avermelhado. Mas os
beneficiários destes Programas no Nordeste não são suficientemente numerosos para
responder pelos percentuais elevados obtidos por Dilma no primeiro turno : mais de 2/3 dos
votos no MA, PI e CE, mais de 50% nos demais estados, e cerca de 60% no total ( contra
20% dados a Serra).
A visão simplista e preconceituosa não consegue dar conta do que se passou nesta região
nos anos recentes e que explica a tendência do voto para Governadores, parlamentares e
candidatos a Presidente no Nordeste.
A marca importante do Governo Lula foi a retomada gradual de políticas nacionais,
valendo destacar que elas foram um dos principais focos do desmonte do Estado nos anos
90. Muitas tiveram como norte o combate às desigualdades sociais e regionais do Brasil. E
isso é bom para o Nordeste.
Por outro lado, ao invés da opção estratégica pela "inserção competitiva" do Brasil na
globalização - que concentra investimentos nas regiões já mais estruturadas e dinâmicas e
que marcou os dois governos do PSDB -, os Governos de Lula optaram pela integração
nacional ao fundar a estratégia de crescimento na produção e consumo de massa, o que
favoreceu enormemente o Nordeste. Na inserção competitiva, o Nordeste era visto apenas
por alguns "clusters" (turismo, fruticultura irrigada, agronegócio graneleiro...) enquanto
nos anos recentes a maioria dos seus segmentos produtivos se dinamizaram, fazendo a
região ser revisitada pelos empreendedores nacionais e internacionais.
Por seu turno, a estratégia de atacar pelo lado da demanda, com políticas sociais, política de
reajuste real elevado do salário mínimo e a de ampliação significativa do crédito, teve
impacto muito positivo no Nordeste. A região liderou - junto com o Norte - as vendas no
comercio varejista do país entre 2003 e 2009. E o dinamismo do consumo atraiu
investimentos para a região. Redes de supermercados, grandes magazines, indústrias
alimentares e de bebidas, entre outros, expandiram sua presença no Nordeste ao mesmo
tempo em que as pequenas e medias empresas locais ampliavam sua produção.
Além disso, mudanças nas políticas da Petrobras influíram muito na dinâmica econômica
regional como a decisão de investir em novas refinarias (uma em construção e mais duas
previstas) e em patrocinar - via suas compras - a retomada da indústria naval brasileira, o
que levou o Nordeste a captar vários estaleiros.
Igualmente importante foi a política de ampliação dos investimentos em infra-estrutura -
foco principal do PAC - que beneficiou o Nordeste com recursos que somados tem peso no
total dos investimentos previstos superior a participação do Nordeste na economia nacional.
No seu rastro,a construção civil "bombou" na região.
A política de ampliação das Universidades Federais e de expansão da rede de ensino
profissional também atingiu favoravelmente o Nordeste, em especial cidades médias de seu
interior. Merece destaque ainda a ampliação dos investimentos em C&T que trouxe para
Universidades do Nordeste a liderança de Institutos Nacionais ? antes fortemente
concentrados no Sudeste - dentre os quais se destaca o Instituto de Fármacos ( na UFPE) e
o Instituto de Neurociências instalado na região metropolitana de Natal sob a liderança do
cientista brasileiro Miguel Nicolelis que organizará uma verdadeira ?cidade da ciência?
num dos municípios mais pobres do RN ( Macaíba).
Igualmente importante foi quebrar o mito de que a agricultura familiar era inviável. O
PRONAF mais que sextuplicou seus investimentos entre 2002 e 2010 e outros programas e
instrumentos de política foram criados ( seguro ? safra , Programa de Compra de
Alimentos, estimulo a compras locais pela Merenda Escolar, entre outros) e o recente
Censo Agropecuário mostrou que a agropecuária de base familiar gera 3 em cada 4
empregos rurais do país e responde por quase 40% do valor da produção agrícola nacional.
E o Nordeste se beneficiou muito desta política, pois abriga 43% da população
economicamente ativa do setor agrícola brasileiro.
Resultado: o Nordeste liderou o crescimento do emprego formal no país com 5,9% de
crescimento ao ano entre 2003 e 2009, taxa superior a de 5,4% registrada para o Brasil
como um todo, e aos 5,2% do Sudeste, segundo dados da RAIS.
Daí a ampla aprovação do Governo Lula em todos os Estados e nas diversas camadas da
sociedade nordestina se refletir na acolhida a Dilma. Não é o voto da submissão - como
antes - da desinformação, ou da ignorância. É o voto da auto- confiança recuperada, do
reconhecimento do correto direcionamento de políticas estratégicas e da esperança na
consolidação de avanços alcançados - alguns ainda incipientes e outros insuficientes. É o
voto na aposta de que o Nordeste não é só miséria (e, portanto, "Bolsa Família"), mas uma
região plena de potencialidades.

*Tânia Bacelar de Araujo é especialista em desenvolvimento regional, economista,
socióloga e professora do Departamento de Economia da UFPE (Universidade Federal de
Pernambuco).



Luciana Macedo me encaminhou esta carta de uma doutoranda da UFMG:

Pessoas queridas,

eu não costumo enviar este tipo de email, mas estou tão tocada com estas eleições que não pude me conter.

Certamente o Brasil de Lula e Dilma não é o país dos nossos sonhos, mas o pesadelo que prenuncia a candidatura FHC/Serra é por demais assustador.

Queria citar três experiências pessoais que me levam a dizer isto.

Em 1997, quando eu estudava na Escola Técnica Federal de Goiás, uma escola reconhecida por sua excelência no ensino e na formação tal como as diversas escolas técnicas federais espalhadas pelo país naquela época, o Presidente FHC fez o decreto 2208. O decreto era um golpe à estrutura das escolas técnicas federais por separar o ensino médio do técnico, um dos fatores centrais da qualidade de educação nestes centros. Para mim foi um momento muito marcante pois eu começava minha militância no movimento estudantil e compartilhei com muitos colegas e professores o drama da implementação do decreto que passou por cima de experiências riquíssimas de ensino concomitante entre o científico e o técnico que formava centenas de jovens capacitados para a sociedade brasileira. O governo obedecia na época uma diretriz do Banco Mundial para a educação, a de formar mão de obra direcionada para as demandas do mercado, restringindo a formação destes jovens e inclusive sua empregabilidade futura em outras áreas dada a especificidade da formação. Com o governo Lula o decreto foi revertido, a maioria das escolas técnicas foram transformadas em centros de formação tecnológica de nível médio e superior, equipadas e reestruturadas e uma série de novas unidades foram criadas por todo o país. Isso sem falar na geração de emprego que triplicou, dando oportunidade aos que se formavam e nas 14 universidades federais criadas por Lula contra nenhuma criada por FHC dando a chance do prosseguimento nos estudos.

Uma outra experiência pessoal e que tem relação com esta campanha foi a minha estada em 2008 em Portugal quando realizava uma parte do meu doutorado. Na época acompanhei de perto um rico processo em que um dos países mais católicos do mundo aprovou a Lei da Interrupção Voluntária da Gravidez, ou o aborto. Foi uma campanha linda da sociedade civil com mobilização, debate e exercício democrático da opinião através de referendum que legitimou a lei. Estou estupefata com o uso político que se tem dado a esta questão nas eleições no Brasil por um casal absolutamente hipócrita, o Sr. Serra e sua esposa, que são a favor do aborto, inclusive por já terem optado pela realização de um, segundo relatos de uma das alunas da esposa do Serra. Esta mesma senhora usou frases chulas como: contra uma candidata que desde o início falava nas entrevistas que tratava o aborto como uma questão de saúde pública, independente de sua posição pessoal. Eu pessoalmente sou a favor do aborto e acho que esta campanha oportunista em si já representa um atraso para esta temática no Brasil. Eu quero educar as minhas filhas para um mundo em que elas tenham liberdade para decidir sobre suas convicções religiosas e pessoais e expressá-las livres de constrangimentos morais oportunos e completamente atrasados. Quero para minhas filhas inclusive um país em que a interrupção voluntária de uma gravidez não seja crime, mas um direito da mulher. Mas isto nunca foi assim defendido por Dilma, como alegam os boatos, até porque o programa que ela representa não é da cabeça dela mas fruto de um conjunto de acúmulos possíveis nas últimas décadas pós-redemocratização.

Uma terceira e última experiência que gostaria de relatar - teria outras mais em vários temas - é a do papel do governo Lula no cenário internacional. Principalmente na parte Sul do mundo. Eu estou neste momento em fase de conclusão da minha tese de doutorado na UFMG em que estudo os movimentos contra-hegemonicos no sul global, especialmente o fórum social mundial e sua ocorrência no Brasil, na Índia e no Quênia. Devido às minhas atividades internacionais tive a oportunidade de estar nos últimos anos pelo menos 5 vezes na África. Primeiro é impressionante quão profundas e urgentes são as demandas daquele povo em todos os quesitos, desde comida, saneamento e remédios à estruturas políticas mínimas para o exercício da expressão popular e de governos livres do constrangimento pós-colonial. O presidente Lula esteve em absolutamente todos os países da África, em vários foi a primeira vez que um presidente brasileiro e até latino-americano colocava os pés. Vocês imaginam o Serra indo ao Chad, ao Togo, à Eritrea ou ao Mali? O presidente Lula inverteu o eixo das relações exteriores brasileiras do norte para o sul. Muitas das relações estabelecidas são unilaterais, de apoio brasileiro às demandas dos povos destes países e não atendendo à demandas de comércio exterior brasileiro como pregava o pensamento anterior. Na minha última viagem à África do Sul, a ministra de relações exteriores pegou na minha mão e me disse olhando nos olhos: vocês precisam eleger a sucessora de Lula, pela África.

Eu não conheço a Dilma pessoalmente, não posso opinar sobre seu temperamento ou personalidade, mas eu acredito que a política é feita de acúmulos produzidos por coletivos humanos e ela faz parte de um. Ela é a continuidade de um processo ainda precário, mas que representou inúmeros avanços para a população brasileira nos últimos anos.

Eu quero fortemente que minhas filhas vivam em um país que respeite o passado heróico dos que lutaram contra a ditadura, um país livre da homofobia e que respeite os direitos dos homossexuais, um país em que o aborto não seja um crime mas um direito de cada mulher à decisão sobre seu corpo e sua vida, um país em que a luta contra a miséria não seja desdenhada mas humanizada, um país em que a liberdade de imprensa não seja usurpada mas democratizada, um país em que boatos, campanhas difamatórias e desonestidade intelectual não sejam a base da candidatura de um concorrente ao mais alto posto do nosso país. Por isso eu voto Dilma.

Ana Maria Prestes Rabelo
estudante do doutorado em ciencia política na UFMG



(Um alerta para quem não conhece o autor deste artigo: ele NÃO É petista, viu???)

Fonte: www.viomundo.com.br

SIMILITUDES

Antonio DELFIM NETTO, na CartaCapital, 20/10/2010, reproduzido na redecastorphoto

Qualquer semelhança entre a agressão da mídia no Brasil aos programas de Lula e as reações da mídia nos EUA ao New Deal, nos anos 30, não é só coincidência
Em abril de 2008, escrevi um comentário comparando o PAC e o Fome Zero do governo Lula aos programas de obras públicas e de combate ao desemprego sob o guarda-chuva do New Deal de FD Roosevelt, o presidente que conseguiu tirar a economia americana da Grande Depressão produzida a partir da quebra da Bolsa de NY, em outubro de 1929.Três quartos de século separam essas experiências: na primeira metade da década 1930-1940, os EUA e o mundo mergulharam numa crise sem precedentes.
Quando Roosevelt tomou posse, em 1933, para seu primeiro mandato, o PIB americano havia sido reduzido a praticamente a metade (56,4 bilhões de dólares) do que era em 1929 (103 bilhões de dólares).
Apesar da tragédia do desemprego, que chegava a 30% da força de trabalho, os EUA eram uma nação próspera. Havia muita riqueza e uma boa parte da sociedade afluente aceitava o desemprego como contingência natural numa economia de mercado. A melhor coisa que os governos deviam fazer era ficar fora disso.
Roosevelt surpreendeu, já no discurso de posse, anunciando o fim da era da indiferença: “Temos 15 milhões de sujeitos passando fome e nós vamos dar de comer a eles. O governo entende que é sua obrigação providenciar trabalho para que eles mesmos voltem a sustentar suas famílias.”
Para escândalo de muitos, seu governo pôs em marcha dois enormes programas, nunca antes tentados naquele país, de amparo ao trabalho e combate à miséria, com investimentos públicos em obras, cuja principal prioridade era absorver mão de obra (uma espécie de PAC). O empreendimento-símbolo foi a criação da TVA (Tennessee Valley Authority), que construiu barragens para a produção de energia e gerenciou os projetos de irrigação para a produção de alimentos.
Esses programas sofreram pesado bombardeio da oposição conservadora, que, a título de defender a livre iniciativa, esconjurava a intervenção estatal no setor privado, porque interferia na oferta e procura de mão de obra, desvirtuando o funcionamento do mercado de trabalho… Um dado interessante é que os ataques da mídia republicana evitavam agredir o presidente (e seus altos níveis de popularidade), concentrando toda a fúria contra a figura de Harry Hopkins, principal mentor dos programas de amparo ao trabalhador e gerente de obras públicas, qualificado de “perigoso socialista”. Qualquer semelhança com as agressões midiáticas recentes aos programas Fome Zero, Luz para Todos e ao PAC não é simples coincidência…
Hoje, ninguém duvida que o New Deal foi decisivo para a reconstrução da confiança dos americanos nos fundamentos do regime de economia de mercado. Suas ações ajudaram a salvar o capitalismo, na medida em que os milhões de trabalhadores que recuperaram os empregos voltaram “a acreditar na vontade e na capacidade do governo de intervir na economia para proporcionar uma igualdade mais substancial de oportunidades” (FDR numa de suas falas no rádio, Conversa ao Pé do Fogo).
O fato é que o PIB americano cresceu durante o primeiro e segundo mandatos e, em 1940, havia recuperado o nível que perdera desde o início da grande crise, medindo 101,4 bilhões de dólares. Roosevelt completou um terceiro mandato presidencial e ainda foi eleito (no fim da Segunda Guerra Mundial), para um quarto mandato, mas faleceu antes de exercê-lo.
Quando Lula assumiu o primeiro mandato, em 2002, a economia brasileira não estava na situação desesperadora da americana em 1933, mas contabilizava algo como 12% de desemprego da população economicamente ativa e vinha de um período de 20 anos de medíocre crescimento, com a renda per capita praticamente estagnada. Seu governo pôs em prática os programas de combate à fome que prometera no prólogo de sua Carta aos Brasileiros e posteriormente o PAC, que soma o investimento público e obras privadas, com foco na recuperação da desgastada infraestrutura de transportes, da matriz energética e na indústria da habitação. Setores de grande demanda de mão de obra e de promoção do desenvolvimento.
Oito anos depois (e 15 milhões de empregos a mais), os resultados são visíveis: queda acentuada das taxas do desemprego (para menos de 7% da população economicamente ativa), crescimento da renda e dos níveis de consumo da população, recuperação da autoestima do trabalhador e uma sociedade que adquiriu condições de oferecer substancial melhora na distribuição de oportunidades. Isso, tendo atravessado a segunda pior crise da economia mundial dos últimos 80 anos, com o PIB crescendo em 2010 acima de 7%.



Saindo um pouco do tema segundo turno, reproduzo duas matérias do Observatório da Imprensa. Brilhantes!

Falta análise nas reportagens
Por Mauro Malin em 19/10/2010

Como se sabe, um dos desafios postos hoje para jornais e revistas, a "velha" mídia, é oferecer não apenas a simples descrição dos fatos, tal como apurados pelos repórteres, mas também mais análises. A descrição é indispensável, mas cada vez menos suficiente porque o fato chega ao conhecimento do leitor, de uma maneira ou de outra, com uma instantaneidade que os periódicos convencionais nem sonham em alcançar.

A análise credenciada se tornou tanto mais importante na medida em que a internet, em seus 15 anos de existência no Brasil, foi deixando de ser basicamente uma plataforma de diálogo solidário, colaborativo, atributo que felizmente não perdeu, e se tornou também canal de facciosismo e de espírito de manada. Para não falar em agressividade, calúnia, injúria e difamação; o que a internet revela sobre a alma e a mentalidade de alguns internautas é constrangedor, quando não dá calafrios.

Os repórteres foram treinados, até aqui, para sobretudo se aterem aos fatos (o que já não é pouca coisa). Será necessária, possivelmente, uma revisão cultural nas redações, para que uma dose maior de análise seja incorporada à própria descrição factual. Não apenas a análise ao lado da matéria, num box, mas a análise integrada à reportagem. O treinamento dos jornalistas precisa ser modulado para fazer face a essa necessidade. Com cuidado, porque o risco de se cair no opinionismo é grande.

Outro terreno que precisa ser revisto é o da exagerada dependência de numerologia. As redações continuam viciadas. Precisam se desintoxicar.

Professores neuróticos

Duas reportagens recentes da Folha de S.Paulo ‒ que poderiam ter saído em qualquer outro grande jornal e são avaliadas aqui apenas em caráter exemplificativo ‒ mostram isso. São matérias que partem de números e não vão muito além deles.

A primeira, de 11 de outubro, foi publicada no caderno "Cotidiano" sob o título "SP dá 92 licenças por dia para docente com problema emocional". Subtítulo, ou, como se diz no jargão, linha fina: "De janeiro a julho, estado teve 19.500 afastamentos de professores com depressão e estresse". E há ainda um "olho" que antecede o início da reportagem: "Número corresponde a 70% do que foi dado em todo o ano passado; problema leva docentes a ‘explodirem’ em sala".

O texto trabalha com cases de São Paulo e do Rio e vem ilustrado com foto de uma professora que não pretende pisar nunca mais numa sala de aula. O que não se fica sabendo, entretanto, é algo a respeito do mundo de problemas que estão por trás dos colapsos nervosos de professores. A única pista vem minguada, rala:

"Relatos de professores à Folha mostram que a bagunça da sala, somada às vezes a problemas pessoais, leva a reações como batidas de apagadores, gritos, xingamentos e até violência física. Atos que acabam afastando muitos docentes das aulas."

Crianças "endiabradas"

Convenhamos: bagunça na sala de aula é pouco para fazer um professor perder as estribeiras. É um fenômeno mais velho do que a Sé de Braga. Só não há em colégios onde vigora disciplina militar, se é que eles ainda existem. Não justifica o que a matéria, curiosamente, descreve como "sintomas de um distúrbio chamado histeria". O nervo da questão não é mencionado: o formato da escola não convence mais os estudantes, não responde mais às necessidades deles. Entre outras razões, pela facilidade com que têm acesso a informações, de boa ou duvidosa qualidade.
A irreverência cresce em proporção ao sentimento de inutilidade da faina escolar. Muitos professores não têm treinamento em didática porque isso não é objeto de atenção na universidade. Há escolas em áreas altamente problemáticas, onde é arriscado entrar, ficar e sair. Muitos diretores não se empenham em manter padrões mínimos de qualidade do ensino, aprendizagem, convivência, urbanidade.

A explicação dos "problemas pessoais" não leva a lugar nenhum. Quem não os tem? Quem pode dizer que eles nunca interferiram em sua atividade profissional?

Uma nota pitoresca. A reportagem diz que "Daniela [nome fictício], 40, também não quer mais voltar. Ela tirou uma licença de 90 dias depois de ‘explodir’ na sala de aula e gritar com os alunos. Foi socorrida por colegas. Docente do 3º ano fundamental (alunos com oito anos), diz ter sido ameaçada e agredida pelo estudantes". Ora, como é que alunos com oito anos de idade podem "ameaçar e agredir" uma professora? Parece filme de terror, com crianças "endiabradas". Será que os ex-aluninhos de Daniela estão com essa bola toda?

Notícia seria o contrário

A outra reportagem também mergulha na numerologia e, quando sai do outro lado, constata-se que não disse rigorosamente nada. É do dia 14 de outubro, caderno "Poder", e tem os seguintes título e complemento: "Tiririca é o mais votado nos presídios de SP. Ele foi notificado por ação que o acusa de ter falsificado documento entregue ao STF".

Aqui, para começar, temos um caso típico em que o autor do título forçou a barra porque uma informação não tem qualquer relação com a outra. São duas matérias diferentes que alguém resolveu unificar. Ou será que o nobre redator quis dar a entender que Tiririca, por ter sido acusado de falsificação, deveria estar preso à espera de julgamento? Ou então, em outra vertente, que o fato de ter sido o "mais votado" (com 122 votos num universo de 1.464 eleitores, diga-se de passagem) é explicado pela acusação de falsificação?

É o caso de se perguntar: Tiririca foi o mais votado; e daí? Por que os presos provisórios habilitados a votar teriam comportamento diferente de seus concidadãos paulistas em liberdade que deram 1,3 milhão de votos ao candidato puxador de votos? Notícia mesmo, segundo os manuais de redação, seria exatamente o contrário: "Tiririca não foi o mais votado nos presídios", o que faria suspeitar de um nível de consciência diferenciado entre os que andam vendo o sol nascer quadrado.

Mudança cultural

Fato interessante aparece quase no pé da matéria: "O candidato a deputado federal Ney Santos (PSC), que foi acusado pela polícia de ligação com a facção criminosa PCC, conseguiu apenas dois votos nos presídios (e 40.319 votos fora deles; o Partido Social Cristão de São Paulo elegeu Marco Antônio Feliciano, com 211.855 votos, e Marcelo Theodoro de Aguiar, com 98.842 votos)".
A matéria sobre a votação de Tiririca nos presídios também esteve em destaque no serviço "Eleições 2010" do portal UOL. Ela contém toda a numerologia dos resultados produzidos por esses 1.464 votantes: presidente, governador, senador, alguns candidatos a deputado federal e outros a deputado estadual. Não chega a conclusão alguma, não contém nenhuma análise.
Sem querer desmerecer o trabalho que deu fazer essa matéria, o retrato superficial só reforça a tese de que a mudança cultural que vai garantir a saúde futura dos jornais e revistas mal começou – e precisa avançar com velocidade.


CASO MARIA RITA KEHL
Liberdade de imprensa, direito da cidadania
Por Dalmo de Abreu Dallari em 19/10/2010

A liberdade de imprensa é um dos valores fundamentais da democracia e não deve ser confundida com liberdade de empresa sem compromisso com a cidadania. Na realidade, a liberdade de imprensa é um direito dos cidadãos, que devem ter na imprensa uma fonte de informações verdadeiras e um veículo de manifestação livre do pensamento. Isso está expresso na Constituição brasileira, que no artigo 220 estabelece que nenhuma lei conterá dispositivo que possa constituir embaraço à plena liberdade de informação jornalística, dispondo também que é vedada toda e qualquer censura de natureza política, ideológica e artística. É importante notar que o mesmo dispositivo constitucional contém a garantia da liberdade e a proibição da censura, normas que se conjugam e se complementam, não havendo como conciliar a prática da censura com o exercício da liberdade.

Não é preciso dizer mais do que isso para que fique evidente que é absolutamente contraditório, e manifestamente inconstitucional, um órgão de imprensa exigir que seja garantido o seu direito à liberdade ao mesmo tempo em que ele próprio faz uma retaliação com evidente caráter de censura política e ideológica. Note-se que a Constituição veda toda e qualquer censura de natureza política, ideológica ou artística, seja quem for o censor.

Se a liberdade de imprensa é indispensável para assegurar aos órgãos de imprensa a liberdade de informar e de dar publicidade a manifestações de pensamento, é também indispensável que os órgãos da imprensa livre não ocultem ou distorçam os fatos relevantes que sejam verdadeiros, nem atuem como censores, impedindo as manifestações de pensamento que não forem de seu agrado e excluindo ou procurando marginalizar os que contrariem suas convicções e conveniências.

Censura inexistente

Essas observações são necessárias e oportunas para que seja de amplo conhecimento público que uma dessas contradições está ocorrendo agora no Brasil, envolvendo um tradicional órgão de imprensa e atingindo uma notável figura de intelectual, vítima de censura e retaliação por expressar verdades e convicções que não são do agrado de alguns editores. O que torna ainda mais chocantes os fatos é que os dirigentes do grande jornal, ao mesmo tempo em que posam de vítimas de uma censura, na realidade inexistente, agem como censores rigorosos e intolerantes e punem um "delito de opinião".

O jornal em questão é O Estado de S.Paulo, que vem publicando diariamente uma nota informando há quantos dias ele está sob censura, chegando agora a mais de 400 dias. Na realidade, não existe qualquer fato ou informação que ele, particularmente, esteja proibido de publicar por força de uma decisão judicial ou de imposição de alguma autoridade. Não há, portanto, qualquer censura limitando a liberdade de informação e expressão desse jornal. Ele vem usando a liberdade de imprensa, que lhe está plenamente assegurada, para divulgar diariamente, há muitos meses, uma informação que não é verdadeira.

Direito e privilégio

Como é já de amplo conhecimento público, e vem sendo motivo de indignação das pessoas que desejam e defendem a liberdade de imprensa como direito da cidadania, uma violência foi cometida por dirigentes de O Estado de S. Paulo contra a notável psicanalista, e até há pouco articulista daquele jornal, Maria Rita Kehl. Agindo e expressando-se com inatacável padrão ético e estrito respeito pela pessoa humana e pelos valores da sociedade democrática, Maria Rita Kehl vinha publicando quinzenalmente seus artigos, altamente apreciados, analisando fatos e comportamentos sociais, com a agudeza de observadora especializada em psicanálise e com o senso crítico de uma autêntica humanista.

Isso aconteceu com regularidade até o dia 2 de outubro, quando publicou um artigo intitulado "Dois pesos...", no qual, com elegância e objetividade, analisou e criticou a atitude dos que, movidos pelo egoísmo e por pretensa superioridade, manifestam indignação e inconformidade com o peso eleitoral de pessoas das camadas mais pobres da população, que, libertas das tradicionais amarras da mendicância e da dependência, adotam opção política oposta à dos tradicionais dominadores e exploradores da pobreza.

Em represália ao atrevimento da publicação desse artigo, Maria Rita Kehl foi sumariamente demitida, vítima da censura e da intolerância. Para ela a liberdade de imprensa não valia, pois na concepção dos que a despediram essa liberdade não é um direito de todos, é um privilégio dos que pertencem a uma elite superior.

Existe ainda a esperança de que do corpo dirigente daquele jornal façam parte, com voz ativa, verdadeiros democratas, que tenham consciência da importância da liberdade de imprensa para a existência de uma sociedade livre e justa, na qual não se faça qualquer censura de natureza política, ideológica ou artística. Devolva-se a Maria Rita Kehl a sua liberdade de imprensa.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Numero 248











Hoje não temos imagens, não temos charges. Temos artigos sérios, profundamente sérios. A campanha eleitoral chegou ao ponto de ebulição que ameaça seriamente a democracia.
Leitores mais jovens provavelmente não imaginam que nós, os mais velhos, estamos assistindo a um filme cujo enredo é conhecido. E cujo final é tétrico.
Eu pensava o que escrever, mas hoje recebi uma matéria do Nassif que diz exatamente o que eu pensava. Então tomo a liberdade de iniciar o Boletim com ela.
Mas as outras matérias, eu gostaria que meus leitores e minhas leitoras realmente lessem e pensassem bem a respeito.
A segunda matéria deste Boletim trata de um assunto da máxima gravidade.
Se você está com pouco tempo, leitor, leia apenas essas duas.
Mas antes, leia isso aqui:
O fascismo não foi apenas um "mau momento" ou uma "má experiência"... Para Felix Guattari, "dever-se-ia, portanto, renunciar definitivamente a fórmulas demasiado simplistas do gênero: 'o fascismo não passará'. Ele não só já passou, como passa sem parar. Passa através da mais fina malha; ele está em constante evolução; parece vir de fora, mas encontra sua energia no coração do desejo de cada um de nós. Em situações aparentemente sem problemas, catástrofes podem aparecer de um dia para o outro".
A psicologia de massa do fascismo à brasileira
Enviado por luisnassif (WWW.novae.inf.br)
Há tempos alerto para a campanha de ódio que o pacto mídia-FHC estava plantando no jogo político brasileiro.
O momento é dos mais delicados. O país passa por profundos processos de transformação, com a entrada de milhões de pessoas no mercado de consumo e político. Pela primeira vez na história, abre-se espaço para um mercado de consumo de massa capaz de lançar o país na primeira divisão da economia mundial
Esses movimentos foram essenciais na construção de outras nações, mas sempre vieram acompanhados de tensões, conflitos, entre os que emergem buscando espaço, e os já estabelecidos impondo resistências.
Em outros países, essas tensões descambaram para guerras, como a da Secessão norte-americana, ou para movimentos totalitários, como o fascismo nos anos 20 na Europa.
Nos últimos anos, parecia que Lula completaria a travessia para o novo modelo reduzindo substancialmente os atritos. O reconhecimento do exterior ajudou a aplainar o pesado preconceito da classe média acuada. A estratégia política de juntar todas as peças – de multinacionais a pequenas empresas, do agronegócio à agricultura familiar, do mercado aos movimentos sociais – permitiu uma síntese admirável do novo país. O terrorismo midiático, levantando fantasmas com o MST, Bolívia, Venezuela, Cuba e outras bobagens, não passava de jogo de cena, no qual nem a própria mídia acreditava.
À falta de um projeto de país, esgotado o modelo no qual se escudou, FHC – seguido por seu discípulo José Serra – passou a apostar tudo na radicalização. Ajudou a referendar a idéia da república sindicalista, a espalhar rumores sobre tendências totalitárias de Lula, mesmo sabendo que tais temores eram infundados.
Em ambientes mais sérios do que nas entrevistas políticas aos jornais, o sociólogo FHC não endossava as afirmações irresponsáveis do político FHC.
Mas as sementes do ódio frutificaram. E agora explodem em sua plenitude, misturando a exploração dos preconceitos da classe média com o da religiosidade das classes mais simples de um candidato que, por muitos anos, parecia ser a encarnação do Brasil moderno e hoje representa o oportunismo mais deslavado da moderna história política brasileira.
O fascismo à brasileira
Se alguém pretende desenvolver alguma tese nova sobre a psicologia de massa do fascismo, no Brasil, aproveite. Nessas eleições, o clima que envolve algumas camadas da sociedade é o laboratório mais completo – e com acompanhamento online - de como é possível inculcar ódio, superstição e intolerância em classes sociais das mais variadas no Brasil urbano – supostamente o lado moderno da sociedade.
Dia desses, um pai relatou um caso de bullying com a filha, quando se declarou a favor de Dilma.
Em São Paulo esse clima está generalizado. Nos contatos com familiares, nesses feriados, recebi relatos de um sentimento difuso de ódio no ar como há muito tempo não se via, provavelmente nem na campanha do impeachment de Collor, talvez apenas em 1964, período em que amigos dedavam amigos e os piores sentimentos vinham à tona, da pequena cidade do interior à grande metrópole.
Agora, esse ódio não está poupando nenhum setor. É figadal, ostensivo, irracional, não se curvando a argumentos ou ponderações.
Minhas filhas menores freqüentam uma escola liberal, que estimula a tolerância em todos os níveis. Os relatos que me trazem é que qualquer opinião que não seja contra Dilma provoca o isolamento da colega. Outro pai de aluna do Vera Cruz me diz que as coleguinhas afirmam no recreio que Dilma é assassina.
Na empresa em que trabalha outra filha, toda a média gerência é furiosamente anti-Dilma. No primeiro turno, ela anunciou seu voto em Marina e foi cercada por colegas indignados. O mesmo ocorre no ambiente de trabalho de outra filha.
No domingo fui visitar uma tia na Vila Maria. O mesmo sentimento dos antidilmistas, virulento, agressivo, intimidador. Um amigo banqueiro ficou surpreso ao entrar no seu banco, na segunda, é captar as reações dos funcionários ao debate da Band.
A construção do ódio
Na base do ódio um trabalho da mídia de massa de martelar diariamente a história das duas caras, a guerrilha, o terrorismo, a ameaça de que sem Lula ela entregaria o país ao demonizado José Dirceu. Depois, o episódio da Erenice abrindo as comportas do que foi plantado.
Os desdobramentos são imprevisíveis e transcendem o processo eleitoral. A irresponsabilidade da mídia de massa e de um candidato de uma ambição sem limites conseguiu introjetar na sociedade brasileira uma intolerância que, em outros tempos, se resolvia com golpes de Estado. Agora, não, mas será um veneno violento que afetará o jogo político posterior, seja quem for o vencedor.
Que país sairá dessas eleições?, até desanima imaginar.
Mas demonstra cabalmente as dificuldades embutidas em qualquer espasmo de modernização brasileira, explica as raízes do subdesenvolvimento, a resistência história a qualquer processo de modernização. Não é a herança portuguesa. É a escassez de homens públicos de fôlego com responsabilidade institucional sobre o país. É a comprovação de porque o país sempre ficou para trás, abortou seus melhores momentos de modernização, apequenou-se nos momentos cruciais, cedendo a um vale-tudo sem projeto, uma guerra sem honra.
Seria interessante que o maior especialista da era da Internet, o espanhol Manuel Castells, em uma próxima vinda ao Brasil, convidado por seu amigo Fernando Henrique Cardoso, possa escapar da programação do Instituto FHC para entender um pouco melhor a irresponsabilidade, o egocentrismo absurdo que levou um ex-presidente a abrir mão da biografia por um último espasmo de poder. Sem se importar com o preço que o país poderia pagar.



Dilma é alvo de grupos de extrema-direita e neonazistas

O jornalista Tony Chastinet fez um levantamento minucioso sobre a origem de um dos e-mails caluniosos que circulam contra a candidata Dilma Rousseff (PT). Não precisou de dinheiro, nem de ferramentas especiais. Usou basicamente o “Google”. Gastou alguns minutos e usou a experiência de quem já investigou dezenas e dezenas de picaretas em suas reportagens investigativas. Tony Chastinet descobriu que o email partiu de gente ligada à extrema-direita e a grupos neonazistas. Gente com nome, sobrenome e endereço. O jornalista apresenta as provas.
Rodrigo Vianna/Tony Chastinet
Publicado originalmente no blog Escrevinhador, de Rodrigo Vianna

Não é difícil rastrear os caminhos da boataria que atingiu Dilma Rousseff, poucas semanas antes do primeiro turno. A campanha do PT parece não ter levado a sério a ameaça. E a boataria e as calúnias prosseguem.

O jornalista Tony Chastinet – colega com quem tive o prazer de dividir o prêmio Vladimir Herzog em 2007, e com quem produzi a série de reportagens sobre as centrais clandestinas de tortura durante a ditadura – fez um levantamento minucioso sobre a origem de um desses e-mails caluniosos. Não precisou de dinheiro, nem de ferramentas especiais. Usou basicamente o “Google”. Gastou alguns minutos e usou a experiência de quem já investigou dezenas e dezenas de picaretas em suas reportagens investigativas.

Tony Chastinet descobriu que o email partiu de gente ligada à extrema-direita. Gente com nome, sobrenome e endereço. Confiram…

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O CAMINHO DA CALÚNIA

por Tony Chastinet

Recebi ontem à noite um daqueles e-mails nojentos e anônimos, que estão circulando na internet, com calúnias contra a candidata Dilma Roussef. Decidi gastar alguns minutos para tentar identificar os autores. Consegui, e repasso abaixo as informações sobre os autores da baixaria – incluindo as fontes da pesquisa.

Há um e-mail circulando na internet com o seguinte título: “Candidatos de esquerda”. Na mensagem há uma série de calúnias contra Dilma, e o pedido para se votar no Serra. Também recomenda a leitura do site www.tribunanacional.com.br.

Entrei na página e de cara me deparei com aquela foto montada da Dilma ao lado de um fuzil. Uma verdadeira central de calúnias ligada à extrema direita. Vejam uma amostra neste link http://www.tribunanacional.com.br/v2/editorial/a-terrorista/.

O e-mail foi enviado para minha caixa postal na noite de domingo. O remetente é um tal de Ingo Schimidt (ingo@tribunanacional.com.br). O site está registrado na Fapesp em nome do “Círculo Memorial Octaviano Pinto Soares”.

Essa associação tem CNPJ (026.990.366/0001-49), está localizada na SCRN, 706-707, Bloco B, Sala 125, na Asa Norte, em Brasília. O responsável pelo site chama-se Nei Mohn. Em uma pesquisa superficial na internet, descobre-se que ele foi presidente da “Juventude Nazista” em 1968. Era informante do Cenimar e suspeito de atos de terrorismo na década de 80 (bombas em bancas de jornais e outros atentados feitos pela tigrada da comunidade de informações). Também foi investigado por falsificar o jornal da Igreja Católica, atacando religiosos que denunciavam torturas, assassinatos e desaparecimentos (vejam abaixo nas fontes).

Nunca foi investigado e sequer punido pelas barbaridades que aprontou. Para isso, contou com a proteção dos militares e da comunidade de informações para abafar os escândalos e investigações.

Prossegui na pesquisa e descobri que o filho de Nei, o advogado Bruno Degrazia Möhn trabalha para um grande escritório de advocacia de Brasília contratado por Daniel Dantas para representar o deputado federal Alberto Fraga (DEM) em ação no TCU movida pelo deputado para tentar impedir a compra de ações da BRT/OI pelos fundos de pensão.

Interessante essa ligação entre a extrema direita, nazistas e Daniel Dantas. Mas tem mais.

No registro do site ainda há outros dois nomes apontados como responsáveis pela página: Antonio Afonso Xavier de Serpa Pinto e Zoltan Nassif Korontai.

Serpa Pinto trabalha na Secretaria da Fazenda de Mato Grosso. Korontai é responsável pelo site http://www.projetovendabrasil.com.br. É um negócio estranho como pode ser visto na página da internet. Ele atua na área de tecnologia e fez concurso para analista de sistemas no TRE do Paraná.

O cadastro do site dele está em nome da CliqueHost Internet Hosting e Eletro Eletrônicos (CNPJ 008.144.575/0001-90 – Avenida Doutor Chucri Zaidan, 246, SL 18, São Paulo). O responsável chama-se Frederich Resende Soares Marinho.

Marinho é consultor de informática e trabalha em Piraúba (MG). Há uma série de reclamações de que ele vendeu hospedagens de site e não entregou o serviço. Ele é membro da Assembleia de Deus em Sorocaba.

Outro dado interessante: Ingo coloca um link no e-mail para quem não quiser mais receber as mensagens. Esse link aponta para o seguinte endereço: ingo.newssender.com.br. Newssender é um serviço de marketing eletrônico (leia-se spam) registrado e vendido pela Locaweb Serviços de Internet S/A. O curioso é que é o mesmo provedor que hospeda o site do candidato tucano.

===

Fontes:

– Tribuna Nacional – Dados do Registro.br

domínio: tribunanacional.com.br

entidade: Círculo Memorial Octaviano Pinto Soares

documento: 026.990.366/0001-49

responsável: Nei Möhn

2 – Nei Mohn

Matéria Veja de 1980 – http://www.arqanalagoa.ufscar.br/pdf/recortes/R06814.pdf

Matéria da Isto É de 1982 – http://www.arqanalagoa.ufscar.br/pdf/recortes/R03648.pdf

3 – Filho de Nei

Bruno Degrazia Möhn (OAB/DF 18.161)

Trabalha no escritório Menezes e Vieira Advogados Associados – http://www.migalhas.com.br/mostra_noticia_articuladas.aspx?cod=11457 – artigo defesa ppp

Escritório contratado por Dantas no caso BRT – http://www.anapar.com.br/noticias.php?id=6602

4 – Antonio Afonso Xavier de Serpa Pinto

Funcionário da secretaria estadual da fazenda de mato grosso

http://app1.sefaz.mt.gov.br/Sistema/Legislacao/legislacaopessoa.nsf/2b2e6c5ed54869788425671300480214/88e35b271696c3bf0425738500423ded?OpenDocument

5 – Zoltan Nassif Korontai

Site dele – http://www.projetovendabrasil.com.br/?pg=calculadora-de-ivestimento&p=253

Dados do registro.br

domínio: projetovendabrasil.com.br

entidade: CliqueHost Internet Hosting e Eletro Eletrônicos L


De FHC a Serra, o PSDB virou trombeta da Opus Dei
2010-10-13 21:47:22

[Leandro Forte] Fernando Henrique Cardoso é hoje um velho solitário de Higienópolis, por onde zanza, esquecido, entre moradores indiferentes. Pelas ruas do nobre bairro paulistano, FHC nem curiosidade mais desperta nos transeuntes, embora muitos deles o aceitem como mau professor da aula magna do neoliberalismo ainda ensaiada, agora em ritmo de Marcha sobre Roma, pelo candidato José Serra, herdeiro político a quem despreza.
Leia. Comente
http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1664


Coragem!... Veja até o fim. É difícil, mas veja.
Preste bastante atenção em tudo, please!

Assista e ASSUSTE:

http://www.youtube.com/watch?v=Ig9pE6qwzxw

E então? Viu tudo?
Esse vídeo é UM RAIO X espetacular, concorda?
DIVULGUE!

Weslian Roriz e Mônica: O levante das Amélias pitbull
Cynara Menezes

Em novembro de 1994, fui cobrir a participação de Ruth Cardoso, esposa do presidente eleito Fernando Henrique, no congresso da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs), que até hoje acontece em Caxambu, Minas. Depois de flanar durante o dia por entre as mesas-redondas e palestras, dona Ruth sentou-se à beira da piscina do hotel, com seus amigos intelectuais, para fumar um cigarrinho e tomar um drinque. Ali vi que era o tipo de mulher a admirar: inteligente, independente, interessante. Eu nunca votaria no marido dela para nada, mas dona Ruth era a perfeita primeira-dama. Termo, que, coerentemente, odiava.
Sou uma espécie de especialista em primeiras-damas. Sempre que estive em Brasília cobrindo política, elas eram “minha área”. Fui a primeira jornalista do País a entrevistar Rosane Collor após a vitória em 1989, e depois da posse, em 1990. Collor foi substituído por Itamar Franco, que era divorciado. E então veio dona Ruth. Claro que a discreta antropóloga foi um sopro de civilidade diante da moça simplória, cuja característica mais marcante era combinar a bolsa com os sapatos. E que achava ser primeira-dama “bárbaro”. Com Lula chegou dona Marisa Letícia que, pena, optou por ser silenciosa. Mas, com exceção da estrela sem noção que quis pôr nos jardins do Alvorada, nada fez que pudesse me envergonhar como cidadã.
Dona Ruth foi de longe a mais completa das primeiras-damas, mas ainda assim era primeira-dama, não presidente. E vejam só. Agora que se desenha a possibilidade de termos finalmente uma mulher no cargo máximo da Nação, e não um apêndice – admirável ou não –, eis que duas integrantes do sexo feminino saem da sombra onde se achavam para colocar as brasileiras “em seu devido lugar”, com a mensagem subliminar de que não nascemos para presidir, e sim para sermos eternamente primeiras-damas. No máximo, vice-presidentes, cargo que Rita Camata topou ocupar ao lado de José Serra em 2002. Presidente, não. Se ser primeira-dama é tão bom, toda a glória e nenhum poder…
Não consigo ver diferenças profundas entre Weslian Roriz e Mônica Serra. Deveria, pois enquanto a primeira é a típica mulher “do lar” da geração de nossas mães, a segunda esteve exilada com o marido no Exterior, estudou em universidades norte-americanas, tem até doutorado. Do jeito que tem se posicionado, foi uma surpresa para mim descobrir isso – sinceramente, pensava que era apenas uma ex-bailarina e dona-de-casa. O caso da senhora Roriz é sem dúvida mais grave: ela quer se tornar governadora para continuar a ser primeira-dama! Já Mônica quer ser primeira-dama, e basta. Alguém duvida, porém, que faria o mesmo pelo “Zé” se ele, por alguma razão, pedisse? Que se lançaria às feras de uma eleição, como Weslian, para agradar ao marido?
O tipo de fidelidade canina de Mônica é idêntico ao da mulher de Roriz. Como Amélias pitbull, ambas são capazes de atacar quem quer que seja na defesa do macho da casa e da instituição familiar. Ambas se dizem católicas fervorosas. E ambas apelam para o aborto para tentar derrotar os adversários dos maridos. No debate do primeiro turno na Globo do Distrito Federal, a “doce” Weslian virou-se para Agnelo Queiroz, do PT, e, em vez de responder à pergunta que lhe foi feita, leu seu papelzinho: “Ah, o senhor é comunista, não acredita em Deus! Então, é a favor do aborto ou não?” Mônica recebeu a incumbência, ao lado do vice Índio da Costa, de atiçar pastores e padres para que associem Dilma Rousseff a valores condenados pela igreja. Nas palavras da candidata a primeira-dama, Dilma “gosta de matar criancinhas”.
Tanto o comportamento da mulher-laranja, que ocupa o lugar do marido ficha-suja, como o da mulher que assume a estratégia mais rasteira da campanha para deixar a figura do esposo imaculada me parecem igualmente desprezíveis. Weslian e Mônica encarnam a perfeita antítese dos quase 50 anos de movimento feminista no mundo.
Quem diria? Em pleno século 21, após tantas lutas e conquistas, surgem do nada duas mulheres sem brilho próprio para impor, em Brasília e no Brasil, uma moral arcaica, retrógrada, em que aborto não é um problema de saúde pública, mas religioso.
E o pior, para insinuar que nosso papel deve continuar a ser subalterno, subserviente, que não estamos “preparadas” para sermos presidentes. Não é assim que fala a propaganda do maridão de Mônica? O mais engraçado é que a ação delas se dá justamente diante da perspectiva de passarmos quatro (ou oito) anos sem ter primeira-dama alguma. É como se Weslian e Mônica estivessem à frente de um levante de felizes e ferozes donas-de-casa preocupadas em salvaguardar a existência de um cargo por si – Ruth Cardoso tinha toda razão em abominar o termo – meio patético.
Somos iguais aos homens. Não somos maiores, mas não somos menores. Não nascemos para servir – embora, gentis, gostemos de servir. Não fomos feitas para nos submeter a tudo que os homens querem, nem os nossos homens. E não viemos ao mundo para sermos primeiras-damas resignadas em permanecer nos bastidores, na cozinha, ou, na melhor das hipóteses, servindo de peça de enfeite, ornando poderosos. Estamos, sim, preparadas para estar no comando do país.
A postura de Weslian Roriz e Mônica Serra me causa indignação e estou segura que indignaria Ruth Cardoso, se fosse viva. Sobre o aborto, aliás, ela declarou em 1999, em entrevista no programa Roda Viva: “Eu acho que se deve garantir o direito às mulheres de usarem ou não essa possibilidade”. Não surpreende que pensasse assim. Dona Ruth não era nenhuma Amélia.
Via CartaCapital
http://limpinhocheiroso.blogspot.com/2010/10/weslian-roriz-e-monica-o-levante-das.html



Para os que acreditam que não há mais direita (WWW.novae.inf.br)
Marcelo Carneiro da Cunha, em seu blog
de São Paulo
Estimados leitores, sim, a direita existe. Papai Noel talvez não exista assim lá muito concretamente, existem dúvidas quanto a real natureza dos duendes e da Jessica Alba, eu sinceramente creio que pensar em OVNIS é absoluta falta de tempo ou noção, e nunca vi uma mulher dotada de senso de humor, portanto, acho que não existem.
Mas, a direita, estimados leitores, existe.
Ela faz que não, jura que se reformou e agora adora a humanidade, inclusive a que não possui conta em paraíso fiscal; ela assegura a quem estiver por perto que essa coisa de direita é ultrapassada e agora somos todos de centro, mas isso é, nas palavras da minha boa, sólida e direitista avó Jovita, papo pra boi dormir.
A direita, estimados leitores, está aqui ao nosso redor, louquinha pra mostrar o que é bom pra tosse. Ela fez que saiu de cena e se mandou para o Maranhão, onde os Sarney cuidam de tudo e ninguém diz ai sem saber para que lado o vento sopra, mas não é verdade. Ela está aqui, ela está ali, ela está em toda parte, e sempre do lado da sombra, que é onde ela se sente mais à vontade.
Se você caiu nesse conto do vigário e do bispo, de que a direita não existe, lembre que tanto o vigário quanto o bispo são os representantes dela vestidos em robes esquisitos ou em ternos de mau-gosto. Eles detestam as minorias, não é? Eles não querem saber de gays tendo os seus direitos constitucionais respeitados, não é? Mulher é tão inferior que não pode ser ordenada, não é mesmo?
A direita faz que não está ali, que agora entrou pro mercado de ações e aprendeu a se comportar, mas ela é a mesma, estimados leitores. Ela não gosta de liberdades, tem pavor dessa tal de democracia, com a qual ela finge que concorda porque não há outro jeito. Ela nunca engoliu o sapo barbudo, e foi engolida por ele, mas não se conforma.
A direita descobriu a internet, estimados leitores, e nos encheu de emails sobre o horror do PT e o fim do mundo que o Lula aprontou pra todos nós. Você não recebeu toneladas de mails raivosos e rabugentos nesses tempos e mesmo antes deles? Como se parecem esses mails? Eles não têm sabor de veneno e olhar de predador louco pela sua carcaça? Eles não ficam lhe avisando para se cuidar com tudo que está ali fora? Eles não lhe avisam que o que está ali fora quer terminar com a civilização ocidental e o direito divino dos que sempre tiveram tudo de continuar tendo? Eles não são basicamente contra tudo?
A única desvantagem séria que a direita tem em relação ao resto do mundo, é que ela pode ser desprovida de respeito por você e de escrúpulos com relação a tudo, mas, felizmente, ela é burra. Ela ruge contra tudo que está aí, mas ela não compreende quase nada do que acontece. Ela grita, mas não sabe, ela reclama, mas não propõe. Algum dos emails que você recebeu propunha alguma coisa que fosse utilizável por um cidadão de bem, ou não passava de denuncias tão malucas quanto improvadas?
A direita, estimado leitor, não está nem aí para as provas, ou para a razão, pois ela não precisa de nada disso para viver. Para ela, basta a raiva. Algum email que você recebeu era raivoso?
A direita se faz de boazinha e carola, e a gente diz, óoooo, que terna! Aí vem a eleição, e a maioria do povo não se mostra simpática a ela, e ela mostra o seu real rosto, em sua sublime feiúra. Sabe criança que se faz de boazinha, aí você diz não e ela abre o berreiro? Você recebeu algum email com berreiro recentemente?
A direita sabe de ódio de classe, estimados leitores. Ela não entende, não aceita, não imagina um mundo de iguais. Ela diz que o Bolsa Família está destruindo a sociedade porque agora os mais pobres preferem não fazer nada a trabalhar nas casas deles. Você não recebeu mail sobre isso? Sobre os pobres preguiçosos que não querem mais trabalhar por migalha? Ela suportou o Lula porque não havia muita escolha e ele era espero demais para ela, mas agora quer vingança. Você recebeu emails pedindo vingança, estimado leitor?
Alguns de vocês talvez achem que o nome do sistema define se ele é esquerda ou direita. Basta o partido ter social no nome para ser de esquerda. E portanto, nenhum partido é de direita, já que nenhum se anuncia assim. Não é o nome, estimados leitor, mas a atitude. Alguém aí duvida que o tal de DEM é de direita? Mas ele não se anuncia assim, não é?
Assim, estimados leitores, e para simplificar as coisas, o Chavez é de direita, assim como o Bibi. O odioso Ahmadinejad e seus aitatolás são pra lá de Bagdá, se o assunto é direitismo. Cuba é de direita, a Rússia idem. A Europa Ocidental é toda de esquerda, em matizes que variam em torno da clássica social-democracia, o Brasil tem sido governado de um jeito de centro esquerda, a Argentina é peronista, o que quer dizer que não há como saber de que lado ela fica. Os Estados Unidos são de direita, mesmo que o Obama não seja ou goste disso, e a direita deles é ainda muito, mais muito cheia de raiva do que a nossa, até agora.
Uma colunista foi demitida de um grande jornal de São Paulo simplesmente por escrever uma coluna que discordava da linha editorial do jornal, que é de direita. A imprensa brasileira, toda ela, não se assume de direita e diz que essas coisas não existem e que a imprensa é livre.
A colunista de um grande jornal de direita acaba de ser demitida por ser livre. Quem não gosta de liberdade são eles. Quem não sabe o que fazer com ela, são eles. Quem inventou que eles eram democratas, foram eles. Não são, deixaram isso claro, e, portanto, colocaram à mostra os seus mesmos e enormes dentes.
A direita, estimados leitores, existe e ruge. O que você acha disso diz muito do que você é, do que o seu voto vai ser, e do que esse país vai se tornar.
Marcelo Carneiro da Cunha é escritor e jornalista. Escreveu o argumento do curta-metragem “O Branco”, premiado em Berlim e outros importantes festivais. Entre outros, publicou o livro de contos “Simples” e o romance “O Nosso Juiz”, pela editora Record. Acaba de escrever o romance “Depois do Sexo”, que foi publicado em junho pela Record. Dois longas-metragens estão sendo produzidos a partir de seus romances “Insônia” e “Antes que o Mundo Acabe”, publicados pela editora Projeto.



Minha amiga Bete Gontijo me encaminhou:

Meus queridos amigos,
Não sou de encaminhar emails e muito menos sobre política, apesar de minha intensa atividade nessa área.
Mas, dado o rumo que tomou a campanha para presidente, não tenho como ficar calada diante do falso debate sobre o aborto. Por isso, repasso-lhes minha opinião.
1. Nesses últimos oito anos, ninguém estava falando em aborto nesse país. Agora, o tema pode decidir uma eleição. No entanto, o debate para o nosso futuro, no momento, é inócuo: caso qualquer um dos lados ganhe a eleição, não vai acontecer nada, pois os dois candidatos têm a mesma posição. Ninguém vai votar lei nenhuma sobre o tema. Assim, ele é um falso tema. Mas por que as igrejas resolveram acusar a Dilma e não o Serra, que assinou, quando ministro, uma medida em prol do aborto? (os detalhes da posição do Serra estão na nota 1 abaixo).
2. O Serra quer privatizar a Petrobrás e o pré-sal. A privatização é uma de suas bandeiras de campanha; ele quer continuar o que FHC começou e a Petrobrás está na mira. Como é uma das maiores e melhores empresas do mundo, com imensas perspectivas de lucro e expansão, há muito interesse de olho no dinheirão que vem por aí (sobre os interesses na Petrobrás, veja o texto 2 abaixo)
3. Assim, enquanto o aborto está na pauta do dia, os interesses nos bilhões da Petrobrás permanecem sob uma cortina de fumaça e longe de qualquer discussão e esclarecimento. Dessa forma, a privatização pode ocorrer a partir de votos de pessoas que pensam que estão se manifestando sobre o aborto.
Por isso, sugiro que levantemos a cortina de fumaça, e nos posicionemos sobre o que essa eleição vai definir, o que realmente está em jogo.
A propósito, estou participando com grupo de amigos de uma corrente, pela internet, pela divulgação correta de informações sobre as eleições. Quem quiser participar, só me informar, que remeterei os informes, deixando clara minha opção pela Dilma.
Um grande abraço a todos.
Bete Gontijo

Segue, abaixo os textos indicados:


1. Essa é uma das inúmeras notícias sobre a posição do Serra sobre o aborto

Defendendo a verdade
Fonte: Extraído de: Partido Trabalhista - São Paulo - 05 de Outubro de 2010

Em 1998, quando era ministro da Saúde, José Serra foi acusado de atender a grupos pró-aborto por normatizar a realização do aborto nos casos previstos em lei (risco de vida para a grávida ou gravidez após estupro). Mesmo permitido desde 1940, poucos serviços públicos faziam o aborto. A normatização deu respaldo político e técnico para que mais hospitais o realizassem.
O então deputado federal Severino Cavalcanti (PP-PE) apresentou um projeto de decreto legislativo para sustar a normatização. Para ele, Serra via "o ato de ceifar uma vida inocente" como "o esvaziamento da cavidade uterina".
Ele ganhou apoio de entidades contrárias ao aborto, mas o projeto foi derrubado.
Em 2001, o Ministério da Saúde começou a distribuir com Estados e municípios a pílula do dia seguinte. Serra ocupava a pasta. Entidades católicas foram a público dizer que a pílula é abortiva.


2. A notícia seguinte é da CartaCapital
http://www.cartacapital.com.br/politica/eles-querem-e-nosso-petroleo


Eles querem é nosso petróleo

Há dias estou alertando aqui – e o noticiário dos jornais o confirma – que o alvo e o centro do desejo tucano de voltar ao poder está a milhares de metros de profundidade, ao largo do litoral brasileiro.
Eles, que não tiveram força moral ou política para derrotar a retomada do controle brasileiro sobre as jazidas do pré-sal, vão pretender mostrar um “mar de lama” na grande empresa brasileira, embora esta se submeta às mais severas regras de governança corporativa e auditoria.
Como empresa com capital negociado em bolsa, aqui e no Exterior, a Petrobras está sujeita às regras da Comissão de ValoresMobiliários (CVM) e da Bolsa de Valores de São Paulo, no Brasil; da Securities and Exchange Commission e da New York Stock Exchange, nos Estados Unidos; do Latibex da Bolsa de Madri.
Este ano, pela 2ª vez, foi apontada como a empresa mais bem gerenciada da América Latina pela revista Euromoney, de Londres.
Captou US$ 45 bilhões no mercado privado, num aumento de capital de US$ 120 bilhões, para capacitar-se a explorar atenção – a maior jazida de petróleo em propecção hoje no mundo, que é o pré-sal e é, legalmente, a operadora exclusiva da sua extração.
Sobreviveu a Fernando Henrique, embora um retalho de sua propriedade tenha sido entregue e, só a muito custo – político e econômico – foi possível recuperá-lo, parcialmente.
A Petrobras é um sucesso econômico, tecnológico e gerencial. Pergunte a um fornecedor da Petrobras os níveis de exigência da empresa em seus contratos.
Hoje, o Estadão e O Globo iniciaram a ofensiva contra a Petrobras.
Jogam, criminosamente, contra o valor de mercado da mais valiosa empresa brasileira e usam a desvalorização deste patrimônio do povo brasileiro para seus objetivos políticos eleitorais.
Desde o início da semana, em vários blogs, circulam rumores de que a Veja seria a artilharia pesada desta campanha, como o foi na CPI da Petrobras, há mais de um ano, sem que tivessem arranjado mais que alguns grãos de poeira para usar como argumentos.
Eu tenho dito há três dias: aí está o furo da bala.
O que interessa a eles é ter o poder e as condições políticas para entregar o pré-sal, que nos torna uma das maiores reservas de petróleo do mundo, a quinta ou sexta mais importante do mundo, por enquanto. E há possibilidade de novas descobertas, que já surgem, inclusive, como indícios mais palpáveis nas sondagens.
Todo o resto é cortina de fumaça. E nós não podemos dispersar nossas forças golpeando fumaça.
O discurso e a polêmica têm que se tornar claros para o povo brasileiro: é o petróleo que eles querem.





Talvez eu tenha falhado como pastor nestas eleições.

Eleições 2010 e os aproveitadores da boa fé e da credulidade evangélica

Rev. Sandro Amadeu Cerveira (02/10/10)


Talvez eu tenha falhado como pastor nestas eleições. Digo isso porque
estou com a impressão de ter feito pouco para desconstruir ou no pelo
menos problematizar a onda de boataria e os posicionamentos "ungidos"
de alguns caciques evangélicos. [1]

Talvez o mais grotesco tenham sido os emails e "vídeos" afirmando que
votar em Dilma e no PT seria o mesmo que apoiar uma conspiração que
mataria Dilma (por meios sobrenaturais) assim que fosse eleita e logo
a seguir implantaria no Brasil uma ditadura comunista-luciferiana
pelas mãos do filho de Michel Temer. Em outras o próprio Temer seria o
satanista mor. Confesso que não respondi publicamente esse tipo de
mensagem por acreditar que tamanha absurdo seria rejeitada pelo bom
senso de meus irmãos evangélicos. Para além da "viagem" do conteúdo a
absoluta falta de fontes e provas para estas "notícias" deveria ter
levado (acreditei) as pessoas de boa fé a pelo menos desconfiar destas
graves acusações infundadas. [2]

A candidata Marina Silva, uma evangélica da Assembléia de Deus, até
onde se sabe sem qualquer mancha em sua biografia, também não saiu
ilesa. Várias denominações evangélicas antes fervorosas defensoras de
um "candidato evangélico" a presidência da república simplesmente
ignoraram esta assembleiana de longa data.

Como se não bastasse, Marina foi também acusada pelo pastor Silas
Malafaia de ser "dissimulada", "pior do que o ímpio" e defender,
(segundo ele), um plebiscito sobre o aborto. Surpreende como um líder
da inteligência de Malafaia declare seu apoio a Marina em um dia, mude
de voto três dias depois e à apenas 6 dias das eleições desconheça as
proposições de sua irmã na fé.

De fato Marina Silva afirmou (desde cedo na campanha, diga-se de
passagem) que "casos de alta complexidade cultural, moral, social e
espiritual como esses, (aborto e maconha) deveriam ser debatidos pela
sociedade na forma de plebiscito" [3], mas de fato não disse que uma
vez eleita ela convocaria esse plebiscito.

O mais surpreendentemente, porém foi o absoluto silêncio quanto ao
candidato José Serra. O candidato tucano foi curiosamente poupado.
Somente a campanha adversária lembrou que foi ele, Serra a trazer o
aborto para dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) [4]. Enquanto
ministro da saúde o candidato do PSDB assinou em 1998 a norma técnica
do SUS ordenando regras para fazer abortos previstos em lei, até o 5º
mês de gravidez [5]. Fiquei intrigado que nenhum colega pastor
absolutamente contra o aborto tenha se dignado a me avisar desta
"barbaridade".

Também foi de estranhar que nenhum pastor preocupado com a legalização
das drogas tenha disparado uma enxurrada de-mails alertando os
evangélicos de que o presidente de honra do PSDB, e ex-presidente da
República Fernando Henrique Cardoso defenda a descriminalização da
posse de maconha para o consumo pessoal [6].

Por fim nem Malafaia, nem os boateiros de plantão tiveram interesse em
dar visibilidade a noticia veiculada pelo jornal a Folha de São Paulo
(Edição eletrônica de 21/06/10) nos alertando para o fato de que "O
candidato do PSDB à Presidência, José Serra, afirmou nesta
segunda-feira ser a favor da união civil e da adoção de crianças por
casais homossexuais." [7]

Depois de tudo isso é razoável desconfiar que o problema não esteja
realmente na posição que os candidatos tenham sobre o aborto, união
civil e adoção de crianças por homossexuais ou ainda a
descriminalização da maconha. Se o problema fosse realmente o
comprometimento dos candidatos e seus partidos com as questões acima
os líderes evangélicos que abominam estas propostas não teriam
alternativa.

A única postura coerente seria então pregar o voto nulo, branco ou
ainda a ausência justificada. Se tivessem realmente a coragem que
aparentam em suas bravatas televisivas deveriam convocar um boicote às
eleições. Um gigantesco protesto a-partidário denunciando o fato de
que nenhum dos candidatos com chances de ser eleitos tenha realmente
se comprometido de forma clara e inequívoca com os valores
evangélicos. Fazer uma denuncia seletiva de quem esta comprometido com
a "iniqüidade" é, no mínimo, desonesto.

Falar mal de candidato A e beneficiar B por tabela (sendo que B está
igualmente comprometido com os mesmo "problemas") é muito fácil.
Difícil é se arriscar num ato conseqüente de desobediência civil como
fez Luther King quando entendeu que as leis de seu país eram iníquas.

Termino dizendo que não deixarei de votar nestas eleições.

Não o farei por ter alguma esperança de que o Estado brasileiro
transforme nossos costumes e percepções morais em lei criminalizando o
que consideramos pecado. Aliás tenho verdadeiro pavor de abrir esse
precedente.

Não o farei porque acredite que a pessoa em quem votarei seja
católica, cristã ou evangélica e isso vá "abençoar" o Brasil. Sei,
como lembrou o apóstolo Paulo, que se agisse assim teria de sair do
mundo.

Votarei consciente de que os temas aqui mencionados (união civil de
pessoas do mesmo sexo, descriminalização do aborto, descriminalização
de algumas drogas entre outras polêmicas) não serão resolvidos pelo
presidente ou presidenta da república. Como qualquer pessoa informada
sobre o tema, sei que assuntos assim devem ser discutidos pela
sociedade civil, pelo legislativo e eventualmente pelo judiciário
(como foi o caso da lei de biossegurança) [8] com serenidade e
racionalidade.

Votarei na pessoa que acredito representa o melhor projeto político
para o Brasil levando em conta outras questões (aparentemente
esquecidas pelos lideres evangélicos presentes na mídia) tais como
distribuição de renda, justiça social, direitos humanos, tratamento
digno para os profissionais da educação, entre outros temas. (Ver
Mateus 25: 31-46) Estas questões até podem não interessar aos líderes
evangélicos e cristãos em geral que já ascenderam à classe média alta,
mas certamente tem toda a relevância para nossos irmãos mais pobres.
______________________

NOTAS

[1] As afirmações que faço ao longo deste texto estão baseadas em informações públicas e amplamente divulgadas pelos meios de comunicação. Apresento os links dos jornais e documentos utilizados para verificação.

[2] http://www.hospitaldalma.com/2010/07/o-cristao-verdadeiro-nao-deve-votar-na.html

[3]http://ultimosegundo.ig.com.br/eleicoes/marina+rebate+declaracoes+de+pastor+evangelico+silas+malafaia/n1237789584105.html
Ver também http://www1.folha.uol.com.br/poder/805644-lider-evangelico-ataca-marina-e
anuncia-apoio-a-serra.shtml

[4]http://blogdadilma.blog.br/2010/09/serra-e-o-unico-candidato-que-ja-assinou-ordens-para-fazer-abortos-quando-ministro-da-saude-2.html

[5] http://www.cfemea.org.br/pdf/normatecnicams.pdf

[6]http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=856843&tit=FHC-e-intelectuais-pedem-legalizacao-da-maconha

[7] http://www1.folha.uol.com.br/poder/754484-serra-se-diz-a-favor-da-uniao-civil-e-da-adocao-de-criancas-por-gays.shtml

[8] http://www.eclesia.com.br/revistadet1.asp?cod_artigos=206


Nota da Comissão Brasileira Justiça e Paz
O MOMENTO POLÍTICO E A RELIGIÃO
"Amor e Verdade se encontrarão. Justiça e Paz se abraçarão" (Salmo 85)
A Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP) está preocupada com o momento político na sua relação com a religião. Muitos grupos, em nome da fé cristã, têm criado dificuldades para o voto livre e consciente. Desconsideram a manifestação da presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil de 16 de setembro, "Na proximidade das eleições", quando reiterou a posição da 48ª Assembléia Geral da entidade, realizada neste ano em Brasília. Esses grupos continuaram, inclusive, usando o nome da CNBB, induzindo erroneamente os fiéis a acreditarem que ela tivesse imposto veto a candidatos nestas eleições.
Continua sendo instrumentalizada eleitoralmente a nota da presidência do Regional Sul 1 da CNBB, fato que consideramos lamentável, porque tem levado muitos católicos a se afastarem de nossas comunidades e paróquias.
Constrangem nossa consciência cidadã, como cristãos, atos, gestos e discursos que ferem a maturidade da democracia, desrespeitam o direito de livre decisão, confundindo os cristãos e comprometendo a comunhão eclesial.
Os eleitores têm o direito de optar pela candidatura à Presidência da República que sua consciência lhe indicar, como livre escolha, tendo como referencial valores éticos e os princípios da Doutrina Social da Igreja, como promoção e defesa da dignidade da pessoa humana, com a inclusão social de todos os cidadãos e cidadãs, principalmente dos empobrecidos.
Nesse sentido, a CBJP, em parceria com outras entidades, realizou debate, transmitido por emissoras de inspiração cristã, entre as candidaturas à Presidência da Republica no intento de refletir os desafios postos ao Brasil na perspectiva de favorecer o voto consciente e livre. Igualmente, co-patrocinou um subsídio para formação da cidadania, sob o título: "Eleições 2010: chão e horizonte".
A Comissão Brasileira Justiça e Paz, nesse tempo de inquietudes, reafirma os valores e princípios que norteiam seus passos e a herança de pessoas como Dom Helder Câmara, Dom Luciano Mendes, Margarida Alves, Madre Cristina, Tristão de Athayde, Ir. Dorothy, entre tantos outros. Estes, motivados pela fé, defenderam a liberdade, quando vigorava o arbítrio; a defesa e o anúncio da liberdade de expressão, em tempos de censura; a anistia, ampla, geral e irrestrita, quando havia exílios; a defesa da dignidade da pessoa humana, quando se trucidavam e aviltavam pessoas.
Compartilhamos a alegria da luz, em meio a sombras, com os frutos da Lei da Ficha Limpa como aprimoramento da democracia. Esta Lei de Iniciativa Popular uniu a sociedade e sintonizou toda a igreja com os reclamos de uma política a serviço do bem comum e o zelo pela justiça e paz.
Brasília, 06 de Outubro de 2010.
Comissão Brasileira Justiça e Paz,
Organismo da CNBB




Miriam Xavier enviou:

Marina,... você se pintou?
Maurício Abdalla [1]

"Marina, morena Marina, você se pintou" - diz a canção de Caymmi. Mas
é provável, Marina, que pintaram você. Era a candidata ideal: mulher,
militante, ecológica e socialmente comprometida com o "grito da Terra
e o grito dos pobres", como diz Leonardo Boff.

Dizem que escolheu o partido errado. Pode ser. Mas, por outro lado, o
que é certo neste confuso tempo de partidos gelatinosos, de alianças
surreais e de pragmatismo hiperbólico? Quem pode atirar a primeira
pedra no que diz respeito a escolhas partidárias?

Mas ainda assim, Marina, sua candidatura estava fadada a não decolar.
Não pela causa que defende, não pela grandeza de sua figura. Mas pelo
fato de que as verdadeiras causas que afetam a população do Brasil não
interessam aos financiadores de campanha, às elites e aos seus meios
de comunicação. A batalha não era para ser sua. Era de Dilma contra
Serra. Do governo Lula contra o governo do PSDB/DEM. Assim decidiram
as "famiglias" que controlam a informação no país. E elas não só
decidiram quem iria duelar, mas também quiseram definir o vencedor. O
Estadão dixit: Serra deve ser eleito.

Mas a estratégia de reconduzir ao poder a velha aliança PSDB/DEM
estava fazendo água. O povo insistia em confirmar não a sua
preferência por Dilma, mas seu apreço pelo Lula. O que, é claro, se
revertia em intenção de voto em sua candidata. Mas "os filhos das
trevas são mais espertos do que os filhos da luz". Sacaram da manga um
ás escondido. Usar a Marina como trampolim para levar o tucano para o
segundo turno e ganhar tempo para a guerra suja.

Marina, você, cujo coração é vermelho e verde, foi pintada de azul.
"Azul tucano". Deram-lhe o espaço que sua causa nunca teve, que sua
luta junto aos seringueiros e contra as elites rurais jamais
alcançaria nos grandes meios de comunicação. A Globo nunca esteve ao
seu lado. A Veja, a FSP, o Estadão jamais se preocuparam com a
ecologia profunda. Eles sempre foram, e ainda são, seus e nossos
inimigos viscerais.

Mas a estratégia deu certo. Serra foi para o segundo turno, e a mídia
não cansa de propagar a "vitória da Marina". Não aceite esse presente
de grego. Hão de descartá-la assim que você falar qual é exatamente a
sua luta e contra quem ela se dirige.

"Marina, você faça tudo, mas faça o favor": não deixe que a pintem de
azul tucano. Sua história não permite isso. E não deixe que seus
eleitores se iludam acreditando que você está mais perto de Serra do
que de Dilma. Que não pensem que sua luta pode torná-la neutra ou que
pensem que para você "tanto faz". Que os percalços e dificuldades que
você teve no Governo Lula não a façam esquecer os 8 anos de FHC e os
500 anos de domínio absoluto da Casagrande no país cuja maioria vive
na senzala. Não deixe que pintem "esse rosto que o povo gosta, que
gosta e é só dele".

Dilma, admitamos, não é a candidata de nossos sonhos. Mas Serra o é de
nossos mais terríveis pesadelos. Ajude-nos a enfrentá-lo. Você não
precisa dos paparicos da elite brasileira e de seus meios de
comunicação. "Marina, você já é bonita com o que Deus lhe deu".



Cláudia Machado enviou:

Para facilitar a divulgação nesta última semana de campanha, fizemos uma compilação dos emails falsos que circulam nesta campanha sobre Dilma Rousseff e seus respectivos desmentidos. Cada link remete ao leitor ao texto em questão. Espalhem, é importante:
A morte de Mário Kosel Filho: http://migre.me/1pfAb

A Ficha Falsa de Dilma Rousseff na ditadura http://migre.me/1pfCc

O porteiro que desistiu de trabalhar para receber o Bolsa-Família http://migre.me/1pfEJ

Marília Gabriela desmente email falso http://migre.me/1pfSW

Dilma não pode entrar nos Estados Unidos http://migre.me/1pfTX

Foto de Dilma ao lado de um fuzíl é uma montagem barata http://migre.me/1pfWn

Lula/Dilma sucatearam a classe média (B) em 8 anos: http://migre.me/1pfYg

Email de Dora Kramer sobre Arnaldo Jabor é montagem http://migre.me/1pfZH

Matéria sobre Dilma em jornais canadenses é falsa: http://migre.me/1pg1t

Declarações de Dilma sobre Jesus Cristo – mais um email falso: http://migre.me/1pg2F

Fraude nas urnas com chip chinês – falsidade que beira o ridículo: http://migre.me/1pg58

Vídeo de Hugo Chaves pedindo votos a Dilma é falso: http://migre.me/1pg6c
Matéria sobre amante lésbica de Dilma é invenção: http://migre.me/1pg7p



Batemos o recorde! Nova capa da Veja é destruída 1 minuto após divulgação!
2010-10-09 07:37:21

Com o advento da internet e o surgimento da blogosfera progressista, as mentiras, os factóides e a hipocrisia de Veja passaram a ser desmascaradas em questão de dias, depois horas e agora... minutos!
Leia. Comente
http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1652



O círculo da direita se fecha: teocracia, censura nas redações, ideologia do medo
2010-10-07 16:58:34

[Por Rodrigo Viana] O eleitor médio aceitará ser torturado pelo discurso de fanáticos religiosos a serviço de Serra? Com a generosa ajuda da velha mídia brasileira, e uma mãozinha da candidatura de Marina Silva, Serra conseguiu pautar a reta final do primeiro turno e o inicio do segundo turno com uma temática religiosa. É um atraso gigantesco para o Brasil.

Leia. Comente
http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1647


TFP é a nova aliada de Serra
2010-10-06 23:15:10

A candidatura presidencial de José Serra (PSDB-DEM-PPS) tornou-se um porto seguro para os setores mais reacionários da sociedade. Líderes religiosos obtusos, direitistas que enaltecem a ditadura militar, elitistas que disseminam preconceito contra a população pobre, além de racistas e machistas de todos os matizes correm para manifestar apoio ao candidato tucano.

Leia. Comente
http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1644
O que um governo Serra faria com o pré-sal?
O professor Adilson de Oliveira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), prefere responder o que o Brasil perderia se o Estado brasileiro abdicasse de controlar o ritmo e a estratégia de exploração dessa riqueza. O risco existe e foi sinalizado recentemente pelo coordenador do programa de energia de José Serra: Zylberstajn quer afastar a participação estatal no comércio do petróleo brasileiro. “Não se trata apenas de uma posição ideológica; há interesses em jogo que gostariam de diminuir o peso da Petrobras; se possível, até quebrar a empresa”, analisa.
> LEIA MAIS www.cartamaior.com.br

• Assessor de Serra quer privatizar o pré-sal
• Cenário global reforça opção nacionalista sobre o pré-sal
• O pré-sal e o esforço dos tucanos contra a Petrobras

Colunista do Estadão demitida pelo artigo publicado naquele jornal e que transcrevemos no boletim da semana passada
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4722228-EI6578,00-Maria+Rita+Kehl+Fui+demitida+por+um+delito+de+opiniao.html
E depois ainda ousam dizer que o Lula é quem censura a imprensa!!!