Hoje não temos imagens, não temos charges. Temos artigos sérios, profundamente sérios. A campanha eleitoral chegou ao ponto de ebulição que ameaça seriamente a democracia.
Leitores mais jovens provavelmente não imaginam que nós, os mais velhos, estamos assistindo a um filme cujo enredo é conhecido. E cujo final é tétrico.
Eu pensava o que escrever, mas hoje recebi uma matéria do Nassif que diz exatamente o que eu pensava. Então tomo a liberdade de iniciar o Boletim com ela.
Mas as outras matérias, eu gostaria que meus leitores e minhas leitoras realmente lessem e pensassem bem a respeito.
A segunda matéria deste Boletim trata de um assunto da máxima gravidade.
Se você está com pouco tempo, leitor, leia apenas essas duas.
Mas antes, leia isso aqui:
O fascismo não foi apenas um "mau momento" ou uma "má experiência"... Para Felix Guattari, "dever-se-ia, portanto, renunciar definitivamente a fórmulas demasiado simplistas do gênero: 'o fascismo não passará'. Ele não só já passou, como passa sem parar. Passa através da mais fina malha; ele está em constante evolução; parece vir de fora, mas encontra sua energia no coração do desejo de cada um de nós. Em situações aparentemente sem problemas, catástrofes podem aparecer de um dia para o outro".
A psicologia de massa do fascismo à brasileira
Enviado por luisnassif (WWW.novae.inf.br)
Há tempos alerto para a campanha de ódio que o pacto mídia-FHC estava plantando no jogo político brasileiro.
O momento é dos mais delicados. O país passa por profundos processos de transformação, com a entrada de milhões de pessoas no mercado de consumo e político. Pela primeira vez na história, abre-se espaço para um mercado de consumo de massa capaz de lançar o país na primeira divisão da economia mundial
Esses movimentos foram essenciais na construção de outras nações, mas sempre vieram acompanhados de tensões, conflitos, entre os que emergem buscando espaço, e os já estabelecidos impondo resistências.
Em outros países, essas tensões descambaram para guerras, como a da Secessão norte-americana, ou para movimentos totalitários, como o fascismo nos anos 20 na Europa.
Nos últimos anos, parecia que Lula completaria a travessia para o novo modelo reduzindo substancialmente os atritos. O reconhecimento do exterior ajudou a aplainar o pesado preconceito da classe média acuada. A estratégia política de juntar todas as peças – de multinacionais a pequenas empresas, do agronegócio à agricultura familiar, do mercado aos movimentos sociais – permitiu uma síntese admirável do novo país. O terrorismo midiático, levantando fantasmas com o MST, Bolívia, Venezuela, Cuba e outras bobagens, não passava de jogo de cena, no qual nem a própria mídia acreditava.
À falta de um projeto de país, esgotado o modelo no qual se escudou, FHC – seguido por seu discípulo José Serra – passou a apostar tudo na radicalização. Ajudou a referendar a idéia da república sindicalista, a espalhar rumores sobre tendências totalitárias de Lula, mesmo sabendo que tais temores eram infundados.
Em ambientes mais sérios do que nas entrevistas políticas aos jornais, o sociólogo FHC não endossava as afirmações irresponsáveis do político FHC.
Mas as sementes do ódio frutificaram. E agora explodem em sua plenitude, misturando a exploração dos preconceitos da classe média com o da religiosidade das classes mais simples de um candidato que, por muitos anos, parecia ser a encarnação do Brasil moderno e hoje representa o oportunismo mais deslavado da moderna história política brasileira.
O fascismo à brasileira
Se alguém pretende desenvolver alguma tese nova sobre a psicologia de massa do fascismo, no Brasil, aproveite. Nessas eleições, o clima que envolve algumas camadas da sociedade é o laboratório mais completo – e com acompanhamento online - de como é possível inculcar ódio, superstição e intolerância em classes sociais das mais variadas no Brasil urbano – supostamente o lado moderno da sociedade.
Dia desses, um pai relatou um caso de bullying com a filha, quando se declarou a favor de Dilma.
Em São Paulo esse clima está generalizado. Nos contatos com familiares, nesses feriados, recebi relatos de um sentimento difuso de ódio no ar como há muito tempo não se via, provavelmente nem na campanha do impeachment de Collor, talvez apenas em 1964, período em que amigos dedavam amigos e os piores sentimentos vinham à tona, da pequena cidade do interior à grande metrópole.
Agora, esse ódio não está poupando nenhum setor. É figadal, ostensivo, irracional, não se curvando a argumentos ou ponderações.
Minhas filhas menores freqüentam uma escola liberal, que estimula a tolerância em todos os níveis. Os relatos que me trazem é que qualquer opinião que não seja contra Dilma provoca o isolamento da colega. Outro pai de aluna do Vera Cruz me diz que as coleguinhas afirmam no recreio que Dilma é assassina.
Na empresa em que trabalha outra filha, toda a média gerência é furiosamente anti-Dilma. No primeiro turno, ela anunciou seu voto em Marina e foi cercada por colegas indignados. O mesmo ocorre no ambiente de trabalho de outra filha.
No domingo fui visitar uma tia na Vila Maria. O mesmo sentimento dos antidilmistas, virulento, agressivo, intimidador. Um amigo banqueiro ficou surpreso ao entrar no seu banco, na segunda, é captar as reações dos funcionários ao debate da Band.
A construção do ódio
Na base do ódio um trabalho da mídia de massa de martelar diariamente a história das duas caras, a guerrilha, o terrorismo, a ameaça de que sem Lula ela entregaria o país ao demonizado José Dirceu. Depois, o episódio da Erenice abrindo as comportas do que foi plantado.
Os desdobramentos são imprevisíveis e transcendem o processo eleitoral. A irresponsabilidade da mídia de massa e de um candidato de uma ambição sem limites conseguiu introjetar na sociedade brasileira uma intolerância que, em outros tempos, se resolvia com golpes de Estado. Agora, não, mas será um veneno violento que afetará o jogo político posterior, seja quem for o vencedor.
Que país sairá dessas eleições?, até desanima imaginar.
Mas demonstra cabalmente as dificuldades embutidas em qualquer espasmo de modernização brasileira, explica as raízes do subdesenvolvimento, a resistência história a qualquer processo de modernização. Não é a herança portuguesa. É a escassez de homens públicos de fôlego com responsabilidade institucional sobre o país. É a comprovação de porque o país sempre ficou para trás, abortou seus melhores momentos de modernização, apequenou-se nos momentos cruciais, cedendo a um vale-tudo sem projeto, uma guerra sem honra.
Seria interessante que o maior especialista da era da Internet, o espanhol Manuel Castells, em uma próxima vinda ao Brasil, convidado por seu amigo Fernando Henrique Cardoso, possa escapar da programação do Instituto FHC para entender um pouco melhor a irresponsabilidade, o egocentrismo absurdo que levou um ex-presidente a abrir mão da biografia por um último espasmo de poder. Sem se importar com o preço que o país poderia pagar.
Dilma é alvo de grupos de extrema-direita e neonazistas
O momento é dos mais delicados. O país passa por profundos processos de transformação, com a entrada de milhões de pessoas no mercado de consumo e político. Pela primeira vez na história, abre-se espaço para um mercado de consumo de massa capaz de lançar o país na primeira divisão da economia mundial
Esses movimentos foram essenciais na construção de outras nações, mas sempre vieram acompanhados de tensões, conflitos, entre os que emergem buscando espaço, e os já estabelecidos impondo resistências.
Em outros países, essas tensões descambaram para guerras, como a da Secessão norte-americana, ou para movimentos totalitários, como o fascismo nos anos 20 na Europa.
Nos últimos anos, parecia que Lula completaria a travessia para o novo modelo reduzindo substancialmente os atritos. O reconhecimento do exterior ajudou a aplainar o pesado preconceito da classe média acuada. A estratégia política de juntar todas as peças – de multinacionais a pequenas empresas, do agronegócio à agricultura familiar, do mercado aos movimentos sociais – permitiu uma síntese admirável do novo país. O terrorismo midiático, levantando fantasmas com o MST, Bolívia, Venezuela, Cuba e outras bobagens, não passava de jogo de cena, no qual nem a própria mídia acreditava.
À falta de um projeto de país, esgotado o modelo no qual se escudou, FHC – seguido por seu discípulo José Serra – passou a apostar tudo na radicalização. Ajudou a referendar a idéia da república sindicalista, a espalhar rumores sobre tendências totalitárias de Lula, mesmo sabendo que tais temores eram infundados.
Em ambientes mais sérios do que nas entrevistas políticas aos jornais, o sociólogo FHC não endossava as afirmações irresponsáveis do político FHC.
Mas as sementes do ódio frutificaram. E agora explodem em sua plenitude, misturando a exploração dos preconceitos da classe média com o da religiosidade das classes mais simples de um candidato que, por muitos anos, parecia ser a encarnação do Brasil moderno e hoje representa o oportunismo mais deslavado da moderna história política brasileira.
O fascismo à brasileira
Se alguém pretende desenvolver alguma tese nova sobre a psicologia de massa do fascismo, no Brasil, aproveite. Nessas eleições, o clima que envolve algumas camadas da sociedade é o laboratório mais completo – e com acompanhamento online - de como é possível inculcar ódio, superstição e intolerância em classes sociais das mais variadas no Brasil urbano – supostamente o lado moderno da sociedade.
Dia desses, um pai relatou um caso de bullying com a filha, quando se declarou a favor de Dilma.
Em São Paulo esse clima está generalizado. Nos contatos com familiares, nesses feriados, recebi relatos de um sentimento difuso de ódio no ar como há muito tempo não se via, provavelmente nem na campanha do impeachment de Collor, talvez apenas em 1964, período em que amigos dedavam amigos e os piores sentimentos vinham à tona, da pequena cidade do interior à grande metrópole.
Agora, esse ódio não está poupando nenhum setor. É figadal, ostensivo, irracional, não se curvando a argumentos ou ponderações.
Minhas filhas menores freqüentam uma escola liberal, que estimula a tolerância em todos os níveis. Os relatos que me trazem é que qualquer opinião que não seja contra Dilma provoca o isolamento da colega. Outro pai de aluna do Vera Cruz me diz que as coleguinhas afirmam no recreio que Dilma é assassina.
Na empresa em que trabalha outra filha, toda a média gerência é furiosamente anti-Dilma. No primeiro turno, ela anunciou seu voto em Marina e foi cercada por colegas indignados. O mesmo ocorre no ambiente de trabalho de outra filha.
No domingo fui visitar uma tia na Vila Maria. O mesmo sentimento dos antidilmistas, virulento, agressivo, intimidador. Um amigo banqueiro ficou surpreso ao entrar no seu banco, na segunda, é captar as reações dos funcionários ao debate da Band.
A construção do ódio
Na base do ódio um trabalho da mídia de massa de martelar diariamente a história das duas caras, a guerrilha, o terrorismo, a ameaça de que sem Lula ela entregaria o país ao demonizado José Dirceu. Depois, o episódio da Erenice abrindo as comportas do que foi plantado.
Os desdobramentos são imprevisíveis e transcendem o processo eleitoral. A irresponsabilidade da mídia de massa e de um candidato de uma ambição sem limites conseguiu introjetar na sociedade brasileira uma intolerância que, em outros tempos, se resolvia com golpes de Estado. Agora, não, mas será um veneno violento que afetará o jogo político posterior, seja quem for o vencedor.
Que país sairá dessas eleições?, até desanima imaginar.
Mas demonstra cabalmente as dificuldades embutidas em qualquer espasmo de modernização brasileira, explica as raízes do subdesenvolvimento, a resistência história a qualquer processo de modernização. Não é a herança portuguesa. É a escassez de homens públicos de fôlego com responsabilidade institucional sobre o país. É a comprovação de porque o país sempre ficou para trás, abortou seus melhores momentos de modernização, apequenou-se nos momentos cruciais, cedendo a um vale-tudo sem projeto, uma guerra sem honra.
Seria interessante que o maior especialista da era da Internet, o espanhol Manuel Castells, em uma próxima vinda ao Brasil, convidado por seu amigo Fernando Henrique Cardoso, possa escapar da programação do Instituto FHC para entender um pouco melhor a irresponsabilidade, o egocentrismo absurdo que levou um ex-presidente a abrir mão da biografia por um último espasmo de poder. Sem se importar com o preço que o país poderia pagar.
Dilma é alvo de grupos de extrema-direita e neonazistas
O jornalista Tony Chastinet fez um levantamento minucioso sobre a origem de um dos e-mails caluniosos que circulam contra a candidata Dilma Rousseff (PT). Não precisou de dinheiro, nem de ferramentas especiais. Usou basicamente o “Google”. Gastou alguns minutos e usou a experiência de quem já investigou dezenas e dezenas de picaretas em suas reportagens investigativas. Tony Chastinet descobriu que o email partiu de gente ligada à extrema-direita e a grupos neonazistas. Gente com nome, sobrenome e endereço. O jornalista apresenta as provas.
Rodrigo Vianna/Tony Chastinet
Publicado originalmente no blog Escrevinhador, de Rodrigo Vianna
Não é difícil rastrear os caminhos da boataria que atingiu Dilma Rousseff, poucas semanas antes do primeiro turno. A campanha do PT parece não ter levado a sério a ameaça. E a boataria e as calúnias prosseguem.
O jornalista Tony Chastinet – colega com quem tive o prazer de dividir o prêmio Vladimir Herzog em 2007, e com quem produzi a série de reportagens sobre as centrais clandestinas de tortura durante a ditadura – fez um levantamento minucioso sobre a origem de um desses e-mails caluniosos. Não precisou de dinheiro, nem de ferramentas especiais. Usou basicamente o “Google”. Gastou alguns minutos e usou a experiência de quem já investigou dezenas e dezenas de picaretas em suas reportagens investigativas.
Tony Chastinet descobriu que o email partiu de gente ligada à extrema-direita. Gente com nome, sobrenome e endereço. Confiram…
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O CAMINHO DA CALÚNIA
por Tony Chastinet
Recebi ontem à noite um daqueles e-mails nojentos e anônimos, que estão circulando na internet, com calúnias contra a candidata Dilma Roussef. Decidi gastar alguns minutos para tentar identificar os autores. Consegui, e repasso abaixo as informações sobre os autores da baixaria – incluindo as fontes da pesquisa.
Há um e-mail circulando na internet com o seguinte título: “Candidatos de esquerda”. Na mensagem há uma série de calúnias contra Dilma, e o pedido para se votar no Serra. Também recomenda a leitura do site www.tribunanacional.com.br.
Entrei na página e de cara me deparei com aquela foto montada da Dilma ao lado de um fuzil. Uma verdadeira central de calúnias ligada à extrema direita. Vejam uma amostra neste link http://www.tribunanacional.com.br/v2/editorial/a-terrorista/.
O e-mail foi enviado para minha caixa postal na noite de domingo. O remetente é um tal de Ingo Schimidt (ingo@tribunanacional.com.br). O site está registrado na Fapesp em nome do “Círculo Memorial Octaviano Pinto Soares”.
Essa associação tem CNPJ (026.990.366/0001-49), está localizada na SCRN, 706-707, Bloco B, Sala 125, na Asa Norte, em Brasília. O responsável pelo site chama-se Nei Mohn. Em uma pesquisa superficial na internet, descobre-se que ele foi presidente da “Juventude Nazista” em 1968. Era informante do Cenimar e suspeito de atos de terrorismo na década de 80 (bombas em bancas de jornais e outros atentados feitos pela tigrada da comunidade de informações). Também foi investigado por falsificar o jornal da Igreja Católica, atacando religiosos que denunciavam torturas, assassinatos e desaparecimentos (vejam abaixo nas fontes).
Nunca foi investigado e sequer punido pelas barbaridades que aprontou. Para isso, contou com a proteção dos militares e da comunidade de informações para abafar os escândalos e investigações.
Prossegui na pesquisa e descobri que o filho de Nei, o advogado Bruno Degrazia Möhn trabalha para um grande escritório de advocacia de Brasília contratado por Daniel Dantas para representar o deputado federal Alberto Fraga (DEM) em ação no TCU movida pelo deputado para tentar impedir a compra de ações da BRT/OI pelos fundos de pensão.
Interessante essa ligação entre a extrema direita, nazistas e Daniel Dantas. Mas tem mais.
No registro do site ainda há outros dois nomes apontados como responsáveis pela página: Antonio Afonso Xavier de Serpa Pinto e Zoltan Nassif Korontai.
Serpa Pinto trabalha na Secretaria da Fazenda de Mato Grosso. Korontai é responsável pelo site http://www.projetovendabrasil.com.br. É um negócio estranho como pode ser visto na página da internet. Ele atua na área de tecnologia e fez concurso para analista de sistemas no TRE do Paraná.
O cadastro do site dele está em nome da CliqueHost Internet Hosting e Eletro Eletrônicos (CNPJ 008.144.575/0001-90 – Avenida Doutor Chucri Zaidan, 246, SL 18, São Paulo). O responsável chama-se Frederich Resende Soares Marinho.
Marinho é consultor de informática e trabalha em Piraúba (MG). Há uma série de reclamações de que ele vendeu hospedagens de site e não entregou o serviço. Ele é membro da Assembleia de Deus em Sorocaba.
Outro dado interessante: Ingo coloca um link no e-mail para quem não quiser mais receber as mensagens. Esse link aponta para o seguinte endereço: ingo.newssender.com.br. Newssender é um serviço de marketing eletrônico (leia-se spam) registrado e vendido pela Locaweb Serviços de Internet S/A. O curioso é que é o mesmo provedor que hospeda o site do candidato tucano.
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Fontes:
– Tribuna Nacional – Dados do Registro.br
domínio: tribunanacional.com.br
entidade: Círculo Memorial Octaviano Pinto Soares
documento: 026.990.366/0001-49
responsável: Nei Möhn
2 – Nei Mohn
Matéria Veja de 1980 – http://www.arqanalagoa.ufscar.br/pdf/recortes/R06814.pdf
Matéria da Isto É de 1982 – http://www.arqanalagoa.ufscar.br/pdf/recortes/R03648.pdf
3 – Filho de Nei
Bruno Degrazia Möhn (OAB/DF 18.161)
Trabalha no escritório Menezes e Vieira Advogados Associados – http://www.migalhas.com.br/mostra_noticia_articuladas.aspx?cod=11457 – artigo defesa ppp
Escritório contratado por Dantas no caso BRT – http://www.anapar.com.br/noticias.php?id=6602
4 – Antonio Afonso Xavier de Serpa Pinto
Funcionário da secretaria estadual da fazenda de mato grosso
http://app1.sefaz.mt.gov.br/Sistema/Legislacao/legislacaopessoa.nsf/2b2e6c5ed54869788425671300480214/88e35b271696c3bf0425738500423ded?OpenDocument
5 – Zoltan Nassif Korontai
Site dele – http://www.projetovendabrasil.com.br/?pg=calculadora-de-ivestimento&p=253
Dados do registro.br
domínio: projetovendabrasil.com.br
entidade: CliqueHost Internet Hosting e Eletro Eletrônicos L
De FHC a Serra, o PSDB virou trombeta da Opus Dei
2010-10-13 21:47:22
[Leandro Forte] Fernando Henrique Cardoso é hoje um velho solitário de Higienópolis, por onde zanza, esquecido, entre moradores indiferentes. Pelas ruas do nobre bairro paulistano, FHC nem curiosidade mais desperta nos transeuntes, embora muitos deles o aceitem como mau professor da aula magna do neoliberalismo ainda ensaiada, agora em ritmo de Marcha sobre Roma, pelo candidato José Serra, herdeiro político a quem despreza.
Leia. Comente
http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1664
Coragem!... Veja até o fim. É difícil, mas veja.
Preste bastante atenção em tudo, please!
Assista e ASSUSTE:
http://www.youtube.com/watch?v=Ig9pE6qwzxw
Preste bastante atenção em tudo, please!
Assista e ASSUSTE:
http://www.youtube.com/watch?v=Ig9pE6qwzxw
E então? Viu tudo?
Esse vídeo é UM RAIO X espetacular, concorda?
DIVULGUE!
Weslian Roriz e Mônica: O levante das Amélias pitbull
Cynara Menezes
Cynara Menezes
Em novembro de 1994, fui cobrir a participação de Ruth Cardoso, esposa do presidente eleito Fernando Henrique, no congresso da Associação Nacional de Pós-Graduação e Pesquisa em Ciências Sociais (Anpocs), que até hoje acontece em Caxambu, Minas. Depois de flanar durante o dia por entre as mesas-redondas e palestras, dona Ruth sentou-se à beira da piscina do hotel, com seus amigos intelectuais, para fumar um cigarrinho e tomar um drinque. Ali vi que era o tipo de mulher a admirar: inteligente, independente, interessante. Eu nunca votaria no marido dela para nada, mas dona Ruth era a perfeita primeira-dama. Termo, que, coerentemente, odiava.
Sou uma espécie de especialista em primeiras-damas. Sempre que estive em Brasília cobrindo política, elas eram “minha área”. Fui a primeira jornalista do País a entrevistar Rosane Collor após a vitória em 1989, e depois da posse, em 1990. Collor foi substituído por Itamar Franco, que era divorciado. E então veio dona Ruth. Claro que a discreta antropóloga foi um sopro de civilidade diante da moça simplória, cuja característica mais marcante era combinar a bolsa com os sapatos. E que achava ser primeira-dama “bárbaro”. Com Lula chegou dona Marisa Letícia que, pena, optou por ser silenciosa. Mas, com exceção da estrela sem noção que quis pôr nos jardins do Alvorada, nada fez que pudesse me envergonhar como cidadã.
Dona Ruth foi de longe a mais completa das primeiras-damas, mas ainda assim era primeira-dama, não presidente. E vejam só. Agora que se desenha a possibilidade de termos finalmente uma mulher no cargo máximo da Nação, e não um apêndice – admirável ou não –, eis que duas integrantes do sexo feminino saem da sombra onde se achavam para colocar as brasileiras “em seu devido lugar”, com a mensagem subliminar de que não nascemos para presidir, e sim para sermos eternamente primeiras-damas. No máximo, vice-presidentes, cargo que Rita Camata topou ocupar ao lado de José Serra em 2002. Presidente, não. Se ser primeira-dama é tão bom, toda a glória e nenhum poder…
Não consigo ver diferenças profundas entre Weslian Roriz e Mônica Serra. Deveria, pois enquanto a primeira é a típica mulher “do lar” da geração de nossas mães, a segunda esteve exilada com o marido no Exterior, estudou em universidades norte-americanas, tem até doutorado. Do jeito que tem se posicionado, foi uma surpresa para mim descobrir isso – sinceramente, pensava que era apenas uma ex-bailarina e dona-de-casa. O caso da senhora Roriz é sem dúvida mais grave: ela quer se tornar governadora para continuar a ser primeira-dama! Já Mônica quer ser primeira-dama, e basta. Alguém duvida, porém, que faria o mesmo pelo “Zé” se ele, por alguma razão, pedisse? Que se lançaria às feras de uma eleição, como Weslian, para agradar ao marido?
O tipo de fidelidade canina de Mônica é idêntico ao da mulher de Roriz. Como Amélias pitbull, ambas são capazes de atacar quem quer que seja na defesa do macho da casa e da instituição familiar. Ambas se dizem católicas fervorosas. E ambas apelam para o aborto para tentar derrotar os adversários dos maridos. No debate do primeiro turno na Globo do Distrito Federal, a “doce” Weslian virou-se para Agnelo Queiroz, do PT, e, em vez de responder à pergunta que lhe foi feita, leu seu papelzinho: “Ah, o senhor é comunista, não acredita em Deus! Então, é a favor do aborto ou não?” Mônica recebeu a incumbência, ao lado do vice Índio da Costa, de atiçar pastores e padres para que associem Dilma Rousseff a valores condenados pela igreja. Nas palavras da candidata a primeira-dama, Dilma “gosta de matar criancinhas”.
Tanto o comportamento da mulher-laranja, que ocupa o lugar do marido ficha-suja, como o da mulher que assume a estratégia mais rasteira da campanha para deixar a figura do esposo imaculada me parecem igualmente desprezíveis. Weslian e Mônica encarnam a perfeita antítese dos quase 50 anos de movimento feminista no mundo.
Quem diria? Em pleno século 21, após tantas lutas e conquistas, surgem do nada duas mulheres sem brilho próprio para impor, em Brasília e no Brasil, uma moral arcaica, retrógrada, em que aborto não é um problema de saúde pública, mas religioso.
E o pior, para insinuar que nosso papel deve continuar a ser subalterno, subserviente, que não estamos “preparadas” para sermos presidentes. Não é assim que fala a propaganda do maridão de Mônica? O mais engraçado é que a ação delas se dá justamente diante da perspectiva de passarmos quatro (ou oito) anos sem ter primeira-dama alguma. É como se Weslian e Mônica estivessem à frente de um levante de felizes e ferozes donas-de-casa preocupadas em salvaguardar a existência de um cargo por si – Ruth Cardoso tinha toda razão em abominar o termo – meio patético.
Somos iguais aos homens. Não somos maiores, mas não somos menores. Não nascemos para servir – embora, gentis, gostemos de servir. Não fomos feitas para nos submeter a tudo que os homens querem, nem os nossos homens. E não viemos ao mundo para sermos primeiras-damas resignadas em permanecer nos bastidores, na cozinha, ou, na melhor das hipóteses, servindo de peça de enfeite, ornando poderosos. Estamos, sim, preparadas para estar no comando do país.
A postura de Weslian Roriz e Mônica Serra me causa indignação e estou segura que indignaria Ruth Cardoso, se fosse viva. Sobre o aborto, aliás, ela declarou em 1999, em entrevista no programa Roda Viva: “Eu acho que se deve garantir o direito às mulheres de usarem ou não essa possibilidade”. Não surpreende que pensasse assim. Dona Ruth não era nenhuma Amélia.
Via CartaCapital
http://limpinhocheiroso.blogspot.com/2010/10/weslian-roriz-e-monica-o-levante-das.html
Via CartaCapital
http://limpinhocheiroso.blogspot.com/2010/10/weslian-roriz-e-monica-o-levante-das.html
Para os que acreditam que não há mais direita (WWW.novae.inf.br)
Marcelo Carneiro da Cunha, em seu blog
de São Paulo
Estimados leitores, sim, a direita existe. Papai Noel talvez não exista assim lá muito concretamente, existem dúvidas quanto a real natureza dos duendes e da Jessica Alba, eu sinceramente creio que pensar em OVNIS é absoluta falta de tempo ou noção, e nunca vi uma mulher dotada de senso de humor, portanto, acho que não existem.
Mas, a direita, estimados leitores, existe.
Ela faz que não, jura que se reformou e agora adora a humanidade, inclusive a que não possui conta em paraíso fiscal; ela assegura a quem estiver por perto que essa coisa de direita é ultrapassada e agora somos todos de centro, mas isso é, nas palavras da minha boa, sólida e direitista avó Jovita, papo pra boi dormir.
A direita, estimados leitores, está aqui ao nosso redor, louquinha pra mostrar o que é bom pra tosse. Ela fez que saiu de cena e se mandou para o Maranhão, onde os Sarney cuidam de tudo e ninguém diz ai sem saber para que lado o vento sopra, mas não é verdade. Ela está aqui, ela está ali, ela está em toda parte, e sempre do lado da sombra, que é onde ela se sente mais à vontade.
Se você caiu nesse conto do vigário e do bispo, de que a direita não existe, lembre que tanto o vigário quanto o bispo são os representantes dela vestidos em robes esquisitos ou em ternos de mau-gosto. Eles detestam as minorias, não é? Eles não querem saber de gays tendo os seus direitos constitucionais respeitados, não é? Mulher é tão inferior que não pode ser ordenada, não é mesmo?
A direita faz que não está ali, que agora entrou pro mercado de ações e aprendeu a se comportar, mas ela é a mesma, estimados leitores. Ela não gosta de liberdades, tem pavor dessa tal de democracia, com a qual ela finge que concorda porque não há outro jeito. Ela nunca engoliu o sapo barbudo, e foi engolida por ele, mas não se conforma.
A direita descobriu a internet, estimados leitores, e nos encheu de emails sobre o horror do PT e o fim do mundo que o Lula aprontou pra todos nós. Você não recebeu toneladas de mails raivosos e rabugentos nesses tempos e mesmo antes deles? Como se parecem esses mails? Eles não têm sabor de veneno e olhar de predador louco pela sua carcaça? Eles não ficam lhe avisando para se cuidar com tudo que está ali fora? Eles não lhe avisam que o que está ali fora quer terminar com a civilização ocidental e o direito divino dos que sempre tiveram tudo de continuar tendo? Eles não são basicamente contra tudo?
A única desvantagem séria que a direita tem em relação ao resto do mundo, é que ela pode ser desprovida de respeito por você e de escrúpulos com relação a tudo, mas, felizmente, ela é burra. Ela ruge contra tudo que está aí, mas ela não compreende quase nada do que acontece. Ela grita, mas não sabe, ela reclama, mas não propõe. Algum dos emails que você recebeu propunha alguma coisa que fosse utilizável por um cidadão de bem, ou não passava de denuncias tão malucas quanto improvadas?
A direita, estimado leitor, não está nem aí para as provas, ou para a razão, pois ela não precisa de nada disso para viver. Para ela, basta a raiva. Algum email que você recebeu era raivoso?
A direita se faz de boazinha e carola, e a gente diz, óoooo, que terna! Aí vem a eleição, e a maioria do povo não se mostra simpática a ela, e ela mostra o seu real rosto, em sua sublime feiúra. Sabe criança que se faz de boazinha, aí você diz não e ela abre o berreiro? Você recebeu algum email com berreiro recentemente?
A direita sabe de ódio de classe, estimados leitores. Ela não entende, não aceita, não imagina um mundo de iguais. Ela diz que o Bolsa Família está destruindo a sociedade porque agora os mais pobres preferem não fazer nada a trabalhar nas casas deles. Você não recebeu mail sobre isso? Sobre os pobres preguiçosos que não querem mais trabalhar por migalha? Ela suportou o Lula porque não havia muita escolha e ele era espero demais para ela, mas agora quer vingança. Você recebeu emails pedindo vingança, estimado leitor?
Alguns de vocês talvez achem que o nome do sistema define se ele é esquerda ou direita. Basta o partido ter social no nome para ser de esquerda. E portanto, nenhum partido é de direita, já que nenhum se anuncia assim. Não é o nome, estimados leitor, mas a atitude. Alguém aí duvida que o tal de DEM é de direita? Mas ele não se anuncia assim, não é?
Assim, estimados leitores, e para simplificar as coisas, o Chavez é de direita, assim como o Bibi. O odioso Ahmadinejad e seus aitatolás são pra lá de Bagdá, se o assunto é direitismo. Cuba é de direita, a Rússia idem. A Europa Ocidental é toda de esquerda, em matizes que variam em torno da clássica social-democracia, o Brasil tem sido governado de um jeito de centro esquerda, a Argentina é peronista, o que quer dizer que não há como saber de que lado ela fica. Os Estados Unidos são de direita, mesmo que o Obama não seja ou goste disso, e a direita deles é ainda muito, mais muito cheia de raiva do que a nossa, até agora.
Uma colunista foi demitida de um grande jornal de São Paulo simplesmente por escrever uma coluna que discordava da linha editorial do jornal, que é de direita. A imprensa brasileira, toda ela, não se assume de direita e diz que essas coisas não existem e que a imprensa é livre.
A colunista de um grande jornal de direita acaba de ser demitida por ser livre. Quem não gosta de liberdade são eles. Quem não sabe o que fazer com ela, são eles. Quem inventou que eles eram democratas, foram eles. Não são, deixaram isso claro, e, portanto, colocaram à mostra os seus mesmos e enormes dentes.
A direita, estimados leitores, existe e ruge. O que você acha disso diz muito do que você é, do que o seu voto vai ser, e do que esse país vai se tornar.
Marcelo Carneiro da Cunha é escritor e jornalista. Escreveu o argumento do curta-metragem “O Branco”, premiado em Berlim e outros importantes festivais. Entre outros, publicou o livro de contos “Simples” e o romance “O Nosso Juiz”, pela editora Record. Acaba de escrever o romance “Depois do Sexo”, que foi publicado em junho pela Record. Dois longas-metragens estão sendo produzidos a partir de seus romances “Insônia” e “Antes que o Mundo Acabe”, publicados pela editora Projeto.
Minha amiga Bete Gontijo me encaminhou:
Meus queridos amigos,
Não sou de encaminhar emails e muito menos sobre política, apesar de minha intensa atividade nessa área.
Mas, dado o rumo que tomou a campanha para presidente, não tenho como ficar calada diante do falso debate sobre o aborto. Por isso, repasso-lhes minha opinião.
1. Nesses últimos oito anos, ninguém estava falando em aborto nesse país. Agora, o tema pode decidir uma eleição. No entanto, o debate para o nosso futuro, no momento, é inócuo: caso qualquer um dos lados ganhe a eleição, não vai acontecer nada, pois os dois candidatos têm a mesma posição. Ninguém vai votar lei nenhuma sobre o tema. Assim, ele é um falso tema. Mas por que as igrejas resolveram acusar a Dilma e não o Serra, que assinou, quando ministro, uma medida em prol do aborto? (os detalhes da posição do Serra estão na nota 1 abaixo).
2. O Serra quer privatizar a Petrobrás e o pré-sal. A privatização é uma de suas bandeiras de campanha; ele quer continuar o que FHC começou e a Petrobrás está na mira. Como é uma das maiores e melhores empresas do mundo, com imensas perspectivas de lucro e expansão, há muito interesse de olho no dinheirão que vem por aí (sobre os interesses na Petrobrás, veja o texto 2 abaixo)
3. Assim, enquanto o aborto está na pauta do dia, os interesses nos bilhões da Petrobrás permanecem sob uma cortina de fumaça e longe de qualquer discussão e esclarecimento. Dessa forma, a privatização pode ocorrer a partir de votos de pessoas que pensam que estão se manifestando sobre o aborto.
Por isso, sugiro que levantemos a cortina de fumaça, e nos posicionemos sobre o que essa eleição vai definir, o que realmente está em jogo.
Por isso, sugiro que levantemos a cortina de fumaça, e nos posicionemos sobre o que essa eleição vai definir, o que realmente está em jogo.
A propósito, estou participando com grupo de amigos de uma corrente, pela internet, pela divulgação correta de informações sobre as eleições. Quem quiser participar, só me informar, que remeterei os informes, deixando clara minha opção pela Dilma.
Um grande abraço a todos.
Bete Gontijo
Segue, abaixo os textos indicados:
1. Essa é uma das inúmeras notícias sobre a posição do Serra sobre o aborto
Defendendo a verdade
Fonte:Extraído de: Partido Trabalhista - São Paulo - 05 de Outubro de 2010
Em 1998, quando era ministro da Saúde, José Serra foi acusado de atender a grupos pró-aborto por normatizar a realização do aborto nos casos previstos em lei (risco de vida para a grávida ou gravidez após estupro). Mesmo permitido desde 1940, poucos serviços públicos faziam o aborto. A normatização deu respaldo político e técnico para que mais hospitais o realizassem.
O então deputado federal Severino Cavalcanti (PP-PE) apresentou um projeto de decreto legislativo para sustar a normatização. Para ele, Serra via "o ato de ceifar uma vida inocente" como "o esvaziamento da cavidade uterina".
Ele ganhou apoio de entidades contrárias ao aborto, mas o projeto foi derrubado.
Em 2001, o Ministério da Saúde começou a distribuir com Estados e municípios a pílula do dia seguinte. Serra ocupava a pasta. Entidades católicas foram a público dizer que a pílula é abortiva.
2. A notícia seguinte é da CartaCapital
http://www.cartacapital.com.br/politica/eles-querem-e-nosso-petroleo
Bete Gontijo
Segue, abaixo os textos indicados:
1. Essa é uma das inúmeras notícias sobre a posição do Serra sobre o aborto
Defendendo a verdade
Fonte:
Em 1998, quando era ministro da Saúde, José Serra foi acusado de atender a grupos pró-aborto por normatizar a realização do aborto nos casos previstos em lei (risco de vida para a grávida ou gravidez após estupro). Mesmo permitido desde 1940, poucos serviços públicos faziam o aborto. A normatização deu respaldo político e técnico para que mais hospitais o realizassem.
O então deputado federal Severino Cavalcanti (PP-PE) apresentou um projeto de decreto legislativo para sustar a normatização. Para ele, Serra via "o ato de ceifar uma vida inocente" como "o esvaziamento da cavidade uterina".
Ele ganhou apoio de entidades contrárias ao aborto, mas o projeto foi derrubado.
Em 2001, o Ministério da Saúde começou a distribuir com Estados e municípios a pílula do dia seguinte. Serra ocupava a pasta. Entidades católicas foram a público dizer que a pílula é abortiva.
2. A notícia seguinte é da CartaCapital
http://www.cartacapital.com.br/politica/eles-querem-e-nosso-petroleo
Eles querem é nosso petróleo
Há dias estou alertando aqui – e o noticiário dos jornais o confirma – que o alvo e o centro do desejo tucano de voltar ao poder está a milhares de metros de profundidade, ao largo do litoral brasileiro.
Eles, que não tiveram força moral ou política para derrotar a retomada do controle brasileiro sobre as jazidas do pré-sal, vão pretender mostrar um “mar de lama” na grande empresa brasileira, embora esta se submeta às mais severas regras de governança corporativa e auditoria.
Como empresa com capital negociado em bolsa, aqui e no Exterior, a Petrobras está sujeita às regras da Comissão de ValoresMobiliários (CVM) e da Bolsa de Valores de São Paulo, no Brasil; da Securities and Exchange Commission e da New York Stock Exchange, nos Estados Unidos; do Latibex da Bolsa de Madri.
Este ano, pela 2ª vez, foi apontada como a empresa mais bem gerenciada da América Latina pela revista Euromoney, de Londres.
Este ano, pela 2ª vez, foi apontada como a empresa mais bem gerenciada da América Latina pela revista Euromoney, de Londres.
Captou US$ 45 bilhões no mercado privado, num aumento de capital de US$ 120 bilhões, para capacitar-se a explorar atenção – a maior jazida de petróleo em propecção hoje no mundo, que é o pré-sal e é, legalmente, a operadora exclusiva da sua extração.
Sobreviveu a Fernando Henrique, embora um retalho de sua propriedade tenha sido entregue e, só a muito custo – político e econômico – foi possível recuperá-lo, parcialmente.
A Petrobras é um sucesso econômico, tecnológico e gerencial. Pergunte a um fornecedor da Petrobras os níveis de exigência da empresa em seus contratos.
Hoje, o Estadão e O Globo iniciaram a ofensiva contra a Petrobras.
Jogam, criminosamente, contra o valor de mercado da mais valiosa empresa brasileira e usam a desvalorização deste patrimônio do povo brasileiro para seus objetivos políticos eleitorais.
Hoje, o Estadão e O Globo iniciaram a ofensiva contra a Petrobras.
Jogam, criminosamente, contra o valor de mercado da mais valiosa empresa brasileira e usam a desvalorização deste patrimônio do povo brasileiro para seus objetivos políticos eleitorais.
Desde o início da semana, em vários blogs, circulam rumores de que a Veja seria a artilharia pesada desta campanha, como o foi na CPI da Petrobras, há mais de um ano, sem que tivessem arranjado mais que alguns grãos de poeira para usar como argumentos.
Eu tenho dito há três dias: aí está o furo da bala.
O que interessa a eles é ter o poder e as condições políticas para entregar o pré-sal, que nos torna uma das maiores reservas de petróleo do mundo, a quinta ou sexta mais importante do mundo, por enquanto. E há possibilidade de novas descobertas, que já surgem, inclusive, como indícios mais palpáveis nas sondagens.
Todo o resto é cortina de fumaça. E nós não podemos dispersar nossas forças golpeando fumaça.
O discurso e a polêmica têm que se tornar claros para o povo brasileiro: é o petróleo que eles querem.
Talvez eu tenha falhado como pastor nestas eleições.
Eleições 2010 e os aproveitadores da boa fé e da credulidade evangélica
Rev. Sandro Amadeu Cerveira (02/10/10)
Talvez eu tenha falhado como pastor nestas eleições. Digo isso porque
estou com a impressão de ter feito pouco para desconstruir ou no pelo
menos problematizar a onda de boataria e os posicionamentos "ungidos"
de alguns caciques evangélicos. [1]
Talvez o mais grotesco tenham sido os emails e "vídeos" afirmando que
votar em Dilma e no PT seria o mesmo que apoiar uma conspiração que
mataria Dilma (por meios sobrenaturais) assim que fosse eleita e logo
a seguir implantaria no Brasil uma ditadura comunista-luciferiana
pelas mãos do filho de Michel Temer. Em outras o próprio Temer seria o
satanista mor. Confesso que não respondi publicamente esse tipo de
mensagem por acreditar que tamanha absurdo seria rejeitada pelo bom
senso de meus irmãos evangélicos. Para além da "viagem" do conteúdo a
absoluta falta de fontes e provas para estas "notícias" deveria ter
levado (acreditei) as pessoas de boa fé a pelo menos desconfiar destas
graves acusações infundadas. [2]
A candidata Marina Silva, uma evangélica da Assembléia de Deus, até
onde se sabe sem qualquer mancha em sua biografia, também não saiu
ilesa. Várias denominações evangélicas antes fervorosas defensoras de
um "candidato evangélico" a presidência da república simplesmente
ignoraram esta assembleiana de longa data.
Como se não bastasse, Marina foi também acusada pelo pastor Silas
Malafaia de ser "dissimulada", "pior do que o ímpio" e defender,
(segundo ele), um plebiscito sobre o aborto. Surpreende como um líder
da inteligência de Malafaia declare seu apoio a Marina em um dia, mude
de voto três dias depois e à apenas 6 dias das eleições desconheça as
proposições de sua irmã na fé.
De fato Marina Silva afirmou (desde cedo na campanha, diga-se de
passagem) que "casos de alta complexidade cultural, moral, social e
espiritual como esses, (aborto e maconha) deveriam ser debatidos pela
sociedade na forma de plebiscito" [3], mas de fato não disse que uma
vez eleita ela convocaria esse plebiscito.
O mais surpreendentemente, porém foi o absoluto silêncio quanto ao
candidato José Serra. O candidato tucano foi curiosamente poupado.
Somente a campanha adversária lembrou que foi ele, Serra a trazer o
aborto para dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) [4]. Enquanto
ministro da saúde o candidato do PSDB assinou em 1998 a norma técnica
do SUS ordenando regras para fazer abortos previstos em lei, até o 5º
mês de gravidez [5]. Fiquei intrigado que nenhum colega pastor
absolutamente contra o aborto tenha se dignado a me avisar desta
"barbaridade".
Também foi de estranhar que nenhum pastor preocupado com a legalização
das drogas tenha disparado uma enxurrada de-mails alertando os
evangélicos de que o presidente de honra do PSDB, e ex-presidente da
República Fernando Henrique Cardoso defenda a descriminalização da
posse de maconha para o consumo pessoal [6].
Por fim nem Malafaia, nem os boateiros de plantão tiveram interesse em
dar visibilidade a noticia veiculada pelo jornal a Folha de São Paulo
(Edição eletrônica de 21/06/10) nos alertando para o fato de que "O
candidato do PSDB à Presidência, José Serra, afirmou nesta
segunda-feira ser a favor da união civil e da adoção de crianças por
casais homossexuais." [7]
Depois de tudo isso é razoável desconfiar que o problema não esteja
realmente na posição que os candidatos tenham sobre o aborto, união
civil e adoção de crianças por homossexuais ou ainda a
descriminalização da maconha. Se o problema fosse realmente o
comprometimento dos candidatos e seus partidos com as questões acima
os líderes evangélicos que abominam estas propostas não teriam
alternativa.
A única postura coerente seria então pregar o voto nulo, branco ou
ainda a ausência justificada. Se tivessem realmente a coragem que
aparentam em suas bravatas televisivas deveriam convocar um boicote às
eleições. Um gigantesco protesto a-partidário denunciando o fato de
que nenhum dos candidatos com chances de ser eleitos tenha realmente
se comprometido de forma clara e inequívoca com os valores
evangélicos. Fazer uma denuncia seletiva de quem esta comprometido com
a "iniqüidade" é, no mínimo, desonesto.
Falar mal de candidato A e beneficiar B por tabela (sendo que B está
igualmente comprometido com os mesmo "problemas") é muito fácil.
Difícil é se arriscar num ato conseqüente de desobediência civil como
fez Luther King quando entendeu que as leis de seu país eram iníquas.
Termino dizendo que não deixarei de votar nestas eleições.
Não o farei por ter alguma esperança de que o Estado brasileiro
transforme nossos costumes e percepções morais em lei criminalizando o
que consideramos pecado. Aliás tenho verdadeiro pavor de abrir esse
precedente.
Não o farei porque acredite que a pessoa em quem votarei seja
católica, cristã ou evangélica e isso vá "abençoar" o Brasil. Sei,
como lembrou o apóstolo Paulo, que se agisse assim teria de sair do
mundo.
Votarei consciente de que os temas aqui mencionados (união civil de
pessoas do mesmo sexo, descriminalização do aborto, descriminalização
de algumas drogas entre outras polêmicas) não serão resolvidos pelo
presidente ou presidenta da república. Como qualquer pessoa informada
sobre o tema, sei que assuntos assim devem ser discutidos pela
sociedade civil, pelo legislativo e eventualmente pelo judiciário
(como foi o caso da lei de biossegurança) [8] com serenidade e
racionalidade.
Votarei na pessoa que acredito representa o melhor projeto político
para o Brasil levando em conta outras questões (aparentemente
esquecidas pelos lideres evangélicos presentes na mídia) tais como
distribuição de renda, justiça social, direitos humanos, tratamento
digno para os profissionais da educação, entre outros temas. (Ver
Mateus 25: 31-46) Estas questões até podem não interessar aos líderes
evangélicos e cristãos em geral que já ascenderam à classe média alta,
mas certamente tem toda a relevância para nossos irmãos mais pobres.
______________________
NOTAS
[1] As afirmações que faço ao longo deste texto estão baseadas em informações públicas e amplamente divulgadas pelos meios de comunicação. Apresento os links dos jornais e documentos utilizados para verificação.
[2] http://www.hospitaldalma.com/2010/07/o-cristao-verdadeiro-nao-deve-votar-na.html
[3]http://ultimosegundo.ig.com.br/eleicoes/marina+rebate+declaracoes+de+pastor+evangelico+silas+malafaia/n1237789584105.html
Ver também http://www1.folha.uol.com.br/poder/805644-lider-evangelico-ataca-marina-e
anuncia-apoio-a-serra.shtml
[4]http://blogdadilma.blog.br/2010/09/serra-e-o-unico-candidato-que-ja-assinou-ordens-para-fazer-abortos-quando-ministro-da-saude-2.html
[5] http://www.cfemea.org.br/pdf/normatecnicams.pdf
[6]http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=856843&tit=FHC-e-intelectuais-pedem-legalizacao-da-maconha
[7] http://www1.folha.uol.com.br/poder/754484-serra-se-diz-a-favor-da-uniao-civil-e-da-adocao-de-criancas-por-gays.shtml
[8] http://www.eclesia.com.br/revistadet1.asp?cod_artigos=206
Nota da Comissão Brasileira Justiça e Paz
O MOMENTO POLÍTICO E A RELIGIÃO
"Amor e Verdade se encontrarão. Justiça e Paz se abraçarão" (Salmo 85)
A Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP) está preocupada com o momento político na sua relação com a religião. Muitos grupos, em nome da fé cristã, têm criado dificuldades para o voto livre e consciente. Desconsideram a manifestação da presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil de 16 de setembro, "Na proximidade das eleições", quando reiterou a posição da 48ª Assembléia Geral da entidade, realizada neste ano em Brasília. Esses grupos continuaram, inclusive, usando o nome da CNBB, induzindo erroneamente os fiéis a acreditarem que ela tivesse imposto veto a candidatos nestas eleições.
Continua sendo instrumentalizada eleitoralmente a nota da presidência do Regional Sul 1 da CNBB, fato que consideramos lamentável, porque tem levado muitos católicos a se afastarem de nossas comunidades e paróquias.
Constrangem nossa consciência cidadã, como cristãos, atos, gestos e discursos que ferem a maturidade da democracia, desrespeitam o direito de livre decisão, confundindo os cristãos e comprometendo a comunhão eclesial.
Os eleitores têm o direito de optar pela candidatura à Presidência da República que sua consciência lhe indicar, como livre escolha, tendo como referencial valores éticos e os princípios da Doutrina Social da Igreja, como promoção e defesa da dignidade da pessoa humana, com a inclusão social de todos os cidadãos e cidadãs, principalmente dos empobrecidos.
Nesse sentido, a CBJP, em parceria com outras entidades, realizou debate, transmitido por emissoras de inspiração cristã, entre as candidaturas à Presidência da Republica no intento de refletir os desafios postos ao Brasil na perspectiva de favorecer o voto consciente e livre. Igualmente, co-patrocinou um subsídio para formação da cidadania, sob o título: "Eleições 2010: chão e horizonte".
A Comissão Brasileira Justiça e Paz, nesse tempo de inquietudes, reafirma os valores e princípios que norteiam seus passos e a herança de pessoas como Dom Helder Câmara, Dom Luciano Mendes, Margarida Alves, Madre Cristina, Tristão de Athayde, Ir. Dorothy, entre tantos outros. Estes, motivados pela fé, defenderam a liberdade, quando vigorava o arbítrio; a defesa e o anúncio da liberdade de expressão, em tempos de censura; a anistia, ampla, geral e irrestrita, quando havia exílios; a defesa da dignidade da pessoa humana, quando se trucidavam e aviltavam pessoas.
Compartilhamos a alegria da luz, em meio a sombras, com os frutos da Lei da Ficha Limpa como aprimoramento da democracia. Esta Lei de Iniciativa Popular uniu a sociedade e sintonizou toda a igreja com os reclamos de uma política a serviço do bem comum e o zelo pela justiça e paz.
Brasília, 06 de Outubro de 2010.
Comissão Brasileira Justiça e Paz,
Organismo da CNBB
Miriam Xavier enviou:
Marina,... você se pintou?
Maurício Abdalla [1]
"Marina, morena Marina, você se pintou" - diz a canção de Caymmi. Mas
é provável, Marina, que pintaram você. Era a candidata ideal: mulher,
militante, ecológica e socialmente comprometida com o "grito da Terra
e o grito dos pobres", como diz Leonardo Boff.
Dizem que escolheu o partido errado. Pode ser. Mas, por outro lado, o
que é certo neste confuso tempo de partidos gelatinosos, de alianças
surreais e de pragmatismo hiperbólico? Quem pode atirar a primeira
pedra no que diz respeito a escolhas partidárias?
Mas ainda assim, Marina, sua candidatura estava fadada a não decolar.
Não pela causa que defende, não pela grandeza de sua figura. Mas pelo
fato de que as verdadeiras causas que afetam a população do Brasil não
interessam aos financiadores de campanha, às elites e aos seus meios
de comunicação. A batalha não era para ser sua. Era de Dilma contra
Serra. Do governo Lula contra o governo do PSDB/DEM. Assim decidiram
as "famiglias" que controlam a informação no país. E elas não só
decidiram quem iria duelar, mas também quiseram definir o vencedor. O
Estadão dixit: Serra deve ser eleito.
Mas a estratégia de reconduzir ao poder a velha aliança PSDB/DEM
estava fazendo água. O povo insistia em confirmar não a sua
preferência por Dilma, mas seu apreço pelo Lula. O que, é claro, se
revertia em intenção de voto em sua candidata. Mas "os filhos das
trevas são mais espertos do que os filhos da luz". Sacaram da manga um
ás escondido. Usar a Marina como trampolim para levar o tucano para o
segundo turno e ganhar tempo para a guerra suja.
Marina, você, cujo coração é vermelho e verde, foi pintada de azul.
"Azul tucano". Deram-lhe o espaço que sua causa nunca teve, que sua
luta junto aos seringueiros e contra as elites rurais jamais
alcançaria nos grandes meios de comunicação. A Globo nunca esteve ao
seu lado. A Veja, a FSP, o Estadão jamais se preocuparam com a
ecologia profunda. Eles sempre foram, e ainda são, seus e nossos
inimigos viscerais.
Mas a estratégia deu certo. Serra foi para o segundo turno, e a mídia
não cansa de propagar a "vitória da Marina". Não aceite esse presente
de grego. Hão de descartá-la assim que você falar qual é exatamente a
sua luta e contra quem ela se dirige.
"Marina, você faça tudo, mas faça o favor": não deixe que a pintem de
azul tucano. Sua história não permite isso. E não deixe que seus
eleitores se iludam acreditando que você está mais perto de Serra do
que de Dilma. Que não pensem que sua luta pode torná-la neutra ou que
pensem que para você "tanto faz". Que os percalços e dificuldades que
você teve no Governo Lula não a façam esquecer os 8 anos de FHC e os
500 anos de domínio absoluto da Casagrande no país cuja maioria vive
na senzala. Não deixe que pintem "esse rosto que o povo gosta, que
gosta e é só dele".
Dilma, admitamos, não é a candidata de nossos sonhos. Mas Serra o é de
nossos mais terríveis pesadelos. Ajude-nos a enfrentá-lo. Você não
precisa dos paparicos da elite brasileira e de seus meios de
comunicação. "Marina, você já é bonita com o que Deus lhe deu".
Cláudia Machado enviou:
Para facilitar a divulgação nesta última semana de campanha, fizemos uma compilação dos emails falsos que circulam nesta campanha sobre Dilma Rousseff e seus respectivos desmentidos. Cada link remete ao leitor ao texto em questão. Espalhem, é importante:
Talvez eu tenha falhado como pastor nestas eleições.
Eleições 2010 e os aproveitadores da boa fé e da credulidade evangélica
Rev. Sandro Amadeu Cerveira (02/10/10)
Talvez eu tenha falhado como pastor nestas eleições. Digo isso porque
estou com a impressão de ter feito pouco para desconstruir ou no pelo
menos problematizar a onda de boataria e os posicionamentos "ungidos"
de alguns caciques evangélicos. [1]
Talvez o mais grotesco tenham sido os emails e "vídeos" afirmando que
votar em Dilma e no PT seria o mesmo que apoiar uma conspiração que
mataria Dilma (por meios sobrenaturais) assim que fosse eleita e logo
a seguir implantaria no Brasil uma ditadura comunista-luciferiana
pelas mãos do filho de Michel Temer. Em outras o próprio Temer seria o
satanista mor. Confesso que não respondi publicamente esse tipo de
mensagem por acreditar que tamanha absurdo seria rejeitada pelo bom
senso de meus irmãos evangélicos. Para além da "viagem" do conteúdo a
absoluta falta de fontes e provas para estas "notícias" deveria ter
levado (acreditei) as pessoas de boa fé a pelo menos desconfiar destas
graves acusações infundadas. [2]
A candidata Marina Silva, uma evangélica da Assembléia de Deus, até
onde se sabe sem qualquer mancha em sua biografia, também não saiu
ilesa. Várias denominações evangélicas antes fervorosas defensoras de
um "candidato evangélico" a presidência da república simplesmente
ignoraram esta assembleiana de longa data.
Como se não bastasse, Marina foi também acusada pelo pastor Silas
Malafaia de ser "dissimulada", "pior do que o ímpio" e defender,
(segundo ele), um plebiscito sobre o aborto. Surpreende como um líder
da inteligência de Malafaia declare seu apoio a Marina em um dia, mude
de voto três dias depois e à apenas 6 dias das eleições desconheça as
proposições de sua irmã na fé.
De fato Marina Silva afirmou (desde cedo na campanha, diga-se de
passagem) que "casos de alta complexidade cultural, moral, social e
espiritual como esses, (aborto e maconha) deveriam ser debatidos pela
sociedade na forma de plebiscito" [3], mas de fato não disse que uma
vez eleita ela convocaria esse plebiscito.
O mais surpreendentemente, porém foi o absoluto silêncio quanto ao
candidato José Serra. O candidato tucano foi curiosamente poupado.
Somente a campanha adversária lembrou que foi ele, Serra a trazer o
aborto para dentro do Sistema Único de Saúde (SUS) [4]. Enquanto
ministro da saúde o candidato do PSDB assinou em 1998 a norma técnica
do SUS ordenando regras para fazer abortos previstos em lei, até o 5º
mês de gravidez [5]. Fiquei intrigado que nenhum colega pastor
absolutamente contra o aborto tenha se dignado a me avisar desta
"barbaridade".
Também foi de estranhar que nenhum pastor preocupado com a legalização
das drogas tenha disparado uma enxurrada de-mails alertando os
evangélicos de que o presidente de honra do PSDB, e ex-presidente da
República Fernando Henrique Cardoso defenda a descriminalização da
posse de maconha para o consumo pessoal [6].
Por fim nem Malafaia, nem os boateiros de plantão tiveram interesse em
dar visibilidade a noticia veiculada pelo jornal a Folha de São Paulo
(Edição eletrônica de 21/06/10) nos alertando para o fato de que "O
candidato do PSDB à Presidência, José Serra, afirmou nesta
segunda-feira ser a favor da união civil e da adoção de crianças por
casais homossexuais." [7]
Depois de tudo isso é razoável desconfiar que o problema não esteja
realmente na posição que os candidatos tenham sobre o aborto, união
civil e adoção de crianças por homossexuais ou ainda a
descriminalização da maconha. Se o problema fosse realmente o
comprometimento dos candidatos e seus partidos com as questões acima
os líderes evangélicos que abominam estas propostas não teriam
alternativa.
A única postura coerente seria então pregar o voto nulo, branco ou
ainda a ausência justificada. Se tivessem realmente a coragem que
aparentam em suas bravatas televisivas deveriam convocar um boicote às
eleições. Um gigantesco protesto a-partidário denunciando o fato de
que nenhum dos candidatos com chances de ser eleitos tenha realmente
se comprometido de forma clara e inequívoca com os valores
evangélicos. Fazer uma denuncia seletiva de quem esta comprometido com
a "iniqüidade" é, no mínimo, desonesto.
Falar mal de candidato A e beneficiar B por tabela (sendo que B está
igualmente comprometido com os mesmo "problemas") é muito fácil.
Difícil é se arriscar num ato conseqüente de desobediência civil como
fez Luther King quando entendeu que as leis de seu país eram iníquas.
Termino dizendo que não deixarei de votar nestas eleições.
Não o farei por ter alguma esperança de que o Estado brasileiro
transforme nossos costumes e percepções morais em lei criminalizando o
que consideramos pecado. Aliás tenho verdadeiro pavor de abrir esse
precedente.
Não o farei porque acredite que a pessoa em quem votarei seja
católica, cristã ou evangélica e isso vá "abençoar" o Brasil. Sei,
como lembrou o apóstolo Paulo, que se agisse assim teria de sair do
mundo.
Votarei consciente de que os temas aqui mencionados (união civil de
pessoas do mesmo sexo, descriminalização do aborto, descriminalização
de algumas drogas entre outras polêmicas) não serão resolvidos pelo
presidente ou presidenta da república. Como qualquer pessoa informada
sobre o tema, sei que assuntos assim devem ser discutidos pela
sociedade civil, pelo legislativo e eventualmente pelo judiciário
(como foi o caso da lei de biossegurança) [8] com serenidade e
racionalidade.
Votarei na pessoa que acredito representa o melhor projeto político
para o Brasil levando em conta outras questões (aparentemente
esquecidas pelos lideres evangélicos presentes na mídia) tais como
distribuição de renda, justiça social, direitos humanos, tratamento
digno para os profissionais da educação, entre outros temas. (Ver
Mateus 25: 31-46) Estas questões até podem não interessar aos líderes
evangélicos e cristãos em geral que já ascenderam à classe média alta,
mas certamente tem toda a relevância para nossos irmãos mais pobres.
______________________
NOTAS
[1] As afirmações que faço ao longo deste texto estão baseadas em informações públicas e amplamente divulgadas pelos meios de comunicação. Apresento os links dos jornais e documentos utilizados para verificação.
[2] http://www.hospitaldalma.com/2010/07/o-cristao-verdadeiro-nao-deve-votar-na.html
[3]http://ultimosegundo.ig.com.br/eleicoes/marina+rebate+declaracoes+de+pastor+evangelico+silas+malafaia/n1237789584105.html
Ver também http://www1.folha.uol.com.br/poder/805644-lider-evangelico-ataca-marina-e
anuncia-apoio-a-serra.shtml
[4]http://blogdadilma.blog.br/2010/09/serra-e-o-unico-candidato-que-ja-assinou-ordens-para-fazer-abortos-quando-ministro-da-saude-2.html
[5] http://www.cfemea.org.br/pdf/normatecnicams.pdf
[6]http://www.gazetadopovo.com.br/vidaecidadania/conteudo.phtml?tl=1&id=856843&tit=FHC-e-intelectuais-pedem-legalizacao-da-maconha
[7] http://www1.folha.uol.com.br/poder/754484-serra-se-diz-a-favor-da-uniao-civil-e-da-adocao-de-criancas-por-gays.shtml
[8] http://www.eclesia.com.br/revistadet1.asp?cod_artigos=206
Nota da Comissão Brasileira Justiça e Paz
O MOMENTO POLÍTICO E A RELIGIÃO
"Amor e Verdade se encontrarão. Justiça e Paz se abraçarão" (Salmo 85)
A Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP) está preocupada com o momento político na sua relação com a religião. Muitos grupos, em nome da fé cristã, têm criado dificuldades para o voto livre e consciente. Desconsideram a manifestação da presidência da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil de 16 de setembro, "Na proximidade das eleições", quando reiterou a posição da 48ª Assembléia Geral da entidade, realizada neste ano em Brasília. Esses grupos continuaram, inclusive, usando o nome da CNBB, induzindo erroneamente os fiéis a acreditarem que ela tivesse imposto veto a candidatos nestas eleições.
Continua sendo instrumentalizada eleitoralmente a nota da presidência do Regional Sul 1 da CNBB, fato que consideramos lamentável, porque tem levado muitos católicos a se afastarem de nossas comunidades e paróquias.
Constrangem nossa consciência cidadã, como cristãos, atos, gestos e discursos que ferem a maturidade da democracia, desrespeitam o direito de livre decisão, confundindo os cristãos e comprometendo a comunhão eclesial.
Os eleitores têm o direito de optar pela candidatura à Presidência da República que sua consciência lhe indicar, como livre escolha, tendo como referencial valores éticos e os princípios da Doutrina Social da Igreja, como promoção e defesa da dignidade da pessoa humana, com a inclusão social de todos os cidadãos e cidadãs, principalmente dos empobrecidos.
Nesse sentido, a CBJP, em parceria com outras entidades, realizou debate, transmitido por emissoras de inspiração cristã, entre as candidaturas à Presidência da Republica no intento de refletir os desafios postos ao Brasil na perspectiva de favorecer o voto consciente e livre. Igualmente, co-patrocinou um subsídio para formação da cidadania, sob o título: "Eleições 2010: chão e horizonte".
A Comissão Brasileira Justiça e Paz, nesse tempo de inquietudes, reafirma os valores e princípios que norteiam seus passos e a herança de pessoas como Dom Helder Câmara, Dom Luciano Mendes, Margarida Alves, Madre Cristina, Tristão de Athayde, Ir. Dorothy, entre tantos outros. Estes, motivados pela fé, defenderam a liberdade, quando vigorava o arbítrio; a defesa e o anúncio da liberdade de expressão, em tempos de censura; a anistia, ampla, geral e irrestrita, quando havia exílios; a defesa da dignidade da pessoa humana, quando se trucidavam e aviltavam pessoas.
Compartilhamos a alegria da luz, em meio a sombras, com os frutos da Lei da Ficha Limpa como aprimoramento da democracia. Esta Lei de Iniciativa Popular uniu a sociedade e sintonizou toda a igreja com os reclamos de uma política a serviço do bem comum e o zelo pela justiça e paz.
Brasília, 06 de Outubro de 2010.
Comissão Brasileira Justiça e Paz,
Organismo da CNBB
Miriam Xavier enviou:
Marina,... você se pintou?
Maurício Abdalla [1]
"Marina, morena Marina, você se pintou" - diz a canção de Caymmi. Mas
é provável, Marina, que pintaram você. Era a candidata ideal: mulher,
militante, ecológica e socialmente comprometida com o "grito da Terra
e o grito dos pobres", como diz Leonardo Boff.
Dizem que escolheu o partido errado. Pode ser. Mas, por outro lado, o
que é certo neste confuso tempo de partidos gelatinosos, de alianças
surreais e de pragmatismo hiperbólico? Quem pode atirar a primeira
pedra no que diz respeito a escolhas partidárias?
Mas ainda assim, Marina, sua candidatura estava fadada a não decolar.
Não pela causa que defende, não pela grandeza de sua figura. Mas pelo
fato de que as verdadeiras causas que afetam a população do Brasil não
interessam aos financiadores de campanha, às elites e aos seus meios
de comunicação. A batalha não era para ser sua. Era de Dilma contra
Serra. Do governo Lula contra o governo do PSDB/DEM. Assim decidiram
as "famiglias" que controlam a informação no país. E elas não só
decidiram quem iria duelar, mas também quiseram definir o vencedor. O
Estadão dixit: Serra deve ser eleito.
Mas a estratégia de reconduzir ao poder a velha aliança PSDB/DEM
estava fazendo água. O povo insistia em confirmar não a sua
preferência por Dilma, mas seu apreço pelo Lula. O que, é claro, se
revertia em intenção de voto em sua candidata. Mas "os filhos das
trevas são mais espertos do que os filhos da luz". Sacaram da manga um
ás escondido. Usar a Marina como trampolim para levar o tucano para o
segundo turno e ganhar tempo para a guerra suja.
Marina, você, cujo coração é vermelho e verde, foi pintada de azul.
"Azul tucano". Deram-lhe o espaço que sua causa nunca teve, que sua
luta junto aos seringueiros e contra as elites rurais jamais
alcançaria nos grandes meios de comunicação. A Globo nunca esteve ao
seu lado. A Veja, a FSP, o Estadão jamais se preocuparam com a
ecologia profunda. Eles sempre foram, e ainda são, seus e nossos
inimigos viscerais.
Mas a estratégia deu certo. Serra foi para o segundo turno, e a mídia
não cansa de propagar a "vitória da Marina". Não aceite esse presente
de grego. Hão de descartá-la assim que você falar qual é exatamente a
sua luta e contra quem ela se dirige.
"Marina, você faça tudo, mas faça o favor": não deixe que a pintem de
azul tucano. Sua história não permite isso. E não deixe que seus
eleitores se iludam acreditando que você está mais perto de Serra do
que de Dilma. Que não pensem que sua luta pode torná-la neutra ou que
pensem que para você "tanto faz". Que os percalços e dificuldades que
você teve no Governo Lula não a façam esquecer os 8 anos de FHC e os
500 anos de domínio absoluto da Casagrande no país cuja maioria vive
na senzala. Não deixe que pintem "esse rosto que o povo gosta, que
gosta e é só dele".
Dilma, admitamos, não é a candidata de nossos sonhos. Mas Serra o é de
nossos mais terríveis pesadelos. Ajude-nos a enfrentá-lo. Você não
precisa dos paparicos da elite brasileira e de seus meios de
comunicação. "Marina, você já é bonita com o que Deus lhe deu".
Cláudia Machado enviou:
Para facilitar a divulgação nesta última semana de campanha, fizemos uma compilação dos emails falsos que circulam nesta campanha sobre Dilma Rousseff e seus respectivos desmentidos. Cada link remete ao leitor ao texto em questão. Espalhem, é importante:
A morte de Mário Kosel Filho: http://migre.me/1pfAb
A Ficha Falsa de Dilma Rousseff na ditadura http://migre.me/1pfCc
O porteiro que desistiu de trabalhar para receber o Bolsa-Família http://migre.me/1pfEJ
Marília Gabriela desmente email falso http://migre.me/1pfSW
Dilma não pode entrar nos Estados Unidos http://migre.me/1pfTX
Foto de Dilma ao lado de um fuzíl é uma montagem barata http://migre.me/1pfWn
Lula/Dilma sucatearam a classe média (B) em 8 anos: http://migre.me/1pfYg
Email de Dora Kramer sobre Arnaldo Jabor é montagem http://migre.me/1pfZH
Matéria sobre Dilma em jornais canadenses é falsa: http://migre.me/1pg1t
Declarações de Dilma sobre Jesus Cristo – mais um email falso: http://migre.me/1pg2F
Fraude nas urnas com chip chinês – falsidade que beira o ridículo: http://migre.me/1pg58
Vídeo de Hugo Chaves pedindo votos a Dilma é falso: http://migre.me/1pg6c
Matéria sobre amante lésbica de Dilma é invenção: http://migre.me/1pg7p
Batemos o recorde! Nova capa da Veja é destruída 1 minuto após divulgação!
2010-10-09 07:37:21
Com o advento da internet e o surgimento da blogosfera progressista, as mentiras, os factóides e a hipocrisia de Veja passaram a ser desmascaradas em questão de dias, depois horas e agora... minutos!
Leia. Comente
http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1652
O círculo da direita se fecha: teocracia, censura nas redações, ideologia do medo
2010-10-07 16:58:34
[Por Rodrigo Viana] O eleitor médio aceitará ser torturado pelo discurso de fanáticos religiosos a serviço de Serra? Com a generosa ajuda da velha mídia brasileira, e uma mãozinha da candidatura de Marina Silva, Serra conseguiu pautar a reta final do primeiro turno e o inicio do segundo turno com uma temática religiosa. É um atraso gigantesco para o Brasil.
Leia. Comente
http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1647
TFP é a nova aliada de Serra
2010-10-06 23:15:10
A candidatura presidencial de José Serra (PSDB-DEM-PPS) tornou-se um porto seguro para os setores mais reacionários da sociedade. Líderes religiosos obtusos, direitistas que enaltecem a ditadura militar, elitistas que disseminam preconceito contra a população pobre, além de racistas e machistas de todos os matizes correm para manifestar apoio ao candidato tucano.
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http://www.novae.inf.br/site/modules.php?name=Conteudo&pid=1644
O que um governo Serra faria com o pré-sal?
O professor Adilson de Oliveira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), prefere responder o que o Brasil perderia se o Estado brasileiro abdicasse de controlar o ritmo e a estratégia de exploração dessa riqueza. O risco existe e foi sinalizado recentemente pelo coordenador do programa de energia de José Serra: Zylberstajn quer afastar a participação estatal no comércio do petróleo brasileiro. “Não se trata apenas de uma posição ideológica; há interesses em jogo que gostariam de diminuir o peso da Petrobras; se possível, até quebrar a empresa”, analisa.
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O professor Adilson de Oliveira, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), prefere responder o que o Brasil perderia se o Estado brasileiro abdicasse de controlar o ritmo e a estratégia de exploração dessa riqueza. O risco existe e foi sinalizado recentemente pelo coordenador do programa de energia de José Serra: Zylberstajn quer afastar a participação estatal no comércio do petróleo brasileiro. “Não se trata apenas de uma posição ideológica; há interesses em jogo que gostariam de diminuir o peso da Petrobras; se possível, até quebrar a empresa”, analisa.
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• Assessor de Serra quer privatizar o pré-sal
• Cenário global reforça opção nacionalista sobre o pré-sal
• O pré-sal e o esforço dos tucanos contra a Petrobras
Colunista do Estadão demitida pelo artigo publicado naquele jornal e que transcrevemos no boletim da semana passada
http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4722228-EI6578,00-Maria+Rita+Kehl+Fui+demitida+por+um+delito+de+opiniao.html
E depois ainda ousam dizer que o Lula é quem censura a imprensa!!!
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