quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Número 316




Encerramos hoje a apresentação de peças de propaganda muito usuais nas primeiras décadas do século passado. Como iniciamos mostrando a visão que se tinha das mulheres, encerramos com elas também. Duas “pérolas”!
Nos artigos de fundo, o papel do governo americano em relação à imprensa e a absolvição do juiz espanhol Garzon, o que incomoda as elites daquele país associadas ao franquismo.
Com relação à jus
tiça brasileira, tão criticada nos números anteriores, vale a pena conferir o link para o Observatório da Imprensa, é o primeiro da segunda parte.















1. ARTIGOS COMPLETOS

Em defesa da liberdade. E da conveniência
Por Carlos Eduardo Lins da Silva (do Observatório da Imprensa)

Como quase todos os políticos no poder, o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, faz tudo – dentro dos limites da legislação e da cultura política de seu país – para obstruir o trabalho do jornalismo independente que possa afetar os seus próprios interesses ou de seu partido. O que não o impede de se dizer favorável ao trabalho do jornalismo independente que atrapalhe seus adversários, ou mesmo ultrajado quando estes tentam dificultar tal trabalho.


Essa contradição foi apontada na semana passada na sala de imprensa da Casa Branca por Jake Tapper, setorista da rede de TV ABC, quando o porta-voz de Obama, em nome do presidente, lamentou a morte de dois correspondentes de guerra na Síria que, segundo ele, “tentavam reportar a verdade” sobre o que ocorre naquela nação, dirigida por um inimigo dos EUA.
É evidente que os métodos de Obama para colocar obstáculos à investigação jornalística mal podem ser comparados aos atos de brutalidade e violência que Bashar al-Assad utiliza. Mas, ao se valer – como tem feito com mais constância do que a maioria de seus predecessores – da Lei de Espionagem de 1917 para combater vazamentos de informações de governo para a imprensa, Obama não apenas deixa de cumprir promessas de campanha de que iria incentivar os que apont
assem desvios de conduta na administração pública federal, como coloca o seu nome ao lado dos poucos chefes de governo americano dos séculos 20 e 21 que pontificam no quesito combate à liberdade de ação da imprensa – quem sabe apenas ao de Richard Nixon.


Tortura exposta


O caso mais famoso é o do recruta do Exército Bradley Manning, preso em condições pouco humanas há meses à espera de corte marcial por ter passado ao WikiLeaks os célebres despachos de diplomatas dos EUA a seus superiores no Departamento de Estado.
Mas há outros, como o de um ex-funcionário da CIA que passou informações a jornalistas sobre a prática de tortura. Agentes da CIA a respeito de quem há acusações sólidas de terem torturado pessoas suspeitas de terrorismo não foram até agora indiciados por crime nenhum, mas seu ex-colega
que falou com repórteres sobre essas práticas, sim.


Por enquanto, só quem tem pagado o preço na Justiça por vazamento de informações têm sido funcionários de governo, não os jornalistas que as receberam (com a exceção de Julian Assange, do WikiLeaks, a quem o governo dos EUA pretende processar assim que ele veja resolvidas as pendências que tem com a Justiça de seu país).


Mas Obama (ou alguém em seu nome na administração que nenhuma vez foi desautorizado pelo presidente) tem se esforçado para colocar repórteres independentes na cadeia, mesmo alguns que o beneficiaram quando estava na oposição a George W. Bush.


É o caso de James Risen, do New York Times, que em 2005 ganhou o prêmio Pulitzer pela sua série de reportagens sobre as mentiras a respeito das armas de destruição em massa que serviram como justificativa para a invasão do Iraque, e textos sobre a prática de torturas por militares americanos contra civis iraquianos.


Nada de novo


Na época em que as reportagens foram publicadas, Obama se valeu delas para atacar o governo Bush. Agora, o seu governo processa Risen para que ele revele quem foram as suas fontes para aquelas reportagens; e, caso não as revele (como deve fazer, em respeito a um princípio ético jornalístico fundamental para a profissão), provavelmente será sentenciado a vários meses de prisão, como já ocorreu com colegas por motivos semelhantes.
Enfim, nada de muito novo no front da guerra entre políticos e o jornalismo independente. Eles sempre aplaudem e incentivam quem os pratica quando o objeto de sua investigação são seus adversários. E tentam coibi-los quando se sentem prejudicados.



Baltasar Garzón é absolvido por investigar crimes do franquismo
(WWW.cartamaior.com.br)
O juiz espanhol Baltasar Gárzon foi absolvido da acusação feita pelas organizações de extrema-direita “Manos Limpias” e “Libertad e Identidad” que queriam que ele fosse multado e expulso da carreira jurídica por 20 anos, a pena máxima prevista para o crime de prevaricação.

As duas organizações alegaram que Baltasar Gárzon incorreu no crime de prevaricação ao ordenar uma investigação sobre o desaparecimento de mais de 114 mil pessoas, que teriam sido assassinadas durante a ditadura do general Francisco Franco (1939-1976), o que teria contrariado a lei "Manos Limpias", que prevê anistia aos crimes cometidos durante o franquismo.

O Tribunal Supremo espanhol, contudo, por seis votos contra um, deu razão a Garzón. O processo deu origem a inúmeras iniciativas de apoio ao juiz, que afirmou não se arrepender do inquérito e demonstrou a sua solidariedade para com as vítimas do franquismo.

Esta decisão surge uma semana depois de Baltasar Garzón ter sido proibido de exercer a carreira jurídica durante 11 anos após ter sido condenado por ordenar escutas consideradas ilegais no "caso Gürtel", que envolveu pessoas de altos cargos regionais do conservador Partido Popular, agora no governo.

Garzón já pediu ao Tribunal Supremo que anule esta decisão "arbitrária", argumentando que a instituição "violou de forma muito grave vários dos direitos fundamentais que tem como cidadão, segundo a Constituição, e o seu direito à independência judicial".


2. VALE A PENA LER

ENTREVISTA / LÚCIO FLÁVIO PINTO
“A lei e a verdade foram deixadas de lado”
Por IHU On-Line em 28/02/2012 na edição 683
Reproduzido do IHU On-Line, 27/2/2012; título original “‘No Pará não apenas o grileiro consegue se apropriar das terras públicas, como ainda se precisa indenizá-lo quando se denuncia’”
http://www.observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed683_a_lei_e_a_verdade_foram_deixadas_de_lado

O general reformado Fabian Escalante, que comandou o Departamento de Segurança de Cuba por muito tempo, deu uma entrevista à agência Reuters, onde afirma que a CIA esteve perto de matar o líder cubano Fidel Castro, pelo menos uma vez.
Estava tudo certo para um garçom colocar uma cápsula com veneno num prosaico milk-shake de chocolate que Fidel tomaria. Só que... a cápsula congelou no freezer onde estava...
Mas essa está longe de ser a maior trapalhada da agência americana. Houve outras tentativas igualmente fracassadas, e ainda mais divertidas.
Leia a matéria completa em: http://blogdomello.blogspot.com/2012/02/para-os-que-acham-que-nao-ha.html


Estado esquizofrênico
por MARCELO GRUMAN
O Estado brasileiro, formado e conformado à revelia do homem comum, visto com desconfiança, como inimigo e espoliador, reproduz, desde seus primórdios, no andar de cima (como diria Elio Gaspari), a confusão estabelecida entre interesses públicos e privados no andar de baixo. E vice-versa. Podemos resumir esta realidade na frase “aos amigos, tudo; aos inimigos, a lei”. Não é à toa que os termos “burocracia” e “burocrata” equivalem, praticamente, a um xingamento. E por que isso?... LEIA NA ÍNTEGRA: http://espacoacademico.wordpress.com/2012/02/25/estado-esquizofrenico/

Governo fixa Piso Nacional do Magistério em R$ 1.451
O Governo Federal determinou nesta segunda (27) que o Piso Nacional do Magistério seja reajustado em 22%, como exigiam os professores das escolas públicas. Mesmo assim, a CNTE mantém a convocação de paralisação nacional para os dias 14, 15 e 16/3, com o objetivo de exigir a adoção imediata da lei por todos os estados e municípios. Em Goiás, Rondônia e Piauí a greve já foi deflagrada.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19669&boletim_id=1137&componente_id=18155



Os assassinos do projeto social democrata europeu
A direita dos dois lados do Atlântico jamais aceitou o projeto social democrata, de um lado, ou politicamente liberal, de outro. Na realidade, também nunca teve, antes, poder político absoluto para impedi-lo ou revertê-lo. Agora, o presidente do Banco Central Europeu, Mario Draghi, na mais clara demonstração de que seu mandato é político, e não técnico, ousa decretar a necessidade da morte do projeto social democrata para salvar a produtividade europeia. O artigo é de J. Carlos de Assis.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19662&boletim_id=1136&componente_id=18132



As novas condições estratégicas no Oriente Médio
É comum que se escreva, sempre com algum exagero, que os últimos acontecimentos – sejam de qualquer natureza – mudaram as relações internacionais e as condições estratégicas regionais e/ou globais. Neste início de 2012, contudo, uma visão de conjunto do Oriente Médio/Ásia Central nos mostra que o equilíbrio conseguido com grande esforço depois do fim da Guerra Fria, em 1991, desmoronou. O artigo é de Francisco Carlos Teixeira.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19645&boletim_id=1134&componente_id=18111



leia no WWW.outraspalavras.net

Síria: por que Assad não cai
Guerra civil recrudesce, e ONU condena tirania, mas Immanuel Wallerstein analisa: pressão internacional por sua derrubada não passa de retórica

Um controle psiquiátrico da dissidência?
Comportamento anti-autoritário, que recomenda avaliar poder antes de respeitá-lo, pode estar sendo reprimido desde infância por meio de diagnósticos e medicamentos questionáveis. Por Bruce E. Leving

A Grande Depressão em imagens
No momento em que governos europeus repetem os grandes erros que levaram à crise dos anos 1930, servem de alerta cenas de uma década convulsionada e empobrecida. No Mol-Tagge Arte e Cultura



3. INFORMAÇÕES

Seminário Brasil de volta aos trilhos
23 e 24 de março em Petrópolis, no Museu Imperial.
Inscrições prévias, gratuitas online: WWW.trembrasil.org.br


O REITOR DA UNIVERSIDADE FEDERAL DOS VALES DO JEQUITINHONHA E MUCURI, no uso de suas atribuições regimentais, e considerando o que dispõe a Portaria Normativa Interministerial MP/MEC nº 22, de 30/04/2007, retificada pela Portaria Interministerial MP/MEC nº 224, de 24/07/07, torna público que estarão abertas, as inscrições para o Concurso Público de Provas e Títulos para Professor de Ensino Superior, destinado ao provimento de 01 (uma) vaga na Classe de Professor ADJUNTO ou ASSISTENTE, em Regime de Trabalho de Dedicação Exclusiva, para a Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM, Campus Diamantina, conforme discriminação a seguir:
Área de conhecimento:
História, Cultura e Identidade Nacional;
Aspectos Filosóficos e Socio-Antropológicos;
Estudos do Lazer

Requisitos:

Graduação em Turismo, Ciências Sociais, História, Filosofia e mestrado ou doutorado em áreas afins às graduações solicitadas

Curso:

Turismo
(o candidato poderá atuar em outros cursos nas áreas de conhecimento aqui relacionadas)

Local: Campus Diamantina
Vaga: 1 (uma)

1. DAS INSCRIÇÕES:
1.1. De 14 de fevereiro a 14 de março de 2012.
1.2. Horário: segunda a sexta-feira, de 08:00 às 11:00 e de 14:00 às 17:00 horas.
1.3. Local: Superintendência de Recursos Humanos – SRH – Prédio da Reitoria no Campus JK. Rodovia MGT 367 – Km 583, nº 5000 – Alto da Jacuba - Diamantina- (38) 3532-1200- ramal 1354.
1.4. É admitida inscrição por procuração ou pelo correio, via sedex, desde que postadas dentro do período de inscrição, mediante preenchimento do requerimento de inscrição anexo ao presente edital, e encaminhadas à SRH no endereço especificado no item 1.3 do presente edital.
Maiores informações: http://www.ufvjm.edu.br/rh/legislacao/cat_view/269-concursos-ufvjm/253-concursos-docentes/255-concursos-em-andamento/282-edital-102012-historia-professor-adjunto-ou-assistente.html




4. CAFÉ HISTÓRIA


MATÉRIA DO CAFÉ HISTÓRIA: O PECADO DE OLHAR
Como a foto de uma menina sudanesa observada por um abutre, feita no Sudão em 1993, mudou a história do fotojornalismo e a vida do homem que a capturou. Uma história impressionante e que faz refletir e muito.
Leia esta matéria em: http://cafehistoria.ning.com/o-pecado-de-olhar


SORTEIO DE LIVROS: APRENDER COM A HISTÓRIA?
O Café História e a Editora FGV vão sortear 2 (dois) exemplares do livro “Aprender com a história? O Passado e o Futuro de uma questão”, organizado pelos historiadores Fernando Nicolazzi, Helena Miranda Mollo e Valdei Lopes de Araújo”.
Clique aqui para saber como concorrer: http://cafehistoria.ning.com/promo-aprender-com-a-historia


CAFÉ EXPRESSO NOTÍCIAS: EVA BRAUN
Eva Braun, atriz famosa por seu envolvimento romântico com Hitler, sempre foi uma personagem misteriosa da história. Para tentar responder certas pergunta, a historiadora Heike Gortemaker acaba de lançar uma biografia ousada, uma das mais interessantes já lançadas sobre o tema.
Leia mais sobre esse lançamento: http://cafehistoria.ning.com [Página Principal]


VÍDEOS EM DESTAQUE: MURO DE BERLIM
Documentário do canal “History Channel” conta a história do Muro de Berlim, de sua construção, no início dos anos 1960, até a sua queda, em 1989. Material excelente para professores trabalharem em sala de aula.
Assista: http://cafehistoria.ning.com/video/history-channel-constru-o-e-queda-do-muro-de-berlim-parte-1-6


FÓRUM EM DESTAQUE: OBJETOS ANTIGOS
O participante Almir Ferreira criou um interessante fórum dentro do grupos de estudo “Patrimônio”: peças e monumentos da antiguidade nos museus do mundo pertencem realmente a quem?
Participe do fórum:http://cafehistoria.ning.com/forum/topics/pecas-e-monumentos-da


CONTEÚDO DA SEMANA: JOSÉ SARAMAGO E CIA
Vídeo publicado pelo participante Helder Herik reúne entrevista de Jô Soares com José Saramago, Chico Buarque e Sebastião Salgado.
Assista: http://cafehistoria.ning.com/video/j-soares-entrevista-jos-saramago-chico-buarque-e-sebasti-o

MATÉRIA: PRIMEIRA ESCOLA DE SAMBA DO PAÍS
Você sabia que a primeira escola de samba brasileira foi a "Deixa Falar", fundada em 18 de agosto de 1928, no bairro do Estácio, Rio de Janeiro? Se quiser saber como começou essa história, confira o artigo de Ricardo Sayeg, colaborador do Café História neste carnaval.
LEIA: http://cafehistoria.ning.com [Página Principal]


CINE HISTÓRIA: A DAMA DE FERRO
Antes de se posicionar e adquirir o status de verdadeira dama de ferro na mais alta esfera do poder britânico, Margaret Thatcher (Meryl Streep) teve que enfrentar vários preconceitos na função de primeiro-ministra do Reino Unido em um mundo até então dominado por homens. Esta é a chave do novo filme sobre Thatcher, “A Dama de Ferro”.
LEIA MAIS: http://cafehistoria.ning.com [Página Principal]



MURAL DO HISTORIADOR: DADOS SOBRE SÃO PAULO
Novos documentos da série “Maços de População” – relativos às localidades de Apiaí, Areias, Queluz, Bananal, Atibaia, Nazaré, Bragança, Campinas, Cananéia, Cotia, Faxina, Franca e São Paulo – foram disponibilizados on-line, no site do Arquivo Público de São Paulo.
LEIA MAIS SOBRE OS DADOS: http://cafehistoria.ning.com [Página Principal]

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quarta-feira, 22 de fevereiro de 2012

Número 315






A Grécia ocupa lugar privilegiado na primeira parte do nosso boletim. Um artigo e uma carta aberta escrita por dois personagens magistrais daquele país nos dão conta do que está acontecendo por lá.
Na segunda parte, indicações de dois artigos da mais alta relevância.
Apresentamos mais duas propagandas daquela série que iniciamos no boletim 313.
É isso ai... carnaval acabou. Como diria Drummond: E agora, José?



























1. ARTIGOS COMPLETOS

Grécia, a receita infalível para destruir um país
O FMI e as autoridades financeiras da União Europeia aumentam a pressão sobre a Grécia e dizem que país "ainda não reúne todas as condições" para receber ajuda. Querem mais cortes de gastos públicos. Enquanto isso, na Grécia, crescem os casos de abandono de crianças e de desnutrição infantil, o desemprego bate na casa dos 20%, as camas dos hospitais foram reduzidas em 40%, alunos não receberam livros escolares e cidadãos deficientes, inválidos ou portadores de doenças raras tiveram subsídios e medicamentos cortados. Saiba como destruir um país e seu povo em nome da austeridade.
Marco Aurélio Weissheimer

(veja esta matéria em http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19620&boletim_id=1131&componente_id=18040 , pois ela se faz acompanhar de dois vídeos)

A Grécia deveria prestar atenção no que está acontecendo em Portugal, onde o governo decidiu cumprir tudo o que a troika (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) exigiu e a situação econômica do país só está piorando. A advertência foi feita por Landon Thomas, colunista econômico do jornal The New York Times, em um artigo intitulado Portugal’s Debt Efforts May Be Warning for Greece. Portugal, diz Thomas, vem fazendo tudo o que a troika exigiu em troca dos 78 bilhões de euros de “resgate” liberados em maio de 2011. No entanto, o resgate está fazendo a economia do país afundar cada vez mais no buraco. Neste momento, a Grécia está sendo pressionada a seguir o mesmo caminho para garantir um “resgate” de 130 bilhões de euros.

Em Portugal, o portal Esquerda.net destacou a advertência de Landon Thomas que vem apoiada em um dado eloquente: quando Portugal fechou o acordo para receber o “resgate” de 78 bilhões, a relação dívida/PIB do país era de 107%. Agora, a expectativa é que ela suba para 118% até 2013. Na opinião do colunista do New York Times, isso não se deve ao fato de que a dívida de Portugal está crescendo, mas sim ao encolhimento da economia do país. “Sem crescimento, a redução da dívida torna-se quase impossível”, resume. Os números mais recentes ilustram bem essa tese. O PIB português caiu 1,5% em 2011, sendo que, no último trimestre do ano passado, a queda foi de 2,7%. A taxa de desemprego no país chegou a 13,6% e o governo admite que esses números não devem melhorar em 2012.

Grécia “ainda não reuniu todas as condições”

A resistência da Grécia em aceitar os termos exigidos pelo FMI e pela União Europeia está fazendo aumentar o tom das ameaças dirigidas contra o país. Os ministros de Finanças da zona do euro cancelaram uma reunião marcada para terça-feira (14) para discutir a situação grega alegando que o país “ainda não reuniu todas as condições” para conseguir um novo empréstimo. As autoridades monetárias europeias querem que o governo grego especifique em que áreas serão executados cortes para atingir a meta de 325 milhões anuais exigida pelo bloco europeu. O problema é onde cortar na penúria? A cobertura jornalística sobre a crise na Grécia e em outros países europeus é abundante em números, mas escassa em relatos sobre os dramas sociais cada vez maiores.

Uma exceção nessa cobertura é uma matéria da BBC que fala sobre como a crise financeira grega causou tamanho desespero em algumas famílias que elas estão abrindo mão dos próprios filhos. Há casos de abandono de crianças em centros de juventude e instituições de caridade em Atenas. “No último ano, relatou à BBC o padre Antonios, um jovem sacerdote ortodoxo grego, “recebemos centenas de casos de pais que querem deixar seus filhos conosco por nos conhecerem e confiarem em nós. Eles dizem que não têm dinheiro, abrigo ou comida para suas crianças e esperam que nós possamos prover-lhes isso”. Até há bem pouco tempo, a Aldeias Infantis SOS da Grécia costumava cuidar de crianças afastadas de seus país por problemas com álcool e drogas. Agora, o problema principal é a pobreza (ver vídeo acima).

Crescem casos de abandono e desnutrição infantil

Segundo os responsáveis pelas Aldeias SOS está crescendo o caso também de crianças abandonadas nas ruas. De acordo com as estatísticas oficiais, 20% da população grega está vivendo na pobreza e cerca de 860 mil famílias estão vivendo abaixo da linha da pobreza. No final de janeiro, o governo grego anunciou que iria começar a distribuir vales-refeição para as crianças após quatro casos de desmaios em escolas por desnutrição. A medida, segundo o governo, seria aplicada principalmente nos bairros mais afetados pela crise econômica e pelo desemprego. Em um segundo momento, também receberiam os vales as famílias em situação econômica mais grave. “Há casos de alunos de famílias pobres que passam o dia todo na escola sem comer nada”, denunciou, em dezembro de 2011, Themis Kotsifakis, secretário geral da Federação de Professores de Ensino Médio.

Apesar desses relatos, para as autoridades do FMI, do Banco Central Europeu e da Comissão Europeia, a Grécia ainda não reuniu todas as condições para receber uma nova ajuda. A perversidade embutida neste discurso anda de mãos dadas com o cinismo. No dia 24 de janeiro deste ano, Sonia Mitralia, membro do Comitê Grego contra a Dívida e do Comitê para a Anulação da Dívida do Terceiro Mundo (CADTM), denunciou, diante da Comissão Social da Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa, em Estrasburgo, a crise humanitária sem precedentes que está sendo vivida na Grécia. Segundo ela, as medidas de austeridade propostas pela troika representam um perigo para a democracia e para os direitos sociais.

“Dizimaram toda uma sociedade europeia para nada”

Mitralia lembrou que as próprias autoridades financeiras admitem que, se suas políticas de austeridade fossem 100% eficazes, o que não é o caso, a dívida pública grega seria reduzida para 120% do PIB nacional, em 2020, ou seja, a mesma percentagem de 2009 quando iniciou o processo de agravamento da crise. “Em resumo, o que nos dizem agora cinicamente, é que dizimaram toda uma sociedade europeia...absolutamente para nada!”. Estamos vendo agora, acrescentou, “o sétimo memorando de austeridade e destruição de serviços públicos, depois dos seis primeiros terem provado sua total ineficácia. Assiste-se a mesma cena em Portugal, na Irlanda, na Itália, na Espanha e um pouco por toda a Europa, disse ainda Mitralia: afundamento da economia e das populações numa recessão e num marasmo sempre mais profundos.

Além do abandono de crianças e da desnutrição infantil, Mitralia aponta outros deveres de casa que estão sendo cobrados da Grécia e cuja execução é considerada insuficiente: o desemprego é de 20% da população e de 45% entre os jovens; as camas dos hospitais foram reduzidas em 40%; já não há nos hospitais públicos curativos ou medicamentos básicos, como aspirinas; em janeiro de 2012, o Estado grego não foi capaz de fornecer aos alunos os livros do ano escolar começado em setembro passado; milhares de cidadãos gregos deficientes, inválidos ou que sofrem de doenças raras tiveram seus subsídios e medicamentos cortados. Mas, para o FMI e a União Europeia, a Grécia ainda não está fazendo o suficiente...



“Os mercados estão acima de todos os homens”
“O capital financeiro usa a arma da dívida para abolir o Estado e escravizar a população europeia”
16/02/2012
Carta aberta de Mikis Theodorakis e Manolis Glezos, reproduzida parcialmente no site da CUT
Leia abaixo os principais trechos da carta aberta divulgada pelo renomado maestro e compositor grego Mikis Theodorakis, e por Manolis Glezos, herói grego que arrancou a bandeira nazista da Acrópole. Ambos têm mais de 80 anos e continuam nas ruas, sofrendo ao lado de seu povo a brutalidade e a covardia da repressão. Um exemplo para as novas gerações:


“Em tempos antigos, o perdão de Solón das dívidas que obrigavam os pobres a ser escravos dos ricos – a chamada reforma Seisachtheia, assentou as bases para a aparição, na antiga Grécia, das ideias da democracia, cidadania, política e Europa: os fundamentos da cultura europeia e mundial.
Lutando contra a classe dos ricaços, os cidadãos de Atenas assinalaram o caminho para a constituição de Péricles e a filosofa política de Protágoras, que disse: “O homem está muito acima de todo o dinheiro”.
Hoje em dia, vemos a vingança dos endinheirados: “Os mercados estão muito acima de todos os homens” é o lema que nossos líderes políticos abraçam com tanto gosto, aliados ao demônio dinheiro como novos Faustos.
Um punhado de bancos internacionais, agências de informação, fundos de investimento, numa concentração mundial de capital financeiro sem precedentes históricos, reivindica o poder na Europa e em todo o mundo e prepara a abolição de nossos estados e nossa democracia, com a arma da dívida, para escravizar a população europeia, colocando no lugar das imperfeitas democracias que temos a ditadura do dinheiro e a banca, o poder do império totalitário da globalização, cujo centro político está fora da Europa continental apesar da presença de poderosos bancos europeus no coração do império.
Começaram com a Grécia, utilizada como cobaia para deslocar-se a outros países da periferia europeia e, pouco a pouco, até o centro. A esperança de alguns países europeus para escapar eventualmente demonstra que os líderes europeus se enfrentam a um novo “fascismo financeiro”, não fazendo melhor do que quando se enfrentaram à ameaça de Hitler no período entreguerras.
Não é uma casualidade que grande parte dos meios de comunicação controlados pelos bancos tratem os países da periferia da Europa como “porcos – pigs” e sua campanha midiática, sádica e racista, vá tingida de desprezo. Seus meios de comunicação não se dirigem somente contra os gregos, mas também contra a herança grega e a antiga civilização grega. Esta opção mostra os objetivos profundos e ocultos daa ideologias e dos valores do capital financeiro, promotor de um capitalismo de destruição.
A tentativa dos meios de comunicação alemães de humilhar símbolos, como a Acrópole ou a Vênus de Milo, monumentos que foram respeitados até mesmo pelos oficiais de Hitler, nada mais é senão expressão do profundo desprezo dos banqueiros que controlam os meios de comunicação, já não tanto contra os gregos, mas sobretudo contra as ideais de liberdade e democracia que nasceram neste país.
O monstro financeiro produziu quatro décadas de isenção de impostos para o capital, todo tipo de “liberalização de mercado”, uma ampla desregulação, a abolição de todas as barreiras aos fluxos financeiros e às especulações, os constantes ataques contra o Estado, a compra de partidos e meios de comunicação, a apropriação do excedente por um punhado de vampiros: os bancos mundiais de Wall Street. Agora, este monstro, um verdadeiro “Estado por trás dos Estados” parece preparado para acertar um “golpe de Estado permanente” financeiro e político, e para mais de quatro décadas.
Necessitamos criar uma frente de resistência potente contra “o império totalitário da mundialização” que está em marcha, antes que seja tarde demais.
A Europa somente pode sobreviver se apresenta uma resposta unida contra os mercados, um desafio maior que o deles, um novo “New Deal” europeu.
Devemos deter de imediato o ataque contra a Grécia e aos outros países da União Europeia na periferia, precisamos por fim a esta política irresponsável e criminosa de arrocho e privatização, que conduz diretamente a uma crise pior que a de 1929.
As dívidas públicas devem ser reestruturadas de forma radical na Eurozona, especialmente às expensas dos gigantes da banca privada. Os bancos devem voltar a ser avaliados e o financiamento da economia europeia deve estar sob controle social, nacional e europeu. Não é possível deixar a chave financeira da Europa nas mãos dos bancos, como Goldman Sachs, JP Morgan, UBS, Deutsche Bank, etc …
Temos que proibir os excessos financeiros incontrolados que são a coluna vertebral do capitalismo financeiro destrutivo e criar um verdadeiro desenvolvimento econômico em lugar de ganâncias especulativas.
A arquitetura atual, baseada no Tratado de Maastricht e nas regras da OMC, instalou uma máquina na Europa para fabricar dívida. Necessitamos uma mudança radical de todos os tratados, a submissão do BCE ao controle político da população europeia, uma “regra de ouro” para um mínimo de nível social, fiscal e meio-ambiental da Europa.
Necessitamos urgentemente uma mudança de paradigma, um retorno ao estímulo de crescimento através da demanda de novos programas de investimento europeus, as novas regulações, os impostos e o controle do capital internacional, uma nova forma de protecionismo suave e razoável numa Europa independente seria protagonista na luta por um mundo multipolar, democrático, ecológico e social.
Chamamos às forças e pessoas que compartilham estas ideias a convergirem, o mais rapidamente possível, numa ampla frente de ação europeia para produzir um programa de transição, para coordenar nossa ação internacional, com o objetivo de mobilizar as forças do movimento popular, para reverter o atual equilíbrio de forças e derrotar aos atuais líderes dos nossos países, historicamente irresponsáveis, com o fim de salvar a nosso povo e a nossa sociedade antes que seja demasiado tarde para a Europa”.

(Esta carta foi transcrita do blog do Azenha: http://www.viomundo.com.br/denuncias/os-mercados-estao-acima-de-todos-os-homens.html )


2. VALE A PENA LER

Professores de Minas enviam carta aberta a Débora Falabella
http://www.viomundo.com.br/denuncias/a-carta-dos-professores-de-minas-gerais-a-debora-falabella.html

Gilson Caroni Filho: O fascismo dos meninos do Rio
http://www.viomundo.com.br/denuncias/gilson-caroni-jr-o-fascismo-dos-meninos-do-rio.html

Meu amigo Marcos Lopes, uma autoridade em história política, lançando mais um livro:



3. INFORMAÇÕES


XXI Encontro Estadual de História ANPUH-São Paulo
Trabalho, Cultura e Memória
UNICAMP- 3 a 6 de setembro de 2012
INSCRIÇÕES DE PROPOSTAS DE SEMINÁRIOS TEMÁTICOS E MINICURSOS
27 de fevereiro a 27 de março de 2012.
As inscrições serão efetuadas SOMENTE através do site http://www.encontro2012.sp.anpuh.org/



GT de Ensino irá promover no dia 14 de abril de 2012 das 9h às 12h30 uma Oficina que visa apresentar trabalhos relacionados a Lei 2003-10.639 e Lei 11645 de 2008.
Nessa Oficina haverá apresentações de trabalhos dos professores da rede que trabalham ou trabalharam com a Lei 2003-10.639 e Lei 11645 de 2008.
INSCRIÇÕES PARA APRESENTAÇÃO DE TRABALHO: até o dia 04 de abril de 2012.
INSCRIÇÕES PARA OUVINTES: até o dia 13 de abril de 2012.
As fichas de inscrição estão disponíveis no site da ANPUH-São Paulo e deverão ser enviadas preenchidas para o email da ANPUH-São Paulo anpuhsp@usp.br
PARA MAIORES INFORMAÇÕES ENTRE NO SITE DA ANPUH-São Paulo.
http://www.anpuhsp.org.br/


Cátedra Ruth Cardoso na Universidade de Columbia - Seleção de Bolsas
A Cátedra Fulbright Dra. Ruth Cardoso , na Universidade de Columbia, New York, destina-se a professores e pesquisadores brasileiros com comprovada experiência nas Ciências Humanas e Sociais, com ênfase em História do Brasil, Antropologia e Sociologia. Será dada preferência a candidatos que atuem nas áreas de história do Brasil, antropologia, e sociologia, com enfoque em movimentos sociais contemporâneos.
Requisitos para candidatura:
- Ter concluído seu doutorado após 1994 e antes de 2005
- Ter nacionalidade brasileira
- Não possuir nacionalidade estadunidense
- Estar credenciado como docente e orientador em programa de pós-graduação reconhecido pela Capes
- Possuir atuação acadêmica qualificada na área e reconhecida competência profissional, com produção intelectual consistente
- Ter fluência em inglês, compatível com o bom desempenho nas atividades previstas

Benefícios:
- Bolsa mensal de US$ 5.000, por até nove meses
- Auxílio-instalação de US$ 2.000
- Seguro-saúde
- Passagem aérea de ida e volta
- Moradia no campus, sem custos para o bolsista; acesso aos serviços e instalações da Universidade de Columbia, NY, de acordo com o padrão oferecido a professores visitantes

Serviço:
Cátedra Ruth Cardoso na Universidade de Columbia - Seleção de Bolsas
Quando: até 29 de fevereiro de 2012
Onde: Increva-se por aqui https://apply.embark.com/student/fulbright/scholars/30/
Quanto: Inscrição Gratuita
Informações: glayna@fulbright.org.br



Rede de História Contemporânea
I Congresso Anual de História Contemporânea
Lisboa, 18 e 19 de Maio de 2012
http://congressohistoriacontemporanea.blogspot.com/

O Centro de Estudos de História Contemporânea Portuguesa (CEHCP), do Instituto Universitário de Lisboa, o Centro de Estudos de História e Filosofia da Ciência (CEHFCi), o Centro de Estudos de História Religiosa (CEHR), da Universidade Católica Portuguesa, o Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX (CEIS20), da Universidade de Coimbra, o Centro de Investigação Transdisciplinar Cultura, Espaço e Memória (CITCEM), da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, o Gabinete de História Econômica e Social(GHES), do Instituto Superior de Economia Gestão da Universidade Técnica de Lisboa e o Instituto de História Contemporânea (IHC), da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa entenderam associar-se no sentido da constituição de uma Rede de História Contemporânea.
A Rede de História Contemporânea visa promover o aprofundamento de estudos e cooperação na promoção, realização e divulgação de actividades no campo da História Contemporânea no contexto nacional e internacional.
As referidas unidades de investigação definiram um conjunto de iniciativas destinadas a desenvolver e materializar os propósitos acima referidos, entre as quais se inclui um Congresso Anual de História Contemporânea, dedicado à apresentação de estudos no domínio da História Contemporânea. Os Congressos realizar-se-ão tendencialmente em Maio. A sua organização envolverá a colaboração de pelo menos duas unidades de investigação, devendo-se assegurar a rotatividade possível quanto à organização e local.
O I Congresso Anual de História Contemporânea realizar-se-á em 2012, organizado pelo Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra (CEIS20), e pelo Instituto de História Contemporânea (IHC) da FCSH – UNL. O Congresso terá lugar em Lisboa, na Reitoria da Universidade Nova de Lisboa, nos dias 18 e 19 de Maio.
O Congresso compreende um conjunto de conferências proferidas por especialistas convidados e um espaço para a apresentação e debate de comunicações submetidas através de call for papers.
Fevereiro de 2012
I Congresso Anual de História Contemporânea
Call for papers

Universidade Nova de Lisboa
18 e 19 de Maio de 2012

Call for papers
Submissão de propostas: 29 de Fevereiro a 15 de Abril de 2012
Data de comunicação do resultado da submissão: 30 de Abril
Enviar: título da comunicação, resumo (700 palavras), currículo acadêmico (1 página)

O I Congresso Anual de História Contemporânea dedica-se à apresentação de estudos no domínio da História Contemporânea.
O Congresso reúne intervenções proferidas por conferencistas convidados e a apresentação de comunicações submetidas através de call for papers.
Línguas do congresso: Português, Inglês, Francês e Espanhol.
O resumo da comunicação não deve ultrapassar as 700 palavras.
Aos oradores cujas comunicações sejam aceites para o Congresso será pedido um texto para publicação, com o limite de 3000 palavras, até ao dia 30 de Junho de 2012. Cada comunicação terá a duração de 20 minutos.
A seleção das propostas será orientada pelo propósito de garantir o máximo de qualidade e diversidade dos trabalhos.
Por favor envie a sua identificação (nome, filiação institucional e endereço eletrônico) e o resumo da comunicação por e-mail para:
I Congresso Anual de História Contemporânea
Instituto de História Contemporânea
Faculdade de Ciências Sociais e Humanas
Universidade Nova de Lisboa
Av. de Berna, 26-C
1069-061 LISBOA
congressohistoriacontemporanea@gmail.com

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Numero 314




Neste número, continuamos apresentando algumas propagandas do século passado, que demonstram atitudes e comportamentos hoje universalmente recusados.
Também apresentamos algumas fotos de Tiradentes, cidade que revisitamos o fim de semana passado.


Na primeira parte, um artigo comenta sobre o novo nacionalismo alemão e o ex-aluno, agora mestre Hercules Pimenta discute questões relativas à extensão universitária. Também falamos sobre a crise na Grécia.
Na segunda parte, indicações de boas leituras. Na terceira parte, o novo número da revista Ciência Hoje e o lançamento de um livro de nossa colega Helena Campos. No final, o Café História e o Informativo da ANPUH.





















1. ARTIGOS COMPLETOS

Angela Merkel e o novo nacionalismo alemão
Há um outro tipo de nacionalismo em ascensão na Alemanha. É um nacionalismo baseado no que se pode chamar “as virtudes teologais do capitalismo alemão”. A Alemanha deve servir de exemplo para a Europa e para o mundo, graças à sua contenção, à sua fidelidade aos “planos de austeridade”, ao seu exemplo de ter comprimido salários e aumentado a idade da aposentadoria, ao seu exemplo de uma fidelidade à toda prova ao ideário liberal de von Hayek, que permanece hegemônico nas suas universidades. O artigo é de Flávio Aguiar.

“Nacionalismo” é uma palavra maldita nestas Europas. É associada, sistematicamente, a fanatismo, racismo, xenofobia, extrema-direita, populismo. Uma grande parcela da intelectualidade européia (e latino, norte-americana e também brasileira) chegou a decretar que a palavra “nação” deveria ser deletada dos dicionários, em tempos de criação da União Européia, do fim do comunismo, e do fim da história (lembram desse fim?).

Apesar de que as nações continuassem a emitir passaportes, letras do tesouro (como hoje), dinheiro (como hoje), contrair empréstimos (como hoje), etc. E a fazer guerras horrendas, como nos Bálcãs. Aquela grande parcela preferia fixar-se nos seus avatares semânticos a analisar o que acontecia além das lindes dos campi universitários – lá fora – no mundo, por assim dizer. Preocupações identitárias também passaram a ser anátema: coisa de “latino-americanos retardatários”.

Os nacionalismos não desapareceram. Nem as nações. Basta olhar hoje a Europa que treme sob a adrenalina quinzenal que os problemas do euro derramam nas bolsas, nos parlamentos, e nas veias do mundo inteiro. A City londrina recusa-se a se colocar sob a supervisão financeira de Bruxelas e Frankfurt. Nicolas Sarkozy se viu forçado a aceitar a liderança germânica na frente européia – mas resmungando – e isso pode lhe custar a reeleição em abril/maio.

Na frente do parlamento grego, nesta terça-feira, manifestantes queimaram uma bandeira alemã. A zona do euro soçobra devido à disparidade nas diversas políticas econômicas nacionais postas em curso sob o escudo único da nova moeda. Não só isso: depois de um documento confidencial do Ministério das Finanças alemão recomendar a nomeação de um interventor financeiro na Grécia (depois da “troika”, o Banco Central Europeu, o FMI e a Comissão Européia, ter nomeado um interventor no governo), a dupla Merkozy aventou a proposta de criar uma “conta bancária bloqueada” para depositar as ajudas financeiras àquele país, só liberando-se fundos com a anuência dos administradores do bloqueio, ou seja, a “troika”, ou seja, Merkozy, ou seja, Ângela Merkel.

Entretanto, há um país em que esses “nacionalismos” não parecem ter eco: a Alemanha. Claro: existe o velho nacionalismo rançoso de extrema direita, neo-nazi. Mas ele é minoritário, embora perigoso. Claro: existe a xenofobia difusa que vê no estrangeiro, particularmente no imigrante muçulmano, uma ameaça, assim como existe um racismo difuso no Brasil. Mas não é a isso que me refiro. Outro tipo de nacionalismo está em ascensão.

É um nacionalismo baseado no que se pode chamar “as virtudes teologais do capitalismo alemão”. A Alemanha deve servir de exemplo para a Europa e para o mundo, graças à sua contenção, à sua fidelidade aos “planos de austeridade”, ao seu exemplo de ter comprimido salários e aumentado a idade da aposentadoria, ao seu exemplo de uma fidelidade à toda prova ao ideário liberal de von Hayek, que permanece hegemônico nas suas universidades, no pensamento econômico e na vulgata midiática sobre a crise européia, um ideário a que mesmo o social-democrata SPD e o anti-atômico Partido Verde parecem ter sucumbido.

Essa “fidelidade virtuosa” tudo justifica – inclusive a intervenção alemã nos assuntos internos de outros países.

Na terça-feira o jornal conservador “Die Welt” publicou um editorial justificando a intervenção de Ângela Merkel na próxima eleição francesa. Seus termos são exemplares:

“É digno de elogios que o Ministro de Relações Exteriores da Alemanha, Guido Westerwelle, tenha observado, quanto à campanha de Merkel a favor de Sarkozy, que o governo alemão não é candidato na eleição francesa. No entanto, nesta nova e mudada Europa, ele o é, na verdade. Sobretudo por causa do futuro que Merkel vê para o Continente. Uma visão que os socialistas franceses não compartilham. Nunca antes a Alemanha interferiu tão fundo na política interna francesa. Quebrou-se um tabu, mas o momento foi oportuno. O candidato socialista, François Hollande, com seu retorno ao calendário esquerdista dos anos 70, confunde os eleitores de todos os modos possíveis, com suas promessas de campanha, que contrariam toda a razão econômica. O Programa dos 60 Pontos, de Hollande, é uma seleta do populismo de esquerda. No futuro, os franceses poderão de novo se aposentar aos 60 anos, os impostos deverão ser fartamente aumentados, o setor público incrementado, os mercados financeiros regulamentados e os bancos fragmentados. Dado esse socialismo retrô, não surpreende que ele queira denegar o pacto fiscal e introduzir as letras do euro (“euro bonds”) e, é claro, usar o Banco Central Europeu como uma impressora de dinheiro. A vitória de Hollande significaria o fim da liderança franco-alemã na Europa. Embora apenas os 45 milhões de eleitores franceses possam depositar seus votos nas urnas, a votação é importante para todos na Europa”.


O editorial, convenhamos, é brilhantemente claro na sua pregação desabusada e arrogante, e não deixa dúvidas, pelas afirmativas que faz sobre a possível futura França, devendo-se se assumir as negativas na Alemanha da hegemonia conservadora. Ou seja, a Alemanha deve ser o país exemplar onde os impostos retroagem, onde o mundo financeiro não tem regulamentação, o setor público encolhe, as aposentadorias são restringidas, e os bancos imperam, unidos e protegidos. E este é o universo ideal, “prächtig” (vistoso, magnífico, faustoso, suntuoso, excelente) para a Europa e o mundo.

Em nome dele, que se intervenha na França e que se esmigalhe a Grécia.
Essa euforia conservadora dá frutos à chanceler alemã. Numa pesquisa divulgada na quarta-feira, seu partido, a CDU/CSU, aparece com 38% das intenções de voto, tendo crescido 2 pontos percentuais. Em compensação, seu parceiro de coligação, o FDP, aparece com 3%. Ou melhor, “desaparece”, pois com esse percentual não atingiria a cláusula de barreira e ficaria de fora do futuro Bundestag.

O SPD social-democrata tem 27%, e os Verdes caem alguns pontos para 13%.
A Linke fica estável em 8% e, o surpreendente Partido Pirata aparece com 7%. Depois de conquistar cadeiras no Parlamento de Berlim, os Piratas teriam, pela primeira vez, uma representação num parlamento nacional de país europeu – e logo no Bundestag.

Com esse resultado (a eleição é em 2013) o mais provável é que voltasse a se formar uma “Grande Coalizão”, ou seja, um governo CDU/CSU + SPD.

Esse seria o ideal para esse novo nacionalismo difuso alemão, proclamado virtuosamente pelo Die Welt (“O Mundo”, lembrando que Welt, em alemão, é palavra feminina). Inclusive porque neutralizaria o novo perigo que se avizinha. Mesmo com resistências ao “radicalismo” francês, o SPD se posicionou a favor de Hollande.

Imaginem se o “mau exemplo esquerdista” deste pega do lado de cá do Reno! Aquela sacrossanta “razão econômica” iria para o beleléu.


Atenas arde em protestos contra política da "troika"
A Grécia viveu neste domingo os mais violentos protestos dos últimos meses contra as políticas impostas ao país pela chamada "troika" (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia). Em meio a violentos protestos, o parlamento grego aprovou um novo "pacote de austeridade", que resultará em milhares de demissões e cortes de gastos públicos. No início da noite, vários prédios históricos de Atenas estavam em chamas e os manifestantes enfrentavam a polícia com pedras e coqueteis molotov.
Esquerda.net (WWW.cartamaior.com.br)

Dezenas de milhares de pessoas compareceram à maior manifestação em Atenas contra a austeridade e os cortes de gastos públicos aprovados neste domingo no parlamento grego. A multidão dispersou da Praça Syntagma quando a polícia a atacou com gás lacrimogêneo, mas muitos grupos permaneceram no centro de Atenas enfrentando a polícia com pedras e coqueteis molotov.

Manolis Glezos, o herói da resistência grega ao nazismo e membro do Syriza, perguntava à imprensa "como é possível implementar estas medidas com gás lacrimogéneo?". "Elas não têm o voto do povo grego", acrescentou este militante de 90 anos, ainda com a máscara de gás colocada e dificuldade em respirar.

Outro veterano nesta manifestação contra o governo da troika foi o compositor Mikis Theodorakis. Foi quando se preparava para dirigir à multidão na Praça Syntagma que a polícia começou a disparar o gás lacrimogêneo. Aos microfones duma rádio grega, uma porta-voz de Theodorakis acusou a polícia de "tentativa de assassinato" por ter tentado deliberadamente atingir o compositor de 86 anos. Em declarações aos jornalistas, Theodorakis afirmou-se confiante que "o povo vencerá", tal como aconteceu contra os nazis e a junta militar.

Todo o centro de Atenas ficou sob a nuvem do gás policial e os focos de incêndio estão também disseminados, com os confrontos sem fim à vista. Ao fim da tarde, estavam encerradas quatro estações de metrô no centro de Atenas por ordem da polícia. O líder sindical do metrô disse que os trabalhadores não viam razões para o encerramento e que a intenção da polícia era impedir as pessoas de chegarem à Praça. Entretanto, a outra manifestação da tarde, convocada pela central sindical PAME, dirigia-se para a Praça Syntagma.

Dentro do Parlamento, o debate teve início depois das 15h, com o ministro das Finanças tentando explicar aos deputados a pressa para aprovar a proposta até à meia noite de domingo. Um deputado independente questionou o parlamento sobre se tinha a certeza do que estava para ser votado, quando há várias falhas no documento, incluindo partes em que aparece "XX" em vez do número da quantia a que se refere.

O dia parlamentar também foi marcado pela tomada de posse de alguns deputados, em substituição daqueles que se demitiram em protesto contra o pacote de austeridade que vai reduzir o salário mínimo, despedir milhares de funcionários públicos e cortar ainda mais na Saúde e gastos sociais. Mas há casos em que o substituto, em vez de vir apoiar o governo cada vez mais frágil, toma posse para votar contra o seu partido. É o que acontece à atriz Anna Vagena, da lista do PASOK.

No sábado, era já conhecida a oposição de mais de dez deputados do PASOK, que se tem afundado nas sondagens nos últimos meses, e mesmo da Nova Democracia, incluindo o líder parlamentar e os deputados responsáveis pelos assuntos da Defesa e do Interior. A extrema-direita do LAOS, que retirou o apoio ao Governo de Lucas Papademos, também votará contra, à exceção dos seus antigos ministros.


Igreja de Santo Antônio, Tiradentes, MG. Foto: RMF


Pensando a EDUCAÇÃO e a EXTENSÃO
Hercules Pimenta dos Santos*
Entendemos que a educação é uma das faces mais presentes na extensão universitária. Assim, nos voltamos a ela no interior da universidade pública visualizando o seu caráter formador. Estudantes envolvidos com temáticas diversificadas são contemplados com a oportunidade de se aproximar de realidades, demandas e movimentos sociais e de estabelecer um contato mais estreito com as necessidades de produção do conhecimento que deve ser revertido em favor da humanidade.
Nesse sentido, a extensão universitária, como processo educativo, abrange ações frente às demais áreas de sua atuação, propiciando a criação de propostas interdisciplinares que permitem experimentações metodológicas, além da possibilidade de identificar, empiricamente, novos problemas para estudos e pesquisas.
O programa de ensino, pesquisa e extensão Pensar a Educação Pensar o Brasil 1822-2022 vem sendo desenvolvido desde o ano de 2007, articulando projetos em torno da educação pública. Suas ações são desenvolvidas por grupo multidisciplinar de professores e alunos, dos níveis de graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado da UFMG que atuam em diferentes áreas do conhecimento, como Pedagogia, Educação Física, História, Letras e Comunicação Social, em sua maioria vinculados ao Grupo de Estudos e Pesquisas em História da Educação da Faculdade de Educação da UFMG.
É importante refletir sobre o papel da universidade pública, o conhecimento que produz e a responsabilidade de integrar tal produção socialmente. É necessário pensar esse processo em uma perspectiva de integração, o que pressupõe uma ação interdisciplinar. A interdisciplinaridade não pretende unificar os saberes, mas se propõe a mediar e articulá-los com suas disciplinas para a construção de termo conceitual e metodológico capaz de facilitar a compreensão de realidades complexas. O objetivo é estabelecer vinculações entre essas disciplinas, construindo referências conceituais e metodológicas e promovendo diálogos e trocas entre campos disciplinares.
Pretendemos aproveitar o período que antecede as comemorações dos 200 anos da Independência do Brasil, em 2022, para propor ações que estimulem a reflexão sobre a contribuição da educação para a construção de um país mais justo e igualitário. De acordo com o principal idealizador do programa, o professor Luciano Mendes de Faria Filho, “entendemos que uma das maneiras de projetar alternativas viáveis para a construção de um país mais democrático e igualitário é, justamente, o esforço para pensar os nossos problemas de maneira plural e diversificada, fugindo de lugares comuns e das soluções fáceis”.
O programa Pensar a Educação, Pensar o Brasil 1822-2022 é organizado por um conjunto de ações articuladas. O seminário anual, realizado desde 2007, tem suas palestras integradas ao currículo do Programa de Pós-graduação da Faculdade de Educação da UFMG, admitindo, além dos alunos regularmente matriculados nos cursos de mestrado e doutorado em Educação e de outros cursos da Universidade, em caráter de disciplina optativa, o ingresso de pessoas graduadas em qualquer instituição de ensino superior na condição de isolada. Tal atividade é importante para a futura atuação profissional desse público por oferecer maior compreensão da realidade de vários grupos, seus saberes e manifestações culturais.
O segundo projeto é a publicação de livros da Coleção Pensar a Educação Pensar o Brasil, parceria com a Mazza Edições, de Belo Horizonte. Trata-se de material de significativa contribuição para o pensamento e as práticas educativas. É uma produção portadora de representações e valores predominantes de períodos de uma sociedade que, simultaneamente à historiografia da educação e da teoria da história, permitem revisar intenções e projetos de construção e de formação social no Brasil.
Um programa de rádio é o terceiro projeto. Ele é transmitido pela rádio UFMG Educativa, 104,5 FM, ao vivo, toda segunda feira, das 20h às 22h. Desde setembro de 2007, mais de 200 edições já foram ao ar.
O quarto projeto integrado ao nosso programa é a manutenção de um website. Entendemos que se trata de uma forma de possibilitar fundamental aproximação com diversos tipos de público, provenientes de todos os lugares. Ainda nos conteúdos disponibilizados pela rede mundial de computadores, procuramos nos beneficiar do advento da Internet 2.0.
Como pressupõem alguns autores, estamos migrando de um espaço virtual correspondente a uma coleção de websites de consulta para uma plataforma inteligente, da qual seus utilizadores finais podem, ao mesmo tempo, ser consumidores e fornecedores de informação. Dessa forma, convidamos o nosso público a realizar uma interação mais dinâmica por intermédio de algumas redes sociais: Facebook, Orkut e Twitter.
O que buscamos é cumprir o compromisso da universidade pública com a produção e divulgação do conhecimento. Retomamos a ideia de que a função da universidade é produzir conhecimento e ser o espaço da crítica qualificada, e não o de operacionalizar as políticas públicas. Nesse sentido, assumimos a extensão como princípio fundamental de formação diferenciada e da possibilidade de produzir novas pesquisas derivadas da relação da universidade com a sociedade.
Com as ações aqui relatadas, desenvolvidas de forma presencial e, por meio de diversas mídias, buscamos democratizar o acesso ao debate educacional, às pesquisas e ao conhecimento, ampliando o número de pessoas interessadas em pensar e discutir a educação pública no Brasil.


*Mestre pela Faculdade de Educação da UFMG, especialista em Planejamento, Implementação e Gestão da Educação a Distância pela Universidade Federal Fluminense e professor da pós-graduação e de cursos de extensão da Faculdade Milton Campos



Teto da Igreja do Rosário, Tiradentes, MG - Foto: RMF

2. VALE A PENA LER

Portugal vive o maior protesto dos últimos 30 anos
Mais de 300 mil pessoas encheram o Terreiro do Paço na maior manifestação já vista em Lisboa nos últimos 30 anos. "O FMI não manda aqui" foi a palavra de ordem ouvida durante o discurso do líder da Confederação Geral dos Trabalhadores de Portugal (CGTP), Armenio Carlos, que defendeu a renegociação da dívida porque o país precisa "que lhe tirem a corda da garganta".
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19602&boletim_id=1127&componente_id=17953



Grécia como um modelo em escala para a Europa
A Grécia não tem peso suficiente para desequilibrar financeiramente a Europa, pois representa apenas algo como 2% da eurozona, mas o que acontece nela é uma espécie de modelo em escala reduzida do cenário europeu e norte-americano que inevitavelmente seguirá o curso que ela tomar. Os neoliberais incrustados no Banco Central Europeu, na Comissão Europeia e no FMI tentam proteger de perda total a finança privada inflada pela maior especulação da história do capitalismo. Dificilmente serão bem sucedidos. O artigo é de J. Carlos de Assis.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19608&boletim_id=1128&componente_id=17976



Globo, Folha, Bradesco e delegado do DOPS: Lembranças dos 'bons tempos da ditadura'...
A repórter Marina Amaral fez uma excelente reportagem com um dos poucos delegados do DOPS ainda vivos, José Paulo Bonchristiano.
Leia em: http://blogdomello.blogspot.com/2012/02/globo-folha-bradesco-e-delegado-do-dops.html


Privatização ou concessão?


Chamada na primeira página de O Globo deixa cair a máscara
A mídia corporativa (a serviço dos tucanos) continua tentando vender gato por lebre ou lebre por gato (depende se você pretende caçar ratos ou almoçar à provençal), no caso das concessões dos aeroportos pelo governo Dilma.
Leia em: http://blogdomello.blogspot.com/2012/02/privatizacao-ou-concessao-chamada-na.html


A REA 129, Fevereiro de 2012, está on-line.


Leia nesta edição o DOSSIÊ JUVENTUDE & SOCIEDADE”, organizado pelos professores Nildo Viana (UFG) e Flávio Sofiati (UFG).
Agradecemos aos organizadores do DOSSIÊ, aos Consultores Ad hoc, à Comissão Editorial e a todos que contribuíram para a publicação de mais este número da REA.
Acesse http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/issue/current para ler os artigos publicados.



Muito além de Olga
por JACQUES GRUMAN
É curioso. Um filme que retrata a vida de uma revolucionária, Olga, de Jayme Monjardim, foi exaltado por setores da comunidade judaica que nunca esconderam suas predileções conservadoras. Olga Benário Prestes virou celebridade instantânea, personagem cult, irmã judia. Que elixir milagroso destruiu preconceitos ideológicos e jogou Olga nos braços dos inimigos de suas idéias? Como diria o Barão de Itararé, há algo no ar além dos aviões de carreira... LEIA NA ÍNTEGRA: http://espacoacademico.wordpress.com/2012/02/04/muito-alem-de-olga/




Leia no WWW.outraspalavras.net


A história já o absolveu
O juiz Baltasar Garzón foi condenado por herdeiros da Santa Inquisição. Este homem digno, que poderosos odeiam, é um cidadão do mundo. Por Mario Wainfeld

Etiópia: celeiro de culturas, latrina do mundo branco
Uma brasileira visita país africano onde religiões e mitos ocidentais se encontram, marcados pela negritude e sob crescente influência chinesa. Por Fabiane Borges

Os EUA na segunda armadilha de Bin Laden
Immanuel Wallerstein antecipa: depois de perder influência sobre Paquistão, Washington arrisca-se a ficar sem um aliado ainda mais estratégico: a Arábia Saudita

O dia em que Portinari não pisou em Nova York
No cinquentenário de sua morte, vale (re)ler perfil de pintor que nunca renegou suas convicções políticas, e as atribuía a algo mais profundo que a razão Por Marília Balbi


Joana d´Arc enviou este vídeo; vale a pena ver:
http://www.youtube.com/embed/nGeXdv-uPaw



3. INFORMAÇÕES





Viagem pela Estrada Real
Helena Guimarães Campos
80
Preço: R$ 30,00
O professor Rui organizou uma atividade super-legal: um passeio em um antigo trecho da Estrada Real, com direito a banho em cachoeira e visita a uma pousada. Seus alunos estão animados, mas nem desconfiam de que viverão uma aventura fantástica. Ao entrar em uma gruta, um grupo de adolescentes voltará ao século XVIII e enfrentará uma quadrilha de assaltantes que atuava no Caminho Novo, uma das estradas reais do período colonial. Como viviam as pessoas naquela época? Que mudanças eles perceberão nas paisagens daquele caminho? O que Tiradentes tem a ver com essa história? Será que os garotos vão escapar dos bandidos? Como eles conseguirão regressar ao século XXI? E que explicação eles encontrarão para tão estranhos acontecimentos? Embarque nessa aventura bem humorada com os oito amigos adolescentes. Você vai se identificar com eles a ponto de se sentir vivenciando os perigos e as mais incríveis situações!





Já nas bancas o número 289 da revista Ciência Hoje:
Em 2008, o mundo assistiu ao início de uma das maiores crises econômicas da história. Seus efeitos espalharam-se rapidamente pelos Estados Unidos e Europa, atingindo em menor medida países emergentes. Já o Brasil tem presenciado avanços econômicos e sociais significativos nos últimos anos. Nesta edição da CH, três especialistas refletem, sob perspectivas diferentes, sobre como os avanços econômicos e sociais que o Brasil tem vivido podem ser afetados pelos abalos à economia mundial e até que ponto o país é vulnerável. O novo número traz ainda reflexão sobre o ensino de música obrigatório, na prática, e artigo sobre fraude e plágio nas ciências humanas.


4. CAFÉ HISTORIA

DESCONTO EM LIVROS: 20% PARA LEITORES DO CAFÉ
O Café História fez um novo acordo com a Editora Contexto para que você, leitor do Café, aumente os títulos de história e ciências humanas em sia biblioteca. Isso mesmo! O leitor do Café História possui 20% de desconto em qualquer livro comprado no site da Editora. Para isso, basta digitar, no momento da compra, o cupom promocional.

Clique aqui utilizar o desconto: http://cafehistoria.ning.com/descontoemlivros

NOVOS VÍDEOS: HISTORIADOR FRANCISCO CARLOS TEIXEIRA
Em recente entrevista ao canal Globo News, o historiador Francisco Carlos Teixeira, professor do Instituto de História da UFRJ, falou sobre a morte de Osama Bin Laden pelo exército americano, em setembro de 2011, data em que os ataques terroristas contra os Estados Unidos completaram 10 anos.

Clique aqui para assistir: http://cafehistoria.ning.com/video/entrevista-com-o-historiador-francisco-carlos-teixeira

MURAL DO HISTORIADOR: REVISTA DE TEORIA DA HISTÓRIA
Já está online o novo número da revista acadêmica "Expedições: Teoria da História & Historiografia", publicação semestral do Grupo de Estudos em Teoria da História e Historiografia (GETH) em parceria com o departamento de História da Universidade Estadual de Goiás e Unidade Universidade de Jussara.

Confira esse lançamento: http://cafehistoria.ning.com [Página Principal]

FÓRUM EM DESTAQUE: DOCUMENTÁRIOS EM SALA DE AULA
Que documentários você costuma utilizar em suas aulas? Este é o tema do novo fórum do Café História. O uso de documentários, curtas ou longas, vem se tornando uma opção didática cada vez mais importante para professores em sala de aula. E você, professor, que experiências você pode compartilhar? Costuma passar muitos documentários? Quais? Por que?

Participe do fórum clicando aqui: http://cafehistoria.ning.com/forum/topics/que-documentarios-voce-costuma-utilizar-em-suas-aulas


CINE HISTÓRIA: A SEPARAÇÃO
A Indicado ao Oscar na categoria de melhor filme estrangeiro, o iraniano “A Separação” já aparece na lista de melhor filme de 2012 de muitos críticos brasileiros. O filme conta a história da separação de Nader e Simin. Nadim é um atencioso pai que não aceita o deseja da esposa Somin em se mudar para o estrangeiro com a filha. Justifica dizendo que precisa cuidar do pai, que sofre de Alzheimer. Ao se envolver em um acidente doméstico, no qual sua diarista perde o bebê, se vê envolvido em uma situação que mudará a sua vida e daqueles que estão ao seu redor.

Clique aqui para ler mais sobre o filme: http://cafehistoria.ning.com [Página Principal]

DOCUMENTO HISTÓRICO: CHUVA NO ÚLTIMA HORA
Em 1965, o Rio de Janeiro sofria com um forte temporal, que alugou cidade, desesperou pessoas e mostrou, mais uma vez, a sua preocupante infraestrutura em situação de chuva forte.

Clique aqui para conferir o documento: http://cafehistoria.ning.com [Página Principal]

CAFÉ EXPRESSO NOTÍCIAS: EX-SENADOR DIZ QUE COPA DE 78 FOI ACORDADA
A polêmica goleada por 6 a 0 da Argentina sobre o Peru, no quadrangular semifinal da Copa do Mundo de 1978, ganhou uma nova versão. O ex-senador peruano Genaro Ledesma, opositor do regime de Francisco Morales Bermúdez à época, afirmou na última terça-feira que o resultado da partida foi previamente combinado como parte de um acordo entre os governos dos dois países, comandados então por ditaduras militares.

Clique aqui para ler a notícia completa: http//cafehistoria.ning.com [Página Principal]

RESENHA DE LIVRO: O COFRE DO DR.RUI

Na seção de resenhas literárias do Café História, o comentado livro “O Cofre do Dr.Rui”, do jornalista Tom Cardoso. O livro conta a história do maior assalto da luta armada brasileira, realizado pela Var-Palmares da de Dilma Rousseff. Em prosa bem cadenciada, o livro é uma peça muito bem feita de reportagem histórica.

Clique aqui para ler sobre o livro: http://cafehistoria.ning.com/o-cofre-do-dr-rui

MURAL DO HISTORIADOR: NELSON RODRIGUES RARO
Carlos Fico, historiador da UFRJ e editor do blog Brasil Recente, descobriu recentemente, no Arquivo Nacional dos Estados Unidos, um raro filme com Nelson Rodrigues. Filmado em 1968, "Fragmentos de Dois Escritores" foi feito pelo dramaturgo João Bethencourt (1924-2006) e traz um pouco do dia a dia e entrevistas com Nelson e com o dramaturgo norte-americano Edward Albee.

Para ler mais e ver o vídeo, acesse: http://cafehistoria.ning.com [Página Principal]

FOTO EM DESTAQUE: RECUSA A SAUDAÇÃO NAZISTA
Uma fotografia tirada em 1936 no Porto de Hamburgo se tornou um verdadeiro viral em redes sociais como o Facebook. A imagem mostra centenas de pessoas fazendo a saudação nazista e apenas um homem de braços cruzados, em clara discordância com o gesto. A fotografia é extremamente significativa e vale 1000 ou mais palavras.

Confira aqui a foto e sua história: http://cafehistoria.ning.com/photo/contraonazismo

CAFÉ EXPRESSO NOTÍCIAS: O HOLOCAUSTO EM CURITIBA
O primeiro Museu do Holocausto no Brasil abriu as portas ao público neste domingo (12), em Curitiba. O espaço também presta homenagem aos brasileiros que lutaram na Segunda Guerra Mundial e aos que receberam os sobreviventes no país. Foram reunidos objetos, documentos e depoimentos de judeus que sobreviveram à perseguição na Europa e vieram reconstruir a vida no Brasil.

Para ler mais sobre a inauguração: http://cafehistoria.ning.com [Página Principal]

VÍDEO EM DESTAQUE: TERREMOTO EM SÃO FRANCISCO
Acaba de ser adicionado ao Café História um vídeo bastante raro sobre o grande terremoto que abalou a cidade de São Francisco, nos Estados Unidos, em 1906. O terremoto na época destruiu boa parte da cidade americana e ceifou algumas centenas de vidas. As imagens da época foram registradas de forma dramática.

Confira o vídeo em: http://cafehistoria.ning.com/video/terremotosaofrancisco

Visite Cafe Historia em: http://cafehistoria.ning.com/?xg_source=msg_mes_network




5. INFORMATIVO DA ANPUH

Concursos

PROFESSOR ADJUNTO DE HISTÓRIA DA AMÉRICA
Instituição: Universidade do Estado da Bahia (UNEB)
Inscrições: de 30/01/2012 a 15/02/2012

PRÊMIO MARTA ROSSETTI BATISTA DE HISTÓRIA DA ARTE E ARQUITETURA
Instituição: Instituto de Estudos Brasileiros (IEB/USP)
Inscrições: de 06/02/2012 a 06/03/2012

MESTRADO ACADÊMICO EM DESENVOLVIMENTO TERRITORIAL E POLITICAS PÚBLICAS
Instituição: Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ)
Inscrições: até 14/02/2012

CHAMADA DE CURRÍCULOS
Instituição: Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUC-RS)
Inscrições: até 24/02/2012

MESTRADO EM HISTÓRIA SOCIAL
Instituição: Universidade Severino Sombra
Inscrições: até 27/02/2012

PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE QUADROS PROFISSIONAIS
Instituição: Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil (CPDOC)
Inscrições: 1º a 15 de março de 2012

PRÊMIO INTERNACIONAL EM HISTÓRIA: IMPÉRIO, TERRA E TERRITÓRIO
Instituição: Várias instituições
Inscrições: até 31/03/2012

Congressos e Eventos:

I COLÓQUIO NACIONAL GEAC: PODER, INSTITUIÇÕES E REDES POLÍTICAS NA AMÉRICA PORTUGUESA
Data: 12 de março de 2012
Local: Universidade Federal de Alagoas (UFAL)

I CONGRESSO PAN-AMAZÔNICO E VII ENCONTRO DA REGIÃO NORTE DE HISTÓRIA ORAL - HISTÓRIA DO TEMPO PRESENTE & ORALIDADES NA AMAZÔNIA
Data: 27 a 30 de março de 2012
Local: Universidade Federal do Pará (UFPA)

II CONGRESSO BRASILEIRO DOS ARQUIVOS DO PODER JUDICIÁRIO (novo)
Data: 28 a 30 de março de 2012
Local: Tribunal Superior Eleitoral (SAFS)

III REUNIÃO DO COMITÊ ACADÊMICO HISTÓRIA, REGIÕES E FRONTEIRAS DA ASSOCIAÇÃO DE UNIVERSIDADES DO GRUPO MONTEVIDEO (novo)
Data: 25 a 28 de abril de 2012
Local: Universidade Federal de Santa Maria (UFSM)

SEMINÁRIO INTERNACIONAL HISTÓRIAS DO PÓS-ABOLIÇÃO NO MUNDO ATLÂNTICO
Data: 14 a 16 maio de 2012
Local: Universidade Federal Fluminense (UFF)

SIMPÓSIO CENTENÁRIO CONTESTADO: 1912 - 2012
Local/Data: Universidade Federal de Santa Catarina (29 de maio a 1° de junho de 2012), na Universidade Federal de Pelotas (29 a 31 de agosto de 2012) e em Chapecó, na Universidade Federal da Fronteira Sul (de 18 a 22 de outubro de 2012)

XIII SIMPÓSIO DA ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE HISTÓRIA DAS RELIGIÕES: RELIGIÃO, CARISMA E PODER: AS FORMAS DA VIDA RELIGIOSA NO BRASIL (novo)
Data: 29 de maio a 01 de junho de 2012
Local: Universidade Federal do Maranhão (UFMA)

VI SIMPÓSIO SOLCHA - SOCIEDAD LATINOAMERICANA Y CARIBEÑA DE HISTORIA AMBIENTA
Data: 06 a 08 de junho de 2012
Local: Villa de Leyva, Colômbia

VIII CONGRESO IBÉRICO DE ESTUDIOS AFRICANOS 2012
Data: 14 a 16 de junho de 2012
Local: Facultad de Derecho/ Universidad Autónoma de Madrid, España

INTERNATIONAL GRADUATE CONFERENCE ON PORTUGUESE MODERN AND CONTEMPORARY: PORTUGAL IN THE LAST TWO CENTURIES (novo)
Data: 21 a 23 de junho de 2012
Local: Instituto Universitário de Lisboa (CEHC-IUL)

VI SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA CULTURAL: ESCRITAS DA HISTÓRIA: VER – SENTIR – NARRAR
Data: 24 a 28 de junho de 2012
Local: Universidade Federal do Piaui (UFPI)

VIII ENCONTRO NACIONAL DE PERSPECTIVAS DO ENSINO DE HISTÓRIA E III ENCONTRO IBERO-AMERICANO DE ENSINO DE HISTÓRIA: ENSINO DE HISTÓRIA: MEMÓRIAS, SENSIBILIDADES E PRODUÇÃO DE SABERES
Data: 02 a 05 de julho de 2012
Local: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

XI ENCONTRO NACIONAL DE HISTÓRIA ORAL: MEMÓRIA, DEMOCRACIA E JUSTIÇA
Data: 10 a 13 de julho de 2012
Local: Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)

IX CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: RITUAIS, ESPAÇOS E PATRIMÔNIOS ESCOLARES
Data: 12 a 15 de julho de 2012
Local: Universidade de Lisboa (UL)

15ª CONFERENCIA DO INTERNATIONAL PLANNING HISTORY SOCIETY
Data: 15 a 18 de julho de 2012
Local: Universidade de São Paulo (USP)

54 CONGRESSO INTERNACIONAL DE AMERICANISTAS: CONSTRUINDO DIÁLOGOS NAS AMÉRICAS
Data: 15 a 20 de julho de 2012
Local: Universidade de Viena

I SEMINÁRIO NACIONAL DE HISTÓRIA DA AVIAÇÃO BRASILEIRA - CAMPO DOS AFONSOS: UM SÉCULO DE HISTÓRIA DA AVIAÇÃO BRASILEIRA (1912-2012) (novo)
Data: 17 a 19 de julho de 2012
Local: Universidade da Força Aérea (UNIFA)

XV ENCONTRO ESTADUAL DE HISTÓRIA DA ANPUH PARAÍBA - HITÓRIA E SOCIEDADE: SABERES EM DIÁLOGO (novo)
Data: 23 a 26 de julho de 2012
Local: Universidade Federal de Campina Grande - Campus de Cajazeiras (UFCG/Cajazeiras)

IX ENCONTRO ESTADUAL DE HISTÓRIA DA ANPUH PERNAMBUCO - HISTÓRIA E DIVERSIDADE: NOVAS NARRATIVAS, SUJEITOS E ESPAÇOS
Data: 23 a 27 de julho de 2012
Local: Universidade Federal de Pernambuco - Campus Caruaru (UFPE/Caruaru)

XI ENCONTRO ESTADUAL DE HISTÓRIA DA ANPUH RIO GRANDE DO SUL: HISTÓRIA , MEMÓRIA E PATRIMÔNIO (novo)
Data: 23 a 27 de julho de 2012
Local: Universidade Federal do Rio Grande (FURG)

XV ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA DA ANPUH RIO DE JANEIRO - OFÍCIO DO HISTORIADOR: ENSINO E PESQUISA (novo)
Data: 23 a 27 de julho de 2012
Local: Universidade do Estado do Rio de Janeiro (FFP/UERJ)

XVIII ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA DA ANPUH MINAS GERAIS: DIMENSÕES DO PODER NA HISTÓRIA (novo)
Data: 24 a 27 de julho de 2012
Local: Universidade Federal de Ouro Preto - Campus Mariana (UFOP/Mariana)

CONGRÈS INTERNATIONAL DE RECHERCHE EN SCIENCES HUMAINES ET SOCIALES
Data: 24 a 28 de julho de 2012
Local: Hotel Concorde La Fayette, Paris, França

VI ENCONTRO ESTADUAL DE HISTÓRIA DA ANPUH BAHIA: POVOS INDÍGENAS, AFRICANIDADES E DIVERSIDADE CULTURAL - PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO E ENSINO
Data: 13 a 16 de agosto de 2012
Local: Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC/Ilhéus)

II ENCONTRO INTERNACIONAL DE ESTUDOS AFRICANOS DA UFF
Data: 13 a 17 de agosto de 2012
Local: Universidade Federal Fluminense (UFF)

XIV ENCONTRO ESTADUAL DE HISTÓRIA DA ANPUH SANTA CATARINA: TEMPO, MEMÓRIAS E EXPECTATIVAS
Data: 19 a 22 de agosto de 2012
Local: Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)

V ENCONTRO ESTADUAL DE HISTÓRIA DA ANPUH MARANHÃO - EM TEMPOS DE 400 ANOS: COMEMORAÇÕES, ESQUECIMENTOS E CONTRADIÇÕES (novo)
Data: 21 a 24 de agosto de 2012
Local: Universidade Estadual do Maranhão (UEMA-Centro)

III CONGRESSO INTERNACIONAL DO NÚCLEO DE ESTUDOS DAS AMÉRICAS
Data: 27 a 31 de agosto de 2012
Local: Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ – Maracanã)

XXI ENCONTRO REGIONAL DE HISTÓRIA DA ANPUH SÃO PAULO: TRABALHO, CULTURA E MEMÓRIA (novo)
Data: 03 a 06 de setembro de 2012
Local: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

13º SEMINÁRIO NACIONAL DE HISTÓRIA DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA
Data: 03 e 06 de setembro de 2012
Local: Universidade de São Paulo (USP)

IV ENCONTRO INTERNACIONAL DE HISTÓRIA COLONIAL: TRABALHO, ECONOMIA E POPULAÇÕES NO MUNDO IBERO-AMERICANO (SÉCULOS XV A XIX)
Data: 3 a 6 de setembro de 2012
Local: Universidade Federal do Pará (UFPA)

XI ENCONTRO DE HISTÓRIA DA ANPUH MATO GROSSO DO SUL: HISTÓRIA E DIVERSIDADE: ENSINO E PESQUISA NAS FRONTEIRAS
Data: 01 a 05 de outubro de 2012
Local: Universidade Católica Dom Bosco (UCDB)

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Numero 313











Dois artigos do boletim de hoje referem-se a questões que afetam o ensino superior no Brasil. Outros temas abordados são a privatização dos aeroportos e a “democracia” que os EUA querem impor ao mundo. Na segunda parte, crise mundial, Irã, eleições na França, problemas climáticos, facebook, CNJ... um mundo de assuntos!
Vale conferir!
Começo com duas fotos tiradas por mim aqui em BH na semana passada. De repente o céu adquiriu tonalidades não usuais, arco-iris apareceu brotando do meio do bairro, foi muito bonito, apesar de muitas pessoas terem ficado aterrorizadas com a novidade.






Reproduzo, em seguida, algumas propagandas antigas, documentos importantes para a história social, pois refletiam comportamentos hoje altamente censuráveis. Nos próximos números colocarei outras parecidas.

As legendas: esquerda em cima: Não se preocupe, querida, você não queimou a cerveja!

esquerda, em baixo: Na manhã de Natal, ela ficará bem feliz com um Hoover (aspirador de pó)

direita: Mostre a ela que o mundo é dos homens.






























1. ARTIGOS COMPLETOS


Colaboração de Mônica Liz:

*Produtivismo acadêmico está acabando com a saúde dos docentes**

A quarta mesa do Seminário Ciência e Tecnologia no Século XXI, promovido pelo ANDES-SN de 17 a 18 de novembro, em Brasília, debateu o “Trabalho docente na produção do conhecimento”. As análises abrangeram tanto a produção do conhecimento dentro da lógica do capitalismo dependente brasileiro, até o efeito do produtivismo acadêmico na saúde dos docentes.

Participaram dessa mesa, o ex-presidente do ANDES-SN e professor do departamento de educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher; a assistente social e também professora da UFRJ Janete Luzia Leite; e a professora visitante do curso de pós-graduação em serviço social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro Maria Ciavatta.

Leher iniciou sua fala lembrando que a universidade brasileira, implantada tardiamente, tem sua gênese na natureza do capitalismo dependente brasileiro. E é essa matriz que vai determinar o conhecimento gerado academicamente. “Também não podemos esquecer que a produção do conhecimento
tem sido re-significada. Hoje, não há mais a busca da verdade, mas, sim, a sua utilidade. Sem contar que o conhecimento é uma forma de domínio, como já disseram Kissinger, Fukuyama e Mcnamara”, argumentou.

“Diante disso, está fora de lugar a perspectiva de que a universidade tem um caráter iluminista. Àquela aura do professor universitário intelectual não mais se sustenta”, constatou.

Para Leher, antes havia a valorização da cultura geral, em que era comum encontrar um físico escrevendo sobre arte. Essa ideia, no entanto, não ocorre mais na universidade submetida à lógica utilitarista e pragmática. “É a expropriação do trabalho acadêmico”, criticou.
No Brasil, esse processo foi iniciado com a ditadura militar, que
centralizou no Ministério do Planejamento os programas de apoio científico e tecnológico. Como o governo precisava direcionar a inteligência na perspectiva desenvolvimentistas do país, mas queria silenciar a universidade, passou a utilizar-se dos editais para direcionar as pesquisas.

Desde então, mas, principalmente, a partir de 2000, a maioria dos recursos destinados à pesquisa foram se deslocando para o que passou a ser chamado de inovação. A hipótese de Leher é de que como Brasil é dependente e como os doutores formados nas universidades não conseguem empregos na iniciativa privada, a universidade está sendo re-funcionalizada para fazer o serviço
que as empresas não querem fazer.“Isso se dá nas ciências duras, mas também nas ciências sociais. É o que explica, por exemplo, o tanto de editais para formar professores à distância, ou para fazer trabalho nas favelas. É a universidade oferecendo serviços”, exemplificou.

“Diante dessa pressão em oferecer serviços, em produzir, o professor que levar dois anos para concluir um livro é expulso da pós-graduação”, denunciou Leher.

A saída para essa situação está na aliança do movimento docente com os movimentos populares. “Ao contrário do que ocorreu em épocas anteriores, em que parcelas da burguesia apoiaram projetos de uma universidade mais comprometida com os povos, hoje eles estão preocupados em inserir cada vez mais a instituição na lógica do mercado”, constatou. “Temos, portanto, de construir um arco de forças políticas no movimento anti-sistêmico, ou seja,
com movimentos como a Conae e o MST”, defendeu.

Esse diálogo vai exigir da academia, no entanto, um esforço epistemológico e epistêmico. “Se queremos o MST como aliado, por exemplo, temos de produzir conhecimento que trate, por exemplo, da agricultura familiar”, argumentou.

*Qualidade no ensino*
A professora Maria Ciavatta também criticou o produtivismo acadêmico
ao qual estão submetidos os docentes universitários. “Numa recente publicação do ANDES-SN, li a seguinte frase, que reflete muito bem o atual estado em que nos encontramos: ‘antes, éramos pagos para pensar, agora, somos pagos para produzir’. Achei essa definição ótima”, afirmou.

Ciavatta argumentou que a baixa qualidade do ensino decorre, diretamente, da insuficiência de recursos, responsável pelos baixos salários pagos aos professores. Disse, também, que o Brasil não tem políticas públicas para educação, mas programas de governo.
Ela criticou veementemente o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico) do governo federal. “O discurso é o mesmo dos anos 90, de que precisamos treinar os jovens pobres porque eles precisam de trabalho. Ocorre que esses jovens, por não saberem o básico, também não aprenderão nada nos cursos técnicos”, previu.

“O que temos de defender é a universalização do ensino médio público, gratuito, de qualidade e obrigatório. Temos de responsabilizar o Estado nessa questão”, defendeu.

Ciavatta criticou a banalização do termo pesquisa. “Todos os professores têm de ser pesquisadores, quando, na realidade, a pesquisa científica exige um tempo para pensar”, argumentou. “A pesquisa é encarada como toda E qualquer busca de informação”, constatou.

Após citar os artigos da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) que tratam da pesquisa, ela apontou a baixa qualidade do ensino como um empecilho. “A sofisticada proposta da LDB não se faz com alunos semi-analfabetos. Não basta a alfabetização funcional de muitos e a especialização de poucos. A inovação requer a generalização da cultura científica”, diagnosticou.

Para Ciavatta, a privatização das universidades públicas, com a criação de cursos pagos, se deu a partir do achatamento salarial dos anos 90, o que acarretou maior carga horária dos professores, precarização das relações de trabalho, produtivismo induzido e individualismo. “Sou de uma época em que líamos os trabalhos dos colegas. Hoje não temos mais tempo”, lamentou.
A eficiência prescrita e o produtivismo induzido limitaram, segundo ela, a democracia e a autonomia da universidade.

Para a pesquisadora, o viés positivista e mercantilista é que está pautando a produção do conhecimento. “O direito à educação está sendo substituído pelo avanço do mercado sobre a educação, que está sendo vista como um serviço”, afirmou.

*Saúde dos docentes*

O produtivismo acadêmico está tirando a saúde dos docentes das universidades públicas brasileiras. Essa é a principal constatação feita por estudo da professora do curso de Serviço Social da UFRJ Janete Luzia Leite. “Antes, a docência era vista como uma atividade leve. Agora, está todo mundo comprimido”, afirmou.

A causa dessa angústia está na reforma, feita em 2004, na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). “Aliada ao Reuni, as mudanças na Capes foram um verdadeiro ataque à autonomia universitária”, denunciou.

O resultado foi a instituição de dois tipos de professores: o pesquisador, que ensina na pós e recebe recursos das agências de fomento para fazer suas pesquisas e o que recebe a pecha de “desqualificado”, que ficou prioritariamente na docência de graduação e à extensão. Esses, em sua maioria, são recém-contratados e terão suas carreiras truncadas e sem acesso a financiamentos.
Para Janete, os atuais docentes estão formando em seus alunos um novo ethos, em que é valorizado o individualismo, ocultada a dimensão da coletividade e naturalizada a velocidade e a produtividade.

Há, também, um assédio moral subliminar muito forte, que ocorre,
principalmente, quando o docente não consegue publicar um artigo, ou quando seus orientandos atrasam na conclusão do curso. “Com isso, estamos nos aproximando de profissões que trabalham no limite do estresse, como os médicos e motoristas”, afirmou.

O resultado é que os docentes estão consumindo mais álcool, tonificantes e drogas e estão propensos à depressão e ao suicídio. “É um quadro parecido com a Síndrome de Burnout, em que a pessoa se consome pelo trabalho. Ocorre como uma reação a fontes de estresses ocupacionais contínuas, que se acumulam”, explicou Janete Leite.

O problema, segundo ela, é que as pessoas acham que seu problema é individual, quando é coletivo, além de terem vergonha de procurar o serviço médico. “Com isso, elas vão entrando em suas conchas, temendo demonstrar fragilidades”.

Como forma de mensurar o nível de estresse dos docentes, a pesquisadora da UFRJ começou a fazer uma pesquisa nesse campo. Junto com um grupo de aluno, ela entrevista professores dispostos a falar de seus problemas.
“A primeira constatação que fiz é que as pessoas estão ansiosas para falar sobre seus problemas. Nossas entrevistas não duram menos do que uma hora e meia”, contou.

Já foi possível concluir que a atual realidade tem provocado sintomas psicopatológicos, como depressão e irritabilidade; psicosomáticos, como hipertensão arterial, ataques de asma, úlceras estomacais, enxaquecas e perda de equilíbrio; e sintomas comportamentais, como reações agressivas, transtornos alimentares, aumento de consumo de álcool e tabaco, disfunção
sexual e isolamento.

Tudo isso, para Janete Leite, decorre da pressão atualmente feita sobre o docente. “O nosso final de semana desapareceu, pois temos de dar conta do que não conseguimos na semana, como responder e-mails de orientandos, ou escrever artigos”, afirmou.

Para ela, é preciso que haja uma reação dos docentes a esse processo. “Caso contrário, seremos uma geração que já está com a obsolescência programada”, previu.
*Fonte: *ANDES-SN


Colaboração de Ana Cláudia Vargas:

Anhanguera Educacional S/A: Multinacional do ensino demite em massa
Escrito por: José Jorge Maggio, presidente do Sinpro-ABC
02/02/2012
Após a aquisição de universidades, Anhanguera demite 384 professores somente no ABC. A situação é a mesma em todas as regiões e estados onde o grupo se instalou, isto é: demissões em massa.

Desde que adquiriu universidades na região do ABC, a Anhanguera iniciou um verdadeiro ataque e desrespeito aos professores do grupo. Em dezembro, cerca de 384 demissões foram realizadas nas cinco instituições que compõem a Anhanguera Educacional S/A na região: Faculdade Anchieta, Faenac, Uni A, Uni ABC e Uniban.
De acordo com a Federação dos Professores de São Paulo, a Fepesp, o cenário é o mesmo em todas as cidades do estado de São Paulo onde a Anhanguera fez aquisições, totalizando cerca de 1500 professores. Nos demais Estados como RS, MT onde o grupo fez aquisições, o cenário se repete.
A prática mais equivocada e desrespeitosa foi desligar mestres e doutores, que após buscarem aprimoramento profissional para melhorar a qualidade do trabalho, não receberam em troca o reconhecimento, mas, sim, a demissão. No lugar desses professores com títulos, a Anhanguera pretende substituí-los por professores graduados por um valor de hora/aula bem inferior. Segundo a Fepesp, do total de demitidos, entre 70 e 80% eram mestres ou doutores.
No modelo Anhanguera, há aulas de segunda a quarta- feira com a presença do professor nas três primeiras aulas e, a quarta aula é apenas aplicação de exercícios, que são preparados por professores e aplicados por monitores de sala. Na quinta feira não há obrigatoriedade de presença na faculdade e, na sexta feira o curso é complementado pelo modelo EAD (20% do curso à distância). Assim, no modelo desta multinacional, uma faculdade que tem 20 aulas por semana com a presença do professor, após ser comprada pelo grupo Anhanguera, passa a ter apenas nove aulas e isso explica as demissões em massa, com recontratação quase nula.
É dessa forma que a Anhanguera Educacional S/A consegue oferecer seus cursos a preços muito baixos, quando comparados com as demais instituições de ensino superior, lembrando que muitos alunos têm financiamento de seus curso com verba publica (FIES e PROUNI). Outra prática desse grupo é a utilização das bolsas de valores para comercializar sua ações que rendem milhões ao ano, constituindo-se assim no maior grupo educacional da América Latina e o segundo maior do mundo.
Em artigo publicado pelo jornal Le Monde Diplomatique Brasil, a presidente do SINPRO Guarulhos, Andrea Harada Souza, sintetiza: “Enquanto não houver uma mudança radical, o próprio sentido de educação estará comprometido, posto que seu fim mais elementar não é atingido: em vez de promover a emancipação humana, produz lucro para o capital que só enxerga as camadas sociais C, D e E quando estas se apresentam como potencial mercado consumidor”.



Colaboração de Guilherme Souto:

Por que o Oriente Médio (e o Brasil bem informado!) NÃO PODEM levar a sério a ‘promoção da democracia’ à moda EUA
Mark Weisbrot, Guardian, UK
http://www.guardian.co.uk/commentisfree/cifamerica/2012/jan/31/american-democracy-promotion-rings-hollow
Não consegui não rir, ao ver o International Republican Institute (IRI) apresentado na imprensa internacional como “organização que promove a democracia”[1]. O IRI voltou agora às manchetes, porque o governo militar do Egito incluiu alguns de seus agentes numa lista de pessoas proibidas de deixar o país, o que significa que permanecem no Egito, e poderão ter sua vida e suas atividades investigadas e talvez sejam processados[2]. É quase inacreditável que haja jornalistas e editores ou tão crédulos ou tão mal informados. Se eu descrevesse o Center for Economic and Policy Research[3] como “organização de magia que converte sucata em ouro”, será que, dia seguinte, minhas palavras estariam nas manchetes, como descrição padrão do Centro onde trabalho?
O IRI é o braço internacional do Partido Republicano dos EUA.
Quem tenha estômago para assistir aos debates entre candidatos Republicanos, dificilmente acreditará que o IRI, do mesmo partido, algum dia promoveu ou promoverá alguma democracia.
Basta examinar o histórico dos movimentos do IRI, para saber do que se trata: em 2004, o IRI teve atuação destacada no golpe que derrubou o governo democraticamente eleito do Haiti[4]. Em 2002, o presidente doIRI celebrou publicamente o golpe militar (de curtíssima duração) que derrubou o governo democraticamente eleito da Venezuela[5]. E o IRI também atuava com grupos e indivíduos envolvidos no golpe.
Em 2005, o IRI esteve envolvido num esforço para modificar a legislação eleitoral no Brasil, para enfraquecer o Partido dos Trabalhadores, PT, partido do então presidente Lula da Silva[6].
Mais recentemente, em 2009, houve um golpe militar contra o governo democraticamente eleito de Honduras. O governo Obama fez o que pôde para favorecer o golpe e os golpistas[7], e apoiou “eleições” em novembro de 2009, para legitimar o governo dos golpistas. O resto do mundo – até a Organização dos Estados Americanos (OEA), pressionada pelas democracias sul-americanas – recusou-se a enviar observadores para emprestar legitimidade àquelas eleições. Houve repressão antes das eleições[8]: violência policial, ataques contra a mídia independente e o exílio forçado de opositores políticos, entre os quais o presidente democraticamente eleito.
Mas o IRI e o National Democratic Institute (NDI) – organização semelhante ao IRI, mas do Partido Democrata dos EUA – lá estavam, em Honduras, para legitimar a eleição-farsa. Ninguém precisa acreditar em mim. Aqui vai o que disse a USAID, agência do Departamento de Estado dos EUA e principal mantenedora e financiadora das atividades do IRI e do NDI, sobre o que foram fazer em Honduras (pdf[9]):
“A ausência da OEA e de outros grupos reconhecidos de observadores internacionais tornou ainda mais significativo, aos olhos da comunidade internacional, o trabalho de avaliação e observação realizado pelas nossas organizações NDI e IRI. A validação de um processo eleitoral livre, justo e transparente é forte argumento de apoio ao novo governo. […] A “convalidação” internacional pelo NDI e a “observação” pelo IRI, embora não preencham todos os padrões aceitos, alcançaram, pelo menos em parte, o impacto desejado.”
Sabe-se lá o que o IRI está fazendo agora no Egito. Mas sabe-se o que os EUA fizeram no Egito, ao longo de décadas: apoiaram uma ditadura brutal, até que as multidões nas ruas sugeriram fortemente que Washington não conseguiria impedir que Mubarak fosse derrubado, ano passado, por um movimento democrático real e popular.
Essas organizações, o IRI do Partido Republicano e o NDI do Partido Democrata dos EUA integram a National Endowment for Democracy, organização dedicada a atividades que “muitas delas” são “clandestinamente financiadas pela CIA” – como escreveu o Washington Post, quando a NED estava sendo criada no início dos anos 1980s. Algumas vezes, essas organizações apoiam a democracia, mas na maioria dos casos, não; e não raramente trabalham contra a democracia. Não porque sejam organizações inerentemente ‘do mal’, mas por causa da posição dos EUA no mundo. O governo dos EUA, mais que qualquer outro governo contemporâneo, governa um império. Por sua própria natureza, impérios têm a ver com manter o poder e controlar povos em terras distantes. Esses objetivos dos impérios muito frequentemente estarão em conflito com as aspirações democráticas e os anseios por autodeterminação dos diferentes povos.
Em nenhum outro ponto do mundo isso é hoje mais visível que no Oriente Médio, onde a política de sucessivos governos dos EUA, de colaborar com Israel e negar os direitos nacionais dos palestinos, continua a pôr os EUA em aberta oposição às populações locais. Resultado disso, Washington teme a democracia no Oriente Médio, porque ela fatalmente gerará governos eleitos que cerrarão fileiras com os palestinos e contra as ambições dos EUA na região (contra, por exemplo, a construção de bases militares e a permanência, lá, de exércitos norte-americanos). Mesmo no Iraque, onde Washington não se cansa de repetir que derrubou um ditador sanguinário, o povo teve de continuar resistindo aos exércitos de ocupação, até haver eleições e, afinal, conseguir expulsar de lá os soldados dos EUA.
Cria-se assim um círculo vicioso, no qual ditadores odiados apoiam as políticas dos EUA e, por sua vez, são apoiados pelos EUA, o que só faz aumentar a animosidade regional contra os EUA. Em alguns casos, essa animosidade levou a ataques terroristas contra instituições e cidadãos norte-americanos, o que foi então rapidamente usado pelos governantes para justificar longas guerras ou guerras intermináveis (por exemplo, no Iraque e no Afeganistão). Pesquisa de opinião pública árabe, realizada pela universidade de Maryland e pela Zogby International, e que incluiu o Egito, pedia que os respondentes citassem “dois países que mais o ameaçam diretamente”: 88% citaram os EUA; 77%, Israel; só 9% citaram o Irã.
Outro efeito danoso do patrocínio que os EUA garantem à “promoção da democracia” é que ajuda governos que nada desejam além de reprimir e fazer calar movimentos locais autênticos, eles, sim, pró-democracia. A maioria dos governos repressivos no Oriente Médio e no Norte da África, sempre que precisaram deslegitimar a oposição, acusaram-na de cumplicidade com Washington, acusação muitas vezes sem qualquer fundamento, mas nem por isso menos desmoralizante.
Aqui em Washington, poucos parecem dar-se conta de que os grupos que “promovem a democracia” custeados pelo governo dos EUA já não têm qualquer credibilidade, em praticamente todo o planeta. Mas é fato, e acontece mesmo quando um ou outro grupo não esteja trabalhando ativamente contra algum governo democrático.
Sempre que se cogitar de cortar gastos públicos nos EUA, boa ideia será começar por cortar o financiamento, com dinheiro público, a grupos e ONGs [e a blogueiras fascistas] dedicados a “promover a democracia” onde não fazem falta nem são bem-vindos.


O resultado da concessão dos aeroportos
Enviado por luisnassif, seg, 06/02/2012 - 12:31
Do UOL
Aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília são arrematados por mais de R$ 24,5 bilhões
Débora Melo
Do UOL, em São Paulo


Terminou há pouco o leilão dos aeroportos de Guarulhos (Cumbica), Campinas (Viracopos)e Brasília (JK). No total, o governo arrematou R$ 24.535.132.500 com os três terminais.
A concessão de Guarulhos, que tem prazo de 20 anos, foi arrematada por R$ 16,213 bilhões pelo consórcio Invepar – ACSA, representado pela corretora Gradual.
O valor da concessão do aeroporto de Viracopos ficou em R$ 3,821 bilhões, para o consórcio Aeroportos do Brasil, representado pela corretora Planner. Já o aeroporto de Brasília foi arrematado por R$ 4.501.132.500, lance feito pelo consórcio Inframerica Aeroportos, representado pela corretora Citi.


ENQUANTO ISSO... A VALE... AH! A VALE DO RIO DOCE... FANTÁSTICOS 3,5 BILHÕES...



2. VALE A PENA LER

Conhece Palau e Ilhas Marshall? Junto com Israel são os únicos países que apoiam boicote dos EUA a Cuba
Um bloqueio que, segundo relatório anual da ONU, realizado em 2005, causou desde o seu início até 2005, um prejuízo superior a 89 bilhões de dólares a Cuba.
Bloqueio que é sistematicamente condenado pela Assembleia Geral das Nações Unidas. São 17 condenações seguidas.
Leia a matéria completa em: http://blogdomello.blogspot.com/2012/02/conhece-palau-e-ilhas-marshall-junto.html


O Facebook usa você
Por Lori Andrews em 07/02/2012 na edição 680
Reproduzido do New York Times, 5/02/2012; intertítulos do OI; tradução de Jô Amado
http://observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed680_o_facebook_usa_voce


Informo que retomamos a publicação dos ENSAIOS SOBRE CINEMA no BLOG DA REA.
Leia o primeiro post do ano:
Coriolano, nosso contemporâneo
por SLAVOJ ŽIŽEK
A propósito de Homero, Marx notou que “a dificuldade não está em compreender que a arte grega e a epopeia estão ligadas a certas formas de desenvolvimento social. A dificuldade reside no fato de ainda nos proporcionarem prazer estético e, em certos aspectos, valerem como normas e como modelos inatingíveis”. Para testar uma verdadeira obra de arte, basta perguntarmos como ela sobrevive à descontextualização, à transposição para um novo contexto... LEIA NA ÍNTEGRA: http://espacoacademico.wordpress.com/2012/02/01/coriolano-nosso-contemporaneo/


'O neoprogressismo pode ter vários anos pela frente'
O jornalista e escritor Ignacio Ramonet diz, em entrevista ao jornal Página/12 que a maioria dos governos da América do Sul cumpre a função dos social-democratas europeus nos anos 50 e que, se não cometerem erros, podem aspirar a um ciclo longo de governo. "A construção do Estado de bem-estar e o aumento do nível de vida acaba com qualquer tipo de recurso para as oposições tradicionais conservadoras. Agora, a população está percebendo como os seus países estão reconstruindo sociedades arrasadas".
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19535&boletim_id=1121&componente_id=17822



Vitória da transparência: Supremo autoriza CNJ a investigar juízes
Em decisão apertada, corte máxima do país decide que Conselho Nacional de Justiça, órgão de controle do Judiciário, pode abrir investigação de juízes. Contestação corporativa da Associação dos Magistrados Brasileiros recebera liminar favorável e abrira guerra no Judiciário. Advocacia Geral da União, Procuradoria Geral da República e Ordem dos Advogados apoiaram CNJ.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19534&boletim_id=1121&componente_id=17824


O giro à esquerda dos socialistas franceses
François Hollande deixou para trás a linha “socialismo liberal” de seus antecessores e a imagem de homem brando, indeciso e inconsistente que a direita francesa e a imprensa teceram em torno dele. Hollande entrou de cheio na eleição presidencial com um discurso marcado por um contundente giro à esquerda e uma frase que diz tudo: “meu adversário, meu verdadeiro adversário não tem nome, nem rosto, nem partido. Nunca apresentará sua candidatura e, consequentemente, não será eleito. Mesmo assim, governa. Esse adversário é o mundo das finanças”.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19552&boletim_id=1122&componente_id=17847


Sindicatos convocam nova greve geral na Grécia
Além dos sindicatos, vários deputados da coalizão governista criticam o custo social dos ajustes exigidos pelo FMI e pelo Banco Central Europeu em uma economia que já está há quatro anos em recessão e onde a taxa de desemprego alcança os 20%. Os partidos políticos temem que a Grécia se veja de novo mergulhada em uma onda de protestos sociais. Os sindicatos gregos convocaram uma nova greve geral de 24 horas para esta terça-feira, em protesto contra as medidas de austeridade que se avizinham. O artigo é de Eduardo Febbro, direto de Atenas.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19562&boletim_id=1123&componente_id=17866


leia no WWW.outraspalavras.net

A era dos extremos climáticos começou
Em 2011, acentuaram-se grandes secas, cheias, ondas de calor e desastres ambientais. É preciso agir já, contra reação em cadeia. Por Janet Larsen e Sara Rasmussen

Rumo a uma sociedade da partilha?
Ao analisar novos paradigmas energéticos, Jeremy Rifkin prevê substituição natural das economias baseadas no petróleo e das sociedades hierarquizadas. Por Ricardo Abramovay

A Europa se curva diante dos bancos
Como continente não reformou sistema financeiro, está sendo reformado por ele, que coloca a sociedade a seus pés.

A França em sua encruzilhada
Em maio, país elegerá presidente. Desgastado, Sarkozy conta com manipulação midiática. Para vencê-lo, esquerda precisa resgatar seus valores históricos. Conseguirá?. Por Marilza de Melo Foucher, correspondente em Paris

Irã,o alvo dos insanos
Robert Fisk escreve: “um ataque a Teerã seria loucura. Por isso mesmo, não exclua a possibilidade”

Ignacio Ramonet vê o xadrez das ameças ao Irã
Governo israelense quer guerra já; Washington reluta. Conflito incendiaria Oriente Médio, atingindo abastecimento do petróleo e economia mundial

3. CAFÉ HISTÓRIA


MURAL DO HISTORIADOR
Governadores Online: Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro (APERJ) disponibiliza fotografias e biografias dos governadores do Rio de Janeiro e da extinta Guanabara.
Acesse: http://cafehistoria.ning.com [Página Principal]

História da Divulgação Científica: Livro gratuito na internet conta como o Jornal do Commercio divulgou por anos a ciência e tecnologia no Brasil
Acesse: http://cafehistoria.ning.com [Página Principal]

MISCELÂNEA CAFÉ HISTÓRIA

O Historiador como Perito: Criação da Comissão da Verdade no Brasil traz à tona uma importante discussão para a área de história: deve o historiador atuar como perito?
Leia: http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/arquivo-cafe-historia-o-historiador-como-perito

CAFÉ EXPRESSO NOTÍCIAS

Juiz Garzon defende direito de investigar ditadura espanhola
Acesse: http://cafehistoria.ning.com [Página Principal]

FÓRUNS EM DESTAQUE

Na sua opinião, o historiador pode atuar como perito?
Participe: http://cafehistoria.ning.com/forum/topics/historiadores-devem-compor-a-comissao-da-verdade-por-que

Visite Cafe Historia em: http://cafehistoria.ning.com/?xg_source=msg_mes_network


4. INFORMAÇÕES


A Revista História & Perspectivas é uma publicação do Instituto de História, dos Cursos de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Uberlândia, sob a responsabilidade do Núcleo de Pesquisa e Estudos em História, Cidade e Trabalho.
A revista recebe, para apreciação de seu Conselho Editorial, artigos, resenhas, traduções, documentos e experiências de pesquisa, ensino e extensão. Todos os trabalhos enviados são avaliados por pareceristas externos. Os artigos deverão observar as Normas para Publicação da revista para que possam ser apreciados. Cada volume possui um dossiê temático, além de artigos avulsos, resenhas e outros.
O próximo número reunirá artigos para o dossiê:
História e Saúde – nº 47 - data final para recebimento de artigos: 15 de março de 2012.
Solicitamos a divulgação dessas informações e agradecemos aos nossos colaboradores o envio de seus artigos.

Universidade Federal de Uberlândia Instituto de História Revista História & Perspectivas Av. João Naves de Ávila, 2121 – Campus Santa Mônica – Bloco 5M – 2.º andar CEP: 38400-902 – Uberlândia – MG – Brasil Fone: (34) 3239-4068; Fax: (34) 3239-4396 www.historiaperspectivas.inhis.ufu.br hisper@ufu.br






AMORES PROIBIDOS NA HISTÓRIA DO BRASIL
Autor: Maurício Oliveira
A história de uma nação é feita não apenas de brados retumbantes, mas também de palavras de amor sussurradas, muitas vezes, às escondidas. Este livro conta as dificuldades que importantes personagens da nossa história tiveram para efetivar suas paixões, nem sempre aceitas pela sociedade. Os casais retratados neste livro viveram, cada um a seu modo, um romance proibido, deliciosamente apresentado pelo autor, o jornalista e pesquisador Maurício Oliveira. Os cenários são as ruas fracamente iluminadas do Rio de Janeiro, a cabine de um navio rumo à Europa e até um cemitério de São Paulo. Permeados por brigas, traições e separações, mas também por comunhão, romance e muito desejo, estes contos da vida real nos mostram que as grandes personalidades também estão sujeitas às intempéries e às delícias do amor.
Editora Contexto, 160 páginas, R$ 33,00.