quarta-feira, 8 de fevereiro de 2012

Numero 313











Dois artigos do boletim de hoje referem-se a questões que afetam o ensino superior no Brasil. Outros temas abordados são a privatização dos aeroportos e a “democracia” que os EUA querem impor ao mundo. Na segunda parte, crise mundial, Irã, eleições na França, problemas climáticos, facebook, CNJ... um mundo de assuntos!
Vale conferir!
Começo com duas fotos tiradas por mim aqui em BH na semana passada. De repente o céu adquiriu tonalidades não usuais, arco-iris apareceu brotando do meio do bairro, foi muito bonito, apesar de muitas pessoas terem ficado aterrorizadas com a novidade.






Reproduzo, em seguida, algumas propagandas antigas, documentos importantes para a história social, pois refletiam comportamentos hoje altamente censuráveis. Nos próximos números colocarei outras parecidas.

As legendas: esquerda em cima: Não se preocupe, querida, você não queimou a cerveja!

esquerda, em baixo: Na manhã de Natal, ela ficará bem feliz com um Hoover (aspirador de pó)

direita: Mostre a ela que o mundo é dos homens.






























1. ARTIGOS COMPLETOS


Colaboração de Mônica Liz:

*Produtivismo acadêmico está acabando com a saúde dos docentes**

A quarta mesa do Seminário Ciência e Tecnologia no Século XXI, promovido pelo ANDES-SN de 17 a 18 de novembro, em Brasília, debateu o “Trabalho docente na produção do conhecimento”. As análises abrangeram tanto a produção do conhecimento dentro da lógica do capitalismo dependente brasileiro, até o efeito do produtivismo acadêmico na saúde dos docentes.

Participaram dessa mesa, o ex-presidente do ANDES-SN e professor do departamento de educação da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Roberto Leher; a assistente social e também professora da UFRJ Janete Luzia Leite; e a professora visitante do curso de pós-graduação em serviço social da Universidade Estadual do Rio de Janeiro Maria Ciavatta.

Leher iniciou sua fala lembrando que a universidade brasileira, implantada tardiamente, tem sua gênese na natureza do capitalismo dependente brasileiro. E é essa matriz que vai determinar o conhecimento gerado academicamente. “Também não podemos esquecer que a produção do conhecimento
tem sido re-significada. Hoje, não há mais a busca da verdade, mas, sim, a sua utilidade. Sem contar que o conhecimento é uma forma de domínio, como já disseram Kissinger, Fukuyama e Mcnamara”, argumentou.

“Diante disso, está fora de lugar a perspectiva de que a universidade tem um caráter iluminista. Àquela aura do professor universitário intelectual não mais se sustenta”, constatou.

Para Leher, antes havia a valorização da cultura geral, em que era comum encontrar um físico escrevendo sobre arte. Essa ideia, no entanto, não ocorre mais na universidade submetida à lógica utilitarista e pragmática. “É a expropriação do trabalho acadêmico”, criticou.
No Brasil, esse processo foi iniciado com a ditadura militar, que
centralizou no Ministério do Planejamento os programas de apoio científico e tecnológico. Como o governo precisava direcionar a inteligência na perspectiva desenvolvimentistas do país, mas queria silenciar a universidade, passou a utilizar-se dos editais para direcionar as pesquisas.

Desde então, mas, principalmente, a partir de 2000, a maioria dos recursos destinados à pesquisa foram se deslocando para o que passou a ser chamado de inovação. A hipótese de Leher é de que como Brasil é dependente e como os doutores formados nas universidades não conseguem empregos na iniciativa privada, a universidade está sendo re-funcionalizada para fazer o serviço
que as empresas não querem fazer.“Isso se dá nas ciências duras, mas também nas ciências sociais. É o que explica, por exemplo, o tanto de editais para formar professores à distância, ou para fazer trabalho nas favelas. É a universidade oferecendo serviços”, exemplificou.

“Diante dessa pressão em oferecer serviços, em produzir, o professor que levar dois anos para concluir um livro é expulso da pós-graduação”, denunciou Leher.

A saída para essa situação está na aliança do movimento docente com os movimentos populares. “Ao contrário do que ocorreu em épocas anteriores, em que parcelas da burguesia apoiaram projetos de uma universidade mais comprometida com os povos, hoje eles estão preocupados em inserir cada vez mais a instituição na lógica do mercado”, constatou. “Temos, portanto, de construir um arco de forças políticas no movimento anti-sistêmico, ou seja,
com movimentos como a Conae e o MST”, defendeu.

Esse diálogo vai exigir da academia, no entanto, um esforço epistemológico e epistêmico. “Se queremos o MST como aliado, por exemplo, temos de produzir conhecimento que trate, por exemplo, da agricultura familiar”, argumentou.

*Qualidade no ensino*
A professora Maria Ciavatta também criticou o produtivismo acadêmico
ao qual estão submetidos os docentes universitários. “Numa recente publicação do ANDES-SN, li a seguinte frase, que reflete muito bem o atual estado em que nos encontramos: ‘antes, éramos pagos para pensar, agora, somos pagos para produzir’. Achei essa definição ótima”, afirmou.

Ciavatta argumentou que a baixa qualidade do ensino decorre, diretamente, da insuficiência de recursos, responsável pelos baixos salários pagos aos professores. Disse, também, que o Brasil não tem políticas públicas para educação, mas programas de governo.
Ela criticou veementemente o Pronatec (Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico) do governo federal. “O discurso é o mesmo dos anos 90, de que precisamos treinar os jovens pobres porque eles precisam de trabalho. Ocorre que esses jovens, por não saberem o básico, também não aprenderão nada nos cursos técnicos”, previu.

“O que temos de defender é a universalização do ensino médio público, gratuito, de qualidade e obrigatório. Temos de responsabilizar o Estado nessa questão”, defendeu.

Ciavatta criticou a banalização do termo pesquisa. “Todos os professores têm de ser pesquisadores, quando, na realidade, a pesquisa científica exige um tempo para pensar”, argumentou. “A pesquisa é encarada como toda E qualquer busca de informação”, constatou.

Após citar os artigos da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) que tratam da pesquisa, ela apontou a baixa qualidade do ensino como um empecilho. “A sofisticada proposta da LDB não se faz com alunos semi-analfabetos. Não basta a alfabetização funcional de muitos e a especialização de poucos. A inovação requer a generalização da cultura científica”, diagnosticou.

Para Ciavatta, a privatização das universidades públicas, com a criação de cursos pagos, se deu a partir do achatamento salarial dos anos 90, o que acarretou maior carga horária dos professores, precarização das relações de trabalho, produtivismo induzido e individualismo. “Sou de uma época em que líamos os trabalhos dos colegas. Hoje não temos mais tempo”, lamentou.
A eficiência prescrita e o produtivismo induzido limitaram, segundo ela, a democracia e a autonomia da universidade.

Para a pesquisadora, o viés positivista e mercantilista é que está pautando a produção do conhecimento. “O direito à educação está sendo substituído pelo avanço do mercado sobre a educação, que está sendo vista como um serviço”, afirmou.

*Saúde dos docentes*

O produtivismo acadêmico está tirando a saúde dos docentes das universidades públicas brasileiras. Essa é a principal constatação feita por estudo da professora do curso de Serviço Social da UFRJ Janete Luzia Leite. “Antes, a docência era vista como uma atividade leve. Agora, está todo mundo comprimido”, afirmou.

A causa dessa angústia está na reforma, feita em 2004, na Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes). “Aliada ao Reuni, as mudanças na Capes foram um verdadeiro ataque à autonomia universitária”, denunciou.

O resultado foi a instituição de dois tipos de professores: o pesquisador, que ensina na pós e recebe recursos das agências de fomento para fazer suas pesquisas e o que recebe a pecha de “desqualificado”, que ficou prioritariamente na docência de graduação e à extensão. Esses, em sua maioria, são recém-contratados e terão suas carreiras truncadas e sem acesso a financiamentos.
Para Janete, os atuais docentes estão formando em seus alunos um novo ethos, em que é valorizado o individualismo, ocultada a dimensão da coletividade e naturalizada a velocidade e a produtividade.

Há, também, um assédio moral subliminar muito forte, que ocorre,
principalmente, quando o docente não consegue publicar um artigo, ou quando seus orientandos atrasam na conclusão do curso. “Com isso, estamos nos aproximando de profissões que trabalham no limite do estresse, como os médicos e motoristas”, afirmou.

O resultado é que os docentes estão consumindo mais álcool, tonificantes e drogas e estão propensos à depressão e ao suicídio. “É um quadro parecido com a Síndrome de Burnout, em que a pessoa se consome pelo trabalho. Ocorre como uma reação a fontes de estresses ocupacionais contínuas, que se acumulam”, explicou Janete Leite.

O problema, segundo ela, é que as pessoas acham que seu problema é individual, quando é coletivo, além de terem vergonha de procurar o serviço médico. “Com isso, elas vão entrando em suas conchas, temendo demonstrar fragilidades”.

Como forma de mensurar o nível de estresse dos docentes, a pesquisadora da UFRJ começou a fazer uma pesquisa nesse campo. Junto com um grupo de aluno, ela entrevista professores dispostos a falar de seus problemas.
“A primeira constatação que fiz é que as pessoas estão ansiosas para falar sobre seus problemas. Nossas entrevistas não duram menos do que uma hora e meia”, contou.

Já foi possível concluir que a atual realidade tem provocado sintomas psicopatológicos, como depressão e irritabilidade; psicosomáticos, como hipertensão arterial, ataques de asma, úlceras estomacais, enxaquecas e perda de equilíbrio; e sintomas comportamentais, como reações agressivas, transtornos alimentares, aumento de consumo de álcool e tabaco, disfunção
sexual e isolamento.

Tudo isso, para Janete Leite, decorre da pressão atualmente feita sobre o docente. “O nosso final de semana desapareceu, pois temos de dar conta do que não conseguimos na semana, como responder e-mails de orientandos, ou escrever artigos”, afirmou.

Para ela, é preciso que haja uma reação dos docentes a esse processo. “Caso contrário, seremos uma geração que já está com a obsolescência programada”, previu.
*Fonte: *ANDES-SN


Colaboração de Ana Cláudia Vargas:

Anhanguera Educacional S/A: Multinacional do ensino demite em massa
Escrito por: José Jorge Maggio, presidente do Sinpro-ABC
02/02/2012
Após a aquisição de universidades, Anhanguera demite 384 professores somente no ABC. A situação é a mesma em todas as regiões e estados onde o grupo se instalou, isto é: demissões em massa.

Desde que adquiriu universidades na região do ABC, a Anhanguera iniciou um verdadeiro ataque e desrespeito aos professores do grupo. Em dezembro, cerca de 384 demissões foram realizadas nas cinco instituições que compõem a Anhanguera Educacional S/A na região: Faculdade Anchieta, Faenac, Uni A, Uni ABC e Uniban.
De acordo com a Federação dos Professores de São Paulo, a Fepesp, o cenário é o mesmo em todas as cidades do estado de São Paulo onde a Anhanguera fez aquisições, totalizando cerca de 1500 professores. Nos demais Estados como RS, MT onde o grupo fez aquisições, o cenário se repete.
A prática mais equivocada e desrespeitosa foi desligar mestres e doutores, que após buscarem aprimoramento profissional para melhorar a qualidade do trabalho, não receberam em troca o reconhecimento, mas, sim, a demissão. No lugar desses professores com títulos, a Anhanguera pretende substituí-los por professores graduados por um valor de hora/aula bem inferior. Segundo a Fepesp, do total de demitidos, entre 70 e 80% eram mestres ou doutores.
No modelo Anhanguera, há aulas de segunda a quarta- feira com a presença do professor nas três primeiras aulas e, a quarta aula é apenas aplicação de exercícios, que são preparados por professores e aplicados por monitores de sala. Na quinta feira não há obrigatoriedade de presença na faculdade e, na sexta feira o curso é complementado pelo modelo EAD (20% do curso à distância). Assim, no modelo desta multinacional, uma faculdade que tem 20 aulas por semana com a presença do professor, após ser comprada pelo grupo Anhanguera, passa a ter apenas nove aulas e isso explica as demissões em massa, com recontratação quase nula.
É dessa forma que a Anhanguera Educacional S/A consegue oferecer seus cursos a preços muito baixos, quando comparados com as demais instituições de ensino superior, lembrando que muitos alunos têm financiamento de seus curso com verba publica (FIES e PROUNI). Outra prática desse grupo é a utilização das bolsas de valores para comercializar sua ações que rendem milhões ao ano, constituindo-se assim no maior grupo educacional da América Latina e o segundo maior do mundo.
Em artigo publicado pelo jornal Le Monde Diplomatique Brasil, a presidente do SINPRO Guarulhos, Andrea Harada Souza, sintetiza: “Enquanto não houver uma mudança radical, o próprio sentido de educação estará comprometido, posto que seu fim mais elementar não é atingido: em vez de promover a emancipação humana, produz lucro para o capital que só enxerga as camadas sociais C, D e E quando estas se apresentam como potencial mercado consumidor”.



Colaboração de Guilherme Souto:

Por que o Oriente Médio (e o Brasil bem informado!) NÃO PODEM levar a sério a ‘promoção da democracia’ à moda EUA
Mark Weisbrot, Guardian, UK
http://www.guardian.co.uk/commentisfree/cifamerica/2012/jan/31/american-democracy-promotion-rings-hollow
Não consegui não rir, ao ver o International Republican Institute (IRI) apresentado na imprensa internacional como “organização que promove a democracia”[1]. O IRI voltou agora às manchetes, porque o governo militar do Egito incluiu alguns de seus agentes numa lista de pessoas proibidas de deixar o país, o que significa que permanecem no Egito, e poderão ter sua vida e suas atividades investigadas e talvez sejam processados[2]. É quase inacreditável que haja jornalistas e editores ou tão crédulos ou tão mal informados. Se eu descrevesse o Center for Economic and Policy Research[3] como “organização de magia que converte sucata em ouro”, será que, dia seguinte, minhas palavras estariam nas manchetes, como descrição padrão do Centro onde trabalho?
O IRI é o braço internacional do Partido Republicano dos EUA.
Quem tenha estômago para assistir aos debates entre candidatos Republicanos, dificilmente acreditará que o IRI, do mesmo partido, algum dia promoveu ou promoverá alguma democracia.
Basta examinar o histórico dos movimentos do IRI, para saber do que se trata: em 2004, o IRI teve atuação destacada no golpe que derrubou o governo democraticamente eleito do Haiti[4]. Em 2002, o presidente doIRI celebrou publicamente o golpe militar (de curtíssima duração) que derrubou o governo democraticamente eleito da Venezuela[5]. E o IRI também atuava com grupos e indivíduos envolvidos no golpe.
Em 2005, o IRI esteve envolvido num esforço para modificar a legislação eleitoral no Brasil, para enfraquecer o Partido dos Trabalhadores, PT, partido do então presidente Lula da Silva[6].
Mais recentemente, em 2009, houve um golpe militar contra o governo democraticamente eleito de Honduras. O governo Obama fez o que pôde para favorecer o golpe e os golpistas[7], e apoiou “eleições” em novembro de 2009, para legitimar o governo dos golpistas. O resto do mundo – até a Organização dos Estados Americanos (OEA), pressionada pelas democracias sul-americanas – recusou-se a enviar observadores para emprestar legitimidade àquelas eleições. Houve repressão antes das eleições[8]: violência policial, ataques contra a mídia independente e o exílio forçado de opositores políticos, entre os quais o presidente democraticamente eleito.
Mas o IRI e o National Democratic Institute (NDI) – organização semelhante ao IRI, mas do Partido Democrata dos EUA – lá estavam, em Honduras, para legitimar a eleição-farsa. Ninguém precisa acreditar em mim. Aqui vai o que disse a USAID, agência do Departamento de Estado dos EUA e principal mantenedora e financiadora das atividades do IRI e do NDI, sobre o que foram fazer em Honduras (pdf[9]):
“A ausência da OEA e de outros grupos reconhecidos de observadores internacionais tornou ainda mais significativo, aos olhos da comunidade internacional, o trabalho de avaliação e observação realizado pelas nossas organizações NDI e IRI. A validação de um processo eleitoral livre, justo e transparente é forte argumento de apoio ao novo governo. […] A “convalidação” internacional pelo NDI e a “observação” pelo IRI, embora não preencham todos os padrões aceitos, alcançaram, pelo menos em parte, o impacto desejado.”
Sabe-se lá o que o IRI está fazendo agora no Egito. Mas sabe-se o que os EUA fizeram no Egito, ao longo de décadas: apoiaram uma ditadura brutal, até que as multidões nas ruas sugeriram fortemente que Washington não conseguiria impedir que Mubarak fosse derrubado, ano passado, por um movimento democrático real e popular.
Essas organizações, o IRI do Partido Republicano e o NDI do Partido Democrata dos EUA integram a National Endowment for Democracy, organização dedicada a atividades que “muitas delas” são “clandestinamente financiadas pela CIA” – como escreveu o Washington Post, quando a NED estava sendo criada no início dos anos 1980s. Algumas vezes, essas organizações apoiam a democracia, mas na maioria dos casos, não; e não raramente trabalham contra a democracia. Não porque sejam organizações inerentemente ‘do mal’, mas por causa da posição dos EUA no mundo. O governo dos EUA, mais que qualquer outro governo contemporâneo, governa um império. Por sua própria natureza, impérios têm a ver com manter o poder e controlar povos em terras distantes. Esses objetivos dos impérios muito frequentemente estarão em conflito com as aspirações democráticas e os anseios por autodeterminação dos diferentes povos.
Em nenhum outro ponto do mundo isso é hoje mais visível que no Oriente Médio, onde a política de sucessivos governos dos EUA, de colaborar com Israel e negar os direitos nacionais dos palestinos, continua a pôr os EUA em aberta oposição às populações locais. Resultado disso, Washington teme a democracia no Oriente Médio, porque ela fatalmente gerará governos eleitos que cerrarão fileiras com os palestinos e contra as ambições dos EUA na região (contra, por exemplo, a construção de bases militares e a permanência, lá, de exércitos norte-americanos). Mesmo no Iraque, onde Washington não se cansa de repetir que derrubou um ditador sanguinário, o povo teve de continuar resistindo aos exércitos de ocupação, até haver eleições e, afinal, conseguir expulsar de lá os soldados dos EUA.
Cria-se assim um círculo vicioso, no qual ditadores odiados apoiam as políticas dos EUA e, por sua vez, são apoiados pelos EUA, o que só faz aumentar a animosidade regional contra os EUA. Em alguns casos, essa animosidade levou a ataques terroristas contra instituições e cidadãos norte-americanos, o que foi então rapidamente usado pelos governantes para justificar longas guerras ou guerras intermináveis (por exemplo, no Iraque e no Afeganistão). Pesquisa de opinião pública árabe, realizada pela universidade de Maryland e pela Zogby International, e que incluiu o Egito, pedia que os respondentes citassem “dois países que mais o ameaçam diretamente”: 88% citaram os EUA; 77%, Israel; só 9% citaram o Irã.
Outro efeito danoso do patrocínio que os EUA garantem à “promoção da democracia” é que ajuda governos que nada desejam além de reprimir e fazer calar movimentos locais autênticos, eles, sim, pró-democracia. A maioria dos governos repressivos no Oriente Médio e no Norte da África, sempre que precisaram deslegitimar a oposição, acusaram-na de cumplicidade com Washington, acusação muitas vezes sem qualquer fundamento, mas nem por isso menos desmoralizante.
Aqui em Washington, poucos parecem dar-se conta de que os grupos que “promovem a democracia” custeados pelo governo dos EUA já não têm qualquer credibilidade, em praticamente todo o planeta. Mas é fato, e acontece mesmo quando um ou outro grupo não esteja trabalhando ativamente contra algum governo democrático.
Sempre que se cogitar de cortar gastos públicos nos EUA, boa ideia será começar por cortar o financiamento, com dinheiro público, a grupos e ONGs [e a blogueiras fascistas] dedicados a “promover a democracia” onde não fazem falta nem são bem-vindos.


O resultado da concessão dos aeroportos
Enviado por luisnassif, seg, 06/02/2012 - 12:31
Do UOL
Aeroportos de Guarulhos, Campinas e Brasília são arrematados por mais de R$ 24,5 bilhões
Débora Melo
Do UOL, em São Paulo


Terminou há pouco o leilão dos aeroportos de Guarulhos (Cumbica), Campinas (Viracopos)e Brasília (JK). No total, o governo arrematou R$ 24.535.132.500 com os três terminais.
A concessão de Guarulhos, que tem prazo de 20 anos, foi arrematada por R$ 16,213 bilhões pelo consórcio Invepar – ACSA, representado pela corretora Gradual.
O valor da concessão do aeroporto de Viracopos ficou em R$ 3,821 bilhões, para o consórcio Aeroportos do Brasil, representado pela corretora Planner. Já o aeroporto de Brasília foi arrematado por R$ 4.501.132.500, lance feito pelo consórcio Inframerica Aeroportos, representado pela corretora Citi.


ENQUANTO ISSO... A VALE... AH! A VALE DO RIO DOCE... FANTÁSTICOS 3,5 BILHÕES...



2. VALE A PENA LER

Conhece Palau e Ilhas Marshall? Junto com Israel são os únicos países que apoiam boicote dos EUA a Cuba
Um bloqueio que, segundo relatório anual da ONU, realizado em 2005, causou desde o seu início até 2005, um prejuízo superior a 89 bilhões de dólares a Cuba.
Bloqueio que é sistematicamente condenado pela Assembleia Geral das Nações Unidas. São 17 condenações seguidas.
Leia a matéria completa em: http://blogdomello.blogspot.com/2012/02/conhece-palau-e-ilhas-marshall-junto.html


O Facebook usa você
Por Lori Andrews em 07/02/2012 na edição 680
Reproduzido do New York Times, 5/02/2012; intertítulos do OI; tradução de Jô Amado
http://observatoriodaimprensa.com.br/news/view/_ed680_o_facebook_usa_voce


Informo que retomamos a publicação dos ENSAIOS SOBRE CINEMA no BLOG DA REA.
Leia o primeiro post do ano:
Coriolano, nosso contemporâneo
por SLAVOJ ŽIŽEK
A propósito de Homero, Marx notou que “a dificuldade não está em compreender que a arte grega e a epopeia estão ligadas a certas formas de desenvolvimento social. A dificuldade reside no fato de ainda nos proporcionarem prazer estético e, em certos aspectos, valerem como normas e como modelos inatingíveis”. Para testar uma verdadeira obra de arte, basta perguntarmos como ela sobrevive à descontextualização, à transposição para um novo contexto... LEIA NA ÍNTEGRA: http://espacoacademico.wordpress.com/2012/02/01/coriolano-nosso-contemporaneo/


'O neoprogressismo pode ter vários anos pela frente'
O jornalista e escritor Ignacio Ramonet diz, em entrevista ao jornal Página/12 que a maioria dos governos da América do Sul cumpre a função dos social-democratas europeus nos anos 50 e que, se não cometerem erros, podem aspirar a um ciclo longo de governo. "A construção do Estado de bem-estar e o aumento do nível de vida acaba com qualquer tipo de recurso para as oposições tradicionais conservadoras. Agora, a população está percebendo como os seus países estão reconstruindo sociedades arrasadas".
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19535&boletim_id=1121&componente_id=17822



Vitória da transparência: Supremo autoriza CNJ a investigar juízes
Em decisão apertada, corte máxima do país decide que Conselho Nacional de Justiça, órgão de controle do Judiciário, pode abrir investigação de juízes. Contestação corporativa da Associação dos Magistrados Brasileiros recebera liminar favorável e abrira guerra no Judiciário. Advocacia Geral da União, Procuradoria Geral da República e Ordem dos Advogados apoiaram CNJ.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19534&boletim_id=1121&componente_id=17824


O giro à esquerda dos socialistas franceses
François Hollande deixou para trás a linha “socialismo liberal” de seus antecessores e a imagem de homem brando, indeciso e inconsistente que a direita francesa e a imprensa teceram em torno dele. Hollande entrou de cheio na eleição presidencial com um discurso marcado por um contundente giro à esquerda e uma frase que diz tudo: “meu adversário, meu verdadeiro adversário não tem nome, nem rosto, nem partido. Nunca apresentará sua candidatura e, consequentemente, não será eleito. Mesmo assim, governa. Esse adversário é o mundo das finanças”.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19552&boletim_id=1122&componente_id=17847


Sindicatos convocam nova greve geral na Grécia
Além dos sindicatos, vários deputados da coalizão governista criticam o custo social dos ajustes exigidos pelo FMI e pelo Banco Central Europeu em uma economia que já está há quatro anos em recessão e onde a taxa de desemprego alcança os 20%. Os partidos políticos temem que a Grécia se veja de novo mergulhada em uma onda de protestos sociais. Os sindicatos gregos convocaram uma nova greve geral de 24 horas para esta terça-feira, em protesto contra as medidas de austeridade que se avizinham. O artigo é de Eduardo Febbro, direto de Atenas.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19562&boletim_id=1123&componente_id=17866


leia no WWW.outraspalavras.net

A era dos extremos climáticos começou
Em 2011, acentuaram-se grandes secas, cheias, ondas de calor e desastres ambientais. É preciso agir já, contra reação em cadeia. Por Janet Larsen e Sara Rasmussen

Rumo a uma sociedade da partilha?
Ao analisar novos paradigmas energéticos, Jeremy Rifkin prevê substituição natural das economias baseadas no petróleo e das sociedades hierarquizadas. Por Ricardo Abramovay

A Europa se curva diante dos bancos
Como continente não reformou sistema financeiro, está sendo reformado por ele, que coloca a sociedade a seus pés.

A França em sua encruzilhada
Em maio, país elegerá presidente. Desgastado, Sarkozy conta com manipulação midiática. Para vencê-lo, esquerda precisa resgatar seus valores históricos. Conseguirá?. Por Marilza de Melo Foucher, correspondente em Paris

Irã,o alvo dos insanos
Robert Fisk escreve: “um ataque a Teerã seria loucura. Por isso mesmo, não exclua a possibilidade”

Ignacio Ramonet vê o xadrez das ameças ao Irã
Governo israelense quer guerra já; Washington reluta. Conflito incendiaria Oriente Médio, atingindo abastecimento do petróleo e economia mundial

3. CAFÉ HISTÓRIA


MURAL DO HISTORIADOR
Governadores Online: Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro (APERJ) disponibiliza fotografias e biografias dos governadores do Rio de Janeiro e da extinta Guanabara.
Acesse: http://cafehistoria.ning.com [Página Principal]

História da Divulgação Científica: Livro gratuito na internet conta como o Jornal do Commercio divulgou por anos a ciência e tecnologia no Brasil
Acesse: http://cafehistoria.ning.com [Página Principal]

MISCELÂNEA CAFÉ HISTÓRIA

O Historiador como Perito: Criação da Comissão da Verdade no Brasil traz à tona uma importante discussão para a área de história: deve o historiador atuar como perito?
Leia: http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/arquivo-cafe-historia-o-historiador-como-perito

CAFÉ EXPRESSO NOTÍCIAS

Juiz Garzon defende direito de investigar ditadura espanhola
Acesse: http://cafehistoria.ning.com [Página Principal]

FÓRUNS EM DESTAQUE

Na sua opinião, o historiador pode atuar como perito?
Participe: http://cafehistoria.ning.com/forum/topics/historiadores-devem-compor-a-comissao-da-verdade-por-que

Visite Cafe Historia em: http://cafehistoria.ning.com/?xg_source=msg_mes_network


4. INFORMAÇÕES


A Revista História & Perspectivas é uma publicação do Instituto de História, dos Cursos de História e do Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal de Uberlândia, sob a responsabilidade do Núcleo de Pesquisa e Estudos em História, Cidade e Trabalho.
A revista recebe, para apreciação de seu Conselho Editorial, artigos, resenhas, traduções, documentos e experiências de pesquisa, ensino e extensão. Todos os trabalhos enviados são avaliados por pareceristas externos. Os artigos deverão observar as Normas para Publicação da revista para que possam ser apreciados. Cada volume possui um dossiê temático, além de artigos avulsos, resenhas e outros.
O próximo número reunirá artigos para o dossiê:
História e Saúde – nº 47 - data final para recebimento de artigos: 15 de março de 2012.
Solicitamos a divulgação dessas informações e agradecemos aos nossos colaboradores o envio de seus artigos.

Universidade Federal de Uberlândia Instituto de História Revista História & Perspectivas Av. João Naves de Ávila, 2121 – Campus Santa Mônica – Bloco 5M – 2.º andar CEP: 38400-902 – Uberlândia – MG – Brasil Fone: (34) 3239-4068; Fax: (34) 3239-4396 www.historiaperspectivas.inhis.ufu.br hisper@ufu.br






AMORES PROIBIDOS NA HISTÓRIA DO BRASIL
Autor: Maurício Oliveira
A história de uma nação é feita não apenas de brados retumbantes, mas também de palavras de amor sussurradas, muitas vezes, às escondidas. Este livro conta as dificuldades que importantes personagens da nossa história tiveram para efetivar suas paixões, nem sempre aceitas pela sociedade. Os casais retratados neste livro viveram, cada um a seu modo, um romance proibido, deliciosamente apresentado pelo autor, o jornalista e pesquisador Maurício Oliveira. Os cenários são as ruas fracamente iluminadas do Rio de Janeiro, a cabine de um navio rumo à Europa e até um cemitério de São Paulo. Permeados por brigas, traições e separações, mas também por comunhão, romance e muito desejo, estes contos da vida real nos mostram que as grandes personalidades também estão sujeitas às intempéries e às delícias do amor.
Editora Contexto, 160 páginas, R$ 33,00.

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