quarta-feira, 6 de abril de 2011

Número 273

Muitos assuntos neste Boletim: A radiação no Japão, ainda o Wikileaks, a Comissão da Verdade, Faltou alguem no enterro do Zé, a negociata dos EUA com os sauditas, o golpe de 1964... Ganhe seu tempo: leia tudo!!!



O melhor de WikiLeaks Por Leneide Duarte Plon, de Paris em 5/4/2011 (do Observatório da Imprensa) "A questão do equilíbrio entre o poder do Estado e o contrapoder exercido pelos cidadãos é legítima e dificilmente contestável quando se trata de Estados totalitários. Mas é menos evidente quando se trata de Estados democráticos." A frase é do ex-embaixador francês no Senegal, o escritor Jean-Christophe Rufin, num artigo publicado originalmente no jornal Le Monde e reproduzido na publicação fora de série Le meilleur de WikiLeaks (O melhor de WikiLeaks), lançada na França pelas Edições Le Monde. Rufin se pergunta se é legítimo questionar e pôr em risco as instituições democráticas fruto da livre expressão da vontade popular, como o fez WikiLeaks, o polêmico site criado pelo australiano Julian Assange. "A partir de que patamar se passa da mobilização útil à ameaça contra o contrato social?" escreve o escritor. A dificuldade de exercer plenamente o contrapoder em relação a Estados democráticos foi colocada em praça pública pelo site WikiLeaks no caso da divulgação de documentos secretos originários de embaixadas americanas referindo-se à política de países como a França, a Grã-Bretanha e o Brasil, entre muitos outros. "Desejável e problemática" Depois de várias semanas publicando e analisando o conteúdo de diversos dos famosos telegramas, o jornal Le Monde – um dos cinco órgãos de imprensa (com o espanhol El País, o inglês The Guardian, o americano The New York Times e o semanário alemão Der Spiegel) que publicaram e analisaram os documentos recebidos pelo fundador do site – deu a seus leitores acesso a uma seleção de alguns dos telegramas secretos com a publicação da revista Le meilleur de WikiLeaks, na qual, além de alguns dos mais polêmicos telegramas, o debate é enriquecido com análises e artigos contraditórios. O embaixador dos Estados Unidos na França, Charles Rivkin, por exemplo, se mostra totalmente contrário à divulgação por entender que "a confidencialidade é um elemento intrínseco da diplomacia e a divulgação de documentos secretos coloca em risco a segurança de pessoas no mundo todo". Em seu artigo, Timothy Garton Ash, historiador e professor de estudos europeus da Universidade de Oxford, escreveu que "a divulgação dos telegramas americanos é, ao mesmo tempo, desejável e problemática". Mas termina seu texto dizendo que aposta que "o governo americano deve se arrepender amargamente de sua decisão bizarra de confiar toda uma biblioteca diplomática recente a um sistema informático militar tão bem protegido que um jovem de 22 anos pode copiá-lo facilmente num CD de Lady Gaga". Princípios fundadores da democracia Aurélien Colson, professor de Ciências Políticas na França e respeitado pesquisador do segredo e da transparência na diplomacia, escreve, no artigo intitulado "Em direção de um novo equilíbrio entre segredo diplomático e direito de saber?", que ao divulgar os telegramas diplomáticos do Departamento de Estado destinados a permanecerem secretos, WikiLeaks poderia invocar os pais da diplomacia e da democracia americana. Ele afirma em seu artigo: "Entre a independência de 1776 e a Constituição de 1787, George Washington, Benjamin Franklin, George Mason e outros republicanos estabeleceram como princípio a recusa do segredo nas negociações internacionais. Essa recusa traduzia uma rejeição americana dos hábitos da diplomacia europeia de então, que costumava fazer acordos obscuros e tratados secretos em nome de monarcas que não tinham que dar contas de seus atos." Nesse caso, não é o criador de WikiLeaks quem deveria ser julgado, mas sim Barack Obama e Hillary Clinton, que com a diplomacia do segredo traem os princípios fundadores da democracia americana.


Crise nuclear japonesa, acreditar em quê? A maior crise existente no Japão hoje é a crise de confiança. Já não é possível acreditar em nenhum comunicado que faz a Tóquio Eletricidade (Tepco), nem no que diz o governo japonês. Não há como acreditar em nada do que o governo japonês fala. Não se sabe com que critério científico o governo determina o perímetro de 30 km de evacuação. Mas não resta dúvida de que esse perímetro não é aumentado pois isso representará milhares de milhões de ienes de indenizações. O artigo é de Tomi Mori. Tomi Mori (*) - Esquerda.net (WWW.cartamaior.com.br) Entrando na quarta semana após o início da tragédia, já que ela ainda está longe de terminar, temos alguns dados já relativamente estabilizados. As mortes oficiais somam 11.620, os desaparecidos 16.444 (não há muita possibilidade de que sejam encontrados vivos depois de tantos dias), 2.877 feridos e 191.625 construções destruídas ou danificadas. Esses números podem ser considerados como a primeira parte da tragédia. A outra parte diz respeito às casas, plantações e vidas desorganizadas pela tragédia nuclear, que continua sem que possamos dizer em que estágio da crise nos encontramos. Estima-se que serão necessários 300 bilhões de dólares para reparar os estragos causados. Estamos no início, no meio ou próximos do final da crise? Falta de credibilidade A maior crise existente no Japão hoje é a crise de confiança. Essa crise fenomenal de confiança, no mais amplo sentido da palavra, deriva da atitude das autoridades envolvidas na crise nuclear, ou seja, a Tóquio Eletricidade (Tepco) e o governo do primeiro-ministro Naoto Kan. A Tóquio Electricidade, operadora da central nuclear Fukushima 1, desde que começou a tragédia, tem agido de tal maneira que já não é possível acreditar em nenhum comunicado que faz. O próprio primeiro-ministro japonês, no início da crise, foi ao escritório da empresa, em Tóquio, para reclamar da maneira como havia sido comunicado. Foi o último a saber, já que a empresa havia se manifestado na imprensa primeiro. Os primeiros vazamentos, que a operadora alegou serem "inofensivos", acarretaram entre outras coisas uma situação na qual os moradores próximos à unidade não mais poderão voltar às suas casas. Vários trabalhadores foram contaminados pela radioatividade, ocasionada pela falta de segurança no trabalho, fruto de informações erradas ou, quem sabe, literalmente mentirosas. Desde que se iniciou a tragédia nuclear, a operadora fornece dados das medições de radioatividade, mas ninguém é capaz de dizer quais são os critérios utilizados. Se esses critérios são adequados, se os equipamentos utilizados são apropriados, ninguém está em condições de julgar. Mesmo com toda a artimanha utilizada para não agravar o que já era grave, as ações da empresa despencaram. E só não viraram pó, como se diz no jargão financeiro, porque continuam a jogar às escondidas, sem dizer claramente o que deveria ser dito numa situação tão grave como é a atual. Não restam dúvidas que, em primeiro lugar, vêm as motivações económicas e só depois as sociais, como a segurança e a vida das pessoas. As semanas estão a passar, mas não há nenhuma informação concreta de como tudo isso irá terminar. Durante a semana, foi anunciada a desativação de quatro reactores. Em qualquer situação, é um trabalho que vai levar algumas décadas. Era o óbvio, depois que deitaram água salgada, na tentativa desesperada de refrigerar os reatores. Mas ao invés de diminuir as dúvidas, o que temos à nossa frente é uma quantidade ainda maior de questões não respondidas. Quanto tempo irá levar para que a situação esteja sob controle? A operadora tem como impedir uma fuga que coloque em risco a vida das pessoas? Agora que entramos na Primavera e a temperatura aumenta, como substituir a água do mar? O exército vai deitar sorvete em cima dos reatores com helicópteros? Neste momento, nas proximidades de Fukushima 1, a temperatura ainda é baixa, provavelmente oscilando até aos 5 graus. Mas, o que será feito quando a temperatura ambiente atingir mais de 30 graus? O governo aventa a possibilidade de jogar resina, mas o que isso significa? Não há como acreditar em nada do que o governo japonês fala. Não se sabe com que critério científico o governo determina o perímetro de 30 km de evacuação. Mas não resta dúvida de que esse perímetro não é aumentado pois isso representará milhares de milhões de ienes de indenizações. Quanto maior o perímetro, maior a indenização a ser paga e o governo, claramente, faz essas contas, mesmo que isso signifique o risco de milhares de pessoas. O governo, como qualquer governo, tem de falar alguma coisa, mas é incapaz de encontrar uma solução rápida que possa evitar um tragédia de grandes proporções. Na inexistência de explicações confiáveis, sou forçado a especular e tudo indica que a situação hoje é pior e mais dramática do que no dia 11 de março, quando houve o terremoto. Falta de confiança afeta economia A visita do presidente Sarkozy ao Japão corresponde ao temor existente, em todo o mundo, de que a crise japonesa possa causar problemas ainda maiores num mundo que já está bastante complicado. Os otimistas diziam que o mundo estava saindo da crise de 2008. Outros mais críticos, diziam que estávamos a caminho, não da recessão mas, sim, da depressão. Independente de estar a favor desta ou daquela opinião, a atual crise japonesa, sem sombra de dúvidas, só faz piorar a situação mundial. A dependência da energia nuclear de alguns países é gritante, basta ver a França de Sarkozy. A França, que sonhava vender centrais nucleares até para os marcianos, se fosse possível, viu o seu projecto despedaçar-se. E, mais do que isso, pode ocorrer um indesejável e poderoso movimento anti-nuclear, coisa que o presidente francês pretende evitar, antecipando-se aos acontecimentos e tentando se transformar no paladino da segurança nuclear, como se isso fosse possível... A falta de um posicionamento claro por parte do governo tem acarretado uma paralisia em todas as áreas da atividade social. Ainda é cedo para se fornecer números, mas além de várias empresas já terem sido afetadas, com falta de peças e componentes, ainda estamos apenas no início de problemas maiores na economia japonesa. No próximo verão, já está claro que a falta de energia irá causar graves problemas. O maior deles será a falta de energia em Tóquio, coração da economia japonesa. Como resolver essa questão? Este ano, os japoneses poderão exercer amplamente a sua criatividade, mas é pouco provável que isso impeça que marchemos para uma situação recessiva. Setores da burguesia imperialista japonesa acreditam que na tragédia surge a oportunidade de auferir grandes lucros. Tem algum sentido, já que as pessoas terão de comprar frigoríficos, televisões,camas, construir casas, etc... Mas não se pode dizer que isso vá revitalizar a economia japonesa. Em função da crise nuclear, do seu prolongamento e desdobramentos, a palavra que sintetiza a atual situação japonesa é "volátil". Qualquer que seja a próxima tragédia, ela já não será uma surpresa. (*) Correspondente em Tóquio do Esquerda.net Quem tem medo da verdade? Passar à resistência clandestina era a opção de colocar a própria integridade física em risco. Mas essa foi a opção de milhares de brasileiros. Nada menos que 479 pessoas foram eliminadas, 163 das quais se tornaram desaparecidos políticos. Denominar a ditadura de “ditabranda” é piada de péssimo gosto. Pior ainda é a insistência de alguns comandos militares de comemorar o 31 de março como uma “revolução democrática”, em desafio à cúpula militar que retirou esta data do calendário de efemérides. O artigo é de Nilmário Miranda. Nilmário Miranda (*) - Especial para Carta Maior

Eu não tinha 17 anos quando veio o golpe, destruindo meus sonhos das grandes reformas de base. Morava na então pequena Teófilo Otoni (MG). Os ferroviários da lendária Estação de Ferro Bahia-Minas cruzaram os braços. Foi o único e solitário protesto (no ano seguinte a EFBM foi extinta). Em poucos dias nada menos que 74 pessoas foram presas pelos “revolucionários” e levados ao QG dos golpistas em Governador Valadares. Ferrovias, comerciários, bancários, estudantes, militantes da Igreja, do Partidão, do PTB, pequenos comerciantes – dentre eles meu pai, uma pessoa pacata, educada, incapaz de fazer mal a ninguém, uma alma gentil. Chocou-me também a prisão de Dr. Petrônio Mendes de Souza, ex-prefeito, médico dos pobres, figura hierática. Lá pelos dias encontrei-me com o filho do ferroviário Nestor Medina, carismático, inteligente, autodidata, homem de grande dignidade. Desde aquela noite fiz juras de por todos os dias enquanto durasse, combateria a ditadura, o que realmente aconteceu. No ano seguinte mudei para Belo Horizonte para estudar e participar da resistência. 1968 foi o ano do crescimento da oposição à ditadura. A Marcha dos Cem Mil no Rio; as duas greves (Contagem e Osasco) desafiando a rigorosa legislação anti operária; a fermentação no meio cultural; a Frente Ampla que uniu o impensável (a UDN de Carlos Lacerda, o PSD de JK, o PTB de Jango); as primeiras ações da resistência armada. A recusa da Câmara de conceder a licença para processar Márcio Moreira Alves foi um pretexto para a edição do AI-5 em 13 de dezembro, instituindo o Terror de Estado. Eu respondia a processo pelo LSN depois da prisão por 32 dias após a greve de Contagem; vi-me em um dilema: sair do país, para o exílio; ou cair na clandestinidade. Estudava Ciências Econômicas na UFMG. Optei pela resistência na clandestinidade, aos 21 anos. Todas as portas foram fechadas; os espaços para a oposição foram extintos. Desde as prisões em Ibiúna de mais de 700 estudantes de todo o país, as odiosas listas negras para os trabalhadores rebeldes, a “aposentadoria” forçada de três ministros do STF como recado para amordaçar a Justiça, a censura prévia na imprensa, o fim do habeas corpus. A polícia política tinha dez dias de prazo para apresentar o detido ao juiz militar, e a criação de centros de detenção e tortura na prática era a institucionalização da tortura. Passar à resistência clandestina era a opção de colocar a própria integridade física em risco. Mas essa foi a opção de milhares de brasileiros. Nada menos que 479 pessoas foram eliminadas, 163 das quais se tornaram desaparecidos políticos. Denominar a ditadura de “ditabranda” é piada de péssimo gosto. Pior ainda é a insistência de alguns comandos militares de comemorar o 31 de março como uma “revolução democrática”, em desafio à cúpula militar que retirou esta data do calendário de efemérides. Aprovar e instalar a Comissão Nacional da Verdade, confiando à sete pessoas idôneas, probas e éticas a tarefa de passar os 21 anos da ditadura à limpo dá uma interpretação fiel ao que se passou no país para constar dos livros e currículos escolares, inclusive das academias militares. É mais uma grande e importante etapa na construção de nossa democracia, incorporando o direito à verdade. (*) Nilmário Miranda é jornalista, Presidente da Fundação Perseu Abramo, ex Ministro da Secretaria Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República (SEDH). Líbia: exposta afinal a negociata EUA-sauditas Pepe Escobar Traduzido pelo pessoal da Vila Vudu Vocês invadem o Bahrain. Nós derrubamos Muammar Gaddafi na Líbia. Essa, em resumo, é a negociata acertada entre o governo de Barack Obama e a Casa de Saud. Duas fontes diplomáticas na ONU confirmaram, independentes uma da outra, que Washington, pela boca da secretária de Estado Hillary Clinton, deu sinal verde para que a Arábia Saudita invadisse o Bahrain e esmagasse o movimento pró-democracia no país vizinho, em troca de um voto “sim” da Liga Árabe para aprovar uma zona aérea de exclusão sobre a Líbia – único “fundamento” que levou à Resolução n. 1.973. As fontes são dois diplomatas, um europeu e outro de país BRICS; os dois falaram separadamente, a um professor e intelectual norte-americano e ao jornal Asia Times Online. Não terão seus nomes divulgados. Um dos diplomatas disse: “Por isso não era possível votar a favor da Resolução 1973. Acompanhávamos o argumento segundo o qual Líbia, Bahrain e Iêmen são casos similares; para nós, era preciso nomear missão de investigação para ir à Líbia. Mantemos nossa posição: entendemos que a resolução não é clara e pode ser interpretada na direção de mais beligerância.” Como Asia Times Online noticiou, é mito que toda a Liga Árabe teria aprovado a zona aérea de exclusão sobre a Líbia. Dos 22 membros plenos, só 11 votaram. Seis desses são membros do Conselho de Cooperação do Golfo, o clube de reinos/ditaduras do Golfo apoiados pelos EUA, dos quais a Arábia Saudita é o cão-chefe. A Síria e a Argélia votaram contra. A Arábia Saudita teve de dobrar apenas outros três membros, para obter o número necessário de votos presentes, e aprovar o que queria aprovar. Tradução: só 9, dos 22 membros da Liga Árabe votaram a favor da zona aérea de exclusão. A votação foi, de fato, operação conduzida pela Casa de Saud, com o secretário-geral da Liga Árabe Amr Moussa interessado em mostrar serviço a Washington, interessado em obter a presidência do Egito. E assim aconteceu que, um dia, houve um Grande Levante Árabe de 2011. E então, inexorável, desceu sobre ele a contrarrevolução comandada por EUA-sauditas. (...) Digam o que disserem Barack Obama, Clinton e outros, nada alterará os fatos – resultado da suja dança do par EUA-Sauditas. Para saber quem lucra com a intervenção militar na Líbia, vide “Não hábusiness como a guerra-business”, Asia Times Online, 30/3/2011, em português. E acrescente àquela lista de beneficiários também a dinastia al-Khalifa no Bahrain, uma cesta sortida de fabricantes e mercadores de armas e todos os suspeitos neoliberais de sempre loucos para privatizar tudo que encontrem, na nova Líbia – até a água. E nem se falou até aqui dos abutres ocidentais que já sobrevoam a indústria de petróleo e gás da Líbia. Mas a mais surpreendente descoberta, de fato, é a extensão da hipocrisia do governo Obama. Pode-se dizer que nunca antes na história desse mundo vira-se governo dos EUA apresentar um descarado golpe geopolítico no norte da África e no Golfo Persa, como se fosse operação humanitária. E quanto a chamar a nova (mais uma!) guerra dos EUA contra nação muçulmana, de mera “ação militar cinética”? (...) Prendam os suspeitos de sempre (...) Na Líbia, vê-se hoje um curioso desenvolvimento: a OTAN está permitindo o avanço das forças de Gaddafi ao longo da costa mediterrânea, deixando que façam recuar os “rebeldes”. Já há dois dias não há novos “ataques aéreos cirúrgicos”. O objetivo da OTAN é, provavelmente, chantagear também o Conselho Nacional de Transição [ing. Interim National Council (INC)] infestado de desertores líbios, inclusive um ex-ministro da Justiça Mustafa Abdel Jalil; o ex-secretário de planejamento Mahmoud Jibril; e o ex-morador de Virginia, vizinho da CIA nos EUA por 20 anos e “novo comandante militar” dos “rebeldes” Khalifa Hifter. O ingênuo, embora decente e louvável Movimento de Jovens 17 de Fevereiro – que começou o levante em Benghazi – foi completamente posto de lado. Aí está a primeira guerra africana da OTAN, como o Afeganistão foi a primeira guerra da OTAN no Centro/Sul da Ásia. Já firmemente configurado como braço armado da ONU, esse OTAN-Globalcop está em marcha, implementando o “conceito estratégico” que foi aprovado na cúpula de Lisboa em novembro passado (sobre isso, vide “Bem vindos ao OTANSTÃO”, 20/10/2010, Asia Times Online, em português. A Líbia de Gaddafi tem de ser varrida do mapa, para que o Mediterrâneo – o mare nostrum da antiga Roma – torne-se lago da OTAN. A Líbia é a única nação do norte da África não subordinada ao AFRICOM, ao CENTCOM ou a qualquer dos muitos “parceiros” da OTAN. Outras nações africanas não parceiras da OTAN são a Eritreia, A República Árabe Democrática Sawahiri, o Sudão e o Zimbabwe. Além do mais, dois membros da “Iniciativa Istambul de Cooperação” [ing. Istanbul Cooperation Initiative] da OTAN – o Qatar e os Emirados Árabes Unidos – combatem hoje ao lado do AFRICOM/OTAN, pela primeira vez. Tradução: parceiros da OTAN e do Golfo Persa fazem hoje guerra na África. A Europa? Provinciana demais. O Globalcop já deu as costas à Europa. No duplifalar oficial do governo Obama, há ditadores que podem contar com “o braço dos EUA” – por exemplo, o Bahrain e o Iêmen. Esses podem relaxar e fazer, na prática, virtualmente o que bem entenderem. Quanto aos candidatos a “alteração de regime”, na África, no Oriente Médio e na Ásia, esses, abram o olho. O OTAN-Globalcop vai pegar vocês. Com negociatas e acordos sujos, ou sem.
FALTOU ALGUÉM NO VELÓRIO DO ZÉ José Ribamar Bessa Freire 03/04/2011 - Diário do Amazonas Os dois morreram com a mesma idade: 79 anos. Os dois foram abatidos pela mesma doença maligna contra a qual lutaram bravamente por um longo período. José Alencar (1931-2011), vice-presidente do Brasil, câncer no intestino. François Mitterand (1916-1996) presidente da França, câncer na próstata. Ambos tiveram funerais solenes com pompa de chefe de Estado. No velório do francês, porém, foi registrada uma presença, que esteve ausente no enterro do brasileiro. Leia a íntegra no blog do Mello: http://blogdomello.blogspot.com/2011/04/faltou-alguem-no-velorio-do-ex-vice.html

O golpe de 1964: luta de classes no Brasil – a propósito de “Jango”, de Silvio Tendler

por ADRIANO NERVO CODATO O filme mais emblemático e que documentou com mais detalhes a vida política nacional dos anos 60 foi sem dúvida “Jango” (35 mm., 117 min., 1984). Assisti-lo é ver (ou rever) todos os conflitos que deixaram expostos os motivos da luta social no Brasil sem que seja preciso reavivar o debate no seio da esquerda sobre a pergunta renitente: “Por que perdemos?”... LEIA NA ÍNTEGRA: http://espacoacademico.wordpress.com/2011/04/02/o-golpe-de-1964-luta-de-classes-no-brasil-a-proposito-de-jango-de-silvio-tendler/

Fukushima: radioatividade 5 milhões de vezes superior ao limite O nível de iodo radioativo nas águas marinhas próximas da central nuclear de Fukushima é cinco milhões de vezes superior ao limite legal, informou nesta terça-feira a concessionária da central, Tepco. Japão fixa limites de radioatividade para pescado e marisco. Esta decisão foi tomada depois da descoberta de níveis de radioatividade anormalmente elevados, nos últimos dias, em pequenas enguias pescadas ao largo da província de Ibaraki, a Sul de Fukushima e a Norte de Tóquio. O Japão já proibiu a venda de vários legumes e leite cru, produzidos nas quatro províncias perto da central de Fukushima 1. http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17654&boletim_id=879&componente_id=14359

Golpe de 1964: os jornais e a "opinião pública" Estudar e conhecer melhor os vínculos dos grupos de mídia com a articulação golpista do início da década de 60, além de ser nosso dever para com aqueles que tombaram pelo caminho, pode nos ajudar – e muito – a compreender o que ainda ocorre na democracia brasileira de nossos dias. Quais justificativas eram utilizadas pela própria mídia para contornar a evidente contradição existente entre o seu discurso em “defesa da democracia” e, ao mesmo tempo, a articulação e a pregação abertas de um golpe de estado contra o presidente da República democraticamente eleito? O artigo é de Venício A. de Lima. http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm?home_id=113&alterarHomeAtual=1

A Representação da UNESCO no Brasil, O Programa Ações Afirmativas na UFMG, o Núcleo de Estudos e Pesquisas sobre Relações Raciais e Educação - NEPER/UEMG CONVIDAM: LANÇAMENTO COLEÇÃO HISTÓRIA GERAL DA ÁFRICA EM BELO HORIZONTE Dia 13 de abril de 2011, quarta- feira Horário – 08:30 h às 18:00 h Programação: 8:30 – Recepção - Grupo de Choro da Escola de Música da Universidade do Estado de Minas Gerais 09:00 – Sessão solene de lançamento da Coleção História Geral da África 10:30 Mesa: Brasil-África: Heranças Históricas: Perspectivas Contemporâneas 15:00 - Mesa: Diáspora Africana: Território, Identidade Negra e Educação. 17:00 - Mesa: História da África e Cultura Afro-brasileira: Perspectivas Educacionais Local – Faculdade de Educação da UFMG - Auditório Neidson Rodrigues Av. Antônio Carlos 6627 – Pampulha – BH/MG Serão emitidos certificados de participação.mes/ Informações acesse: http//www.unesco.org/new/pt/brasilia/special-themes

Programa Ações Afirmativas na UFMG Faculdade de Educação - FaE /UFMG Av. Antônio Carlos, 6627 - Pampulha Belo Horizonte/MG CEP: 31.210-901 Tel.: (31) 3409-6188 (31) 3409-6188 - Horário de atendimento: segunda a sexta de 14 às 18 horas Email: acoesafirmativas@yahoo.com.br

Calendário referente ao processo seletivo do curso de Especialização em História da Cultura e da Arte/2011: Inscrições: período de 11/04 a 20/04/2011 processo seletivo: dias 25 e 26/04/2011 resultado do processo seletivo: dia 27/04/2011 preenchimento do cadastro prévio pelo aluno: dias 27 e 28/04/2011 Início das aulas: 03/05 Uma mensagem a todos os membros de Cafe Historia ENTREVISTA O historiador, o embaixador e outras histórias Fábio Koifman, historiador e professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ), é o novo entrevistado do Café História. Koifman é autor do livro "Quixote das Trevas - o embaixador Souza Dantas e os refugiados do Nazismo", que revela os esforços de um ilustre brasileiro que desafiou o Terceiro Reich ao emitir centenas de vistos para judeus refugiados durante a Segunda guerra Mundial. Leia: http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/arquivo-conversa-cappuccino-10

PROMOÇÕES Se você ainda quiser comprar qualquer título da Editora Contexto com um desconto de 20%, precisa se apressar. A promoção está acabando. Veja como é fácil em: http://cafehistoria.ning.com/page/pandemias-1

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CAFÉ EXPRESSO NOTÍCIAS Arqueólogos encontram esculturas do período asteca no México DOCUMENTO HISTÓRICO A primeira edição da Revista Veja. ENQUETE HISTÓRICA Qual dessas revistas abaixo você mais utiliza em suas pesquisas em história? O Cruzeiro, Realidade, Fon-Fon, Veja, Manchete. CONTEÚDO DA SEMANA Página disponibiliza mais de trinta vídeos sobre História Medieval. MURAL DO HISTORIADOR Produção de Trabalhos Acadêmicos Matéria Cavaleiresca Exposição no Arquivo Nacional Visite Cafe Historia em: http://cafehistoria.ning.com/?xg_source=msg_mes_network


Retratos da Revolução, aos cem dias Por que a revolta árabe repercute pelo mundo. Que forças procuram dominá-la. Como ela altera nossas ideias de transformação social. Por Antonio Martins O conto do imperialismo humanitário Petróleo, influência geopolítica, interesses eleitoreiros: há muito por trás do ataque à Líbia -- menos desejo sincero de afastar o ditador... Por Romualdo Pessoa Londres luta pelos serviços públicos O gigantesco protesto de massa dos ingleses, contra as medidas "de austeridade" que o governo conservador quer impor Honduras sem máscaras Sem temer os mísseis do Pentágono, o governo — mostra a ONU — continua a tolerar torturas, assassinatos políticos e impunidade. Por Sérgio Ferrari

As consequências de um voto Ex-chanceler brasileiro critica com sutileza posição do governo Dilma frente ao Irã e sugere: nova postura da diplomacia pode enfraquecer projeção internacional do país. Por Celso Amorim, em Carta Capital Reforma política: mudar tudo será a melhor opção? Em três semanas, a comissão criada por José Sarney reescreveu nosso sistema político. Mas o Congresso estará à altura das transformações que propostas? Por Marcos Coimbra Para livrar a Cultura das velhas pressões Lei Cultura Viva procura consolidar avanços alcançados pelos Pontos de Cultura -- e mobiliza centenas de coletivos autônomos espalhados pelo país. Do Vermelho Casal de sargentos gays responde a Bolsonaro Em entrevista ao Congresso em Foco, Fernando Alcântara e Laci Marinho dizem que as falas do deputado fluminense são uma reação de uma cúpula conservadora -- e cada vez mais minoritária -- das Forças Armadas

Extrema direita com discurso repaginado Na França, candidata Marine Lepen sobe nas pesquisas, acena para os mais pobres e tenta corrigir os exageros do pai. Mas os velhos cacoetes reaparecem quando fala sobre os imigrantes. Por Lamia Oualalou, no Opera Mundi

Repórteres Sem Fronteiras -- mas com partido Organização internacional já era vista com desconfiança devido a omissão diante de golpes militares. Agora, seu fundador admite simpatia pela extrema-direita francesa. Por Altamiro Borges, do Blog do Miro

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