quarta-feira, 20 de abril de 2011

Numero 275











Clique aqui para assistir um vídeo em que os autores apresentam a coleção Estudos de História, para o ensino médio:

http://www2.ftd.com.br/hotsite/PNLD/2011/view/livro.cfm?col_cod=126&materia=His&disc_cod=20#



E por favor, divulguem para todos os seus amigos. O prazo para que os professores façam sua escolha é de menos de dois meses, e é impossível irmos a todo o país para apresentar o trabalho que elaboramos.
Se você conhece professores de História que trabalham no ensino médio em escolas públicas, apresente a eles este vídeo ou indique o blog
http://colecaoestudosdehistoria.blogspot.com


Grato,
Ricardo





Do jornal Brasil de Fato:
Universidade do desastre


Antes de implantar a obrigatoriedade do ensino de “educação financeira” para os níveis fundamental e médio, chegou a hora de concentrar esforços por uma educação para a mídia e a tecnologia
Silvio Mieli

Ele previu os ataques de 11 de setembro, alertou que o acidente de Chernobyl iria se repetir, chama Barak Obama de “Top model do discurso politico” e define a internet como um instrumento de controle social. Acusado de pessimista, apocalíptico e retrógrado, o filósofo e arquiteto francês Paul Virilio não é um profeta, já que não anuncia desígnios divinos, nem prediz acontecimentos por dedução ou intuição. Quase octogenário, sua missão urgente é a de revelar os acidentes da tecnologia para entender o outro lado do progresso.
A militarização do cotidiano, a prevalência do tempo sobre o espaço, as consequências das tecnologias ditas interativas e um poder cada vez mais baseado na imagem são alguns dos temas caros a este pensador fundamental. Segundo ele, deixamos de nos agregar em torno de uma “sociedade de opinião”, transformando-nos numa “sociedade da emoção”. Considera assustador o mundo inteiro suspirar diante da mesma imagem em tempo real, ainda que seja a do tsunami do Japão.
Virilio define-se um dromólogo: estudioso da velocidade (do grego dromos, corrida) e da aceleração da técnica contemporânea. Para ele, ao lado da desigualdade social surge a necessidade de se compreender a violência baseada no excesso de velocidade. Considera a riqueza como a face oculta da velocidade e a velocidade como a outra dimensão da riqueza. “A velocidade é tão importante quanto a riqueza na fundação do político. Se tempo é dinheiro, a velocidade é poder”, conclui.
Virilio não acredita no fim do mundo. Acha, ao contrário, que iremos inventar um pensamento universal e até mesmo um novo modelo de universidade, responsável pelo estudo do desempenho do progresso. Assim como a ideia de universidade nasceu a partir da barbárie e das catástrofes dos sécs. 11 e 12, encontramo-nos agora diante de uma crise ecológica e econômica sem precedentes. Portanto temos que desenvolver um novo modelo universal para lidar com essa situação, em torno de uma espécie de “Universidade do Desastre”, conforme define seu projeto.
Fica uma lição prática, clara e direta da pedagogia de Paul Virilio ao Brasil de hoje. Antes que vingue algum projeto para implantar a obrigatoriedade do ensino de “educação financeira” para os níveis fundamental e médio, chegou a hora de concentrar esforços por uma educação para a mídia e a tecnologia. Até para prevenirmos futuros desastres.
Silvio Mieli é jornalista e professor universitário
Publicado originalmente na edição 423 do Brasil de Fato



Costa do Marfim: o que a mídia não conta
Flávio Aguiar resgata a história do país africano e revela: deposição de Gbagbo não é vitória da democracia, mas consagração da presença francesa no país. No Blog do Velho Mundo

Na prática, o desenlace dessa fase do enfrentamento armado na Costa do Marfim entre partidários dos dois candidatos, significa o retorno ao primeiro plano da política do país e da região da perspectiva da “Françáfrica”. Essa expressão – Francefrique em francês – foi cunhada por Houphuet Boigny, o presidente/ditador daquele país africano e que o governou desde a década de 60, quando houve a independência, até sua morte, em 1993.
Boigny foi um jovem sindicalista e depois político marfinense, que, mais do que liderar, tornou-se o fiel da balança da independência. Primeiro, teve afinidades com os comunistas, sem se tornar membro do partido. Depois entrou para a política… francesa, tendo se tornado representante outre-mer no parlamento em Paris.
Com o processo de independência, firmou-se como um aliado da França e do Ocidente na região. Daí a idéia da Françáfrica. Agiu encarniçadamente contra a influência soviética e chinesa na África; opôs-se ao MPLA de Angola; favoreceu Kasabuvu e Moise Tshombe no Congo, contra Patrice Lumumba, que terminaria assassinado. Era próximo de todo o establishment conservador francês. Moveu a capital administrativa do país de Abidjan (que continua sendo o centro econômico) para sua cidade natal, Yamoussoukro.
Nesta fez construir a maior basílica do mundo, a de Nossa Senhora da Paz, mais larga, mais comprida e mais alta do que a do Vaticano. Construiu um Centro para Convenções Internacionais suntuoso. Visitei-o em 1996, e nele deparei com uma sala de conferências para mais de 300 pessoas, toda decorada exclusivamente com madeiras do Brasil, de mogno à araucária, de jacarandá a pau-rosa etc.
De certo modo, os conflitantes atuais, Gbagbo e Ouattara, são “crias” do reinado de Boigny, que, por sua vez, era garantido pela presença permanente de duas divisões do exército francês, em território marfinense – aliás, o maior exportador de cacau do mundo. Ouattara cresceu à sombra de Boigny; foi seu ministro, e tornou-se um quadro importante do FMI; já Gbagbo desenvolveu vínculos com os socialistas franceses – não rompidos até hoje, pois uma facção do PS continua a apoiá-la – e foi exilado na França durante vários anos.
Voltando ao país ainda antes da morte de Boigny, que o anistiou com a frase “a árvore perdoa o passarinho que a deixou”, ou algo parecido, conseguiu eleger-se presidente em 2000. Era professor de história de inclinação marxista (cheguei a ve-lo uma vez, durante minhas visitas ao país como professor convidado de literatura brasileira). Chefiou num governo de tendência social-democrata, mas aos poucos foi mergulhando na intrincada e violenta política do país e na disputa entre grupos armados.
Depois de sua ascensão à presidência, eclodiu uma revolta separatista no norte do país, que faz fronteira com Burkina-Faso e o Mali. Na raiz dessa revolta está uma das políticas de Boigny, que atraía imigrantes dos países vizinhos com concessão de terras, para povoar o território e acrescer a produção agrícola.
Na região proliferou um movimento que sempre estranhou tanto a elite (afrancesada e católica) do sul do país quanto a política de proximidade com o PS de Gbagbo. Esse movimento tornou-se apoiador, há tempos, de Ouattara. Em 2002 o confronto virou uma autêntica guerra civil, com combates inclusive em Abidjan e nas cercanias, mas a partir do controle que manteve na capital Gbagbo conseguiu impor-se e consolidar-se no poder.
O processo de “paz”, garantido por tropas da ONU, levou à última eleição, no ano passado, com um resultado controverso. A Comissão Eleitoral deu a vitória a Ouattara (sempre apoiado pelo norte, pela França e seus aliados); a Comissão Constitucional, que tinha a última palavra, anulou votações na região norte e deu a vitória a Gbagbo.
A Comissão de Observadores da ONU inclinou-se por Ouattara, secundada por países africanos da região. Ficou a pergunta sobre se essa inclinação foi pre-determinada, além de insuflada pela França, cuja preferência por Ouattara era evidente desde sempre. Inclusive levantou-se hoje que este último e Sarkozy são amigos bastante próximos.
A violenta intervenção da França no conflito, desequilibrando-o em favor do candidato da oposição, foi apontada, além da defesa de interesses econômicos e geo-políticos, como atendendo a um interesse interno de Sarkozy, que tem estado mal nas pesquisas para a futura eleição nacional, ameaçado tanto pela esquerda quanto pela extrema-direita, além de em seu próprio território político de centro-direita, com a possibilidade da candidatura de Dominique Strauss-Kahn que, de membro do PS francês, evoluiu para diretor-presidente do FMI.
Sem os blindados e os helicópteros da ONU e da França, a resistência de Gbagbo teria, no mínimo, durado mais. E o argumento de que o ataque contra o palácio presidencial atendeu à necessidade de “proteger civis” e poupar suas vidas carece de credibilidade, dada a evidente preferência por Ouattara e a má-vontade em relação a Gbagbo, ambas manifestas há tempos.
Aliás, esse quadro refletiu-se em boa parte do comportamento da mídia, que erguia a voz num fortissimo con brio sempre que havia denúncias de violação dos direitos humanos por parte das tropas deste, e tocava piano baixíssimo sempre que as denúncias atingiam as tropas favoráveis a Ouattara, isso numa guerra hoje sabidamente sujíssima de parte a parte. A Al Jazeera chegou a publicar uma análise criteriosa desse comportamento da mídia internacional.
A guerra, na Costa do Marfim, ainda não acabou. Pode ser que venha a acabar, se Ouattara, o vencedor no campo do conflito, conseguir colocar-se na posição de magistrado, mediar conflitos num país dividido, neutralizar os grupos armados mais belicosos de seu próprio lado e agir no sentido de reconciliar as diversas facções políticas, étnicas e religiosas. Significativamente, por exemplo, as comemorações mais ruidosas de sua vitória se deram no bairro de Abobo, densamente povoado por migrantes do norte do país.
Embora em condição de desigualdade, os dois contendores estão agora “frente a frente” no Hotel du Golf, um dos mais requintados de Abidjan, transformado em quartel do oposicionista, protegido pela ONU, e agora também em prisão do derrotado e de sua família, formalmente também sob proteção da mesma ONU que ajudou a derrotá-lo.
Mas tudo isso vai depender agora também da disposição de Sarkozy e de seu movimento de ressucitar a “Françáfrica” de Boigny. Diante desse quadro turbulento e enevoado, soa grotesca a observação da secretária de estado norte-americana Hillary Clinton de que a queda de Gbagbo deve servir de lição para os ditadores do mundo que desrespeitam a vontade de seu povo. É uma frase de alguém que olha para a história de seu próprio país e só consegue ver um desenho animado de Walt Disney. Certamente, não dos melhores.



Oslo Freedom Forum 2010 - Legendado em Português
Ver: http://www.youtube.com/watch?v=kIpX13oZbY4

Assista o criador do Wikileaks explicando porque seu trabalho é necessário para preservar a democracia. As legendas pecaram um pouco. Por três vezes você verá a palavra ILUMINAÇÃO, que não é comumente usada. Geralmente denominamos de ILUMINISMO.






NEAD lança livro "Transgênicos para quem?" em cinco cidades
Livro produzido pelo Núcleo de Estudos Agrários e Desenvolvimento Rural (Nead) do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) defende que discussão sobre transgênicos não pode se restringir à problemática selecionada pela genética e pela biologia molecular como ciências dominantes. A obra, lançada em março na França, na Assembléia Nacional de Paris, tem lançamento marcado no Brasil, em cinco cidades – Brasília, Porto Alegre, Curitiba, Campinas e Piracicaba. Nesta semana, os livros serão lançados em Porto Alegre (18) e em Curitiba (19).
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17701&boletim_id=893&componente_id=14521




Leia no WWW.outraspalavras.net:



Cuba começa a definir seu futuro
Mudanças propostas pelo Partido Comunista vão além da Economia. Setores sociais reivindicam participação. Bispos querem mais investimento privado


"As guerras que você não vê"
O escritor John Pilger apresenta sua obra mais recente: um documentário sobre relações (muito íntimas) entre mídia e chefes militares

Aristocráticas terras fora-da-lei
Dois livros jogam luz sobre paraísos fiscais, onde transitam alegremente (e sonegam impostos...) o crime organizado e os executivos globais

Por um imposto sobre as exportações de ferro
Além de recuperar, para a sociedade, parte do imenso lucro da Vale e outras mineradoras, medida sinalizaria que país quer ter política industrial. Por Paulo Kliass



Assim se armou o Japão nuclear
Radiografia de um programa que envolveu ocultamento de riscos, ambição militar e desprezo tecnocrático pela democracia. Pergunta incômoda: algum país teria feito melhor? Por Gavan McCormack, do Le Monde Diplomatique

Yes, nós temos bananas
Riqueza do Brasil em produtos primários não é, necessariamente, maldição. Mas país precisa definir políticas claras, para convertê-la em desenvolvimento sustentável para todos. Por Felipe Amin Filomeno

Na net, toda a polêmica sobre o Código Florestal
Debate sobre mudanças na lei e suas consequências está na rede. A seguir, um guia para acompanhá-lo e tomar posição. Por Iara Vicente



Oriente Médio: retrato do Império em apuros
Numa região decisiva do planeta, EUA perdem grandes aliados e parecem sem rumo. Mas as consequências de seu declínio são incertas. Por Immanuel Wallerstein

"Sou 100% palestino e 100% judeu"
Ícone da resistência cultural contra a ocupação (assassinado em 4 de abril), o cineasta e dramaturgo Juliano Mer-Khamis fala sobre sua vida, obra e arte

Europa bloqueia o Trem da Dignidade
Incidente na fronteira França-Itália expõe xenofobia e desprezo pelos imigrantes. Mas também revela que eles mobilizam-se e têm aliados. Por Luís Nagao


Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural participa do Ministério Público Itinerante
Jequitinhonha, Januária, Montes Claros e Serro recebem a visita dessa Promotoria
A Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais participará das ações do projeto Ministério Público Itinerante nas cidades de Jequitinhonha (12 e 13 de abril), Januária (13 de maio), Montes Claros (24 e 25 de maio) e Serro (31 de maio e 1º de junho). Serão convidados representantes de 180 municípios do norte de Minas e das regiões do Jequitinhonha e Mucuri.

Segundo o promotor de Justiça Marcos Paulo de Souza Miranda, serão ministrados nessas cidades minicursos, com duração de três horas, sobre como e porque preservar os atrativos culturais e turísticos. O objetivo é capacitar os gestores locais (prefeitos, vereadores, secretários, membros dos Conselhos Municipais de Defesa do Patrimônio Cultural, arquitetos, historiadores e outros) e aproximá-los do Ministério Público.

O curso será constituído de uma palestra e uma mesa redonda em que representantes de instituições convidadas explicarão seus papéis e responderão a perguntas dos participantes. Participarão: Instituto Estadual do Patrimônio Histórico e Artístico (Iepha); Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan); Comando do Corpo de Bombeiros (Cobom); Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia de Minas Gerais (Crea-MG), entre outras.

Em Jequitinhonha a palestra será realizada na tenda do projeto Ministério Público Itinerante (Praça de Eventos na rua Sabino Pinheiro, 131, Centro) às 17 horas. Serão distribuídos materiais de capacitação e fornecidos certificados.

As inscrições podem ser feitas pelo email gepcultural@mp.mg.gov.br ou pelo telefone (31) 3250-4620 (31) 3250-4620 .

Apresentações culturais regionais, definidas pelas cidades visitadas, farão a abertura dos eventos, que também contarão com a presença de artesãos locais e venda de comidas típicas.

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