quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Numero 303










Por uma grande coincidência, temos três artigos iniciais abordando o mesmo tema: meio ambiente. Os dois primeiros se relacionam com o vídeo que a Globo colocou no ar, atacando a construção da Usina de Belo Monte.
Eu confesso que ainda não estou completamente “por dentro” deste assunto. Tenho lido muita coisa, mas ainda não firmei posição. Acredito que muitas pessoas também ainda não o fizeram. Oxalá estes dois artigos, de nossos colaboradores José de Souza Castro e Antônio de Paiva Moura possam ajudar a esclarecer.
O terceiro artigo, contribuição da nossa amiga e colega Bete Gontijo, diz respeito a um possível novo desastre ecológico com a abertura de uma mina de diamantes em Delfinópolis (MG)... onde nasce o Rio São Francisco... é esperar para ver se os interesses das mineradoras e de alguns prefeitos destruirão aquela região...
O quarto artigo, de nossa colaboradora Ana Cláudia, diz respeito às mazelas do nosso Judiciário.
Na segunda parte, links para temas internacionais. Notícias do Café História e da ANPUH fecham este número.



1. ARTIGOS COMPLETOS

Os dois lados de Belo Monte
Texto de José de Souza Castro


Há alguns dias, 19 artistas da Rede Globo de Televisão desferiram um ataque maciço contra a construção da Usina de Belo Monte. O canhoneio veio na forma de um simpático vídeo que se inspirou num outro feito nos Estados Unidos por Spielberg (http://www.youtube.com/watch?v=0vtHwWReGU0&feature=grec_index)
durante a campanha eleitoral que elegeu o atual presidente, para motivar os eleitores a votarem.
O vídeo dirigido por Marcos Prado pode ser visto AQUI.(
http://movimentogotadagua.com.br/)
No dia 25 último, o blog Verde informou que o Movimento Gota D’Água conseguiu, por meio desse vídeo, reunir mais de um milhão de assinaturas em sua página na internet, num abaixo-assinado a ser entregue à presidente Dilma Rousseff pedindo a interrupção imediata das obras da hidrelétrica de Belo Monte.
Um dos que assinaram, impressionado com os argumentos de Ary Fontoura, Juliana Paes, Cissa Guimarães, Maitê Proença, Marcos Palmeiras e outros 14 atores globais, me enviou no último dia 25 o vídeo. Perguntei se ele se preocupara em ouvir o outro lado. Não. Três dias depois, se redimiu, enviando este outro vídeo,
(http://www.youtube.com/watch?NR=1&v=jsfAI2V5m34) que responde com números ao vídeo anterior. Usa-os, em vez de artistas. O vídeo é uma voz de homem, duas mãos, papéis, caneta... e números.
Antes de tomar posição a respeito, é preciso pelo menos ver os dois vídeos. Ou então ir ao site da Agência Nacional de Energia Elétrica e procurar lá, no mapa do site, o edital de geração, publicado em 2009, da usina de Belo Monte. Parece que foi isso que fez o jornalista Davis Sena Filho, do blog Palavra Livre, do site do Jornal do Brasil, antes de escrever ESTE artigo.
(http://jblog.jb.com.br/palavralivre/2011/11/22/1117/)
Um artigo que, se convidado, eu assinaria embaixo.


Ecologismo fashion

Antonio de Paiva Moura
Virou moda elegante o discurso ecológico, isto é, o espectro do ecologismo ronda nossas cabeças. Todas as tendências políticas tanto da direita quanto da esquerda, todos se manifestam piedosos defensores do meio ambiente. Como diz Bagno (2010): Todos se escandalizam com as sacolinhas de plástico e aquecimento global causado pelo efeito estufa. Em certas situações, é mais grave matar uma planta selvagem do que matar um homem. Ainda segundo Bagno, os discursos ecologistas atuais são todos de origem neoliberal. Em nenhum momento se questiona o modelo capitalista de consumismo doentio que cria necessidades de objetos de consumo, aumentando o sacrifício da natureza. O ideal de desenvolvimento sustentável é uma enganação que tenta amenizar os efeitos do crescimento econômico. Os ecologistas da moda se preocupam com a caça às baleias ou com as serpentes que morrem com o desmatamento, mas não se importam com os adolescentes das comunidades pobres do Brasil. Os adolescentes das favelas e vilas que têm uma expectativa de vida de 17 anos, vítimas de um genocídio praticado pelos traficantes, por seus aliados e policiais corruptos. O terrorismo verde praticado por entidades como Greenpeace visa distrair o povo desviá-lo do compromisso social.
Um conceito de desenvolvimento que não resulta da demagogia do ecologismo nega a necessidade do crescimento econômico. Desenvolvimento não é igual a “produtivismo-consumismo”, mas é desdobrar as potencialidades existentes nas pessoas e na sociedade para que todos tenham vida e possam viver bem. No dizer de Lesbaupin (2010) não basta fazer coleta seletiva de lixo; evitar o desperdício de água; substituir os carros a gasolina por carros elétricos. Na verdade, o que é preciso mudar, para interromper a destruição do planeta é o tipo de desenvolvimento.
Durante o século XX a economia foi centrada na produção crescente e no consumo de bens. Sem o crescimento econômico o capitalismo entra em processo de ruínas. O PIB (produto interno bruto) de um ano tem que ser necessariamente maior que o ano anterior. Para aumentar a produção é necessário aumentar os meios de transportes. Na primeira metade do século XX as locomotivas de trens de ferro, de navios e as usinas de energia elétrica eram movidas a vapor. O governador de Minas Geais, Milton Campos, em 1947 dizia que a lenha era um combustível pobre em valor calorífico; de alto custo e que estava acabando com as reservas florestais do estado. Só o transporte consumia, por ano, 24 milhões de metros cúbicos de madeira. Para outros fins iam mais três milhões de toneladas por ano.
A humanidade precisa de um modelo econômico que produza aquilo que é vital e não aquilo que as empresas querem que seja consumido. Basta dizer que no Brasil já existem mais aparelhos celulares ligados que o número de habitantes. Os empresários e os consumidores não imaginam o grau imenso de sacrifício para natureza que é a demolição por implosão de um edifício de 14 andares. Os casarões antigos que utilizaram material de primeira, hoje viram pó em questão de segundo. Mas a moda diz que antiecológico é só a usina de Belmonte.
Como determina o modismo, a causa ecológica ofusca a causa antropológica. Isto é, fecha os olhos e os ouvidos para o fato de que a humanidade está em perigo. Essa cegueira e essa mouquidão são geradas pelo próprio capitalismo na ânsia de permanecer vivo. O pensamento de Lucien Sève (2011) nos conclama a abrir os olhos para o perigo da mercantilização dos seres humanos; a banalização e destruição de valores construídos ao longo das civilizações. Diz textualmente: Os horrores sociais e genocídios não contribuem para embelezar os últimos duzentos anos, nos quais a história registra purificação étnica, escravidão, pilhagem armada de países pobres, engenhosidade mortal do terrorismo, oficialização da tortura, concorrência desenfreada de empresas, crises financeiras, policiamento e controle das classes subalternas e o aniquilamento dos movimentos sociais.
A redução da consciência de classe ao ponto de mulheres e homens não saberem o lugar que ocupam na sociedade é um retrocesso mental catastrófico. É assim que Sève questiona: Por que o problema antropológico, refletido no social e no cultural, é tão grave, mas é menos conhecido que o ecológico? Exatamente porque coloca a questão antropológica na forma de incriminar diretamente o abuso estrutural do ser humano pelo capitalismo. O pensamento ecológico ataca a forma abusiva de consumo, mas poupa o abuso da forma de produção que visa menor custo e maior lucro. O tal desenvolvimento sustentável apenas finge preservar a natureza, mas despoja o homem do principio ao fim do processo de produção e consumo.
Referências
BAGNO, Marcos. Discurso ideológico? Cuidado! Caros Amigos. São Paulo, n. 163, out. 2010.
CAMPOS, Milton Soares. Mensagem [...] apresentada pelo governador à Assembléia Legislativa. Belo Horizonte: Imprensa Oficial, 1947.
LESBAUPIM, Ivo. Por uma nova concepção de desenvolvimento. Le Monde Diplomatique Brasil. São Paulo, n. 40, nov. 2010.
SÈVE, Lucien. Causa ecológica e causa antropológica. Le Monde Diplomatique Brasil. São Paulo, n. 52, nov. 2011.


Colaboração de Bete Gontijo:

Publicado no Jornal OTEMPO
http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdNoticia=189025 em 27/11/2011


DELFINÓPOLIS. A área do Parque Nacional da Serra da Canastra, berço da nascente do rio São Francisco, em Minas Gerais, que pode se tornar a maior mina de diamante do mundo, não tem ainda, divulgados à comunidade, estudos de impacto ambiental.
O parque deverá ter sua área reduzida de 200 mil para 120 mil hectares, conforme projeto de lei que tramita
no Congresso e pode ser votado no ano que vem. O restante da área será usado em atividades econômicas e até mineração.
Apesar das propostas, não há qualquer garantia de benefício para o município de Delfinópolis, a pequena cidade turística cuja principal atração são as dezenas de cachoeiras e cursos d´água que brotam em suas terras. A cerca de dois quilômetros da futura área de exploração, há a nascente do Ribeirão do Claro, que abastece a cidade e dá origem a várias cachoeira e quedas d´águas.
A riqueza dos minérios está no solo e pertence à União. Para extraí-la, é inevitável algum tipo de estrago. No caso da Canastra 8, em Delfinópolis, não foi feito ainda o estudo sobre o tamanho da cava a ser aberta, mas pesquisas indicam que a área onde está presente o kimberlito, rocha que contém os diamantes, é equivalente a 28 campos de futebol. Na área da Canastra 1, onde já foram feitos estudos, sabe-se que o formato da cava é o de cenoura. Ou seja, a retirada do diamante não abre uma cicatriz gigantesca na terra.
*Lucro certo*.
A extração de diamante para exportação é um grande negócio para a mineradora. Ao contrário do petróleo, ela não gera royalties expressivos. A taxa cobrada pela exploração é a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem), de apenas 0,2% sobre o faturamento líquido com a venda da pedra preciosa. São pagos ainda outros 12,7% de Imposto de Renda (IR) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), percentual inferior ao Imposto de Renda cobrado dos assalariados de renda mais alta, cuja alíquota de contribuição do IR é de 27,5%.
Antes de calcular o valor da Cfem, as empresas podem deduzir custos como despesas de transporte. Não é raro que muitas abatam uso de pás-carregadeiras e caminhões fora de estrada, além do transporte entre suas unidades de pré-processamento.
*Pelo mundo*.
Cerca de 80% do mercado mundial de diamantes pertence à empresa De Beers, o que torna a exportação a opção mais lógica. Além disso, se fosse vendido no mercado interno, os impostos seriam mais altos. À Cfem e à alíquota de 12,7% de IR e CSLL, seria acrescido o ICMS - 18% quando a venda é feita no próprio Estado e 12% quando a venda é interestadual.
Para se ter uma base de comparação, o ouro, que vale menos do que o diamante, paga 1% de compensação financeira (Cfem). Na Austrália, o diamante é taxado em 7,5% na mina. Na China, em 4% do valor de venda. Na Indonésia, em 6,5%. Não se tem notícia de que custos operacionais na exploração da mina possam ser deduzidos no processo.
Um estudo feito pela Consultoria Legislativa da Câmara dos Deputados em 2007 expôs a situação não apenas do diamante, mas de todo o setor de mineração, que paga no máximo uma taxa de compensação financeira de 3%, caso do minério de alumínio e do potássio, por exemplo.
"O Brasil arrecada valores irrisórios de compensação financeira pela exploração de recursos minerais. Atualmente, o valor arrecadado no setor mineral é inferior à trigésima parte do que decorre da exploração do petróleo", diz o estudo.
*Compensação pode ser maior*
Delfinópolis. Há uma discussão em curso no país para aumentar a Compensação Financeira pela Exploração de Recursos Minerais (Cfem) do diamante de 0,2% para 0,5%. Para o ouro, a taxa poderia subir até 3% e, no caso de outros minérios, chegaria a até 5%.
"A exportação de minérios é tratada como a de qualquer produto. O valor que a mineradora paga é muito pouco. O Brasil precisa ser inteligente e fazer uma regulamentação", diz Hecliton Santini, presidente do Instituto Brasileiro de Gemas e Metais Preciosos.
*Justificativa*
Troca. O relator do projeto, senador Rodrigo Rollemberg (PSB-DF), diz que as duas áreas retiradas do parque serão compensadas por outras duas de valor ambiental até maior, que incluiriam a cachoeira Casca d’Anta.

Riquezas. Na serra da Canastra, basta olhar as pedras e rochas do solo para ver que têm valor
POPULAÇÃO
Moradores temem impacto socioambiental e a migração
Delfinópolis. Os moradores estão preocupados com a possibilidade de a extração de diamante causar impacto na região. "O Instituto Chico Mendes já nos apresentou com a exclusão das áreas. Como antes eles tinham dito que o Vão dos Cândidos, para ser liberado, teria de ser estudado por causa do deslocamento de animais, subentendemos que já havia estudos de impacto ambiental", diz Rinaldo Sebastião de Almeida, presidente da Associação Representativa dos Canastreiros, que defende a regularização das áreas de produtores rurais e proprietários de terras.
O Vão dos Cândidos, pelo projeto, será transformado em monumento natural, que permite propriedade privada. Almeida diz que não viu estudo de impacto da exploração de diamante.
Oscar Ferreira Neto, da ONG Canastrazul, afirma que o mais preocupante é a forma como a mineração pode afetar as águas, uma vez que, a cerca de 2 quilômetros da Canastra 8, onde podem estar os diamantes, nasce o ribeirão do Claro, que abastece a cidade.
Para o professor José Leite Sobrinho, 83, a mineração poderá causar transformação social, pois vai atrair uma população flutuante. "Nossa tranquilidade será totalmente perturbada por causa do valor deste diamante", diz.
*Entenda*.
A redução da área do parque para 120 mil hectares seria votada até a última quarta-feira na Câmara dos Deputados. O relator da medida provisória 542 havia incluído a emenda, mas acabou retirando. O assunto voltará a ser discutido no Senado, em projeto de lei em andamento.
DELFINÓPOLIS. No município de Delfinópolis, a quantidade de cachoeiras surpreende e dali é possível avistar a imponência da serra da Canastra, reduto de patos-mergulhões, lobos-guará e de uma diversidade de flores, plantas e cursos d´água.
A serra abriga a nascente do rio São Francisco e dezenas de outras, mas a água não brota do chão. É a umidade trazida pelos ventos da Amazônia, no encontro com as rochas, que produz o fenômeno do berçário de águas. Elas escorrem pelas rochas.
Poderia ser um paraíso, mas não tem sido assim. A beleza natural e a riqueza não encontraram um ponto de equilíbrio que dê, a seus cerca de 7.000 moradores, a tranquilidade que o cenário aparenta.
Desde a década de 70, quando o parque foi criado, moradores lutam para permanecer no local e ter direitos de propriedade garantidos. Para sair e entrar em Delfinópolis, o principal acesso é por balsa, cuja espera é de quatro horas nos fins de semana. Uma barragem no rio Grande deu origem à represa Mascarenhas de Morais, que praticamente isolou a cidade.
*Ninguém nunca viu*.
Na serra da Canastra, basta pisar no chão e olhar para as pedras e rochas para saber que elas valem dinheiro. Os moradores sabem há muito tempo que ali tem diamante. Mas quem vive em Delfinópolis diz que as caixas só saíam do local fechadas. Um diamante, ninguém nunca viu. Na região funcionam ainda mineradoras de quartzo e quartzito.
ARRECADAÇÃO
Prefeito quer o aumento da receita
Delfinópolis. O prefeito de Delfinópolis, José Martins, afirma que o município ficará com 65% de uma alíquota de 3% da receita bruta com a exploração de diamante. A avaliação dele é que, se existe minério, o melhor é explorar.
"A partir do momento em que existe minério, que existe petróleo, que existe receita para o município, é melhor para a população. Hoje ficamos submissos ao Estado e ao governo federal, ficamos de pires na mão pedindo migalhas para o município, que tem obrigação de cuidar da saúde, da educação, de estrada, assistência social e até de segurança pública", diz.
Martins afirma que não viu estudo do impacto ambiental a ser causado pela exploração. Informalmente, acrescenta, os envolvidos na aprovação do projeto de redução do parque, com exclusão de duas áreas, dizem que não será necessário abrir uma grande cava, apenas um pequeno buraco na superfície.
Fonte: O Tempo -
http://www.otempo.com.br/otempo/noticias/?IdNoticia=189025,OTE&IdCanal=5




Colaboração de Ana Cláudia (mas veio sem o autor...se alguém souber, me avise, por favor, para que eu dê os devidos créditos!)

Nepotismo e privilégios ameaçam Judiciário

O Judiciário brasileiro vive um péssimo momento, e não é de hoje. A novidade é que agora os seus malfeitos, práticas pouco republicanas, corporativismo e defesa de privilégios estão sendo revelados à sociedade, da mesma forma como ocorre com os demais poderes e instituições. Os meritíssimos precisam entender que não estão acima do bem e do mal.
A cada dia surgem fatos novos que envolvem magistrados em situações que antes pareciam restritas a membros do Executivo e do Legislativo. Ficamos sabendo, por exemplo, em reportagem publicada por Vera Magalhães, na "Folha" desta terça-feira, que o ministro Ari Pargandler está em campanha aberta para emplacar sua cunhada Suzana Camargo na vaga aberta no Superior Tribunal de Justiça, que ele preside.
Pargandler é aquele patriota que ganhou notoriedade ao ofender e demitir um estagiário após discussão na fila do caixa automático do tribunal. Por i
sso, responde a processo criminal no Supremo Tribunal Federal.
Suzana Camargo é desembargadora do Tribunal Regional Federal, da 3ª Região, em São Paulo. Ficou famosa em 2009 ao informar ao então presidente do STF, Gilmar Mendes, que o gabinete dele havia sido grampeado, quase provocando uma crise institucional. Até hoje não apareceu o produto do grampo, quer dizer, a tal fita. Na lista tríplice enviada pelo STJ à presidente Dilma Rousseff, a desembargadora aparece em terceiro lugar.
O lobby de Pargendler, casado com uma irmã de Suzana, é tão descarado que já está constrangendo outros ministros, como dois deles revelaram a Vera Magalhães. Nos últimos dias, o presidente do tribunal tem feito uma romaria por gabinetes de senadores e deputados em busca de apoio para a sua protegida.
Aos poucos vamos conhecendo outras mazelas do Judiciário em espaços antes reservados a ministros e parlamentares. Na mesma edição do jornal, o competente colega Frederico Vasconcelos informa que "Peluso protege identidade de juízes sob investigação". Atendendo a pedido da Associação dos Magistrados Brasileiros, o presidente do STF, Cézar Peluso, mandou tirar do site do Conselho Nacional de Justiça as iniciais dos juízes que respondem a processos disciplinares em tribunais estaduais.
Fora os casos que correm em segredo de Justiça, os processos são públicos, e não há nenhuma razão para que magistrados tenham um tratamento privilegiado em relação aos demais cidadãos. Ou não somos todos iguais perante a lei, segundo a Constituição em vigor? O país não tem o direito de saber o que consta destes processos, quais as providências tomadas?
O que impressiona é o número de magistrados investigados. Na semana passada, havia 1.353 processos em tribunais estaduais. A corregedoria nacional, presidida pela ministra Eliana Calmon, a primeira levantar os véus que protegiam o Judiciário, tem em seu cadastro 2.300 processos envolvendo magistrados.
Mais do que em qualquer outra repartição pública, vale para os membros da Justiça a célebre frase da mulher de Cesar: não basta ser honesto, é preciso parecer honesto. Em muitos casos, como vemos, não é o que está acontecendo. A imagem do Judiciário está ameaçada pelos seus próprios integrantes, o que não é nada bom para a nossa jovem democracia.
Meus parabéns à ministra Eliana Calmon pela coragem de revelar o que outros querem esconder. A sociedade brasileira agradece.


2. VALE A PENA LER

Greve geral repudia pacote de arrocho para Portugal
Trabalhadores portugueses cruzaram os braços numa greve geral contra as medidas de arrocho dotadas pelo governo. O contestado pacote prevê meia hora a mais de trabalho por dia sem aumento de remuneração, corte de salários e de subsídios de Natal e de férias para funcionários públicos, aumento de impostos, flexibilização das regras para desligamentos, entre outras medidas. Ele faz parte das contrapartidas para o socorro financeiro de € 78 bilhões da chamada troika (FMI, BC Europeu e Comissão Européia). A reportagem é de Maurício Hashizume, direto de Coimbra.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19047&boletim_id=1063&componente_id=16996



A rede do poder corporativo mundial
Como as transnacionais tornaram-se principal núcleo organizado de poder no planeta., Como elas utilizam sua influência para concentra riqueza e interferir na política. Por Ladislau Dowbor

Egito, primavera e eleições
Reportagem sobre país que vai às urnas. Em meio a domínio militar e crescimento islâmico, revolucionários buscam lugar ao sol. Por Nate Wright

Colômbia: educação não é mercadoria
Estudantes colombianos estão em greve contra projeto de lei governamental e prometem paralisar o país em aliança com organizações sociais. Por Sérgio Ferrari






















3. CAFÉ HISTÓRIA

MISCELÂNEA CAFÉ HISTÓRIA

É com grande orgulho e satisfação que informamos que o Café História está sendo apresentado como case de sucesso na primeira página do site do Ning, plataforma americana na qual a rede é construída e encontra-se hospedada.

LEIA: http://cafehistoria.ning.com (Página Principal)

CAFÉ EXPRESSO NOTÍCIAS

Homenagem a militar da ditadura gera protestos no Chile

LEIA: http://cafehistoria.ning.com (Página Principal)

MURAL DO HISTORIADOR

Encarte do Professor, da Revista de História da Biblioteca Nacional
Evento em História Cultural

CONFIRA: http://cafehistoria.ning.com (Página Principal)

VÍDEO EM DESTAQUE

Renascimento: Um Mundo em Transformação

ASSISTA: http://cafehistoria.ning.com/video/um-mundo-em-transforma-o

FÓRUM EM DESTAQUE

A importância do historiador seria lembrar o que os outros esquecem?

PARTICIPE: http://cafehistoria.ning.com/forum/topics/a-import-ncia-do-historiador-seria-lembrar-o-que-os-outros

Visite Cafe Historia em: http://cafehistoria.ning.com/?xg_source=msg_mes_network


4. INFORMATIVO DA ANPUH

a) Chamada de artigos - Revista Brasileira de História
RBH 63 (junho/2012) – Igreja e Estado
Prazo para envio de colaborações: 31 de março de 2012
RBH 64 (dezembro/2012) – Trabalho e Trabalhadores
Prazo para envio de colaborações: 31 de agosto de 2012
Informamos também que a edição 61 já teve mais de oito mil acessos no Scielo. Essa marca supera a de qualquer outro lançamento da RBH, mesmo tendo ido ao ar no Scielo três semanas após seu lançamento no site da RBH.
A próxima edição da RBH, nº62, dossiê Festas, está sendo finalizada. A previsão de lançamento é para dezembro de 2011, em nosso site e no Scielo. Trata-se de uma continuação da edição anterior em comemoração aos cinquenta anos de ANPUH e trinta de RBH.

b) Chamada de Artigos - Revista História Hoje.
A revista História Hoje anuncia abertura de nova série e divulga chamada para submissão de artigos para o biênio 2011/2013 conforme o seguinte calendário
V. 1, n. 1: Dossiê Temático O ensino de História da África e da Cultura Afrobrasileira
Data para submissão de artigos livres : 20 de dezembro de 2011
Lançamento do número: Julho/2012
V 1, n. 2: Dossiê Temático O ensino da História Indígena
Data limite para submissão de artigos livres: 20 de junho de 2012
Lançamento do número: Janeiro/2013
V. 2, . 3: Dossiê Temático: O lugar da formação do professor nos cursos de História
Data limite para submissão de artigos livres: 20 de dezembro de 2012
Lançamento do número: Julho/2013
V. 2, n. 4: Dossiê Temático: O ensino de História e o tempo presente
Data limite para submissão de artigos livres: 20 de junho de 2013
Lançamento do número: Janeiro/2014

c) concursos (maiores informações podem ser obtidas nos sites das instituições)
UMA VAGA PARA PROFESSOR DE HISTÓRIA DO BRASIL E HISTÓRIA DO CEARÁ
Instituição: Instituto Superior de Teologia Aplicada (INTA)
Inscrições: até 02/12/2011

DOCENTE EM HISTÓRIA DA AMÉRICA PORTUGUESA
Instituição: Universidade Estadual Paulista (UNESP/Assis)
Inscrições: até 06/12/2011

MESTRADO ACADÊMICO E DOUTORADO
Instituição: Universidade Estadual Paulista (UNESP/Assis)
Inscrições: até 10/12/2011

MESTRADO EM HISTÓRIA
Instituição: Universidade de Passo Fundo (UPF)
Inscrições: até 14/12/2011

BOLSISTAS DE PÓS-DOUTORAMENTO DA FAPESP
Instituição: Centro de Estudos da Metrópole
Inscrições: até 16/12/2011

UMA VAGA PROF ADJUNTO DE PRÁTICA DE ENSINO DE HISTÓRIA
Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Inscrições: até 05/01/2012

UMA VAGA PROF ADJUNTO DE TEORIA DA HISTÓRIA / HISTORIOGRAFIA
Instituição: Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)
Inscrições: até 05/01/2012

4 VAGAS - PROFESSOR DE HISTÓRIA - NÃO TITULAR
Instituição: Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNIOESTE)
Inscrições: até 20/01/2012

UMA VAGA - PROFESSOR DE ENSINO DE HISTÓRIA EDITAL - NÃO TITULAR
Instituição: Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNIOESTE)
Inscrições: até 20/01/2012

MESTRADO EM HISTÓRIA DO BRASIL
Instituição: Universidade Salgado de Oliveira (UNIVERSO)
Inscrições: até 27/01/2012

MESTRADO EM HISTÓRIA SOCIAL
Instituição: Universidade Severino Sombra
Inscrições: até 27/02/2012

PRÊMIO INTERNACIONAL EM HISTÓRIA: IMPÉRIO, TERRA E TERRITÓRIO
Instituição: Várias instituições
Inscrições: até 31/03/2012


d) Eventos (maiores informações podem ser obtidas nos sites das instituições)
I ENCONTRO DE HISTÓRIA ANTIGA E MEDIEVAL DO PARÁ (novo)
Data: 08 a 10 de dezembro de 2011
Local: Universidade Federal do Pará (UFPA)

II COLÓQUIO NACIONAL MICHEL FOUCAULT: O GOVERNO DA INFÂNCIA
Data: 12 a 14 de dezembro de 2011
Local: Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

I CONFERÊNCIA NACIONAL DE ARQUIVOS (novo)
Data: 15 a 17 de dezembro de 2011
Local: Brasilia (acesse o site p/ maiores informações)

VII SEMINÁRIO NACIONAL DO CENTRO DE MEMÓRIA: MEMÓRIA, CIDADE E EDUCAÇÃO DAS SENSIBILIDADES (novo)
Data: 13 a 15 de fevereiro de 2012
Local: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

I CONGRESSO PAN-AMAZÔNICO E VII ENCONTRO DA REGIÃO NORTE DE HISTÓRIA ORAL - HISTÓRIA DO TEMPO PRESENTE & ORALIDADES NA AMAZÔNIA (novo)
Data: 27 a 30 de março de 2012
Local: Universidade Federal do Pará (UFPA)

SIMPÓSIO CENTENÁRIO CONTESTADO: 1912 - 2012
Local/Data: Universidade Federal de Santa Catarina (29 de maio a 1° de junho de 2012), na Universidade Federal de Pelotas (29 a 31 de agosto de 2012) e em Chapecó, na Universidade Federal da Fronteira Sul (de 18 a 22 de outubro de 2012)

VI SIMPÓSIO SOLCHA - SOCIEDAD LATINOAMERICANA Y CARIBEÑA DE HISTORIA AMBIENTAL (novo)
Data: 06 a 08 de junho de 2012
Local: Villa de Leyva, Colômbia

VI SIMPÓSIO NACIONAL DE HISTÓRIA CULTURAL: ESCRITAS DA HISTÓRIA: VER – SENTIR – NARRAR (novo)
Data: 24 a 28 de junho de 2012
Local: Universidade Federal do Piaui (UFPI)

VIII ENCONTRO NACIONAL PERSPECTIVAS DO ENSINO DE HISTÓRIA e III ENCONTRO IBERO-AMERICANO DE ENSINO DE HISTÓRIA (novo)
Data: 02 a 05 de julho de 2012
Local: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

XI ENCONTRO NACIONAL DE HISTÓRIA ORAL: MEMÓRIA, DEMOCRACIA E JUSTIÇA (novo)
Data: 10 a 13 de julho de 2012
Local: Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ)
IX CONGRESSO LUSO-BRASILEIRO DE HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO: RITUAIS, ESPAÇOS E PATRIMÔNIOS ESCOLARES (novo)
Data: 12 a 15 de julho de 2012
Local: Universidade de Lisboa (UL)

15ª CONFERENCIA DO INTERNATIONAL PLANNING HISTORY SOCIETY (novo)
Data: 15 a 18 de julho de 2012
Local: Universidade de São Paulo (USP)

54 CONGRESSO INTERNACIONAL DE AMERICANISTAS: CONSTRUINDO DIÁLOGOS NAS AMÉRICAS
Data: 15 a 20 de julho de 2012
Local: Universidade de Viena

CONGRÈS INTERNATIONAL DE RECHERCHE EN SCIENCES HUMAINES ET SOCIALES
Data: 24 a 28 de julho de 2012
Local: Hotel Concorde La Fayette, Paris, França

VI ENCONTRO ESTADUAL DE HISTÓRIA DA ANPUH-BA: POVOS INDÍGENAS, AFRICANIDADES E DIVERSIDADE CULTURAL - PRODUÇÃO DO CONHECIMENTO E ENSINO (novo)
Data: 13 a 16 de agosto de 2012
Local: Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC/Ilhéus)

XIV ENCONTRO ESTADUAL DE HISTÓRIA DA ANPUH-SC: TEMPO, MEMÓRIAS E EXPECTATIVAS (novo)
Data: 19 a 22 de agosto de 2012
Local: Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC)

13º SEMINÁRIO NACIONAL DE HISTÓRIA DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA (novo)
Data: 03 e 06 de setembro de 2012
Local: Universidade de São Paulo (USP)

XI ENCONTRO DE HISTÓRIA DA ANPUH-MS: HISTÓRIA E DIVERSIDADE: ENSINO E PESQUISA NAS FRONTEIRAS (novo)
Data: 01 a 05 de outubro de 2012
Local: Universidade Católica Dom Bosco (UCDB)

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