Continuando com as impressões sobre o Canadá, hoje vou abordar a questão do trânsito, em que, infelizmente, estamos a anos-luz de distância dos canadenses.
Vamos por tópicos:
1. Onde existe uma placa STOP, os motoristas não diminuem a marcha, eles PARAM, porque a placa está mandando PARAR e não DIMINUIR.
2. Pedestres são respeitados. Em qualquer local que você queira atravessar, se não houver sinal luminoso, os motoristas param e esperam você atravessar.
3. Nas cidades grandes que visitei (Mississauga e Toronto) não existem moto-boys. Explica-se: como em alguns meses do ano há neve, e muita neve, não é recomendável que se usem motocicletas. Quando observei isso, me lembrei na mesma hora dos motoqueiros em BH e em Sampa, e dos lambretistas em Roma, que infernizam o trânsito... Só vi motos aos fins de semana, em cidades pequenas, os fãs da Harley- Davidson que aproveitam o domingo para passear pelas excelentes estradas de lá.
4. Velocidade máxima nas ruas das cidades: 60km. Pasmem, leitores! Os motoristas respeitam!!! Claro que, de vez em quando algum engraçadinho ultrapassa a velocidade. Não chega ao fim do caminho: de repente, como se brotassem do asfalto, surgem os policiais que o param e o multam, seja ele quem for. E ai do infeliz se estiver com cheiro de álcool: vai preso e o carro é rebocado.
4. Velocidade máxima nas ruas das cidades: 60km. Pasmem, leitores! Os motoristas respeitam!!! Claro que, de vez em quando algum engraçadinho ultrapassa a velocidade. Não chega ao fim do caminho: de repente, como se brotassem do asfalto, surgem os policiais que o param e o multam, seja ele quem for. E ai do infeliz se estiver com cheiro de álcool: vai preso e o carro é rebocado.
5. Menores de 21 anos: tolerância zero em termos de bebida alcoólica. Não podem nem cheirar uma cerveja se estiverem dirigindo. Se parados, basta a suspeita de que ingeriram alguma coisa e SÃO OBRIGADOS a usar o bafômetro (sem essa de não poder produzir provas contra si mesmo).
6. Estradas: todas as que percorremos são excelentes. Geralmente duas ou três pistas de rolamento em cada direção. Canteiros separam totalmente quem está vindo de quem está indo. Acostamentos nas duas laterais. Sem radares, mas com câmeras, como, aliás, em quase todos os lugares. (Essa questão das câmeras de vigilância é uma faca de dois legumes... claro)
7. Observem essa fotografia, tirada do apartamento em que meu filho mora. Há uma rua larga e uma perpendicular. Nesse cruzamento há sinais de STOP nas três direções, apesar de não ser uma esquina movimentada. Na primeira noite que passei lá, meio sem sono, estava na varanda observando. As 3:30 (fiz questão de olhar no relógio), com um silêncio total, sem movimento algum, surgiu um carro, onde está esse carro preto, à direita. Ele parou (porque a placa mandava parar), observou atentamente todos os lados, para, só depois disso, virar à direita e prosseguir seu caminho. Também foi inevitável lembrar que nas nossas grandes cidades, depois das 23 horas ninguém para nem quando existem sinais luminosos vermelhos...
Pequenas diferenças, não acham?
Bem, vamos aos temas de hoje. Recebi várias colaborações, aliás, tantas que não foi possível utilizar todas. A primeira é uma análise que tenta compreender o que é e o que poderá ser o PSDB caso se concretize o que as pesquisas estão “falando”. Eu particularmente não estou acreditando que a Dilma leve no primeiro turno. Nestas duas semanas que antecedem as eleições a mídia tucana tentará impedir isso, criando escândalos, como já o fizeram contra o Lula em 1989 e em 2005. Infelizmente isso era previsto. Lembro que falei sobre isso num dos primeiros boletins deste ano, ou num dos últimos do ano passado. Essa campanha está sendo a mais sórdida de todos os tempos. E creio que vai piorar ainda mais nos dias que antecedem as eleições.
Temos, em seguida, um artigo muito interessante, que busca entender esse interesse grande que se observa com relação ao espiritismo nos dias de hoje.
No terceiro artigo, Renato Janine Ribeiro nos faz considerações sobre o significado da quebra de sigilo na Receita. E, a propósito desse tema, não deixe de ler o link para a reportagem da Carta Capital, que revela a quebra de sigilo de mais de 50 MILHÕES DE BRASILEIROS, perpetrada pela filha de José Serra, que, por sinal, é sócia do Daniel Dantas, aquele amigo dos ministros do STF.
Bom proveito!
Bom proveito!
Beth Queijo me enviou o artigo abaixo. A análise é bem interessante.
Adeus PSDB?
O eleitorado brasileiro foi mais para a esquerda nesses últimos trinta anos? Nem um centímetro! Vamos refrescar a memória e entender o que ocorreu com o PSDB, agora que parece que ele chega um ponto crítico na sua história.
Franco Montoro inaugurou no Brasil a social-democracia, com olhos voltados para a democracia liberal, antes mesmo de fundar o PSDB. Ele assim fez quando em 1982 se elegeu governador do Estado de São Paulo pelo PMDB. Brizola ainda mantinha o PDT como o partido filiado internacionalmente à social-democracia, mas ele sabia que na sua cola vinha o PMDB. O PMDB tinha a verdadeira cara de social-democrata, ao menos para o gosto do brasileiro.
Quando a transição para a democracia atingiu seu cume, com a entrada de Trancredo Neves e José Sarney para a Presidência da República em 1985, pelo PMDB, Brizola tinha certeza que ele viria a ser, logo depois, o primeiro presidente eleito do Brasil. Ele achava Tancredo conservador demais em termos econômicos – e estava certo nisso –, de modo que bastaria esperar e se colocar como o principal homem da oposição para abocanhar a Presidência, quando acabasse o primeiro mandato presidencial após o ciclo de presidentes militares. Ele estava convencido que só um programa social-democrata agradaria o brasileiro e que seu concorrente, o PMDB, com Tancredo, não agiria segundo tal programa.
As coisas se complicaram para Brizola, porque Tancredo faleceu e Sarney, em seu lugar, deu poder não ao sobrinho de Tancredo, Dornelles (PFL), visivelmente conservador e que teria sido o ministro forte do tio, e sim ao núcleo progressista do PMDB. Esse núcleo colocou no comando do projeto reformista Dílson Funaro, João Sayad e Amir Pazzianoto. Esses três homens tinham em mente uma nítida política social-democrata. Ainda que o Plano Cruzado comandado por eles tenha feito água, o êxito inicial deu votos para o PMDB e o transformou em um grande partido. Por mais que o PMDB pudesse se tornar conservador, ficou sua marca como partido popular não mais só por combate à ditadura, mas por ter tentado uma reforma que visava a melhoria real da vida da população. Isso realmente atrapalhou os planos de Brizola. Nublou sua liderança para além do que ele esperava que pudesse ocorrer. Sua oposição ao Plano Cruzado lhe deu mais desgastes que ganhos. Isso continuou a valer mesmo quando todo o Cruzado já havia virado pó no governo Sarney.
No final da década de oitenta, veio finalmente a eleição direta para Presidente da República e Collor, aproveitando-se da espiral inflacionária do último ano de Sarney, se elegeu fácil. Batendo todos os líderes à esquerda, Covas, Lula e o próprio Brizola, Collor pareceu, por um momento, que enterraria de vez o projeto social-democrata no Brasil. Mas, sua vitória, quando olhamos mais de perto e recordamos como ocorreu, não foi assim tão tranqüila. Sua vitória não significou a derrota da social democracia. Pois mesmo Collor, com seu ideário privatizante e sem qualquer programa social, no meio da campanha do segundo turno teve de soltar slogans de que ele era social-democrata e não um neoliberal, e isso não para garantir sua vitória que, enfim, já estava certa, mas para tentar acalmar a imprensa – era um sinal de que o ideário social democrata, embora em baixa, não havia morrido.
Daí em diante, o ideário social-democrata começou a voltar com força no mundo e no Brasil. As pessoas que haviam dito que todo funcionalismo público deveria acabar, logo se pegaram sonhando, novamente, com o emprego público. Nunca o Brasil esteve tão pronto para um partido como o PSDB como em meados dos anos noventa. Mas, mesmo assim, FHC não se elegeria se não fosse pelo Plano Real. Tal plano, em seu recorte inicial, não era uma plataforma neoliberal e, sim, um programa de estabilização da moeda que poderia dar esteio para uma política social democrata mais tarde. Mas não deu, ao menos não para os esforços do próprio PSDB. O fato de FHC ter sido sonolento e não ter tido entusiasmo para empreender tal política deixou, então, tudo nas mãos de Lula.
Lula nunca havia se pronunciado socialista e muito menos comunista. Quando perguntado sobre “o que era”, sempre se saia bem dizendo uma verdade: “sou torneiro mecânico”. Aprendeu com Ulisses Guimarães que só governaria um grande partido e, enfim, o Brasil, se não se definisse ideologicamente em termos de velhos rótulos. Deu certo. Lula foi agregando todas as forças social-democratas que podia. Pegou o PMDB e o PDT e segurou o discurso mais à esquerda do PT para se ajustar ao discurso dos novos aliados. Nisso, o brilhantismo do discurso de Zé Dirceu, interna e externamente, fez história. Ele deu para Lula um grande conglomerado de forças que insistia não em socialismo, mas em colocar o capitalismo “no eixo”, ou seja, ampliar o mercado interno sob o clima de estabilização da moeda conseguido por FHC. Essa foi a realização de Lula, ou seja, ele fez vingar a nossa social-democracia possível.
O que é, hoje, essa social-democracia de Lula? Nada além do aquecimento da economia em que o Estado volta a ser investidor e, ao mesmo tempo, num sabor ainda populista, mas com características institucionais não desprezíveis, a criação de uma série de programas sociais, alguns com bons resultados e outros com promessas que podem vingar. E uma sábia medida: nenhuma agressividade contra os banqueiros. Junto dessa política, um Lula de barba branca se apresenta à nação como uma espécie de “tiozão”, quase como Mitterrand, na França, no seu último mandato, quando ele já não era um “líder vermelho” e, sim, um “protetor da nação”.
Nessa trajetória toda, o eleitor brasileiro, em sua maioria, não foi um centímetro à esquerda. Ficou exatamente onde estava quando da eleição de Tancredo e Sarney. O que o brasileiro queria e quer é pouco, é exatamente o que Lula deu e que Dilma promete continuar: emprego com carteira assinada e poder de compra – mínimo! Talvez, com Dilma, queira mais um pouco: uma escola melhor, um hospital que funcione e o financiamento de um automóvel usado para o filho mais velho. Mas, diante de Serra e do PSDB, tudo isso é muito. Pois os políticos que restaram no PSDB nunca conseguiram fazer do partido uma agremiação popular. Nunca entenderam o que é que o brasileiro pede. Por isso, o PSDB chegou finalmente, agora que diz que vai ser “refundado”, no lugar que Ulisses Guimarães disse que ele chegaria: ao fracasso.
Hoje o PSDB representa exatamente aquilo que o lacerdismo representava: um grupo de conservadores. Ataca o projeto popular de Lula como o lacerdismo atacava o de Vargas, apontando corrupção e desvios relativos à democracia, mas sem legitimidade para tal. Pois, tanto quanto o lacerdismo, o PSDB tem telhado de vidro em se tratando de cuidar das liberdades democráticas e de colocar fim na corrupção. Então, na soma de prós e contras, a população agrega pontos negativos mais para o PSDB que, enfim, não consegue nunca ter um projeto para fazer o que FHC disse que seria necessário o partido fazer, “governar para os pobres”.
Ou seja: o nosso partido social-democrata no nome é o único, entre os grandes partidos, que não tem uma ação social-democrata. Nesses termos, o PSDB chegou ao fim de sua trajetória nessa eleição, se as pesquisas confirmarem Dilma vencedora já no primeiro turno. Pode não passar pelo que ocorreu com o PFL, que mudou até de nome, gerando o Democratas, mas que terá de se transformar inteiramente, isso terá, ou então, sem dúvida, aparecerá em 2011 como uma agremiação disforme, meio udenista-lacerdista, mas sem chances – felizmente – de chamar os militares para um golpe. E com chances cada vez mais diminutas no jogo eleitoral em que é necessário governar com alguma política popular e social real, e não com as inaugurações de maquetes de José Serra.
Paulo Ghiraldelli Jr., filósofo, escritor e professor da UFRRJ
A presença dos espíritos no imaginário da sociedade brasileira.
Entrevista com Faustino Teixeira (extraído de http://www.adital.com.br/site/noticia.asp?boletim=1&cod=50791&lang=PT)
Entender o cenário da presença das religiões, hoje, no Brasil é o intuito de Faustino Teixeira na entrevista concedida à IHU On-Line, por email.
O teólogo busca compreender a presença e a aceitação do espiritismo no Brasil e traz elementos para entendemos a aproximação desta religião ao catolicismo. "O Brasil foi sempre reconhecido como o país do sincretismo religioso, pela rica capacidade de ressemantização das identidades religiosas, mediante processos de relações e aprendizados com os diferentes. Nas últimas décadas temos verificado, com preocupação, expressões crescentes de exclusivismo religioso, com toques de ‘beligerância iconoclasta’", conta ele.
Faustino Teixeira é graduado em Ciência das Religiões e Filosofia pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Fez mestrado em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e doutorado, na mesma área, pela Pontifícia Universidade Gregoriana, de onde recebeu o título de pós-doutor. Atualmente, é professor na Universidade Federal de Juiz de Fora. Entre seus diversos livros publicados, destacamos: Ecumenismo e Diálogo Interreligioso (Aparecida do Norte: Santuário, 2008) e Teologia das Religiões: uma visão panorâmica (São Paulo: Paulinas, 1995). Faustino Teixeira seleciona, organiza e edita as Orações inter-religiosas, publicadas semanalmente, sempre às quintas-feiras, no blog do IHU.
Faustino Teixeira é graduado em Ciência das Religiões e Filosofia pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Fez mestrado em Teologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro e doutorado, na mesma área, pela Pontifícia Universidade Gregoriana, de onde recebeu o título de pós-doutor. Atualmente, é professor na Universidade Federal de Juiz de Fora. Entre seus diversos livros publicados, destacamos: Ecumenismo e Diálogo Interreligioso (Aparecida do Norte: Santuário, 2008) e Teologia das Religiões: uma visão panorâmica (São Paulo: Paulinas, 1995). Faustino Teixeira seleciona, organiza e edita as Orações inter-religiosas, publicadas semanalmente, sempre às quintas-feiras, no blog do IHU.
Confira a entrevista.
IHU On-Line - Como explicar a presença e a aceitação do espiritismo num país de marcada presença católica?
Faustino Teixeira - O campo religioso brasileiro vem sofrendo mudanças substantivas nas últimas décadas. O catolicismo vai perdendo aos poucos sua tranquila hegemonia, tendo que conviver com uma dinâmica religiosa marcada pela presença crescente dos pentecostais e dos "sem religião". Um fenômeno recorrente a partir dos anos de 1980 é o "trânsito religioso". Pesquisas realizadas por Ronaldo de Almeida [1], indicam que uma em quatro pessoas mudou de religião no Brasil nos anos de 1990 e uma em cada três na Grande São Paulo, nos anos 2000.
Outra pesquisa realizada em 1994, desenvolvida pelo Instituto de Estudos da Religião (ISER), sobre a presença dos evangélicos, apontou que "cerca de 70% dos evangélicos do Grande Rio não nasceram, nem foram criados num lar evangélico. Entraram na igreja por adesão voluntária, rompendo com a religião dos pais". A pesquisa constatou que a maior parte desses evangélicos veio do catolicismo (61%), que é o maior "doador" de fiéis, e em seguida aparece a umbanda ou candomblé (16%) e o espiritismo kardecista (6%).
Os dados do último Censo IBGE (2000) indicam que o catolicismo ainda responde por 73,8% da declaração de crença. Trata-se, porém, de um catolicismo marcadamente plural. Como assinala Carlos Brandão [2], o nosso catolicismo é uma religião que abraça a diversidade e que possibilita diversas alternativas de viver a crença e a fé. Uma religião "em que Deus pode ter muitos rostos". Pierre Sanchis [3] vai ainda mais longe, ao afirmar que "há religiões demais nesta religião". A plasticidade é uma marca característica da religião no Brasil. Como diz o personagem Riobaldo Tartarana [4], no Grande Sertão: Veredas,
"Muita religião, seu moço! Eu cá, não perco ocasião de religião. Aproveito de todas. Bebo água de todo rio… Uma só, para mim é pouca, talvez não me chegue. Rezo cristão, católico, embrenho a certo; e aceito as preces do compadre meu Quelemém, doutrina dele, de Cardéque. Mas, quando posso, vou no Mindubim, onde um Matias é crente, metodista: a gente se acusa de pecador, lê alto a Bíblia, e ora, cantando hinos belos deles. Tudo me quieta, me suspende. Qualquer sombrinha me refresca."
Estudiosos e observadores do campo religioso no Brasil destacam a presença de uma "impregnação espírita", ou "querela dos espíritos" na sociedade brasileira que escapam à percepção do Censo. O Censo de 2000 indicou que a declaração de crença espírita envolve cerca de 1,4% da população, em torno de 2.337.432 adeptos. Mas não há dúvida de que o "imaginário espírita" tem uma abrangência muito maior. Em entrevista concedida à IHU On-Line (nº 169 - dezembro de 2005), Bernardo Lewgoy [5] sublinhou a "alta ressonância social" das crenças espíritas no Brasil, que escapa de sua vinculação exclusiva aos centros espíritas. Para ele "o kardecismo é um caso de importância qualitativa muito superior à quantitativa".
Vale também lembrar que o povo brasileiro tem uma familiaridade particular com os "espíritos". Como assinala com razão o antropólogo José Jorge de Carvalho [6], "são dezenas de milhões de brasileiros que entram em transe regularmente, recebem entidades ou estabelecem relações personalizadas (de perturbação ou apoio) com a mais variada gama de espíritos". E deixar-se habitar pelos "espíritos" é também fator de afirmação de uma dignidade singular, de intensificação da qualidade do ser sujeito, como mostrou Roger Bastide [7] em sua bela reflexão sobre a dança dos deuses:
"Não são mais costureirinhas, cozinheiras, lavadeira que rodopiam ao som dos tambores nas noites baianas; eis Omolu recoberto de palha, Xangô vestido de vermelho e branco, Iemanjá pentenando seus cabelos de algas. Os rostos metamorfosearam-se em máscaras, perderam as rugas do trabalho cotidiano, desaparecidos os estigmas desta vida de todos os dias, feita de preocupação e de miséria; Ogum guerreiro brilha no fogo da cólera, Oxum é toda feita de volúpia carnal. Por um momento, confundiram-se África e Brasil; aboliu-se o oceano, apagou-se o tempo da escravidão (…). Não existem mais fronteiras entre natural e sobrenatural; o êxtase realizou a comunhão desejada."
A forma de viver a religiosidade no Brasil é bem mais alargada do que aquela declarada no Censo. Há no Brasil o fenômeno recorrente da dupla pertença. Em pesquisa realizada por Luiz Eduardo Soares [8] e Leandro Piquet Carneiro [9], em 1990, por solicitação e patrocínio do Centro João XXIII (Ibrades), com base nos dados do Gallup, constatou-se que 46% dos católicos praticantes acreditam na reencarnação. Dado também confirmado por outra pesquisa realizada no mesmo ano na Arquidiocese de Belo Horizonte. Em levantamento feito com paroquianos de frequência regular nas missas da Arquidiocese, com aplicação de 270.000 fichas, verificou-se que 54,8% dos entrevistados declararam acreditar na reencarnação.
Faustino Teixeira - O campo religioso brasileiro vem sofrendo mudanças substantivas nas últimas décadas. O catolicismo vai perdendo aos poucos sua tranquila hegemonia, tendo que conviver com uma dinâmica religiosa marcada pela presença crescente dos pentecostais e dos "sem religião". Um fenômeno recorrente a partir dos anos de 1980 é o "trânsito religioso". Pesquisas realizadas por Ronaldo de Almeida [1], indicam que uma em quatro pessoas mudou de religião no Brasil nos anos de 1990 e uma em cada três na Grande São Paulo, nos anos 2000.
Outra pesquisa realizada em 1994, desenvolvida pelo Instituto de Estudos da Religião (ISER), sobre a presença dos evangélicos, apontou que "cerca de 70% dos evangélicos do Grande Rio não nasceram, nem foram criados num lar evangélico. Entraram na igreja por adesão voluntária, rompendo com a religião dos pais". A pesquisa constatou que a maior parte desses evangélicos veio do catolicismo (61%), que é o maior "doador" de fiéis, e em seguida aparece a umbanda ou candomblé (16%) e o espiritismo kardecista (6%).
Os dados do último Censo IBGE (2000) indicam que o catolicismo ainda responde por 73,8% da declaração de crença. Trata-se, porém, de um catolicismo marcadamente plural. Como assinala Carlos Brandão [2], o nosso catolicismo é uma religião que abraça a diversidade e que possibilita diversas alternativas de viver a crença e a fé. Uma religião "em que Deus pode ter muitos rostos". Pierre Sanchis [3] vai ainda mais longe, ao afirmar que "há religiões demais nesta religião". A plasticidade é uma marca característica da religião no Brasil. Como diz o personagem Riobaldo Tartarana [4], no Grande Sertão: Veredas,
"Muita religião, seu moço! Eu cá, não perco ocasião de religião. Aproveito de todas. Bebo água de todo rio… Uma só, para mim é pouca, talvez não me chegue. Rezo cristão, católico, embrenho a certo; e aceito as preces do compadre meu Quelemém, doutrina dele, de Cardéque. Mas, quando posso, vou no Mindubim, onde um Matias é crente, metodista: a gente se acusa de pecador, lê alto a Bíblia, e ora, cantando hinos belos deles. Tudo me quieta, me suspende. Qualquer sombrinha me refresca."
Estudiosos e observadores do campo religioso no Brasil destacam a presença de uma "impregnação espírita", ou "querela dos espíritos" na sociedade brasileira que escapam à percepção do Censo. O Censo de 2000 indicou que a declaração de crença espírita envolve cerca de 1,4% da população, em torno de 2.337.432 adeptos. Mas não há dúvida de que o "imaginário espírita" tem uma abrangência muito maior. Em entrevista concedida à IHU On-Line (nº 169 - dezembro de 2005), Bernardo Lewgoy [5] sublinhou a "alta ressonância social" das crenças espíritas no Brasil, que escapa de sua vinculação exclusiva aos centros espíritas. Para ele "o kardecismo é um caso de importância qualitativa muito superior à quantitativa".
Vale também lembrar que o povo brasileiro tem uma familiaridade particular com os "espíritos". Como assinala com razão o antropólogo José Jorge de Carvalho [6], "são dezenas de milhões de brasileiros que entram em transe regularmente, recebem entidades ou estabelecem relações personalizadas (de perturbação ou apoio) com a mais variada gama de espíritos". E deixar-se habitar pelos "espíritos" é também fator de afirmação de uma dignidade singular, de intensificação da qualidade do ser sujeito, como mostrou Roger Bastide [7] em sua bela reflexão sobre a dança dos deuses:
"Não são mais costureirinhas, cozinheiras, lavadeira que rodopiam ao som dos tambores nas noites baianas; eis Omolu recoberto de palha, Xangô vestido de vermelho e branco, Iemanjá pentenando seus cabelos de algas. Os rostos metamorfosearam-se em máscaras, perderam as rugas do trabalho cotidiano, desaparecidos os estigmas desta vida de todos os dias, feita de preocupação e de miséria; Ogum guerreiro brilha no fogo da cólera, Oxum é toda feita de volúpia carnal. Por um momento, confundiram-se África e Brasil; aboliu-se o oceano, apagou-se o tempo da escravidão (…). Não existem mais fronteiras entre natural e sobrenatural; o êxtase realizou a comunhão desejada."
A forma de viver a religiosidade no Brasil é bem mais alargada do que aquela declarada no Censo. Há no Brasil o fenômeno recorrente da dupla pertença. Em pesquisa realizada por Luiz Eduardo Soares [8] e Leandro Piquet Carneiro [9], em 1990, por solicitação e patrocínio do Centro João XXIII (Ibrades), com base nos dados do Gallup, constatou-se que 46% dos católicos praticantes acreditam na reencarnação. Dado também confirmado por outra pesquisa realizada no mesmo ano na Arquidiocese de Belo Horizonte. Em levantamento feito com paroquianos de frequência regular nas missas da Arquidiocese, com aplicação de 270.000 fichas, verificou-se que 54,8% dos entrevistados declararam acreditar na reencarnação.
IHU On-Line - Há ainda outros elementos que ajudam a compreender essa aproximação?
Faustino Teixeira - Não há como tratar dessa familiaridade que aproxima a tradição espírita do catolicismo, bem como da receptividade peculiar que a tradição kardecista vem alcançando no Brasil, sem assinalar a sua interface com o catolicismo. Como mostrou José Jorge de Carvalho, "o espiritismo é também cristão ou neocristão, na medida em que reintroduz, revaloriza noções cristãs tais como a de caridade. Ele não só ressemantiza aspectos do cristianismo como introduz o mundo dos espíritos de uma forma agora muito mais ampla, complementando a doutrina equivalente praticada pelas tradições esotéricas e pelas religiões afro-brasileiras".
Alguns pesquisadores que se dedicam ao estudo do espiritismo no Brasil, como Bernardo Lewgoy e Sandra Stoll [10], falam de um "ethos católico do espiritismo brasileiro". O exemplo mais claro disso é a presença de Chico Xavier [11]. Em seu livro sobre o espiritismo à brasileira (2003), Sandra Stoll assinala que "esse modo católico de ser espírita, concretizado por Chico Xavier através do exemplo de vida, parece ser responsável, em larga medida, pela transformação dessa que era uma doutrina estrangeira em religião integrante do ethos nacional. Da moda de salão, da atividade de cunho terapêutico, o Espiritismo passou a integrar o imaginário brasileiro".
Esse imaginário vem reforçado por uma impressionante literatura espírita e sua presença nos meios de comunicação social, particularmente nas telenovelas de caráter espírita. Só Chico Xavier contribui com mais de 400 livros psicografados, em 70 anos de produção. Para Sandra Stoll, "num momento em que a inserção na mídia, em especial a televisão, se destaca como fator de divulgação doutrinária, constituindo um novo campo de disputa no espaço público, o espiritismo vem alargando sua inserção social, especialmente entre os segmentos de classe media, por meio de investimento no campo literário". Vale também ressaltar o sucesso de bilheteria de filmes como Chico Xavier e o mais recente, Nosso lar.
Faustino Teixeira - Não há como tratar dessa familiaridade que aproxima a tradição espírita do catolicismo, bem como da receptividade peculiar que a tradição kardecista vem alcançando no Brasil, sem assinalar a sua interface com o catolicismo. Como mostrou José Jorge de Carvalho, "o espiritismo é também cristão ou neocristão, na medida em que reintroduz, revaloriza noções cristãs tais como a de caridade. Ele não só ressemantiza aspectos do cristianismo como introduz o mundo dos espíritos de uma forma agora muito mais ampla, complementando a doutrina equivalente praticada pelas tradições esotéricas e pelas religiões afro-brasileiras".
Alguns pesquisadores que se dedicam ao estudo do espiritismo no Brasil, como Bernardo Lewgoy e Sandra Stoll [10], falam de um "ethos católico do espiritismo brasileiro". O exemplo mais claro disso é a presença de Chico Xavier [11]. Em seu livro sobre o espiritismo à brasileira (2003), Sandra Stoll assinala que "esse modo católico de ser espírita, concretizado por Chico Xavier através do exemplo de vida, parece ser responsável, em larga medida, pela transformação dessa que era uma doutrina estrangeira em religião integrante do ethos nacional. Da moda de salão, da atividade de cunho terapêutico, o Espiritismo passou a integrar o imaginário brasileiro".
Esse imaginário vem reforçado por uma impressionante literatura espírita e sua presença nos meios de comunicação social, particularmente nas telenovelas de caráter espírita. Só Chico Xavier contribui com mais de 400 livros psicografados, em 70 anos de produção. Para Sandra Stoll, "num momento em que a inserção na mídia, em especial a televisão, se destaca como fator de divulgação doutrinária, constituindo um novo campo de disputa no espaço público, o espiritismo vem alargando sua inserção social, especialmente entre os segmentos de classe media, por meio de investimento no campo literário". Vale também ressaltar o sucesso de bilheteria de filmes como Chico Xavier e o mais recente, Nosso lar.
IHU On-Line - O que o senhor pode nos falar sobre as perseguições que os cultos de origem africana sofreram a partir da Proclamação da República, cuja inspiração positivista os via como motivo de atraso e, por isso, tentou proibi-los, inclusive pela força da lei?
Faustino Teixeira - Em clássico artigo publicado na revista Religião e Sociedade, de março de 1986, a antropóloga Yvonne Maggie [12] aborda a questão da repressão sofrida pelas religiões mediúnicas no Brasil, e o faz por intermédio de pesquisa realizada nos arquivos de processos judiciais instaurados para julgar acusados de práticas ilegais de medicina, curandeirismo e magia. Serve-se em particular do decreto 847 da Código Penal de 1890, o primeiro grande conjunto de leis a reger a nova ordem jurídica associada ao nascente regime republicano.
O artigo 157 prescreve prisão e multa para aquele que "praticar o espiritismo, a magia e seus sortilégios, usar de talismãs e cartomancias, para despertar sentimentos de ódio ou amor, inculcar cura de moléstias curáveis ou incuráveis, enfim, para fascinar e subjugar a credulidade pública". Estava, assim, configurado um "medo do feitiço". Esse tema foi também objeto da dissertação de mestrado de Emerson Giumbelli [13], depois publicada em livro: O cuidado dos mortos. Uma história da condenação e legitimação do Espiritismo"(1995). Em seu trabalho, Giumbelli destacou que as ações policiais e os processos judiciais contra grupos filiados à doutrina de Kardec antecedem ao Código Penal de 1890, e indica referências a isso já em 1881.
Faustino Teixeira - Em clássico artigo publicado na revista Religião e Sociedade, de março de 1986, a antropóloga Yvonne Maggie [12] aborda a questão da repressão sofrida pelas religiões mediúnicas no Brasil, e o faz por intermédio de pesquisa realizada nos arquivos de processos judiciais instaurados para julgar acusados de práticas ilegais de medicina, curandeirismo e magia. Serve-se em particular do decreto 847 da Código Penal de 1890, o primeiro grande conjunto de leis a reger a nova ordem jurídica associada ao nascente regime republicano.
O artigo 157 prescreve prisão e multa para aquele que "praticar o espiritismo, a magia e seus sortilégios, usar de talismãs e cartomancias, para despertar sentimentos de ódio ou amor, inculcar cura de moléstias curáveis ou incuráveis, enfim, para fascinar e subjugar a credulidade pública". Estava, assim, configurado um "medo do feitiço". Esse tema foi também objeto da dissertação de mestrado de Emerson Giumbelli [13], depois publicada em livro: O cuidado dos mortos. Uma história da condenação e legitimação do Espiritismo"(1995). Em seu trabalho, Giumbelli destacou que as ações policiais e os processos judiciais contra grupos filiados à doutrina de Kardec antecedem ao Código Penal de 1890, e indica referências a isso já em 1881.
IHU On-Line - Por que o espiritismo, antes tão condenado pela Igreja Católica, agora passou a ser perseguido pelas núcleos neopentecostais?
Faustino Teixeira - O Brasil foi sempre reconhecido como o país do sincretismo religioso, pela rica capacidade de ressemantização das identidades religiosas, mediante processos de relações e aprendizados com os diferentes. Nas últimas décadas temos verificado, com preocupação, expressões crescentes de exclusivismo religioso, com toques de "beligerância iconoclasta". Em 1995 teve o triste episódio, conhecido como "chute na santa". Mais recentemente atearam fogo na imagem de Santo Expedito, no interior de São Paulo (Ourinhos).
Exercícios de intolerância religiosa ocorrem em templos neopentecostais e mesmo em circuitos da renovação carismática católica. No livro do bispo Macedo [14], Orixás, caboclos e guias, com inúmeras edições, busca-se identificar o empoderamento do demônio com a participação direta ou indireta nos centros espíritas ou com os trabalhos realizados pelas tradições religiosas afro-brasileiras. Não muito distante, temos também a linguagem etnocêntrica e excludente do padre Jonas Abib [15], da Canção Nova, em seu livro Sim, sim! Não, não!, com mais de 400 mil exemplares vendidos, e que provocou intensa reação na Bahia. Sobretudo, algumas igrejas pentecostais que se firmam a partir década de 1970, dando ênfase ao tema da libertação e do exorcismo, os adversários simbólicos são bem definidos: sobretudo as religiões afro-brasileiras, e de forma mais ampla, as crenças que compõem o repertório católico-afro-kardecista, povoado por santos, energias, espíritos, promessas, trabalhos, feitiços etc.
Na já mencionada pesquisa realizada pelo ISER em 1994, sobre os evangélicos no Grande Rio, verificou-se que eles "se percebem como militantes de um grande confronto espiritual. 89% acreditam na existência de religiões demoníacas". Nas respostas dos evangélicos entrevistados, 95% atribuem este caráter à umbanda e ao candomblé; 83% ao espiritismo kardecista; 52% ao ateísmo e 30% ao catolicismo. A demonização é palavra corrente nos livros doutrinais, nos cultos e rituais desses núcleos neopentecostais e, em especial, da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Mas curiosamente, como mostrou Ronaldo de Almeida, em trabalho sobre a guerra das possessões, a IURD acaba elaborando uma "antropofagia da fé inimiga". Por mecanismos singulares de "fagocitose religiosa", ela acaba assimilando traços essenciais das crenças que são combatidas.
Notas:
[1] Ronaldo de Almeida é graduado em Ciências Sociais e mestre em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas. Na Universidade de São Paulo, ele realizou doutorado em Ciências Sociais, com ênfase em antropologia social. É pós-doutor pela École des Hautes Études en Sciences Sociales e, atualmente, é professor da Unicamp. Concedeu a entrevista "Quem são os demônios da Igreja Universal?" à IHU On-Line em 21-11-2009.
[2] Carlos Brandão é graduado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. É mestre em Antropologia pela Universidade de Brasília e doutor em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Atualmente, é professor na Universidade Estadual de Montes Claros, na PUC-SP, na Universidade Federal de Uberlândia e na Unicamp.
[3] Pierre Sanchis, cientista da religião e professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais.
[4] Riobaldo Tartarana é uma criação de Guimarães Rosa, em Grande Sertão Veredas. No desenrolar dos acontecimentos, apaixona-se por Diadorim. O grande problema é que há um segredo oculto, tanto a Riobaldo quanto ao leitor. Diadorim, embora sendo um dos companheiros do bando de cangaceiros dele, é uma mulher disfarçada de homem.
[5] Bernardo Lewgoy é filosofo e antropólogo. Atualmente, é professor na UFRGS. Concedeu entrevista à edição 169 da IHU On-Line.
[6] José Jorge de Carvalho é graduado em Composição e Regência pela Universidade de Brasília. É mestre e doutor em Antropologia Social pela The Queen's University Of Belfast. Recebeu o título de pós-doutor pela University of Florida.
[7] Roger Bastide foi um sociólogo francês. Em 1938 integrou a missão de professores europeus à recém-criada Universidade de São Paulo, para ocupar a cátedra de sociologia. No Brasil, estudou durante muitos anos as religiões afro-brasileiras, tornando-se um iniciado no candomblé da Bahia. Morreu em 1974.
[8] Luiz Eduardo Soares é antropólogo e cientista político. Atualmente, coordena o curso de especialização em Segurança Pública pela Universidade Estácio de Sá e é idealizador das propostas para segurança pública candidata à presidência Marina Silva. Concedeu à IHU On-Line, em 16-07-2008, a entrevista 'Com a polícia que temos a sociedade não está segura'.
[9] Leandro Piquet Carneiro é graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. É especialista em Métodos Quantitativos de Pesquisa Social e Política pela University Of Michigan. É mestre e doutor em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro. Pela Universidade de São Paulo recebeu o título de pós-doutor. Atualmente, é membro do Grupo de Análise da Conjuntura Internacional e professor da USP.
[10] Sandra Stoll é graduada em História pela Universidade de São Paulo. Fez mestrado em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas e doutorado, na mesma área, pela USP, onde recebeu o título de pós-doutora. Atualmente, é professora na Universidade Federal do Paraná.
[11] Francisco Cândido Xavier notabilizou-se como médium e divulgador do espiritismo no Brasil.
[12] Yvonne Maggie é graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. É mestre e doutorada em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde atualmente é professora.
[13] Emerson Giumbelli é graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Santa Catarina. É mestre e doutor em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente, é professor na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
[14] Edir Macedo Bezerra é empresário e religioso, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) e proprietário da Rede Record de Televisão.
[15] Jonas Abib é um sacerdote católico brasileiro. Sua vida também é marcada pela música. Em 1978, Jonas Abib, junto com um pequeno grupo de jovens, fundou a comunidade Canção Nova, que tem a missão de espalhar a doutrina católica pelos meios de comunicação social.
* Instituto Humanitas Unisinos
Colaboração de Ana Cláudia:
O caso da Receita, por Janine Ribeiro
Enviado por luisnassif, qua, 08/09/2010 - 10:56
Por Renato Janine Ribeiro
Como meu texto excedeu o tamanho solicitado pela Folha, acredito que seria bom incluir aqui o texto inteiro:
Sem exageros.
"Cortem-lhe a cabeça! disse a rainha. Mas sem processo? perguntou Alice. Primeiro a condenação e depois o processo, explicou a rainha. No meu país é o contrário, retrucou Alice, primeiro o processo e depois a sentença. Aqui não, concluiu a rainha."
Lembro essa cena de Alice no país das maravilhas, quando leio o inflacionado debate sobre algo que é erradíssimo - a violação do sigilo de cinco nomes do PSDB, de centenas de outras pessoas na agencia Mauá da Receita e de centenas de milhares de declarações de renda vendidas na 25 de março, inclusive, talvez, a minha e a de vocês. Mas a exploração política do caso é exagerada. O senhor que retirou a declaração de Veronica Serra não é respeitado nem pelos jornalistas, que dizem que ele teria pedido dinheiro e que eles não teriam pago. Nada nele demonstra estilo petista, embora tenha aderido ao PT logo após a vitória de Lula - uma adesão que, pelo visto, não levou a nada. Mas os jornalistas creem numa única afirmação dele: de que o episódio visaria a prejudicar Serra. Por que essa seleção do que merece e não merece crédito em suas palavras? ainda mais levando em conta que, se alguém pode ser prejudicado pela história, é Dilma.
Na verdade, afora o fato de que nossas declarações de renda são vendidas na rua há anos e está na hora de parar com isso ou de pararmos de preenchê-las, o que me preocupa de imediato são duas coisas. A primeira é que a imprensa abriu mão de cobrir, a sério, as eleições. O Paraná vive um pleito complexo, com irmãos em lados opostos, com inimigos históricos que se tornam aliados e os jornais apenas repetem essa descrição, sem explicar como uma sociedade rica tem uma política pobre. Esse é um exemplo entre muitos. A cobertura eleitoral hoje é função dos quatro institutos de pesquisa, dos escândalos que surjam e, bem pouco, do trabalho de repórter. Isso augura mal para o futuro de uma profissão que um dia quis exercer.
O outro ponto é que, sem provas de ligação entre o detestável delito de violação de declarações e a candidatura Dilma, o candidato que está atrás nas pesquisas quer anular na Justiça os votos dela. Se isso for jogo de cena para levar a um segundo turno, não é bonito, mas vá lá. Mas, se for uma tentativa de anular, fechadas as urnas, 60% dos votos válidos e dar posse a um presidente votado por 25% dos eleitores, será um golpe fatal na democracia brasileira. Melhor seria a oposição e a imprensa que a apoia aceitarem que nas eleições se perde e se ganha, que elas não são uma guerra em que se mata o inimigo mas uma competição em que o povo escolhe o preferido para cada cargo. E o povo não merece que se destrua a democracia, que a discussão politica se reduza a uma crônica policial ou que os vários lados fiquem de birra um com o outro - como muito bem tem dito a candidata Marina Silva. Teremos, todos nós, que construir este país, pelo resto de nossas vidas. Melhor evitar paixões e atos que tornem, depois, difícil a colaboração, pelo menos entre quem gosta do Brasil.
Faustino Teixeira - O Brasil foi sempre reconhecido como o país do sincretismo religioso, pela rica capacidade de ressemantização das identidades religiosas, mediante processos de relações e aprendizados com os diferentes. Nas últimas décadas temos verificado, com preocupação, expressões crescentes de exclusivismo religioso, com toques de "beligerância iconoclasta". Em 1995 teve o triste episódio, conhecido como "chute na santa". Mais recentemente atearam fogo na imagem de Santo Expedito, no interior de São Paulo (Ourinhos).
Exercícios de intolerância religiosa ocorrem em templos neopentecostais e mesmo em circuitos da renovação carismática católica. No livro do bispo Macedo [14], Orixás, caboclos e guias, com inúmeras edições, busca-se identificar o empoderamento do demônio com a participação direta ou indireta nos centros espíritas ou com os trabalhos realizados pelas tradições religiosas afro-brasileiras. Não muito distante, temos também a linguagem etnocêntrica e excludente do padre Jonas Abib [15], da Canção Nova, em seu livro Sim, sim! Não, não!, com mais de 400 mil exemplares vendidos, e que provocou intensa reação na Bahia. Sobretudo, algumas igrejas pentecostais que se firmam a partir década de 1970, dando ênfase ao tema da libertação e do exorcismo, os adversários simbólicos são bem definidos: sobretudo as religiões afro-brasileiras, e de forma mais ampla, as crenças que compõem o repertório católico-afro-kardecista, povoado por santos, energias, espíritos, promessas, trabalhos, feitiços etc.
Na já mencionada pesquisa realizada pelo ISER em 1994, sobre os evangélicos no Grande Rio, verificou-se que eles "se percebem como militantes de um grande confronto espiritual. 89% acreditam na existência de religiões demoníacas". Nas respostas dos evangélicos entrevistados, 95% atribuem este caráter à umbanda e ao candomblé; 83% ao espiritismo kardecista; 52% ao ateísmo e 30% ao catolicismo. A demonização é palavra corrente nos livros doutrinais, nos cultos e rituais desses núcleos neopentecostais e, em especial, da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD). Mas curiosamente, como mostrou Ronaldo de Almeida, em trabalho sobre a guerra das possessões, a IURD acaba elaborando uma "antropofagia da fé inimiga". Por mecanismos singulares de "fagocitose religiosa", ela acaba assimilando traços essenciais das crenças que são combatidas.
Notas:
[1] Ronaldo de Almeida é graduado em Ciências Sociais e mestre em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas. Na Universidade de São Paulo, ele realizou doutorado em Ciências Sociais, com ênfase em antropologia social. É pós-doutor pela École des Hautes Études en Sciences Sociales e, atualmente, é professor da Unicamp. Concedeu a entrevista "Quem são os demônios da Igreja Universal?" à IHU On-Line em 21-11-2009.
[2] Carlos Brandão é graduado em Psicologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. É mestre em Antropologia pela Universidade de Brasília e doutor em Ciências Sociais pela Universidade de São Paulo. Atualmente, é professor na Universidade Estadual de Montes Claros, na PUC-SP, na Universidade Federal de Uberlândia e na Unicamp.
[3] Pierre Sanchis, cientista da religião e professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais.
[4] Riobaldo Tartarana é uma criação de Guimarães Rosa, em Grande Sertão Veredas. No desenrolar dos acontecimentos, apaixona-se por Diadorim. O grande problema é que há um segredo oculto, tanto a Riobaldo quanto ao leitor. Diadorim, embora sendo um dos companheiros do bando de cangaceiros dele, é uma mulher disfarçada de homem.
[5] Bernardo Lewgoy é filosofo e antropólogo. Atualmente, é professor na UFRGS. Concedeu entrevista à edição 169 da IHU On-Line.
[6] José Jorge de Carvalho é graduado em Composição e Regência pela Universidade de Brasília. É mestre e doutor em Antropologia Social pela The Queen's University Of Belfast. Recebeu o título de pós-doutor pela University of Florida.
[7] Roger Bastide foi um sociólogo francês. Em 1938 integrou a missão de professores europeus à recém-criada Universidade de São Paulo, para ocupar a cátedra de sociologia. No Brasil, estudou durante muitos anos as religiões afro-brasileiras, tornando-se um iniciado no candomblé da Bahia. Morreu em 1974.
[8] Luiz Eduardo Soares é antropólogo e cientista político. Atualmente, coordena o curso de especialização em Segurança Pública pela Universidade Estácio de Sá e é idealizador das propostas para segurança pública candidata à presidência Marina Silva. Concedeu à IHU On-Line, em 16-07-2008, a entrevista 'Com a polícia que temos a sociedade não está segura'.
[9] Leandro Piquet Carneiro é graduado em Ciências Econômicas pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. É especialista em Métodos Quantitativos de Pesquisa Social e Política pela University Of Michigan. É mestre e doutor em Ciência Política pelo Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro. Pela Universidade de São Paulo recebeu o título de pós-doutor. Atualmente, é membro do Grupo de Análise da Conjuntura Internacional e professor da USP.
[10] Sandra Stoll é graduada em História pela Universidade de São Paulo. Fez mestrado em Antropologia Social pela Universidade Estadual de Campinas e doutorado, na mesma área, pela USP, onde recebeu o título de pós-doutora. Atualmente, é professora na Universidade Federal do Paraná.
[11] Francisco Cândido Xavier notabilizou-se como médium e divulgador do espiritismo no Brasil.
[12] Yvonne Maggie é graduada em Ciências Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. É mestre e doutorada em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, onde atualmente é professora.
[13] Emerson Giumbelli é graduado em Ciências Sociais pela Universidade Federal de Santa Catarina. É mestre e doutor em Antropologia Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Atualmente, é professor na Universidade Federal do Rio Grande do Sul.
[14] Edir Macedo Bezerra é empresário e religioso, fundador da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) e proprietário da Rede Record de Televisão.
[15] Jonas Abib é um sacerdote católico brasileiro. Sua vida também é marcada pela música. Em 1978, Jonas Abib, junto com um pequeno grupo de jovens, fundou a comunidade Canção Nova, que tem a missão de espalhar a doutrina católica pelos meios de comunicação social.
* Instituto Humanitas Unisinos
Colaboração de Ana Cláudia:
O caso da Receita, por Janine Ribeiro
Enviado por luisnassif, qua, 08/09/2010 - 10:56
Por Renato Janine Ribeiro
Como meu texto excedeu o tamanho solicitado pela Folha, acredito que seria bom incluir aqui o texto inteiro:
Sem exageros.
"Cortem-lhe a cabeça! disse a rainha. Mas sem processo? perguntou Alice. Primeiro a condenação e depois o processo, explicou a rainha. No meu país é o contrário, retrucou Alice, primeiro o processo e depois a sentença. Aqui não, concluiu a rainha."
Lembro essa cena de Alice no país das maravilhas, quando leio o inflacionado debate sobre algo que é erradíssimo - a violação do sigilo de cinco nomes do PSDB, de centenas de outras pessoas na agencia Mauá da Receita e de centenas de milhares de declarações de renda vendidas na 25 de março, inclusive, talvez, a minha e a de vocês. Mas a exploração política do caso é exagerada. O senhor que retirou a declaração de Veronica Serra não é respeitado nem pelos jornalistas, que dizem que ele teria pedido dinheiro e que eles não teriam pago. Nada nele demonstra estilo petista, embora tenha aderido ao PT logo após a vitória de Lula - uma adesão que, pelo visto, não levou a nada. Mas os jornalistas creem numa única afirmação dele: de que o episódio visaria a prejudicar Serra. Por que essa seleção do que merece e não merece crédito em suas palavras? ainda mais levando em conta que, se alguém pode ser prejudicado pela história, é Dilma.
Na verdade, afora o fato de que nossas declarações de renda são vendidas na rua há anos e está na hora de parar com isso ou de pararmos de preenchê-las, o que me preocupa de imediato são duas coisas. A primeira é que a imprensa abriu mão de cobrir, a sério, as eleições. O Paraná vive um pleito complexo, com irmãos em lados opostos, com inimigos históricos que se tornam aliados e os jornais apenas repetem essa descrição, sem explicar como uma sociedade rica tem uma política pobre. Esse é um exemplo entre muitos. A cobertura eleitoral hoje é função dos quatro institutos de pesquisa, dos escândalos que surjam e, bem pouco, do trabalho de repórter. Isso augura mal para o futuro de uma profissão que um dia quis exercer.
O outro ponto é que, sem provas de ligação entre o detestável delito de violação de declarações e a candidatura Dilma, o candidato que está atrás nas pesquisas quer anular na Justiça os votos dela. Se isso for jogo de cena para levar a um segundo turno, não é bonito, mas vá lá. Mas, se for uma tentativa de anular, fechadas as urnas, 60% dos votos válidos e dar posse a um presidente votado por 25% dos eleitores, será um golpe fatal na democracia brasileira. Melhor seria a oposição e a imprensa que a apoia aceitarem que nas eleições se perde e se ganha, que elas não são uma guerra em que se mata o inimigo mas uma competição em que o povo escolhe o preferido para cada cargo. E o povo não merece que se destrua a democracia, que a discussão politica se reduza a uma crônica policial ou que os vários lados fiquem de birra um com o outro - como muito bem tem dito a candidata Marina Silva. Teremos, todos nós, que construir este país, pelo resto de nossas vidas. Melhor evitar paixões e atos que tornem, depois, difícil a colaboração, pelo menos entre quem gosta do Brasil.
Carta Capital: filha de Serra expôs sigilo de 60 milhões de brasileiros
A revista CartaCapital que está nas bancas nesta semana traz reportagem de Leandro Fortes que coloca em apuros o tucano José Serra. Segundo a reportagem, baseada em documentos oficiais, por 15 dias no ano de 2001, no governo FHC/Serra a empresa Decidir.com abriu o sigilo bancário de 60 milhões de brasileiros. A Decidir.com é o resultado da sociedade, em Miami, da filha de Serra, Verônica Serra, com a irmã de Daniel Dantas. Por cerca de 20 dias, os dados de quase 60 milhões de correntistas brasileiros ficaram expostos à visitação pública na internet, no que é, provavelmente uma das maiores quebras de sigilo bancário da história do País. Verônica Serra é hoje a principal estrela da campanha política do pai, José Serra, justamente por ser vítima de uma ainda mal explicada quebra de sigilo fiscal.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16954&boletim_id=757&componente_id=12589
A revista CartaCapital que está nas bancas nesta semana traz reportagem de Leandro Fortes que coloca em apuros o tucano José Serra. Segundo a reportagem, baseada em documentos oficiais, por 15 dias no ano de 2001, no governo FHC/Serra a empresa Decidir.com abriu o sigilo bancário de 60 milhões de brasileiros. A Decidir.com é o resultado da sociedade, em Miami, da filha de Serra, Verônica Serra, com a irmã de Daniel Dantas. Por cerca de 20 dias, os dados de quase 60 milhões de correntistas brasileiros ficaram expostos à visitação pública na internet, no que é, provavelmente uma das maiores quebras de sigilo bancário da história do País. Verônica Serra é hoje a principal estrela da campanha política do pai, José Serra, justamente por ser vítima de uma ainda mal explicada quebra de sigilo fiscal.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16954&boletim_id=757&componente_id=12589
Setembro se chama Allende
O Chile vive nestes dias três datas especiais e dois dramas profundamente entrelaçados. Este mês comemora-se o 40° aniversário da histórica vitória de Salvador Allende e da Unidade Popular nas eleições presidenciais. Naquele 4 de setembro de 1970, o povo chileno abriu as portas da história e empreendeu um profundo processo de transformações econômicas, sociais, culturais e políticas. A “via chilena para o socialismo” só foi derrotada pelo golpe de Estado de 11 de setembro de 1973 - que este ano completa 37 anos – protagonizado pelas Forças Armadas, mas estimulado pela direita, pela Democracia Cristã, pela burguesia e por Washington. O artigo é de Mario Amorós.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=16951&boletim_id=757&componente_id=12590
O Reitor da Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM), no uso de suas atribuições e considerando a Portaria MP nº 124 publicada no DOU de 16/03/2010, a Portaria MEC nº 324 publicada no DOU de 22/03/2010, a Portaria MEC nº 343 publicada no DOU de 26/03/2010 e o disposto no Decreto 6.944, publicado no DOU de 21/08/2009, torna publica a abertura das inscrições para Concurso Público, regido pelo presente Edital, destinado ao provimento de cargos da carreira técnica-administrativa dessa Universidade, conforme consta no Anexo I, de acordo com as Leis nº 8.112, de 11/12/1990, nº 11.091 de 12/01/2005 e nº 11.233, de 22/12/2005, e demais regulamentações pertinentes.
Inscrições à partir do dia 20/09/2010
1. Antes de efetuar a inscrição, o candidato deverá ler atentamente o edital do concurso e certificar-se de que preenche todos os requisitos exigidos para a investidura no cargo para o qual pretende concorrer.
2. O candidato só poderá concorrer a um único cargo, conforme quadro de vagas previstas no item 1.1 do Edital 148/2010.
3. Após a realização da inscrição não será aceita em hipótese alguma alteração de CARGO para o qual o candidato se inscreveu.
4. Em nenhuma hipótese haverá devolução da quantia paga a título de inscrição, salvo em caso de cancelamento do concurso por conveniência da UFVJM.
5. Para efetuar o pagamento da inscrição, é necessária a impressão de GRU, a ser pago até a data do vencimento, estabelecida no mesmo, preferencialmente nas agências do Banco do Brasil S/A. Caso você não disponha de uma impressora no momento da inscrição, poderá imprimir o boleto posteriormente.
6. O Comprovante Definitivo de Inscrição – CDI não será enviado pelo correio. Para imprimi-lo, o candidato, utilizando o número do seu CPF, deverá acessar o site www.ufvjm.edu.br
e/ou www.fundaepe.org.br
a partir do dia 29 de outubro de 2010.
7. Os dados fornecidos no preenchimento do formulário de inscrição são de inteira responsabilidade do candidato.
8. Caso haja divergência de dados, entrar em contato, imediatamente, pelo telefone (38) 3531-3965 (38) 3531-3965
No Cafe Historia:
7. Os dados fornecidos no preenchimento do formulário de inscrição são de inteira responsabilidade do candidato.
8. Caso haja divergência de dados, entrar em contato, imediatamente, pelo telefone (38) 3531-3965 (38) 3531-3965
No Cafe Historia:
MISCELÂNEA
Um banco de artigos científicos para chamar de seu
Bancos de artigos científicos na internet são cada vez mais usados por estudantes e pesquisadores na elaboração do conhecimento. Confira os melhores serviços segundo o Café História
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BLOG DO PARTICIPANTE
O voto é um direito ou dever?
Leia e comente: http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/blog-do-emir-1
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Nem policial, nem bandido. "5 X Favela, agora por nós mesmos" está nos cinemas brasileiros e mostra a favela do ponto de vista dos moradores.
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