quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Numero 310




QUEM FINANCIA BAIXARIA É CONTRA A CIDADANIA!!!



Começo o Boletim de hoje com esta “palavra de ordem”. Com certeza os leitores já devem ter adivinhado do que se trata. Ao ler o terceiro artigo da primeira parte verão as minhas razões para usa-la hoje e repeti-la por alguns números .
As enchentes e os métodos educacionais também estão presentes na primeira parte. E há vários links interessantes em seguida.
Bom proveito!



1. ARTIGOS COMPLETOS

Enchente e discriminação social
Antonio de Paiva Moura
Nos períodos de enchentes atípicas em Minas Gerais, como as que ocorreram em 1997, 2007 e 2012, vêm à tona as indagações de quem é a responsabilidade pelas perdas de vidas humanas, desgastes das benfeitorias púbicas, como estradas, pontes e açudes; danos e destruições de propriedades produtivas e residências. Na estiagem, no mundo todo, os incêndios também causam enormes prejuízos e mortes.
Embora os poderes públicos venham tomando precaução no sentido de evitar e diminuir o número de vítimas, o que se vê é um aumento progressivo do volume de água e a diminuição do número de vítimas fatais.
A mídia divulga e sensibiliza a população, não com a quantidade, mas com o nível social ou qualidade das vítimas. Segundo João Paulo (2012) a imprensa tem um papel na construção desse imaginário disforme. Para o referido cronista o jornalismo criou um padrão que repercute de forma perversa a distribuição de classe na sociedade. Há uma contabilidade que faz com que os dramas da classe média sejam considerados mais trágicos que dos que habitam a faixa inferior da tabela de consumo. A casa de um milionário, conceitualmente, vale mais que cem barracos à beira de um rio. Os danos no edifico do bairro Buritis foram superestimados pela mídia porque os apartamentos pertenciam a famílias de classe média, com considerável nível de consumo.
As inundações e destruições ocorridas na sede do distrito de São José do Paraopeba, município de Brumadinho e na sede do distrito de Santo Antonio da Vargem Alegre, no município de Bonfim, não foram noticiados em nenhum veículo de comunicação da capital mineira. São José do Paraopeba fica no alto de uma colina e jamais tinha sido alcançado pelo Rio Paraopeba. A vila sede do distrito de Vargem Alegre é cortada ao meio pela calha do Rio Macaúbas, afluente esquerdo do Rio Paraopeba. Em Vargem Alegre a situação foi muito grave porque os habitantes da vila ficaram isolados por seis dias. (de 2 a 7 de janeiro) Houve inundação de três casas comerciais com perda de mercadorias. Muitas criações foram mortas e muitas famílias ficaram desabrigadas. No dia 2 de janeiro, por causa do transbordamento do ribeirão Águas Claras, na cidade de Bonfim, um helicóptero do Corpo de Bombeiros de Belo Horizonte prestou socorro aos desabrigados, mas sendo comunicado da gravidade do problema de Vargem Alegre, a 8 km daquela cidade, negou-se a ir até lá. O Corpo de Bombeiros de Belo Horizonte, em diversos momentos foi comunicado por telefone e por e-mail e não prestou socorro aos desabrigados. A Prefeitura Municipal de Bonfim não tomou conhecimento e nem decretou estado de calamidade pública em Vargem Alegre. Emissoras de rádio, televisão e jornais de Belo Horizonte foram informados da gravidade da enchente em Santo Antonio da Vargem Alegre.
A discriminação e o preconceito contra as populações rurais vêm de longe e prevalecem até hoje com a mesma gravidade. As populações dos povoados e vilas sedes dos distritos estão ligadas ao setor primário da economia, como a agricultura, a pecuária e as extrações minerais e vegetais. Emprega mão-de-obra pouco qualificada e de baixa remuneração. Prevalece o tipo de diarista autônomo e membros das famílias proprietárias. Os habitantes das cidades, sedes dos municípios estão ligados ao setor terciário da economia, como comércio, banco, ensino, saúde, justiça, turismo e serviço público. Além de alta remuneração é bem definida a seguridade social. No dizer de Bourdieu, os citadinos são detentores de alto e estável capital social, que lhes confere maior status social e maior poder político. (CETTON, 2012) Com isso, o citadino tem um gosto estético diferente do camponês. Decorre daí que o citadino é mais consumidor de produtos industrializados e da indústria cultural que o camponês.
Como a mídia está a serviço do mercado, ela tem maior afinidade como o citadino. A mídia, como os sátrapas no Antigo Egito, são os olhos e os ouvidos dos governantes. Se a imprensa não noticia um fato é como se ele não existisse.
Belo Horizonte, 9 de janeiro de 2012


Referências:
CETTON, Maria das Graças. Gosto se discute. CULT, São Paulo, n. (edição especial n.4) jan. 2012.
PAULO, João. O que a chuva tem a ver com a política. Estado de Minas (pensar). Belo Horizonte, 7 jan. 2012.




Colaboração de Guilherme Souto.
Enviado por luisnassif, ter, 17/01/2012 - 11:00
Por Erick M
Do Correio de Uberlândia
Métodos de educação provocam dúvidas entre educadores
Marcelo Calfat Repórter

As técnicas e os métodos aplicados na alfabetização infantil no país geram polêmica e debates entre educadores e especialistas. Uns defendem o uso do método fônico, baseado no aprendizado da associação entre fonemas e grafemas (sons e letras) por meio de textos produzidos especificamente para a alfabetização. A formação é feita em sílabas, palavras e depois frases. Já outros defendem a aplicação do construtivismo, que não prioriza essa associação e trabalha com textos e situações que já fazem parte do universo infantil, usando a experiência que a criança tem para ajudar no aprendizado. É uma prática mais livre.

Um levantamento da Academia Brasileira de Ciências, com base em 75 estudos internacionais, aponta que o método fônico é o menos usado no Brasil, mas mais eficiente na alfabetização infantil. Em Uberlândia, escolas se dividem na aplicação das técnicas. As mais conservadoras aplicam o método fônico, enquanto as que afirmam buscar um ensinamento mais moderno e contextualizado usam a teoria construtivista. De acordo com Maria Irene Miranda, psicopedagoga e doutora em Psicologia da Educação, a metodologia da instituição não pode ser considerada certa ou errada. “O melhor método é o que o professor domina. Porque assim ele inova, cria e não fica preso só no material didático”, afirmou.

Elaine Cristina Resende, coordenadora de uma escola que usa o método fônico, acredita que aprender o som antes das palavras e das frases auxilia a criança na fase de sistematização. “A criança aprende o som da letra e por meio disso constrói as palavras. Quando a criança vai escrever ‘dedo’, ela pode escrever ‘de’ e depois ‘do’. Temos uma rotina para cada som apresentado”, disse.

Ichitaro Watanabe, coordenador de uma escola, prefere usar técnicas da teoria construtivista. “Nós valorizamos o conhecimento prévio e o contexto social da criança, o ambiente em que ela vive. A partir disso, ela passa a construir significados. E não de forma isolada”, afirmou.

Método de ensino pesa na escolha

O método usado no ensino infantil é um dos principais fatores analisados pelos pais na hora de escolher a escola que os filhos vão estudar. A bióloga Roberta Fusconi, mãe de Yara, 6 anos, preferiu uma instituição que aplica a teoria construtivista. “Escolhi porque no meu entendimento o construtivismo ouve a criança, não é uma educação pré-moldada. Existe uma técnica de educação que permite que as crianças se expressem e tragam isso para a sala de aula”, disse.
Segundo ela, a filha aprendeu melhor dessa forma.

Já a empresária Verônica Jongbloets optou por colocar os filhos Rafael, 10, e Lucca, 7, em uma escola que utiliza o método fônico. “Eles até chegaram a estudar em escola construtivista. Mas penso que a liberdade é muito grande. Por isso, preferi uma escola mais tradicional. Eu fui alfabetizada no método fônico e considero o melhor. A criança aprende mais, lê e escreve melhor. A fixação do conhecimento é maior”, disse.

Entenda os métodos:

MÉTODO FÔNICO
Baseia-se no aprendizado da associação entre sons e letras
Usa material exclusivo para o aprendizado
A criança aprende os sons, para depois formar sílabas, palavras e frases
Fácil fixação dos sons e aplicação em frases

Desvantagens
Fica preso no material didático
A criança demora mais para aprender o contexto, pois o ensinamento é segmentado


TEORIA CONSTRUTIVISTA
Usa a experiência da criança para o aprendizado
O erro é usado para o aprendizado. Por exemplo, se a criança escreve “bola” da forma “oa”, o professor entende o erro como algo lógico e o usa no ensinamento
Trabalha com textos e situações que já fazem parte do universo infantil
Prática mais livre




Desvantagens
O ensino faz parte de um contexto e não tem lógica própria
Não usa material didático exclusivo para o aprendizado fonético


A charge é uma colaboração de Laura Oliveira








Pensei que jamais teria de escrever aqui neste boletim a respeito do famigerado programa que a Globo apresenta a cada semestre, o BBB. Mas a repercussão do que aconteceu na primeira “festa”, onde os “heróis do Bial” se embebedam como porcos e partem para debaixo dos edredons para fazer tudo o que a imaginação permite, me fez pensar em publicar algo. Encontrei, graças ao blog da Maria Fro (HTTP://mariafro.com) o artigo de Fernando Brito que não é apenas um protesto moralista como muitos que surgiram. Leiam e opinem. Se quiserem ir ao site da Maria Fro, esta matéria se faz acompanhar de um vídeo. Corrigindo... o vídeo não está mais disponível, a Rede Globo alegou ter direitos autorais sobre ele... que coisa!
Este é também o motivo da palavra de ordem colocada no início deste número. É uma campanha que está correndo a internet. Não vamos apoiar os patrocinadores dessas baixarias. Colabore você também!

A Constituição é letra morta?
Por Fernando Brito: Tijolaço
17/01/2011
Ninguém tem nada a ver com o que fazem pessoas maiores fazem em sua intimidade, de forma consentida, se isso não envolve violência.

Ninguém tem nada a ver com o direito de pessoas expressarem opinião ou criação artística, independente de se considerar de bom ou mau gosto.

Outra coisa, bem diferente, é utilizar-se de concessões do poder público, como são os canais de televisão, sobretudo os abertos, para promover, induzir e explorar, com objetivo de lucro, atentados à dignidade da pessoa humana.


Não cabe qualquer discussão de natureza moral sobre a índole e o comportamento dos participantes. Isso deve ser tratado na esfera penal e queira Deus que, 30 anos depois, já se tenha superado a visão que vimos, os mais velhos, acontecer em casos como o de Raul “Doca” Street, onde o comportamento da vítima e não o ato criminoso ocupava o centro das discussões.

O que está em jogo, aqui, é o uso de um meio público de difusão, cujo uso é regido pela Constituição:
Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão atenderão aos seguintes princípios:
I – preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;(…)
IV – respeito aos valores éticos e sociais da pessoa e da família.

O que dois jovens, embriagados, possam ou não ter feito no “BBB” é infinitamente menos graves do que o fato de por razões empresariais, pessoas sóbrias e responsáveis pela administração de uma concessão pública fazem ali.
Não adianta dizer que um participante foi expulso por transgredir o regulamento do programa. Pois se o programa consiste em explorar a curiosidade pública sobre comportamentos-limite, então a transgressão destes limites é um risco assumido deliberadamente.


Assumido em razão de lucro pecuniário: só as cotas de patrocínio rendem à Globo mais de R$ 100 milhões. Com a exploração dos intervalos comerciais, pay-per-view, merchandising, este valor certamente se multiplica algumas vezes.
Será que um concessionário de linhas de ônibus teria o direito de criar “atrações” deste tipo aos passageiros, para lucrar?

Independente da responsabilização daquele rapaz, que depende de prova, há algo evidente: a emissora assumiu o risco, ao promover a embriaguez, a exploração da sexualidade, o oferecimento de “quartos” para manifestação desta sexualidade, a atitude consciente de vulnerar seus participantes a atos não consentidos. É irrelevante a ausência de reação da jovem, ainda que não por embriaguez. Se a emissora provocou, por todos os meios e circunstâncias, a possibilidade de sexo não consentido, é dela a responsabilidade pelo que se passou, porque não adiante dizer que aquilo deveria parar “no limite da responsabilidade”.

Todos os que estão envolvidos, por farta remuneração, neste episódio – a começar pelo abjeto biógrafo de Roberto Marinho, que empresta o nome do jornalismo à mais vil exploração do ser humano – não podem fugir de suas responsabilidades.

Não basta que, num gesto de cinismo hipócrita, o sr. Pedro Bial venha dizer que o participante está eliminado por “infringir as regras do programa”. Se houve um delito, não é a Globo o tribunal que o julga. Não é uma transgressão contratual, é penal.

Que, além da responsabilização de seu autor, clama pela responsabilização de quem, deliberadamente, produziu todas as circunstâncias e meios para isso.
E que não venham a D. Judith Brito e a Abert falar em censura ou ataques à liberdade de expressão.

E depois não se reclame de que as demais emissoras façam o mesmo.

O cumprimento da Constituição é dever de todos os cidadãos e muito maior é o dever do Estado em zelar para que naquilo que é área pública concedida isso seja observado.

Do contrário, revoguemos a Constituição, as leis, a ideia de direito da mulher sobre seu corpo, das pessoas em geral quanto à sua intimidade e o conceito social de liberdade.

A Globo sentiu que está numa “fria” e vai fazer o que puder para reduzir o caso a um problema individual do rapaz e da moça envolvidos. Nem toca no assunto.
Tudo o que ela montou, induziu, provocou para lucrar não tem nada a ver com o episódio. Não é a custa de carícias íntimas, exposição física, exploração da sensualidade e favorecimento ao sexo público que ela ganha montanhas de dinheiro.

Como diz o “ministro” Pedro Bial ao emitir a “sentença” global ( veja o vídeo) : o espetáculo tem que continuar. E é o que acontecerá se nossas instituições se acovardarem diante das responsabilidades de quem promove o espetáculo.
Atirar só Daniel aos leões será o máximo da covardia para a inteligência e a justiça nestes país..



2. VALE A PENA LER



El Pacto: Série argentina mostra como principais órgãos de comunicação do país usaram a ditadura para ficar com a Papel Prensa
Leia aqui: http://blogdomello.blogspot.com/2012/01/el-pacto-serie-argentina-mostra-como.html

Leia no WWW.outraspalavras.net
A possível batalha pelo Estreito de Ormuz
Uma das guerras que ameaça planeta poderia opor EUA e Irã, na passagem onde circula metade do comércio global de petróleo. Por Mahdi Darius Nazemroaya

Contra o Irã e os Direitos Humanos
Não há provas, mas cientista iraniano assassinado é vítima quase-certa de Israel. Possível cumplicidade anglo-americana acirra tensões em região crítica. Por Saeed Kamali Dehghan


Referendo sobre independência da Escócia pode gerar crise institucional no Reino Unido
Em um país que não tem constituição escrita, o enfrentamento político e o choque de legitimidades – a democrática, do povo escocês, e a da lei de autonomia, de 1998, aprovada pela Câmara dos Comuns – estão lançando o Reino Unido na direção de uma crise imprevisível. O governo britânico autorizou um referendo sobre a independência da Escócia, com algumas condições que não são aceitas pelos nacionalistas escoceses. O artigo é de Marcelo Justo.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19363&boletim_id=1103&componente_id=17505


O rebaixamento da França e do governo Sarkozy
Em novembro passado, um conselheiro do presidente francês disse ao Le Monde: “se Nicolas Sarkozy perder a nota Triplo A está morto”. Pois aconteceu. A agência de classificação de risco Standard & Poor’s retirou da França a prestigiada nota de triplo A. O fato representa um duro golpe para um dirigente cujo mandato aplicou à letra a receita liberal. As pesquisas dão hoje ao candidato socialista François Hollande uma folgada vantagem frente a Sarkozy. Até aqui, porém, Hollande não sinalizou nehuma ruptura com o atual modelo. O artigo é de Eduardo Febbro.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19392&boletim_id=1106&componente_id=17563



3. INFORMAÇÕES


Encaminho-lhes um endereço bem interessante. Trata-se de uma iniciativa que aborda temas dos diversos países latinos americanos




Acesse pelo endereço ao lado: http://www.patrialatina.com.br/index.php



4. CAFÉ HISTORIA

MISCELÂNEA CAFÉ HISTÓRIA

MUSEU DA IMIGRAÇÃO

Museu da Imigração de São Paulo disponibiliza um dos mais ricos acervos históricos online do país, com milhares de imagens e documentos disponíveis para consulta e download

Leia: http://cafehistoria.ning.com (Página Principal)

CAFÉ EXPRESSO NOTÍCIAS

DITADURA MILITAR

Família de desaparecido político doa documentos ao Arquivo Nacional

Leia: http://cafehistoria.ning.com (Página Principal)

CINE HISTÓRIA

DRAMA JUVENIL FRANCÊS

Adeus, Primeiro Amor

Leia: http://cafehistoria.ning.com (Página Principal)

MURAL DO HISTORIADOR

EBOOKS GRATUITOS E EDITAL

Livraria da PUCRS disponibiliza vários livros gratuitos para download

Edital de parceria com Holanda é uma oportunidade para quem quer estudar no exterior

Leia: http://cafehistoria.ning.com (Página Principal)

CONTEÚDO EM DESTAQUE

GUERRA

Grupo de Estudos sobre Primeira Guerra Mundial

Confira: http://cafehistoria.ning.com/group/primeiraguerramundial


VÍDEOS EM DESTAQUE

RIO DE JANEIRO

Rio The Magnificent 1932

Assista: http://cafehistoria.ning.com/video/rio-the-magnificent-1932-1

Carnaval no Rio de Janeiro (1955 - Em cores!)

Assista: http://cafehistoria.ning.com/video/carnival-in-rio-1955

FÓRUNS EM DESTAQUE

INTERDISCIPLINARIDADE

História e Fotografia

Confira: http://cafehistoria.ning.com/forum/topics/hist-ria-e-fotografia

Visite Cafe Historia em: http://cafehistoria.ning.com/?xg_source=msg_mes_network

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