terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Numero 305






Estou antecipando em um dia a publicação do Boletim porque amanhã desde muito cedo estarei no Hospital Felicio Rocho para mover uma ação de despejo contra uma ousada pedra que ousou se alojar em minha vesícula e está, pelo visto, querendo requerer o direito ao usucapião.
Tenho de chamar a atenção para um artigo e um link presentes neste número: eles tratam do livro tão falado e finalmente publicado, “A privataria tucana”. Se nós, blogueiros, não falarmos sobre ele... a grande imprensa não vai falar! Portanto, leia e compre o livro também.
Um abraço!




1. ARTIGOS COMPLETOS

Obama e a nova guerra fria

Texto de José de Souza Castro
Enquanto discutimos se Dilma Rousseff demite ou não o ministro Fernando Pimentel, coisas mais graves surgem neste momento no mundo. Estamos caminhando para uma nova guerra fria, agora entre Estados Unidos e China, e rumo ao desastre ambiental irreversível, impulsionado pela exploração do pré-sal no Brasil e de novas regiões petrolíferas no Canadá.
Dei-me conta disso ao ler hoje um artigo de Michael T. Klare, professor de estudos sobre paz e segurança mundial no Hamphire College, de Massachusetts, disponível AQUI.
(http://www.sinpermiso.info/textos/index.php?id=4619)
O maior perigo de um desastre, porém, está na disposição manifestada pelo presidente Obama, num discurso feito dia 17 de novembro passado, no parlamento australiano, de concentrar os poderes dos Estados Unidos na Ásia e no Pacífico. Para o autor, ficou claro que a partir de agora o foco principal da nova política americana é conter a expansão chinesa.
“Em nossos planos e pressupostos para o futuro”, declarou Obama, “vamos assegurar os recursos necessários para manter nossa forte presença militar na região”. Para Klare, é previsível nova corrida armamentista, nos moldes da guerra fria, agora protagonizada pela China, cuja dependência de fornecimento externo tende a crescer muito. Suas importações de petróleo, que somaram 1,7 milhão de barris por dia em 2001, subiram para 3,8 milhões em 2008 e deverão chegar a 11,6 milhões em 2035. Para assegurar esse abastecimento, terá que aumentar muito seu poderio militar no mar. Para dizer o mínimo.
Vou parar por aqui. Quem quiser se informar melhor pode ler o artigo de Klare, que tem o nome sugestivo de “Brincando com fogo. Obama ameaça a China.” E a todos nós, de cambulhada. Pois, como conclui o autor (em tradução livre): “Uma nova guerra fria na Ásia e uma política energética hemisférica que poderia pôr em perigo o planeta: é esta uma mistura fatal que se deve reconsiderar antes que ocorra o confronto e nos resvalemos para um desastre ambiental irreversível. Não é preciso ser adivinho para saber que esta não é a definição do que significa ser um bom estadista.”
Na verdade, é uma marcha para a loucura.


A PRIVATARIA TUCANA
O escândalo do século
Por Luciano Martins Costa em 12/12/2011 na edição 671 (do Observatório da Imprensa)

O livro do jornalista Amaury Ribeiro Jr, intitulado A privataria tucana, publicado pela Geração Editorial na coleção “História Agora”, está produzindo um estranho fenômeno na imprensa brasileira: provoca um dos mais intensos debates nas redes sociais, mobilizando um número espantoso de jornalistas, e não parece sensibilizar a chamada grande imprensa.
O autor promete, na capa, entregar os documentos sobre o que chama de “o maior assalto ao patrimônio público brasileiro”. Anuncia ainda relatar “a fantástica viagem das fortunas tucanas até o paraíso fiscal das Ilhas Virgens Britânicas”. E promete revelar a história “de como o PT sabotou o PT na campanha de Dilma Rousseff”.
Ex-repórter do Globo, originalmente dedicado ao tema dos direitos humanos, Ribeiro Jr. ganhou notoriedade no ano passado ao ser acusado de violar o sigilo da comunicação de personagens da política ao investigar as fonte de um suposto esquema de espionagem que teria como alvo o então governador mineiro Aécio Neves. Trabalhava, então, no jornal Estado de Minas, que apoiava claramente as pretensões de Neves de vir a disputar a candidatura do PSDB à Presidência da República em 2010.
Os bastidores dessa história apontam para o ex-governador paulista José Serra como suposto mandante da espionagem contra Aécio Neves, seu adversário até o último momento na disputa interna para decidir quem enfrentaria Dilma Rousseff nas urnas.
“Outro ninho”
Informações que transitaram pelas redes sociais no domingo (11/12) dão conta de que Serra tentou comprar todo o estoque de A privataria tucana colocado à venda na Livraria Cultura, em São Paulo, e que teria disparado telefonemas para as redações das principais empresas de comunicação do país.
Intervindo em um grupo de conversações formado basicamente por jornalistas, o editor Luiz Fernando Emediato, sócio da Geração Editorial, afirmou que foram vendidos 15 mil exemplares em apenas um dia, no lançamento ocorrido na sexta-feira (9). Outros 15 mil exemplares estavam a caminho, impressos em plantão especial para serem entregues às livrarias na segunda, dia 12, juntamente com o lançamento da versão digital.
Aos seus amigos do PSDB, Emediato recomendou cautela e a leitura cuidadosa da obra, afirmando que o trabalho de Amaury Ribeiro Jr. não é “dossiê de aloprado, não é vingança, não é denúncia vazia, não é sensacionalismo. É jornalismo”.
O editor indicou ainda aos leitores que procurassem informações no blog do deputado Brizola Neto (PDT-RJ), no qual, segundo ele, estariam as pistas de “outro ninho offshore na rua Bernardino de Campos, no bairro do Paraíso, em São Paulo. A investigação agora chega na família do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso. Vamos ver onde isso vai parar”, concluiu.
O Titanic da política
A julgar pelo volume e a densidade das denúncias, pode-se afirmar que, sendo verdadeira a história contada por Amaury Ribeiro Jr, trata-se do mais espetacular trabalho de investigação jornalística produzido no Brasil nas últimas décadas. Foram doze anos de apuração e depurações. A se confirmar a autenticidade dos documentos apresentados, pode-se apostar nessa como a obra de uma vida. A hipótese de completa insanidade do autor e do editor seria a única possibilidade de se tratar de uma falsificação.
Confirmado seu conteúdo, o livro representa o epitáfio na carreira política do ex-governador José Serra e um desafio para o futuro de seus aliados até agora incondicionais na chamada grande imprensa.
O editor garante que são 334 páginas de teor explosivo, escancarando o que teria sido a articulação de uma quadrilha altamente especializada em torno do processo das privatizações levadas a efeito durante os dois governos de Fernando Henrique Cardoso. Os documentos envolvem o banqueiro Daniel Dantas, a família de José Serra e alguns personagens de sua confiança.
Não apenas pelo que contém, mas também pelos movimentos iniciais que lhe deram origem, o livro representa uma fratura sem remédio na cúpula do PSDB e deve causar mudanças profundas no jogo político-partidário.
“Privataria”, a expressão tomada emprestada do termo que o colunista Elio Gaspari costuma aplicar para os chamados malfeitos nas operações de venda do patrimônio público, ganha agora um sentido muito mais claro – e chocante.
Os sites dos principais jornais do país praticamente ignoraram o assunto. Mas portais importantes como o Terra Magazine entrevistaram o autor. O tema é capa da revista Carta Capital, e não há como os jornais considerados de circulação nacional deixarem a história na gaveta. Mesmo que seus editores demonstrem eventuais falhas na apuração de Amaury Ribeiro Jr., o fenômeno da mobilização nas redes sociais exige um posicionamento das principais redações.
Se a carreira de Serra parece ter se chocado contra o iceberg do jornalismo investigativo, a imprensa precisa correr imediatamente para um bote salva-vidas. Ou vai afundar junto com ele
.


2. VALE A PENA LER

Reportagem da IstoÉ de março de 2002 do autor da Privataria Tucana destroi argumento de que livro é dossiê do ano passado
A seguir reproduzo a reportagem Caixa Explosivo, escrita pelo jornalista Amaury Ribeiro Jr (três Prêmios Esso e quatro Prêmios Vladimir Herzog), publicada no número 1695 da revista IstoÉ, em março de 2002.
Isso derruba o principal argumento tucano de que o livro de Amaury "A Privataria Tucana" seria produto de um dossiê ilegal montado na campanha do ano passado.
Contestem o livro e seus documentos - se o puderem -, mas com outros argumentos, porque o do suposto dossiê fica desmoralizado com a reportagem escrita por Amaury há quase dez anos.
Leia a matéria completa aqui:
http://blogdomello.blogspot.com/2011/12/reportagem-da-istoe-de-marco-de-2002-do.html


A morte de uma cidade
por FÁBIO VIANA RIBEIRO
Um dos episódios mais assombrosos e ao mesmo tempo menos conhecidos da Segunda Guerra Mundial foi o bombardeio da cidade alemã de Dresden. As explicações que poderiam explicar este assombro e desconhecimento convivem, até hoje, com as razões que levaram americanos e ingleses a destruir uma cidade e as vidas de dezenas de milhares de pessoas inocentes... LEIA NA ÍNTEGRA: http://espacoacademico.wordpress.com/2011/12/07/a-morte-de-uma-cidade/

Leia no WWW.outraspalavras.net
Os negócios da China
Se houvesse eleições, ganhariam os comunistas. País cresce muito, mas tem graves problemas. Novo governo conseguirá implementar mudanças? Por Roberto Savio

Morte aos que pedem paz
Movimento pelo fim da guerra ao narcotráfico no México passa a ser afetado pelo mesmo mal que lhe originou—a violência. Por Tadeu Breda

O vazamento da Chevron e a Quarta Frota
Brechas ainda presentes na legislação despertam a cobiça de petroleiras, omissão de informações e atos ilegais. Congresso permanece omisso. Por Sérgio Ferolla

A sombra das democraduras
Que virá quando os europeus constatarem que seus sacrifícios são vãos? Uma aliança entre os poderes econômico, midiático e militar? Por Ignacio Ramonet

América Latina: o regresso do Estado
Cepal critica cortes de investimento em épocas de baixo crescimento e garante: poderíamos universalizar pensões para idosos sem estourar contas. Por Tadeu Breda

Xiitas e sunitas revisitados
Para entender o Irã contemporâneo, Ocidente deve ouvir as vozes profundas e históricas do próprio xiismo—mais que os interesses americano. Por Por Malise Ruthven


Ajudar ou não ajudar a Europa, eis a questão (chinesa)
A União Europeia (UE) é o principal sócio comercial chinês, destino de 23% de suas exportações e fonte de um crescente superávit comercial que passou de 55 bilhões de euros em 2001 para 180 bilhões este ano. Mas, mais do que se aventurar nas areias movediças do Fundo Europeu de Estabilidade Financeira no qual a UE tenta ancorar o euro, a China está utilizando diversos canais para promover uma estratégia alternativa que consolide seus próprios interesses econômicos e diplomáticos.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19173&boletim_id=1071&componente_id=17149


Odiado até por seus irmãos de armas
O cerco do silêncio no Chile foi novamente rompido por um ex-militar que participou de assassinatos na ditadura e que denunciou o brigadeiro Miguel Krassnoff. Carlos Herrera Jiménez, ex-integrante da Central Nacional de Inteligência (CNI), a polícia secreta de Pinochet, criticou a homenagem a Krassnoff – condenado a mais de 147 anos de prisão por crimes contra a humanidade -, e confirmou que, efetivamente, esse oficial foi responsável por vários assassinatos. A reportagem é de Christian Palma.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=19178&boletim_id=1071&componente_id=17151


3. INFORMAÇÕES




A professora Anna Flávia Arruda Lanna Barreto , do Centro Universitário UNA, convida para o lançamento do livro “Movimento Feminino pela Anistia: a esperança de retorno à democracia”.
Dia 17 de dezembro de 2011, a partir de 11:00, na Casa UNA, Rua Aimorés, 1451, Lourdes - Belo Horizonte, M.G.
O livro trata da atuação do Movimento Feminino pela Anistia em Minas Gerais no período de 1975 a 1980. São abordados temas como: anistia, liberdade, partidos políticos. O trabalho dar ênfase à relação entre os movimentos da sociedade civil e do poder instituído. As principais fontes utilizadas foram jornais da grande imprensa, jornais da imprensa alternativa, documentação do movimento feminino pela anistia, entrevistas de história oral.


A edição 127 da REVISTA ESPAÇO ACADÊMICO (REA), dezembro de 2011, foi publicada.
Acesse: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/issue/current

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