Israelenses se manifestam pelo reconhecimento do Estado Palestino. Não o governo, ainda... mas metade da população concorda em que as fronteiras de 1967 devem ser o ponto de partida para o Estado Palestino. Mas se Obama ganhou pontos com essa idéia, continua a perder, como se pode ver na carta aberta que Pérez Esquivel publicou, endereçada a ele. De um Prêmio Nobel da Paz para outro. Será que Obama leu?
Estes são os dois assuntos de fundo deste número. Mas há muito mais, nos links, especialmente nos que comemoram o centenário do historiador Nelson Werneck Sodré.
Estes são os dois assuntos de fundo deste número. Mas há muito mais, nos links, especialmente nos que comemoram o centenário do historiador Nelson Werneck Sodré.
Israel: um manifesto pela paz
Dezenas de personalidades defendem fronteiras de 1967 e sustentam: “reconhecer Estado palestino é vital para independência de Israel”. Manifesto assinado por figuras reconhecidas nos meios intelectual, associativo, diplomático e mesmo militar israelense revela algo às vezes oculto, nos meios de comunicação tradicionais. Uma parcela expressiva da população de Israel deseja a paz com os palestinos e está disposta a lutar por ela. Setores da comunidade israelense começam a se mobilizar, em todo o mundo, para separar-se de atitudes como a do primeiro ministro Benjamin Netanyahu. (WWW.cartamaior.com.br)
Outras Palavras
Por trás de arrogância há, muitas vezes, fraqueza. Nesta sexta-feira (20/5), o chefe de Estado israelense, Benyamin Netanyahu, descartou rispidamente uma proposta feita por seu colega norte-americano na véspera. Em discurso há muito aguardado, sobre as relações entre Estados Unidos e Oriente Médio, Barack Obama tocara num ponto-chave para esvaziar as tensões que marcam a região. Sugerira que Israel reconheça o Estado palestino e retorne às fronteiras que prevaleciam até a guerra de 1967 – as mesmas aceitas por dezenas de países. Um dia depois, ambos reuniram-se, na Casa Branca. Após o encontro, ao conceder entrevista coletiva, frente a frente com Obama, Netanyahu afirmou: estas são “fronteiras da ilusão”.
Um documento publicado no mesmo dia, no New York Times, revela: a posição expressa com soberba pelo primeiro-ministro é cada vez mais fraca no mundo — e também em Israel. Dezenas de personalidades – reconhecidas nos meios intelectual, associativo, diplomático e mesmo militar israelense – endossaram abaixo-assinado em que expressam posição muito semelhante à de Obama.
O documento revela algo às vezes oculto, nos meios de comunicação tradicionais. Uma parcela expressiva da população de Israel deseja a paz com os palestinos e está disposta a lutar por ela. Esta postura tem, ainda, pouca expressão institucional – inclusive devido às características muito peculiares do sistema político [veja 1 2 3 textos no Diplô Brasil]. Mas se manifesta num conjunto crescente de iniciativas cidadãs.
Articulado pela OnG norte-americana JStreet, o manifesto publicado no New York Times deflagra um processo que poderá se tornar marcante, nos próximos meses. Setores da comunidade israelense começam a se mobilizar, em todo o mundo, para separar-se de atitudes como a de Netanyahu, e afirmar claramente seu apoio a uma paz justa. Este movimento tem raízes também no Brasil.
Leia a seguir o manifesto, firmado, entre outros, por cerca de 40 intelectuais e escritores premiados, incluindo 27 contemplados com o Prêmio Israel; mais de vinte militares de alta patente, incluindo 18 generais da Reserva; cinco ex-embaixadores, cônsules-gerais e diretores do Ministério das Relações Internacionais; mais de 5 reitores e ex-reitores universidades. A tradução é de Cauê Ameni e o documento, com seu formato original e lista de signatários pode ser encontrado no site J Street. (A.M)
O reconhecimento do estado Palestino baseado nas fronteiras de 1967
é vital para a existência de Israel
“Nós, cidadãos israelenses, nos dirigimos ao público para apoiar o reconhecimento de um Estado palestino democrático, como condição para acabar com o conflito e chegar ao acordo sobre as fronteiras, baseadas nas de 1967. Reconhecer o estado Palestino é vital para a existência de Israel. É a única maneira de garantir a resolução do conflito através de negociações, para prevenir a erupção de outra onda de violência em massa, e isolamento internacional de Israel.
“A implantação bem-sucedida dos acordos requer duas lideranças, israelense e palestina, que se reconheçam uma a outra, optem pela paz e se comprometam inteiramente com ela. Essa é a única política que deixa o destino e a segurança israelenses em suas próprias mãos. Qualquer outra atitude política contradiz com a promessa do sionismo e do bem estar do povo judeu.
“Nós, os abaixo assinados, chamamos todas as pessoas que se preocupam com a paz e a liberdade, e chamamos todas as nações, para que se unam a nós na saudação à Declaração de Independência Palestina e apoiem os esforços dos cidadãos dos dois Estados para manter relações pacificas, fundadas em fronteiras seguras e de boa vizinhança. O fim da ocupação é condição fundamental para a libertação dos dois povos, a realização da Declaração de Independência de Israel e um futuro de convivência pacifica.”
Publicado originalmente em Outras Palavras
Carta de um Nobel da Paz a Barack Obama
Adolfo Pérez Esquivel
Estimado Barack, ao dirigir-te esta carta o faço fraternalmente para, ao mesmo tempo, expressar-te a preocupação e indignação de ver como a destruição e a morte semeada em vários países, em nome da “liberdade e da democracia”, duas palavras prostituídas e esvaziadas de conteúdo, termina justificando o assassinato e é festejada como se tratasse de um acontecimento desportivo.
Indignação pela atitude de setores da população dos Estados Unidos, de chefes de Estado europeus e de outros países que saíram a apoiar o assassinato de Bin Laden, ordenado por teu governo e tua complacência em nome de uma suposta justiça. Não procuraram detê-lo e julgá-lo pelos crimes supostamente cometidos, o que gera maior dúvida: o objetivo foi assassiná-lo.
Os mortos não falam e o medo do justiçado, que poderia dizer coisas inconvenientes para os EUA, resultou no assassinato e na tentativa de assegurar que “morto o cão, terminou a raiva”, sem levar em conta que não fazem outra coisa que incrementá-la.
Quando te outorgaram o Prêmio Nobel da Paz, do qual somos depositários, te enviei uma carta que dizia: “Barack, me surpreendeu muito que tenham te outorgado o Nobel da Paz, mas agora que o recebeu deve colocá-lo a serviço da paz entre os povos; tens toda a possibilidade de fazê-lo, de terminar as guerras e começar a reverter a situação que viveu teu país
e o mundo”.
No entanto, ao invés disso, você incrementou o ódio e traiu os princípios assumidos na campanha eleitoral frente ao teu povo, como terminar com as guerras no Afeganistão e no Iraque e fechar as prisões em Guantánamo e Abu Graib no Iraque. Não fez nada disso. Pelo contrário, decidiu começar outra guerra contra a Líbia, apoiada pela OTAN e por uma vergonhosa resolução das Nações Unidas. Esse alto organismo, apequenado e sem pensamento próprio, perdeu o rumo e está submetido às veleidades e interesses das potências
dominantes.
A base fundacional da ONU é a defesa e promoção da paz e da dignidade entre os povos. Seu preâmbulo diz: “Nós os povos do mundo...”, hoje ausentes deste alto organismo.
Quero recordar um místico e mestre que tem uma grande influência em minha vida, o monge trapense da Abadia de Getsemani, em Kentucky, Tomás Merton, que diz: “a maior necessidade de nosso tempo é limpar a enorme massa de lixo mental e emocional que entope nossas mentes e converte toda vida política e social em uma enfermidade de massas. Sem essa limpeza doméstica não podemos começar a ver. E se não vemos não podemos pensar”.
Você era muito jovem, Barack, durante a guerra do Vietnã e talvez não lembre a luta do povo norteamericano para opor-se à guerra. Os mortos, feridos e mutilados no Vietnã até o dia de hoje sofrem as consequências dessa guerra.
Tomás Merton dizia, frente a um carimbo do Correio que acabava de chegar, “The U.S. Army, key to Peace” (O Exército dos EUA, chave da paz): “Nenhum exército é chave da paz. Nenhuma nação tem a chave de nada que não seja a guerra. O poder não tem nada a ver com paz. Quanto mais os homens aumentam o poder militar, mais violam e destroem a paz”.
Acompanhei e compartilhei com os veteranos da guerra do Vietnã, em particular Brian Wilson e seus companheiros que foram vítimas dessa guerra e de todas as guerras.
A vida tem esse não sei o quê do imprevisto e surpreendente fragrância e beleza que Deus nos deu para toda a humanidade e que devemos proteger para deixar às gerações futuras uma vida mais justa e fraterna, reestabelecendo o equilíbrio com a Mãe Terra.
Se não reagirmos para mudar a situação atual de soberba suicida que está arrastando os povos a abismos profundos onde morre a esperança, será difícil sair e ver a luz; a humanidade merece um destino melhor. Você sabe que a esperança é como o lótus que cresce no barro e floresce em todo seu esplendor mostrando sua beleza.
Leopoldo Marechal, esse grande escritor argentino, dizia que: “do labirinto, se sai por cima”.
E creio, Barack, que depois de seguir tua rota errando caminhos, você se encontra em um labirinto sem poder encontrar a saída e te enterra cada vez mais na violência, na incerteza, devorado pelo poder da dominação, arrastado pelas grandes corporações, pelo complexo industrial militar, e acredita ter todo o poder e que o mundo está aos pés dos EUA porque impõem a força das armas e invade países com total impunidade. É uma realidade dolorosa,
mas também existe a resistência dos povos que não claudicam frente aos poderosos.
As atrocidades cometidas por teu país no mundo são tão grandes que dariam assunto para muita conversa. Isso é um desafio para os historiadores que
deverão investigar e saber dos comportamentos, políticas, grandezas e mesquinharias que levaram os EUA à monocultura das mentes que não permite ver outras realidades.
A Bin Laden, suposto autor ideológico do ataque às torres gêmeas, o identificam como o Satã encarnado que aterrorizava o mundo e a propaganda do teu governo o apontava como “o eixo do mal”. Isso serviu de pretexto para declarar as guerras desejadas que o complexo industrial militar necessitava para vender seus produtos de morte.
Você sabe que investigadores do trágico 11 de setembro assinalam que o atentado teve muito de “auto golpe”, como o avião contra o Pentágono e o esvaziamento prévios de escritórios das torres; atentado que deu motivo para desatar a guerra contra o Iraque e o Afeganistão, argumentando com a mentira e a soberba do poder que estão fazendo isso para salvar o povo, em nome da “liberdade e defesa da democracia”, com o cinismo de dizer que a morte de mulheres e crianças são “danos colaterais”. Vivi isso no Iraque, em Bagdá, com os bombardeios na cidade, no hospital pediátrico e no refúgio de crianças que foram vítimas desses “danos colaterais”.
A palavra é esvaziada de valores e conteúdo, razão pela qual chamas o assassinato de “morte” e que, por fim, os EUA “mataram” Bin Laden. Não trato de justificá-lo sob nenhum conceito, sou contra todas as formas de terrorismo, desde a praticada por esses grupos armados até o terrorismo de Estado que o teu país exerce em diversas partes do mundo apoiando
ditadores, impondo bases militares e intervenção armada, exercendo a violência para
manter-se pelo terror no eixo do poder mundial. Há um só eixo do mal?
Como o chamarias?
Será que é por esse motivo que o povo dos EUA vive com tanto medo de represálias daqueles que chamam de “eixo do mal”? É simplismo e hipocrisia querer justificar o injustificável.
A Paz é uma dinâmica de vida nas relações entre as pessoas e os povos; é um desafio à consciência da humanidade, seu caminho é trabalhoso, cotidiano e portador de esperança, onde os povos são construtores de sua própria vida e de sua própria história. A Paz não é dada de presente, ela se constrói e isso é o que te falta meu caro, coragem para assumir a responsabilidade histórica com teu povo e a humanidade.
Não podes viver no labirinto do medo e da dominação daqueles que governam os EUA, desconhecendo os tratados internacionais, os pactos e protocolos, de governos que assinam, mas não ratificam nada e não cumprem nenhum dos
acordos, mas pretendem falar em nome da liberdade e do direito. Como pode falar de Paz se não quer assumir nenhum compromisso, a não ser com os interesses de teu país?
Como pode falar da liberdade quanto tem na prisão pessoas inocentes em Guantánamo, nos EUA e nas prisões do Iraque, como a de Abu Graib e do Afeganistão?
Como pode falar de direitos humanos e da dignidade dos povos quando viola ambos permanentemente e bloqueia quem não compartilha tua ideologia, obrigando-o a suportar teus abusos?
Como pode enviar forças militares ao Haiti, depois do terremoto devastador, e não ajuda humanitária a esse povo sofrido?
Como pode falar de liberdade quando massacra povos no Oriente Médio e propaga guerras e tortura, em conflitos intermináveis que sangram palestinos e israelenses?
Barack, olha para cima de teu labirinto e poderá encontrar a estrela para te guiar, ainda que saiba que nunca poderá alcançá-la, como bem diz Eduardo Galeano. Busca a coerência entre o que diz e faz, essa é a única forma de não perder o rumo. É um desafio da vida.
O Nobel da Paz é um instrumento ao serviço dos povos, nunca para a vaidade pessoal.
Te desejo muita força e esperança e esperamos que tenha a coragem de corrigir o caminho e encontrar a sabedoria da Paz.
*Adolfo Pérez Esquivel, Nobel da Paz 1980.
*Buenos Aires, 5 de maio de 2011
Um documento publicado no mesmo dia, no New York Times, revela: a posição expressa com soberba pelo primeiro-ministro é cada vez mais fraca no mundo — e também em Israel. Dezenas de personalidades – reconhecidas nos meios intelectual, associativo, diplomático e mesmo militar israelense – endossaram abaixo-assinado em que expressam posição muito semelhante à de Obama.
O documento revela algo às vezes oculto, nos meios de comunicação tradicionais. Uma parcela expressiva da população de Israel deseja a paz com os palestinos e está disposta a lutar por ela. Esta postura tem, ainda, pouca expressão institucional – inclusive devido às características muito peculiares do sistema político [veja 1 2 3 textos no Diplô Brasil]. Mas se manifesta num conjunto crescente de iniciativas cidadãs.
Articulado pela OnG norte-americana JStreet, o manifesto publicado no New York Times deflagra um processo que poderá se tornar marcante, nos próximos meses. Setores da comunidade israelense começam a se mobilizar, em todo o mundo, para separar-se de atitudes como a de Netanyahu, e afirmar claramente seu apoio a uma paz justa. Este movimento tem raízes também no Brasil.
Leia a seguir o manifesto, firmado, entre outros, por cerca de 40 intelectuais e escritores premiados, incluindo 27 contemplados com o Prêmio Israel; mais de vinte militares de alta patente, incluindo 18 generais da Reserva; cinco ex-embaixadores, cônsules-gerais e diretores do Ministério das Relações Internacionais; mais de 5 reitores e ex-reitores universidades. A tradução é de Cauê Ameni e o documento, com seu formato original e lista de signatários pode ser encontrado no site J Street. (A.M)
O reconhecimento do estado Palestino baseado nas fronteiras de 1967
é vital para a existência de Israel
“Nós, cidadãos israelenses, nos dirigimos ao público para apoiar o reconhecimento de um Estado palestino democrático, como condição para acabar com o conflito e chegar ao acordo sobre as fronteiras, baseadas nas de 1967. Reconhecer o estado Palestino é vital para a existência de Israel. É a única maneira de garantir a resolução do conflito através de negociações, para prevenir a erupção de outra onda de violência em massa, e isolamento internacional de Israel.
“A implantação bem-sucedida dos acordos requer duas lideranças, israelense e palestina, que se reconheçam uma a outra, optem pela paz e se comprometam inteiramente com ela. Essa é a única política que deixa o destino e a segurança israelenses em suas próprias mãos. Qualquer outra atitude política contradiz com a promessa do sionismo e do bem estar do povo judeu.
“Nós, os abaixo assinados, chamamos todas as pessoas que se preocupam com a paz e a liberdade, e chamamos todas as nações, para que se unam a nós na saudação à Declaração de Independência Palestina e apoiem os esforços dos cidadãos dos dois Estados para manter relações pacificas, fundadas em fronteiras seguras e de boa vizinhança. O fim da ocupação é condição fundamental para a libertação dos dois povos, a realização da Declaração de Independência de Israel e um futuro de convivência pacifica.”
Publicado originalmente em Outras Palavras
Carta de um Nobel da Paz a Barack Obama
Adolfo Pérez Esquivel
Estimado Barack, ao dirigir-te esta carta o faço fraternalmente para, ao mesmo tempo, expressar-te a preocupação e indignação de ver como a destruição e a morte semeada em vários países, em nome da “liberdade e da democracia”, duas palavras prostituídas e esvaziadas de conteúdo, termina justificando o assassinato e é festejada como se tratasse de um acontecimento desportivo.
Indignação pela atitude de setores da população dos Estados Unidos, de chefes de Estado europeus e de outros países que saíram a apoiar o assassinato de Bin Laden, ordenado por teu governo e tua complacência em nome de uma suposta justiça. Não procuraram detê-lo e julgá-lo pelos crimes supostamente cometidos, o que gera maior dúvida: o objetivo foi assassiná-lo.
Os mortos não falam e o medo do justiçado, que poderia dizer coisas inconvenientes para os EUA, resultou no assassinato e na tentativa de assegurar que “morto o cão, terminou a raiva”, sem levar em conta que não fazem outra coisa que incrementá-la.
Quando te outorgaram o Prêmio Nobel da Paz, do qual somos depositários, te enviei uma carta que dizia: “Barack, me surpreendeu muito que tenham te outorgado o Nobel da Paz, mas agora que o recebeu deve colocá-lo a serviço da paz entre os povos; tens toda a possibilidade de fazê-lo, de terminar as guerras e começar a reverter a situação que viveu teu país
e o mundo”.
No entanto, ao invés disso, você incrementou o ódio e traiu os princípios assumidos na campanha eleitoral frente ao teu povo, como terminar com as guerras no Afeganistão e no Iraque e fechar as prisões em Guantánamo e Abu Graib no Iraque. Não fez nada disso. Pelo contrário, decidiu começar outra guerra contra a Líbia, apoiada pela OTAN e por uma vergonhosa resolução das Nações Unidas. Esse alto organismo, apequenado e sem pensamento próprio, perdeu o rumo e está submetido às veleidades e interesses das potências
dominantes.
A base fundacional da ONU é a defesa e promoção da paz e da dignidade entre os povos. Seu preâmbulo diz: “Nós os povos do mundo...”, hoje ausentes deste alto organismo.
Quero recordar um místico e mestre que tem uma grande influência em minha vida, o monge trapense da Abadia de Getsemani, em Kentucky, Tomás Merton, que diz: “a maior necessidade de nosso tempo é limpar a enorme massa de lixo mental e emocional que entope nossas mentes e converte toda vida política e social em uma enfermidade de massas. Sem essa limpeza doméstica não podemos começar a ver. E se não vemos não podemos pensar”.
Você era muito jovem, Barack, durante a guerra do Vietnã e talvez não lembre a luta do povo norteamericano para opor-se à guerra. Os mortos, feridos e mutilados no Vietnã até o dia de hoje sofrem as consequências dessa guerra.
Tomás Merton dizia, frente a um carimbo do Correio que acabava de chegar, “The U.S. Army, key to Peace” (O Exército dos EUA, chave da paz): “Nenhum exército é chave da paz. Nenhuma nação tem a chave de nada que não seja a guerra. O poder não tem nada a ver com paz. Quanto mais os homens aumentam o poder militar, mais violam e destroem a paz”.
Acompanhei e compartilhei com os veteranos da guerra do Vietnã, em particular Brian Wilson e seus companheiros que foram vítimas dessa guerra e de todas as guerras.
A vida tem esse não sei o quê do imprevisto e surpreendente fragrância e beleza que Deus nos deu para toda a humanidade e que devemos proteger para deixar às gerações futuras uma vida mais justa e fraterna, reestabelecendo o equilíbrio com a Mãe Terra.
Se não reagirmos para mudar a situação atual de soberba suicida que está arrastando os povos a abismos profundos onde morre a esperança, será difícil sair e ver a luz; a humanidade merece um destino melhor. Você sabe que a esperança é como o lótus que cresce no barro e floresce em todo seu esplendor mostrando sua beleza.
Leopoldo Marechal, esse grande escritor argentino, dizia que: “do labirinto, se sai por cima”.
E creio, Barack, que depois de seguir tua rota errando caminhos, você se encontra em um labirinto sem poder encontrar a saída e te enterra cada vez mais na violência, na incerteza, devorado pelo poder da dominação, arrastado pelas grandes corporações, pelo complexo industrial militar, e acredita ter todo o poder e que o mundo está aos pés dos EUA porque impõem a força das armas e invade países com total impunidade. É uma realidade dolorosa,
mas também existe a resistência dos povos que não claudicam frente aos poderosos.
As atrocidades cometidas por teu país no mundo são tão grandes que dariam assunto para muita conversa. Isso é um desafio para os historiadores que
deverão investigar e saber dos comportamentos, políticas, grandezas e mesquinharias que levaram os EUA à monocultura das mentes que não permite ver outras realidades.
A Bin Laden, suposto autor ideológico do ataque às torres gêmeas, o identificam como o Satã encarnado que aterrorizava o mundo e a propaganda do teu governo o apontava como “o eixo do mal”. Isso serviu de pretexto para declarar as guerras desejadas que o complexo industrial militar necessitava para vender seus produtos de morte.
Você sabe que investigadores do trágico 11 de setembro assinalam que o atentado teve muito de “auto golpe”, como o avião contra o Pentágono e o esvaziamento prévios de escritórios das torres; atentado que deu motivo para desatar a guerra contra o Iraque e o Afeganistão, argumentando com a mentira e a soberba do poder que estão fazendo isso para salvar o povo, em nome da “liberdade e defesa da democracia”, com o cinismo de dizer que a morte de mulheres e crianças são “danos colaterais”. Vivi isso no Iraque, em Bagdá, com os bombardeios na cidade, no hospital pediátrico e no refúgio de crianças que foram vítimas desses “danos colaterais”.
A palavra é esvaziada de valores e conteúdo, razão pela qual chamas o assassinato de “morte” e que, por fim, os EUA “mataram” Bin Laden. Não trato de justificá-lo sob nenhum conceito, sou contra todas as formas de terrorismo, desde a praticada por esses grupos armados até o terrorismo de Estado que o teu país exerce em diversas partes do mundo apoiando
ditadores, impondo bases militares e intervenção armada, exercendo a violência para
manter-se pelo terror no eixo do poder mundial. Há um só eixo do mal?
Como o chamarias?
Será que é por esse motivo que o povo dos EUA vive com tanto medo de represálias daqueles que chamam de “eixo do mal”? É simplismo e hipocrisia querer justificar o injustificável.
A Paz é uma dinâmica de vida nas relações entre as pessoas e os povos; é um desafio à consciência da humanidade, seu caminho é trabalhoso, cotidiano e portador de esperança, onde os povos são construtores de sua própria vida e de sua própria história. A Paz não é dada de presente, ela se constrói e isso é o que te falta meu caro, coragem para assumir a responsabilidade histórica com teu povo e a humanidade.
Não podes viver no labirinto do medo e da dominação daqueles que governam os EUA, desconhecendo os tratados internacionais, os pactos e protocolos, de governos que assinam, mas não ratificam nada e não cumprem nenhum dos
acordos, mas pretendem falar em nome da liberdade e do direito. Como pode falar de Paz se não quer assumir nenhum compromisso, a não ser com os interesses de teu país?
Como pode falar da liberdade quanto tem na prisão pessoas inocentes em Guantánamo, nos EUA e nas prisões do Iraque, como a de Abu Graib e do Afeganistão?
Como pode falar de direitos humanos e da dignidade dos povos quando viola ambos permanentemente e bloqueia quem não compartilha tua ideologia, obrigando-o a suportar teus abusos?
Como pode enviar forças militares ao Haiti, depois do terremoto devastador, e não ajuda humanitária a esse povo sofrido?
Como pode falar de liberdade quando massacra povos no Oriente Médio e propaga guerras e tortura, em conflitos intermináveis que sangram palestinos e israelenses?
Barack, olha para cima de teu labirinto e poderá encontrar a estrela para te guiar, ainda que saiba que nunca poderá alcançá-la, como bem diz Eduardo Galeano. Busca a coerência entre o que diz e faz, essa é a única forma de não perder o rumo. É um desafio da vida.
O Nobel da Paz é um instrumento ao serviço dos povos, nunca para a vaidade pessoal.
Te desejo muita força e esperança e esperamos que tenha a coragem de corrigir o caminho e encontrar a sabedoria da Paz.
*Adolfo Pérez Esquivel, Nobel da Paz 1980.
*Buenos Aires, 5 de maio de 2011
Nelson Werneck Sodré
por CARLOS HEITOR CONY
Entre os centenários que, neste ano, estão sendo comemorados, destaco o de um dos homens que mais me impressionaram pela sua cultura e dignidade...LEIA NA ÍNTEGRA: http://espacoacademico.wordpress.com/2011/05/21/nelson-werneck-sodre/
Nelson Werneck Sodré e a questão nacional no pensamento social brasileiro. Em 20 de maio de 2011, na Universidade Estadual de Maringá (UEM), realizou-se o evento Nelson Werneck Sodré e a questão nacional no pensamento social brasileiro. Organizado pela Profª Drª Meire Mathias (DCS/UEM) e promovido pelo Departamento de Ciências Sociais e Revista Urutágua, o debate teve a participação dos professores Carlos Alberto Cordovano Vieira (Faculdade Santa Marcelina)* e Paulo Ribeiro Rodrigues da Cunha (Unesp, campus de Marília/SP)... LEIA NA ÍNTEGRA: http://antoniozai.wordpress.com/2011/05/21/nelson-werneck-sodre-e-a-questao-nacional-no-pensamento-social-brasileiro/
Líbia: Perguntas que é preciso colocar em cada guerra
Desde 1945, os Estados Unidos já bombardearam algum país vinte e sete vezes. E, a cada vez, afirmaram que estes atos de guerra eram "justos" e "humanitários". Hoje, dizem-nos que a guerra na Líbia é diferente das precedentes. O mesmo que foi dito da anterior. E da anterior. E de todas as outras vezes. Não estamos já na hora de pôr a preto e branco as perguntas que é preciso colocar em cada guerra para não deixar-se manipular? O artigo é de Michael Collon.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17825&boletim_id=914&componente_id=14822
O Café História disponibilizou para você uma biblioteca com grandes títulos da história. Para acessar, basta entrar na página principal. Os títulos estão em domínio público e poder ser baixados para o seu computador. Aproveite! A cada semana acrescentaremos novos títulos!
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Quais as perspectivas de trabalho com a micro-história no Brasil?
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MURAL DO HISTORIADOR
Bolsas de IC no Museu Paulista da Universidade de São Paulo
Seminário Nacional de História da Historiografia em Outro Preto
CAFÉ EXPRESSO NOTÍCIAS
Fracassa no Uruguai projeto para anular lei de anistia a militares
CINE HISTÓRIA
Drama argentino "O Homem ao Lado" chega às telas brasileiras com metáfora sobre conflito entre vizinhos.
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Figura indissociável da conquista da América, Hernán Cortez guarda muitas ambiguidades. Representa, ao mesmo tempo, o extermínio de um império indígena vasto e populoso e a origem do povo mestiço que constitui o México.
A campanha liderada por Cortez no mundo asteca entraria para a História da cultura ocidental como um dos maiores símbolos do contato entre culturas e o consequente choque de valores de sociedades distintas. E foi a partir desse encontro que um novo mundo, aos poucos, se ergueu e outra sociedade, sincrética, nem europeia e nem indígena, começou a ser formada.
Com base em pesquisa realizada em relatos, cartas, memórias e diários de viagens da época, o autor reconstrói a extraordinária epopeia do guerreiro espanhol, cuja imagem oscila entre o símbolo máximo do conflito, da destruição provocada pelas guerras de conquista, e a representação do nascimento de um mundo novo. Hernán Cortez: civilizador ou genocida? A resposta fica a critério do leitor desta obra, que traz de volta à luz a vida do conquistador que conseguiu derrotar um dos maiores impérios que a América já teve: o asteca.
Editora Contexto, 208 p. 37 reais.
Mini-curso sobre a defesa do patrimônio cultural, dia 24 de maio, em Montes Claros
Evento da Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais faz parte do projeto Ministério Público Itinerante
A Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico de Minas Gerais ministrará, no dia 24 de maio, em Montes Claros, um mini-curso sobre a defesa do patrimônio cultural. O evento, que integra as atividades do projeto Ministério Público Itinerante, será realizado às 14 horas, no Auditório da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), na av. Major Alexandre Rodrigues, 416, Ibituruna (próximo à Faculdade Pitágoras).
A exemplo dos encontros realizados em Jequitinhonha e Januária, o objetivo do mini-curso é a capacitação dos gestores culturais da região, com enfoque na adoção de políticas municipais eficientes para a preservação do patrimônio cultural. Serão demonstradas formas de obter recursos para investir no patrimônio cultural, bem como as principais ações que os municípios devem adotar para uma correta política de preservação.
Haverá uma palestra, a cargo da Promotoria Estadual de Defesa do Patrimônio Cultural, e uma mesa redonda em que representantes de instituições convidadas explicarão seus papéis e responderão a perguntas dos participantes.
O público-alvo é integrado, principalmente, por conselheiros municipais de Defesa do Patrimônio Cultural, secretários municipais de Cultura, arquitetos, historiadores, fiscais municipais, representantes de ONG?s e demais interessados que atuem na área.
Será distribuído material para capacitação e serão emitidos certificados. As inscrições podem ser feitas pelo e-mail eaparecida@mp.mg.gov.br
ou pelo telefax (31) 3250-4619.
Casal que extorquia padre Júlio Lancellotti é condenado. Mas, e a mídia que acusou, julgou e condenou o padre na época, como fica?
Leia em: http://blogdomello.blogspot.com/2011/05/casal-que-extorquia-padre-julio.html
Por que a Abril está soltando os cachorros em cima do Haddad com o livro 'Por Uma Vida Melhor'?
Por que decisões do ministro da Educação estão tornando a vida do Grupo Abril pior. Não é de hoje que tentam derrubá-lo.
A explicação está numa reportagem do Valor Econômico de 2006 (que pode ser lida aqui), muito bem esmiuçada pelo Alceu Nader em seu desativado blog Contrapauta, em 17 de outubro de 2006. Só naquele ano a Abril deixou de faturar R$ 40 milhões a menos do que os R$ 120 milhões que faturaram dois anos antes. Uma queda de 1/3. De lá pra cá as coisas não mudaram. Por isso eles soltam os cachorros.
Leia em: http://blogdomello.blogspot.com/2011/05/por-que-abril-esta-soltando-os.html
Leia no WWW.outraspalavras.net
“Nem políticos, nem banqueiros”
Primavera jovem espanhola expande-se, toma praças em mais de 200 cidades, desafia ordem judicial e identifica com mais clareza seus adversários. Por Pep Valenzuela
Chamam-na democracia. E não é
“Quem dita as regras do jogo são formidáveis corporações econômico-financeiras”, diz escritor Carlos Taibo, numa fala à Puerta del Sol ocupada
Embrião de uma nova esquerda?
Origens do movimento espanhol revelam uma clara busca de pós-capitalismo e um esforço para superar as velhas formas de centralização. Por Luís F. C. Nagao
Para acompanhar via net a Espanha Rebelde
A rebelião será transmitida online: sites, twitter, facebook, mapas interativos, webcams, e álbuns de fotos permitem seguir movimento sem intermediários. Por Cauê Ameni
O manifesto DemocraciaYa
"Somos pessoas como você – não produtos do mercado. Unidos, podemos mudar. Vem conosco . É teu direito"
Argélia – 50 anos da morte de Fanon e 45 d’A Batalha de Argel
O Laboratório de Pensamento Social do CPDOC/FGV (LAPES), convida para a palestra de Arthur Poerner (1939). Poerner é escritor e jornalista carioca, ex-presidente da Fundação MIS/RJ e do Sindicato dos Escritores do Estado. Ex-prof. de Jornalismo da UERJ, trabalhou no Jornal do Commercio, Correio da Manhã, Voz da Alemanha, Pasquim, Istoé, Jornal do Brasil, TV-Globo, membro da ABI e tantos outros. Autor de vários livros, entre eles: O poder jovem: história da participação política dos estudantes brasileiros, na 5ª edição, e o romance Nas profundas do inferno, lançado na Espanha, premiado na Itália.
Data: 27 de maio de 2011, sexta-feira, às 15h
Local: Fundação Getulio Vargas, sala 306, 3º andar
Praia de Botafogo, 190.
De cidade morta a cidade turística: uma análise da trajetória da preservação e do desenvolvimento turístico em Ouro Preto.
O Laboratório de Estudos do Turismo, Esportes e Lazer (LETEL) do CPDOC convida para a apresentação de Leila Bianchi Aguiar (Professora do Programa de Pós-Graduação em História da Unirio) intitulada “De cidade morta a cidade turística: uma análise da trajetória da preservação e do desenvolvimento turístico em Ouro Preto”
Data: 31 de maio de 2011, terça-feira, às 14h30
Local: Fundação Getulio Vargas, sala 418, 4º andar
Praia de Botafogo, 190.
Seleção de bolsista para Relações Internacionais
O Centro de Relações Internacionais da Fundação Getulio Vargas (FGV/CPDOC), em parceria com a Fundação Konrad Adenauer no Brasil, comunica a abertura do processo para a atribuição de 1 (uma) Bolsa de Pesquisa Konrad Adenauer em Estudos Europeus. As inscrições estão abertas até 5 de junho. O edital completo, com detalhes sobre a bolsa e o perfil pretendido dos candidatos, está disponível na página http://cpdoc.fgv.br/sites/default/files/Edital%20KAS&FGV.pdf.
A diretora do Instituto de Ciências Humanas e da Informação – ICHI, da Universidade
Federal do Rio Grande (FURG), torna público que estarão abertas às inscrições para a
Seleção Pública de Professor Visitante, para atuar nos Cursos de História Licenciatura e
Bacharelado, assim como, na elaboração da proposta de Programa de Pós-graduação em
História, conforme descrito a baixo:
ÁREA: História
TOTAL DE VAGAS: 01 (uma)
TITULAÇÃO MÍNIMA: Doutorado
REGIME DE TRABALHO: Dedicação exclusiva, 40 horas;
DURAÇÃO DO CONTRATO: 12 meses, prorrogáveis por mais 12 meses;
FORMA DE SELEÇÃO: Processo seletivo simplificado, compreendendo (i) Análise do
Curriculum Vitae (caráter eliminatório) e (ii) análise da proposta de trabalho.
PRÉ-REQUISITOS:
•Diploma de doutor em história;
•Ser portador do título de doutor no mínimo há dois anos;
•Não ter vínculo empregatício ou estatutário;
•Não ser aposentado;
•Graduação em história;
•Ter produção científica relevante nos últimos 5 anos;
DOCUMENTAÇÃO:
•Proposta de trabalho a ser desenvolvida durante a atuação nessa universidade;
•Currículo Lattes (CNPQ) documentado, com destaque à produção científica dos
últimos 5 anos;
•Cópias dos históricos escolares da graduação e do doutorado;
•Cópia dos diplomas de graduação e de doutorado;
•Cópia da cédula de identidade, CPF, título eleitoral, comprovante de votação e
quitação com o Serviço Militar (se for o caso);
•A documentação solicitada neste edital não será revisada no ato de recebimento. A
responsabilidade pela entrega da documentação e pela veracidade de todas as
informações prestadas é exclusivamente do candidato.
INSCRIÇÕES:
Período: de 23/05/2011 a 03/06/2011.
Divulgação da Revista Poiesis da UFG campus Catalão, que está aberta a oportunidade para publicação de artigos, conforme informe e solicitação do Prof. Dr. Wolney Honório.
Segue o link da revista eletrônica: http://www.revistas.ufg.br/index.php/poiesis/index
Segue abaixo link da FGV para cursos gratuitos online.
Só não adquire conhecimento e se atualiza quem não quer.
www.fgv.br/fgvonline/cursosgratuitos.aspx
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