quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Numero 252





Conforme pedidos, vamos voltar a falar do Canadá.
E, aproveitando a deixa de um artigo que vem em seguida, que mostra que nos Estados Unidos o Bolsa-Familia deles atende quase 50 milhões de pessoas, quero lembrar que no Canadá o governo tem um projeto de ajuda aos pobres. É uma ajuda ínfima, irrisória, apenas 800 a 1000 dólares mensais!!! Coisa de país atrasado, não é mesmo? Em vez de dar os 200 reais que o nosso Bolsa-Familia concede, ou seja, algo em torno de 100 dólares, eles oferecem de 8 a 10 vezes mais. São uns aparecidinhos... Será que é por isso que a gente não encontra mendigos nas ruas de lá? Nem crianças vendendo balas nos semáforos?
Mas os canadenses são uns neuróticos, como diria o Obelix. Imagina que a licença maternidade é de 12 meses (sic) e o governo ainda paga 1.500 dólares por mês para a mãe durante esse ano de licença... Eu não sei como a economia deles ainda não se arrebentou todinha...
Outra neurose. Olhem a placa. Traduzo: POR F
AVOR, PISE NA GRAMA. E olha que gramado maravilhoso, na ilha de Toronto, local freqüentado pelas famílias de canadenses e de imigrantes, que fazem piqueniques, se divertem nos fins de semana e feriados.

E a ocupação do solo? Uma empresa faz um loteamento, constrói as casas em menos de um ano (todas as casas do loteamento, mais de uma centena!!!). Em pouco tempo, em área próxima, surgem os estabelecimentos comerciais, escolas, igrejas, tudo que é necessário para uma vida digna. Nada de arranha-céus. Casas de dois andares, como essas da fotografia, e lojas, supermercados da mesma altura.
Bem, acabei deixando para o próximo numero o comentário sobre uma casa e uma cidade muito especiais . Aguardem!



A eleição acabou, mas as seqüelas dela permanecem e ainda prometem muito, infelizmente. Eu não sei se foram os partidos ou os marqueteiros, ou ambos, mas o fato é que os instintos mais primitivos das pessoas foram incentivados a dar as caras. Todo o preconceito, especialmente contra os nordestinos, aflorou. Não adiantou se provar por a + b que Dilma ganhou com os votos do Sudeste, que, mesmo que os nordestinos não tivessem votado nela, ela ainda superaria Serra. Foram os estados de Minas, Rio de Janeiro e São Paulo que deram a votação expressiva para a candidata vitoriosa. Será que o Serra é tão ingênuo a ponto de pensar que depois de fazer tudo o que fez contra o Aécio, iria receber apoio incondicional dele?
Acabou-se a era Serra. Com certeza, em 2014, a chapa tucana será Aécio e Alkmin, ou Aécio e Richa.

Ainda mais que, na França, mandaram Serra calar a boca, quando ele falava mal do governo Lula... ¿ Porqué non te calas? Engraçado... quando o rei da Espanha disse isso ao Chavez, foi noticia no mundo inteiro por semanas... por que será que no Brasil ninguém disse nada à frase do mexicano contra o Serra?



Mas... há algo de novo no ar, além dos aviões de carreira, diria o Aparício Torelli. Alguns sinais muito perigosos estão tomando visibilidade. Já haviam se iniciado na campanha. O discurso de Guerra Fria anos 60 estava no ar. Militares da reserva, ou seja, aqueles que estavam na ativa nos anos 60, receberam visitas que lhes falaram de “república sindicalista” e quejandos. Ou seja, tentava-se voltar àquela época de triste memória.
O comportamento de diretores e editores do jornalismo global é espantoso. Desde Ali Kamel que, após o ultimo debate, fez questão de tirar retrato com Dilma (e sua esposa e filha também), até as mesuras do Bonner na entrevista com a presidenta eleita. Parecia que ele estava entrevistando a rainha da Inglaterra, de tão cordato!

Suspeito...muito suspeito tudo isso...
Alguns artigos tratam dessa questão. Leiam e comentem.



Finalmente, o Enem. Estive conversando com duas colegas, desde domingo. Uma delas, inclusive, me encaminhou o email abaixo, falando dos problemas que a filha dela enfrentou na hora do exame. No mínimo, um escândalo.
Como é possível que um órgão como o INEP, sabidamente competente, demonstre tal incompetência para realizar o ENEM? Não foi um probleminha qualquer, tanto é que um juiz já decretou que ele tem de ser anulado. E não foi a primeira vez. Ano passado também tivemos um problema da mesma magnitude, que levou à realização de novas provas.
Está na hora de se pensar que essas “falhas” talvez não sejam simples falhas. Parece mais uma sabotagem muito bem articulada. A quem interessa o esvaziamento do ENEM?
“Elementar, meu caro Watson”, diria Sherlock Holmes. Que tal começar a pensar sobre isso, ministro Haddad?



Recebi de Maricell Zanirato

Calem a boca, Nordestinos!
Por José Barbosa Junior

As eleições de 2010 trouxeram à tona, entre muitas outras coisas, o que há de pior no Brasil em relação aos preconceitos. Sejam eles religiosos, partidários, regionais, foram lançados à luz de maneira violenta, sádica e contraditória.

Já escrevi sobre os preconceitos religiosos em outros textos e a cada dia me envergonho mais do povo que se diz evangélico (do qual faço parte) e dos pilantras profissionais de púlpito, como Silas Malafaia, Renê Terra Nova e outros, que se venderam de forma absurda aos seus candidatos. A luta pelo poder ainda é a maior no meio do baixo-evangelicismo brasileiro.
Mas o que me motivou a escrever este texto foi a celeuma causada na internet, que extrapolou a rede mundial de computadores, pelas declarações da paulista, estudante de Direito, Mayara Petruso, alavancada por uma declaração no twitter: “Nordestino não é gente. Faça um favor a SP, mate um nordestino afogado!”.
Infelizmente, Mayara não foi a única. Vários outros “brasileiros” também passaram a agredir os nordestinos, revoltados com o resultado final das eleições, que elegeu a primeira mulher presidentE ou presidentA (sim, fui corrigido por muitos e convencido pelos “amigos” Houaiss e Aurélio) do nosso país.
E fiquei a pensar nas verdades ditas por estes jovens, tão emocionados em suas declarações contra os nordestinos. Eles têm razão!


Os nordestinos devem ficar quietos! Cale a boca, povo do Nordeste!
Que coisas boas vocês têm pra oferecer ao resto do país?
Ou vocês pensam que são os bons só porque deram à literatura brasileira nomes como o do alagoano Graciliano Ramos, dos paraibanos José Lins do Rego e Ariano Suassuna, dos pernambucanos João Cabral de Melo Neto e Manuel Bandeira, ou então dos cearenses José de Alencar e a maravilhosa Rachel de Queiroz?
Só porque o Maranhão nos deu Gonçalves Dias, Aluisio Azevedo, Arthur Azevedo, Ferreira Gullar, José Louzeiro e Josué Montello, e o Ceará nos presenteou com José de Alencar e Patativa do Assaré e a Bahia em seus encantos nos deu como herança Jorge Amado, vocês pensam que podem tudo?
Isso sem falar no humor brasileiro, de quem sugamos de vocês os talentos do genial Chico Anysio, do eterno trapalhão Renato Aragão, de Tom Cavalcante e até mesmo do palhaço Tiririca, que foi eleito o deputado federal mais votado pelos… pasmem… PAULISTAS!!!

E já que está na moda o cinema brasileiro, ainda poderia falar de atores como os cearenses José Wilker, Luiza Tomé, Milton Moraes e Emiliano Queiróz, o inesquecível Dirceu Borboleta, ou ainda do paraibano José Dumont ou de Marco Nanini, pernambucano.

Ah! E ainda os baianos Lázaro Ramos e Wagner Moura, que será eternizado pelo “carioca” Capitão Nascimento, de Tropa de Elite, 1 e 2.

Música? Não, vocês nordestinos não poderiam ter coisa boa a nos oferecer, povo analfabeto e sem cultura…
Ou pensam que teremos que aceitar vocês por causa da aterradora simplicidade e majestade de Luiz Gonzaga, o rei do baião? Ou das lindas canções de Nando Cordel e dos seus conterrâneos pernambucanos Alceu Valença, Dominguinhos, Geraldo Azevedo e Lenine? Isso sem falar nos paraibanos Zé e Elba Ramalho e do cearense Fagner…
E Não poderia deixar de lembrar também da genial família Caymmi e suas melofias doces e baianas a embalar dias e noites repletas de poesia…
Ah! Nordestinos…
Além de tudo isso, vocês ainda resistiram à escravatura. E foi daí que nasceu o mais famoso quilombo, símbolo da resistência dos negros à força opressora do branco que sabe o que é melhor para o nosso país. Por que vocês foram nos dar Zumbi dos Palmares? Só para marcar mais um ponto na sofrida e linda história do seu povo?
Um conselho, pobres nordestinos. Vocês deveriam aprender conosco, povo civilizado do sul e sudeste do Brasil. Nós, sim, temos coisas boas a lhes ensinar.
Por que não aprendem conosco os batidões do funk carioca? Deveriam aprender e ver as suas meninas dançarem até o chão, sendo carinhosamente chamadas de “cachorras”. Além disso, deveriam aprender também muito da poesia estética e musical de Tati Quebra-Barraco, Latino e Kelly Key. Sim, porque melhor que a asa branca bater asas e voar, é ter festa no apê e rolar bundalelê!
Por que não aprendem do pagode gostoso de Netinho de Paula? E ainda poderiam levar suas meninas para “um dia de princesa” (se não apanharem no caminho)! Ou então o rock melódico e poético de Supla! Vocês adorariam!!!
Mas se não quiserem, podemos pedir ao pessoal aqui do lado, do Mato Grosso do Sul, que lhes exporte o sertanejo universitário… coisa da melhor qualidade!

Ah! E sem falar numa coisa que vocês tem que aprender conosco, povo civilizado, branco e intelectualizado: explorar bem o trabalho infantil! Vocês não sabem, mas na verdade não está em jogo se é ou não trabalho infantil (isso pouco vale pra justiça), o que importa mesmo é o QUANTO esse trabalho infantil vai render. Ou vocês não perceberam ainda que suas crianças não podem trabalhar nas plantações, nas roças, etc. porque isso as afasta da escola e é um trabalho horroroso e sujo, mas na verdade, é porque ganha pouco. Bom mesmo é a menina deixar de estudar pra ser modelo e sustentar os pais, ou ser atriz mirim ou cantora e ter a sua vida totalmente modificada, mesmo que não tenha estrutura psicológica pra isso… mas o que importa mesmo é que vão encher o bolso e nunca precisarão de Bolsa-família, daí, é fácil criticar quem precisa!

Minha mensagem então é essa: – Calem a boca, nordestinos!
Calem a boca, porque vocês não precisam se rebaixar e tentar responder a tantos absurdos de gente que não entende o que é, mesmo sendo abandonado por tantos anos pelo próprio país, vocês tirarem tanta beleza e poesia das mãos calejadas e das peles ressecadas de sol a sol.
Calem a boca, e deixem quem não tem nada pra dizer jogar suas palavras ao vento. Não deixem que isso os tire de sua posição majestosa na construção desse povo maravilhoso, de tantas cores, sotaques, religiões e gentes.
Calem a boca, porque a história desse país responderá por si mesma a importância e a contribuição que vocês nos legaram, seja na literatura, na música, nas artes cênicas ou em quaisquer situações em que a força do seu povo falou mais alto e fez valer a máxima do escritor: “O sertanejo é, antes de tudo, um forte!”
Que o Deus de todos os povos, raças, tribos e nações, os abençoe, queridos irmãos nordestinos!





Enviado por Claudia Machado:

Sobre eleições, nordestinos e afins.
Por Ricardo Moraleida Publicado: 1 de novembro de 2010

Este texto foi escrito para uma amiga querida, que eu não vejo há tempos. Eleitora da Marina no primeiro turno e de Serra no segundo, fez alguns comentários irritados sobre os nordestinos hoje, ao que eu respondi perguntando se ela acreditava mesmo que a crítica era justa e indicando o eterno artigo da Maria Rita Kehl. Infelizmente ela me disse que não queria continuar a discussão, então não tive como responder à sua crítica e ao seu desapontamento por eu usar um discurso de “intelectual de esquerda” e a “mentalidade de encher os pobres de benefícios”.

Aqui vai, amiga, espero que você me entenda melhor depois disso:

É muito ruim ver gente que eu gosto muito entrando nessa onda de desqualificar o voto dos pobres, dos nordestinos, dos beneficiados por programas sociais que efetivamente melhoraram as condições de vida deles.

É muito triste você achar que o nosso voto deveria valer mais que o deles porque nós estudamos, tivemos acesso ao conforto e à vida digna. Me desculpe a comparação, mas propor separar o nordeste à força é mais ou menos como propor criar uma nova Angola lá, pelo bem de criar uma nova Suíça aqui, é realmente isso que você quer? É esse o conceito de justiça social que você defende?

Eu fiz campanha, nesses últimos meses, com convicção de qual era o futuro que eu quero pro meu país.
E vou continuar fazendo política de agora em diante, no meu papel intransferível de cobrar do novo governo tudo que ele prometeu, com todos os problemas que ele tem e que ele com certeza terá.

Não foram os nordestinos que elegeram a Dilma.
Fui eu, foram 60% dos habitantes do Rio de Janeiro, foram 45% dos habitantes de São Paulo, foram os meus amigos da classe média, foram os novos universitários do país inteiro, 55 milhões de pessoas. Aliás, se o Nordeste inteiro não tivesse votado, ainda assim Dilma teria 1,8 milhões de votos a mais.

Mas eu gosto muito de você, e gostaria muito, muito, de pensar que os seus últimos comentários foram só a força emotiva de o seu candidato não ter ganhado, gostaria muito de saber que você não pensa exatamente assim. E gostaria muito que você me acompanhasse na fiscalização séria e respeitosa ao governo que foi democraticamente eleito.

Não sou intelectual, nem mesmo um acadêmico. Sou um micro-empresário, um cara que preza o capitalismo e a possibilidade de trabalhar duro e melhorar de vida que ele me dá. Sou um cara extremamente grato à minha família por ter me dado todas as condições pra que eu pudesse estudar, trabalhar e viver por meus próprios esforços. E sou um cara correto, que pago os meus impostos em dia e registro minhas notas fiscais com a mesma diligência que leio as notícias e cobro soluções dos candidatos eleitos. Que faço campanha com a mesma militância que, ao perceber que minha escolha nessas eleições foi errada, irei às urnas em 4 anos exigir a mudança necessária, ou, se o improvável apocalipse acontecer, irei às ruas exigir a deposição da mandatária.

Mas nós somos privilegiados. Somos as frutos de uma sociedade extremamente desigual que se valeu e ainda se vale dos seus oprimidos para garantir os nossos privilégios. A prova máxima do nosso privilégio é que tem muita gente que trabalha tão duro quanto nós, e mais duro ainda, e ainda assim não consegue nosso padrão de vida. É esse o problema que a política atual tenta solucionar.

Eu e você não precisamos do governo simplesmente porque a carga tributária pode continuar subindo e ainda assim vamos conseguir manter o nosso padrão de vida – ou vamos tranquilamente tirar nossos vistos e nos mandar pra um país desenvolvido qualquer. Os mais pobres não, e enquanto nós não tivermos uma sociedade igualitária, o governo não pode deixar que o capitalismo de mercado seja livre pra engolir a quem bem entender – nem depois, os EUA estão sofrendo as consequências disso até hoje. Mas fique feliz, BH e algumas outras capitais caminham para atingir esse ano o nível de emprego pleno, ou menos de 6% de desemprego – estamos no caminho certo.

Eu acho que você é uma pessoa bem informada, você sabe os valores pagos pelos programas que você chama de assistencialistas e as condições que são colocadas pra que as pessoas se tornem beneficiadas tão bem quanto sabe o valor da bolsa da Capes que recebeu durante o seu mestrado em uma Universidade Pública de conceito 7, paga com impostos de pobres e ricos desigualmente. Você sabe que é impossível uma família viver só de Bolsa-família ou de Pronasci assim como sabe como é difícil para nós viver só de bolsa. Você sabe que 4,8% da nossa população ainda vive com menos de 2 dólares por dia – e que eles eram 12% até 2003 e ainda são 9,6 milhões de pessoas. E eu não acredito que você quer competir ‘em igualdade de condições’ com alguém cuja renda é de R$ 306 por mês.

Eu sei que você enxerga que para eles, o teto do bolsa-família representa 65% a mais na renda mensal – e ainda não é suficiente para chegar ao salário mínimo. Eu espero que você imagine o tanto que é preciso ser pobre pra isso. Eu sei que você, como uma boa admiradora de coxinhas, sabe que eles precisam estudar e trabalhar, mas que a fome que eles sentem todos os dias e a preocupação em não deixar suas mães, filhos e netos comerem papelão ou aceitarem trabalho análogo à escravidão não é exatamente uma boa companheira de jornada.

É verdade, os programas assistenciais do governo dificultam a vida da classe média. Não é mais possível contratar uma empregada por menos do que um salário mínimo, e fica mais difícil a cada aumento anual acima da inflação. Não é mais possível pagar menos do que R$ 30 por dia pra uma diarista – nas regiões mais ricas, não é mais possível pagar menos de R$ 80! No meu apartamento no Rio, pago R$ 105 por um dia de faxina*. E fico feliz que as filhas da minha faxineira não vão precisar limpar a casa de ninguém pra viver, fico feliz que elas conheçam hoje o computador que eu conheci em 1997. Elas até poderão escolher viver como diaristas um dia, mas que seja por um salário que lhes garanta uma vida digna.

Fico feliz que os meus filhos tenham que competir com os filhos da minha faxineira, porque isso vai exigir deles que não fiquem sentados sobre os privilégios que eu herdei e eles herdarão de mim, espero ser capaz de passar para eles a hombridade necessária pra que reconheçam que o dinheiro que nós temos é igual ao que os outros têm, e muitas vezes vem muito mais facilmente para nós do que para eles.

Mas se pra isso for necessário que esses pobres TAMBÉM “mamem nas tetas do governo” por algum tempo, so be it – nós, os 10% mais ricos do país, já fazemos isso há muito tempo com o nosso sistema tributário injusto, com nossas bolsas de estudos no exterior, com os descontos no Imposto de Renda porque escolhemos pagar por escolas particulares e com a sonegação recorde, pura e simples.

Enquanto isso, cidades inteiras estão saindo da miséria porque o governo resolveu que era preciso partir o bolo pra que ele crescesse, resolveu entender que a lógica perversa da exclusão precisava ser resolvida de imediato, e resolveu que pra isso bastaria injetar uma parte do que eu pago de impostos na economia deles, resolveu que não ia cobrar dos lavradores do inteiror pra instalar os postes de luz que eu não paguei pra ter na cidade, resolveu que não ia dar vale-quentinha porque pobre tem que comer mas também tem que vestir, tem que ter lazer, tem que ter transporte e tem que ter a dignidade que só o controle sobre o próprio dinheiro nos dá.

Apoiar essa política não é ser intelectual, mas é ser de esquerda. E ser de esquerda é, antes de qualquer coisa, ser partidário da igualdade social.

Ao invés de me indignar com os beneficiários dos R$22 a R$200 mensais que alimentam, vestem e compram materiais escolares para famílias inteiras, com os beneficiários do microcrédito da Caixa, que montam as empresas que vão competir com a minha, prefiro direcionar o meu rancor à parcela dos 10 milhões de concurseiros de classe média e ricos, ávidos por uma boquinha nessas mesmas tetas, caçando vagas com salários de R$ 2 a R$ 15 mil com o objetivo único de garantir os próprios privilégios pagos, estes sim, com a riqueza que eu gero com o meu negócio honesto.

Vivemos num país capitalista, mas isso não significa que precisamos viver num capitalismo individualista, egoísta, em que cada um protege o seu e fecha os vidros com insulfilm pra não ver a miséria na rua. Morar em cidades grandes, como diz o Alex, nos dá uma carcaça grossa e insensível. É por isso que precisamos nos esforçar pra lutar por uma realidade diferente. É o que o Brasil está fazendo em escalas jamais vistas, dando a oportunidade de os seus cidadãos terem o mínimo necessário de dignidade para viver.

Foi por isso que eu e mais 55 milhões de brasileiros – somente 18,3 milhões no Nordeste – elegemos ontem a nossa 1ª presidenta.

* Eu pagava R$100 para a faxineira. Até o dia que ela me contou que se pegasse o trem chegaria 1h mais rápido no trabalho e 1h mais rápido em casa. Com R$ 5 reais ela ganhou duas horas úteis a mais no dia – o dinheiro é consumido igual, ela continua ganhando o mesmo, mas o que você daria para ter mais 2 horas por dia?


O NINHO DA SERPENTE

Raul Longo

Distribui, tal como a recebi, a publicação britânica da notícia sobre as manifestações de racismo contra nordestinos pelos eleitores de José Serra. Foi um erro, pois não percebi que no campo assunto quem me enviou escreveu ou manteve o que originalmente foi escrito:

“O ODIENDO PRECONCEITO PAULISTA NA WEB/BRASIL JÁ BATEU EM LONDRES (SERÁ QUE A EDITORA ABRIL A CONTRATARÁ PARA POSAR NUA NA PLAYBOY?)”

É sintomático isso de cogitar a contratação pela Playboy da estudante que primeiro descarregou a frustração da derrota de seu candidato nos nordestinos, apesar de que o escrutínio regional demonstre que Serra perderia mesmo sem os votos do nordeste. E, também, que teve eleitores no nordeste. Mas ainda sem perceber a existência dessa frase no campo assunto, inscrevi a guisa de cabeçalho, sintetizando o conteúdo da matéria para os que não leiam em inglês: Para pensar (trata-se do sucesso internacional dos eleitores de José Serra divulgando a imagem do Brasil para o mundo)

Mas, racistas pensam? Muitos, por certo, sequer imaginaram os prejuízos para nossa imagem no exterior, talvez até orgulhosos de demonstrarmos sermos hoje, igualzinho ao que foram no passado. Já em outros, a reação foi imediata.

Alguns me mandaram argumentos diversos de própria e alheia lavra, procurando provar que nem todos os paulistas e nem todos os eleitores de José Serra são racistas, reafirmando aquilo que todos sabemos: talvez sejamos o povo mais racista do mundo, embora os mais eloquentes em negar o que os demais assumem.

E racistas não são apenas os paulistas (daí meu erro em manter o inscrito no campo assunto). À exceção da região norte, vivi em todas as demais do Brasil e me foi impossível definir onde se é mais ou menos racista. Portanto não creio que se trate de localizar o ninho da serpente do racismo geograficamente, mas é preciso localizá-lo para evitar que envenene as futuras gerações provocando atrofias ao passado do qual já se libertaram tantos europeus, norte-americanos e boêres sul africanos.

Sabemos que do passado é o ovo dessa serpente, mas não interessa agora retrocedermos na história e, sim, destruirmos esses ninhos no presente para que a peçonha não se prolifere, como nas tantas mensagens de twitter em apoio ao fascismo da estudante – pasmem – de Direito.

Fosse ela única, não seria o caso de dedicar tempo à manifestação doentia, mas foram tantas (não contei, mas no mínimo umas 20 mensagens em apoio à futura advogada, numa exposição que também me enviaram) que tomo aqui emprestado os contra argumentos com os quais, mais uma vez, tentam esconder o ninho destas serpentes que amiúde se entrelaçam entre as mentes brasileiras.
Dizem que as serpentes se reconhece pela cabeça e vamos logo a uma delas, reproduzindo o comentário de um desses meus correspondentes: “O simples fato dessa desvairada ser paulista não significa que ela é o protótipo do eleitor de Serra, pois bem sabemos existir entre os eleitores de Dilma desvairados desse matiz e outros tão ou mais desprezíveis, como os mensaleiros e outros "artistas" menos citados.”

Vejam só! Aí está meu erro em não ter reparado na errônea indicação de regionalização do preconceito no campo assunto da mensagem repassada. Portanto, não posso nem devo culpar o correspondente por ter entendido que tenha relacionado os eleitores de Serra aos paulistas, mas na verdade, não foi minha intenção. Até porque muitos paulistas votaram em Serra e, na região sudeste onde aquele estado se infere, se não me falha a memória Dilma Rousseff foi a mais votada. Além disso, eleitores de José Serra há em todas as regiões, não há sentido especificá-los regionalmente. Mas aqui o correspondente já nos oferece uma excelente pista, se referindo ao “protótipo do eleitor de Serra”.

Há um protótipo do eleitor de Serra? Interessante! E qual é esse protótipo? Bom... Se há o protótipo, também há aquele eleitor do José Serra que não é assim tão típico, tão padrão. Ou, talvez, há os eleitores de Serra que embora eleitores, não sejam tão puros, não dignos, tão genuínos.

O que é o “protótipo do eleitor” de José Serra? Talvez seja aquela mulher que nunca tenha cometido aborto nem matado as criancinhas imoladas pela Dilma Rousseff conforme denuncia de Mônica Serra incluindo a opositora do marido entre os indignos de Deus da Igreja e dos Cristãos.

Ou será que o protótipo do eleitor de José Serra é aquele que comete harakiri ou qualquer autoimolação quando um seu funcionário de confiança se torna suspeito de prevaricação?

O depoimento das ex-alunas de Mônica Serra e o episódio do Paulo Preto, comprovam que apesar da grande capacidade mimética das serpentes, de fato de se tentou desenvolver um prototípico eleitoral do candidato. Mas poderemos aceitar protótipos de eleitores do José Serra sem cair naquele mesmo caso dos cristãos que consideravam natural escravizar, matar ou torturar índios e negros, porque não teriam alma?

E de se considerar. Reparem que o correspondente admite que entre escravistas ou torturadores seiscentistas se incluam desvairados “desse matiz e outros tão ou mais desprezíveis, como os mensaleiros e outros "artistas" menos citados.”

Muito interessante isso de “tão ou mais desprezíveis” Também seria admissível o inverso? Por exemplo, haver entre os correligionários de José Serra, mensaleiros mais desprezíveis do que entre os acusados pelo Roberto Jefferson. Talvez o próprio Roberto Jefferson mesmo, que confessou ter roubado o partido a que pertencia e acusou outros de terem feito o mesmo para, ao menos, ter companhia na montagem da ópera bufa?

Esses outros ainda não foram julgados pelo Poder Judiciário, francamente opositor do Poder Executivo deste governo Lula, mas o mesmo Judiciário já concluiu, em conformidade com as investigações, que não havia qualquer relação entre os pagamentos do caixa 2 montado por Delúbio Soares, com as votações parlamentares. Até porque as datas desses pagamentos em nenhuma ocasião coincidiram com as reuniões parlamentares para aprovação de projetos do Executivo.

Roberto Jefferson inclusive foi penalizado pelo executivo por este falso testemunho. Alguns anos atrás não o seria. Pelo contrário, seria motivo de orgulho tal o que fazia Sérgio Motta, ministro de FHC, jactar-se à imprensa por ter comprado os votos que aprovaram a emenda constitucional que permitiu a reeleição daquele governo.

Mas, vá lá que nos conceitos do correspondente isso seja menos desprezível do que pagamento de dívidas de campanha, mas seria interessante saber em que conceito enquadra os mesmos valores e agentes quando movimentados para o pagamento da campanha de Eduardo Azeredo ao estado de Minas Gerais? Será que ao correspondente o que se difere é o fato de Azeredo ter operado em função de um único estado, enquanto os acusados por Jefferson o fizeram em função de diversos municípios de todo o país? Ou porque Azeredo foi condenado por não ter honrado os empréstimos, ao contrário do PT que não só vinha pagando regularmente, já sob a tesouraria de Delúbio, como quitou a dívida sem necessidade de se recorrer a justiça?

Serpenteantes meandros que dificultam a compreensão das referências do correspondente, ainda mais quando não define quais ou quem serão os outros desprezíveis artistas. Mais artísticos ou mais desprezíveis do que Geraldo Brindeiro, o internacionalmente conhecido Engavetador Geral da República do Brasil que no Guiness mereceria destaque por ter arquivado nada menos do que 600 processos contra o governo tucano? Grande mago o Geraldo! Digno daqueles números de engolir cobra!

No entanto, a imprensa brasileira escamoteia ou omite tais fatos e é aí onde realmente poderemos encontrar a trilha que vai ao ninho da serpente, detectada por Jean Paul Sartre quando acusava na origem do racismo uma inveja dos brancos em certas particularidades vantajosas no biótipo do negro, e vice-versa. Mas não concordo totalmente com Sartre. Não no que se refere a se prezar mais as ancas das negras em relação às das brancas, que mais se realçam é no imagético de origem caucasiana. Tampouco no imitar os cabelos lisos das brancas que mais se valorizam na suspeita atração a tudo que de si difere, como ocorre nas mulheres negras.

Mas o de mais belo nas mulheres é mesmo esse reinventar-se, essa possibilidade de se aproximar a todos os estilos, sejam éticos, culturais ou sociais; mantendo sempre a si quando não necrosada pelos preconceitos da moça estudante, coitada, tão jovem e até bonita, mas já caquética e mentalmente em decomposição.

De forma que embora reconheça diferenças de proporções tanto em ancas e cabelos, quanto em ilícitos de grupos políticos, percebo um soar de guizos quando escuto expressões como “quão ou mais desprezíveis”. Algo parecendo com “por pior que seja minha facção, a sua ainda é mais”. Nessa fricção de mantras facciosos podemos reconhecer os guizos que denunciam o ninho construído, ou amoldado.

Não pelo correspondente ou pelos eleitores de Serra, claro! Natural que eleitores busquem construir argumentos que justifiquem suas preferências por este ou aquele candidato, este ou aquele partido. Mas quando as forças partidárias ou as que compõem um modelo político começam a juntar elementos estranhos à questão política, tais como religião, aborto, documentos falsos, montagens, responsabilização dos contrários por atos de própria responsabilidade, evocações vazias à ética, emprego de moralismos, etc., aí cuidado!

E lembre-se: não há mais falsa coral do que aquela coral que se diz “do bem”. Pois está incluso no dizer “eu sou do bem” o dizer “o outro é do mal”, e aí já se começa a destilar o veneno do faccioso. Daquele que nada tem a apresentar além do agitar dos guizos a camuflar as presas.

Constata-se ter sido exatamente ocorrido na campanha de José Serra, ao longo da qual o candidato em momento algum o candidato apresentou programa de governo. Promessas muitas, mas programa: nada! Governaria sabe Deus como!

Promessas até que são naturais a todos os candidatos, mas transcorrer dois turnos sem apresentar qualquer documento que oficialize e abalize uma plataforma, uma proposta de governo, resulta nisso que aí se vê e se verá sempre que um “Il Duce” ou “Der Führer” pretender criar um protótipo para condicionar seus eleitores a preconceitos sobre cristãos e anticristãos, escolhidos e não escolhidos, os do bem e os do mal, entre outros maniqueísmos pouco artísticos para os de mais bom gosto.

No entanto, este correspondente agregou um texto interessante de José Barbosa Junior, onde o autor elenca diversos nomes de talentos nordestinos que, em diversas áreas, contribuíram decisivamente para o país como um todo e a São Paulo em particular. Acabou esquecendo-se de muitos exemplos extremamente significativos, principalmente nas ciências, mas seria impossível relacionar todas as contribuições de personalidades masculinas ou femininas do nordeste do Brasil, sem cometer tais deslizes. A se lamentar mesmo é que ao final de seu texto José Barbosa se permitiu, se deixou atrair pelo poder hipnótico das serpentes. E então a desenvolver comparações entre as qualidades nordestinas com baixas expressões de outras regiões.

Reporta ali a um tal de sertanejo universitário (que nem imagino o que seja) do centro oeste, a torpeza musical dos bailes funks do Rio de Janeiro e a falta de criatividade e talento dos pagodes dos condomínios da periferia paulistana. Cuidado! Muito cuidado! É preciso lembrar a natureza vampiresca da serpente.

Na mitologia, o malefício sofrido pelas vítimas dos vampiros é o de se tornarem igualmente vampiros! Convém notar, como exemplo, a similaridade entre os atos e métodos empregados contra os palestinos pelos sionistas e os empregados contra os judeus nos tempos do nazismo.

Assim como tivemos e temos grandes brasileiros no nordeste, também os temos e tivemos em todas as demais regiões desse país. Não pense José Barbosa que não haja interesses comerciais que transformam a tão rica cultura nordestina em horríveis axés e outros subprodutos massificados aos jovens de lá. Os meios de comunicação voltados ao condicionamento de massas é um ninho de serpentes que se distribui por cada estado brasileiro e não especificamente nesta ou naquela região.

Já no que se refere à política, basta lembrar que Sérgio Guerra, Efraim Moraes, Agripino Maia e outros que tanto sibilaram contra o tal mensalão de Roberto Jefferson que ainda comove o correspondente, estão todos sob investigação de corrupção. E são nordestinos. Isso, para não lembrar a desfaçatez de um dos mais corruptos políticos da história do Brasil que sempre transferiu este título para os adversários, e era baiano.

Por falar em desfaçatez, também muito interessante é o envio de outra correspondente, de dois textos de um jornalista que ainda não vou revelar quem seja, para não perder a graça. No primeiro texto o jornalista reproduz a imagem de um portal intitulado “Blog da Dilma” e sob a reprodução da página já inicia seu texto com este parágrafo: “Esse blog nunca foi admitido como parte da rede oficial pró-Dilma, mas existe desde que Lula deixou claro que ela seria a candidata. Tinha até uma janela destinada à arrecadação de recursos. Não contasse, no mínimo, com o assentimento da campanha, teria saído do ar.”

Eu soube que o comitê de Dilma andou entrando na justiça para recolher algumas peças de campanha, tanto da internet como por outros veículos, que utilizaram seu nome indevidamente e nitidamente com o intuito de promover anti propaganda. Não sei se o citado, mas houve, sim, uma acusação, pelo próprio, de arrecadação não autorizada.

Só para citar um exemplo, em Campinas, interior de São Paulo, foram fotografados automóveis com adesivos onde se lia “DILMA45”.

Afora estes e muitos outros fatos, já desde quando se anunciou que Dilma seria candidata à sucessão de Lula, surgiram inúmeros registros de domínios da web com o nome de Dilma. Alguns até bastante sugestivos e que geraram reclamações dos que lamentaram terem de exercitar a criatividade para desenvolver algum título de domínio com o nome de Dilma, que já não houvessem registrado. Se pesquisou e se detectou de onde partira a iniciativa dos registros que nitidamente visavam estorvar o empenho da militância pró Dilma.

Não vou aqui perder tempo tentando detectar se este é comportamento característico dos ofídicos, até porque mais exemplar é a cabal decisão do dito jornalista (aguardem que vão morrer de rir!) ao reconhecer que “nunca foi admitido como parte da rede oficial pró-Dilma, mas é”.

Por que é? Se crio um blog com o nome: “Filhos de Dilma”, que poder Dilma terá para retirar meu blog do ar? Por usar a foto de sua figura que é pública?

Como são dissimuladas as serpentes, não? Não é a toa que entraram para a história do pecado original.

Se tem coisa que eu gosto é de um pecado original, mas o assunto no momento não vem ao caso, pois o mais interessante vem agora. Preparem-se! Avaliem o título encabeçando a página do blog da Dilma que Dilma não reconhece como dela, mas o jornalista decidiu que é: “ZÉ PEDÁGIO PENSA QUE NORDESTINOS SÃO BESTAS COMO PAULISTAS”.

Não perceberam? Passaram em cima do ninho da cobra e não o perceberam! Gente! Vamos ter mais atenção e pensar um pouco: qual o maior colégio eleitoral do Brasil? Por que um portal de um candidato haverá de chamar de besta o maior colégio eleitoral do país, às vésperas de uma eleição?

Dhããããããããããã....

Se continuarem tão desatentos e incapazes de perceber os movimentos das cobras, não haverá soro antiofídico que dê pro gasto! Terão de andar com um Butantã às costas!

Curiosos para saber qual foi a sagaz serpente que deu esse bote que inoculou minha tão distraída correspondente? Vou dar uma dica, para ver se matam a charada: lembram das capas de um dos maiores serpentários do país: a Revista Veja, identificando - inclusive pela foto de uma pessoa negra - o perfil tipicamente nordestino de quem elegeria o presidente em próximo sufrágio universal?

Pois leiam essa frase recolhida entre outros sibilos da língua bigúmea: “Não há nada mais atrasado, estúpido, ridículo mesmo, do que esse confronto entre regiões ou estados.”

Apesar dos inúmeros processos por difamação movidos contra a Revista Veja e seus colaboradores (alguns com condenação já expedida) a correspondente insistiu em me enviar outro texto do mesmo jornalista, onde chega a afirmar em seu estilo tão típico e característico: “E, como todos sabem, defendo as leis.”, mas o mais divertido (vocês vão cair na gargalhada quando revelar de quem se trata) é o histérico esforço, parágrafo a parágrafo, para provar que a tal estudante racista não é sua criatura nem responsabilidade. O homem chega a espumar para provar que não é racista. Pode se admitir hidrófobo, mas, racista jamais!

Ainda assim não se o pode acusar de negligência ou abandono de incapaz, pois para defender a cria, num determinado momento chega até a comparar “afogar nordestino em favor de São Paulo”, com “os loiros de olhos azuis” que construíram a crise mundial.

Bem... Vai aí alguma lógica, pois se por um lado não foram negros de cabelo pixaim os responsáveis pela crise financeira internacional, sem dúvida São Paulo foi mesmo construída pelos nordestinos. Mas afora essa mixórdia, essa quimérica mistureba sem pé nem cabeça como as cobras cegas, não há coisa alguma haver com outra e nem Lula incitou ninguém ao crime por afirmar o óbvio que, de tão óbvio, nem mesmo os loiros de azuis se incomodaram, afinal não houve na afirmação nenhuma conotação mais pejorativa do que as imagens que se refletem nos espelhos dos plutocratas mundiais. Certo?

Errado. Errado porque ainda não revelei quem é o autor da matéria, depois que o fizer vão compreender direitinho. Mas antes tenho de fazer uma ressalva onde ele tem razão, numa reprodução que faz de uma resposta da ex Ministra da Igualdade Racial, Matilde Ribeiro, em entrevista à BBC Brasil.

Sei que é difícil reconhecer onde começa e onde termina uma serpente enroscada em si mesma e todos também sabemos quanto são ávidas e experientes em recortar e remontar declarações, compondo insídias com as quais envolvem os incautos desde Adão e Eva. Mas caso desta vez não o tenha feito e a ex Ministra tenha de fato exposto as razões do racismo do negro contra o negro como ali se transcreve, cometeu grave deslize em dizer que o encara como natural.

Embora o seja, não há dúvida, pois qualquer ser espancado se alimentará ódio ao seu espancador. A única vez que minha cadela, mordeu alguém, foi um senhor de boné. Aquilo me indignou e espantou, até me lembrar de que diariamente era molestada por um garoto sempre de boné. Mas mesmo sendo natural enquanto reação animal ou humana, os capacitados de discernimento e raciocínio não podem considerar como natural que os nordestinos venham a ter preconceitos dos paulistas. Não podemos nem devemos nos permitir a isso. Mas não pelas superficiais razões apresentadas pelo tal jornalista que, ao longo de sua lamentável carreira, tem primado pelo contrário do que afirma; e sim porque o preconceito do negro contra o branco ou do nordestino contra o sulista, todos são resultados da inoculação do mesmo veneno.

É preciso deixar claro que o negro não seria racista, se não houvesse sofrido racismo. O nordestino não seria racista, se não o condenassem ao afogamento em nome da cidade que ele construiu em todas suas extensões verticais e horizontais. Mas também é preciso repetir à exaustão o ensinamento de Agostinho Neto, embora tão óbvio: “Não importa a cor e a origem do opressor. Todo opressor é o mesmo opressor, seja branco ou negro”. Seja paulista, nordestino, gaúcho ou mato-grossense, a serpente é a serpente.

Faz até lembrar a anedota do garoto negro que querendo entender porque os brancos são racistas, se encheu de alvaiade. A mãe chegou e deu bronca: “- Mas que porcaria menino! Pra quê isso?” “- É que eu quis ficar branco pra...” A mãe não deixou nem explicar: “- O quê? Tá negando a raça seu moleque?” – e tome um cocorote. Nisso chegou o pai, a mãe indignada explicou o acontecido, e o pai, revoltado com o filho: tome mais cascudo. Choramingando o menino saiu pra rua onde encontrou um coleguinha que perguntou: “- E aí? Descobriu por que branco é racista?” “- Acho que sim. Fiquei branco só por dez minutos e já tô com raiva de dois pretos.”

Mas a piada maior mesmo, para quem ainda se lembra quem seja, é o nome do autor dos dois últimos textos comentados: Reinaldo Azevedo.

Podem rir a vontade, mas quem não sabe distinguir uma muçurana de uma urutu-cruzeiro não se meta a criar cobra achando que vão se comer entre si.

Esse negócio de querer ver cobra comendo cobra é perigoso! Não alimentem!



No sábado à noite, minha amiga e professora Katia me enviou um email falando a respeito do desespero da filha que fazia o ENEM em São Paulo:

Ahnem, me poupe tanta desorganização, que se repete anualmente, no Enem.

Hoje, pela manhã, consegui conversar com a N... ao telefone.
Ela está envolvida na maratona de resistência física e psicológica, exigida pelo Enem.
Ela estava decepcionada, nervosa e exausta.
Um dos boicotes do Enem 2010, foi o uso do lápis e relógio. A alegação do Inep (orgão do MEC, responsável pelo Exame) foi que o aluno perderia tempo ao usar o lápis e depois a caneta, no momento de transcrever o gabarito.
Já está subentendido que o objetivo de avaliar competências e habilidades dos candidatos, inclui também, o fator tempo.
Nas questões onde se exigia a realização de cálculos com fórmulas, N... me relatou que teve dificuldade. Rabiscou muito e o espaço delimitado nas questões ficou confuso, por tantos borrões. Sentiu falta do lápis. E na sala onde estava, essa proibição não foi respeitada por vários candidatos: usaram o lápis e relógio no pulso. Os três fiscais presentes nada disseram.
Ahnem!!!!!
N..., com voz estarrecida, me conta o absurdo maior - entre outros - ocorrido na sala. O celular de uma candidata começa a tocar, e a mesma atende e começa um diálogo em alto tom de voz:
- O que? A chave? Está no mesmo lugar.....
N... não possibilitou a continuidade da conversa: dirigiu-se ao fiscal (nesse momento, só havia um na sala) e perguntou:
- "Isso é permitido"???
O fiscal solicitou à candidata que se retirasse da sala e continuasse a conversa ao celular nos corredores.
Pasme!!!!!
Quando os outros dois fiscais retornaram, a candidata ainda estava fora da sala e de papo ao celular.
Decidiram que ela seria desclassificada do exame. Porém, ela voltou à sala, transcreveu no gabarito as questões que havia feito, entregou a prova e permaneceu até que chegasse o horário mínimo determinado para saída dos candidatos.
Ahnem!!!!!!
Mais um ocorrido: proibição do relógio. Até procede tal atitude se os candidatos tivessem acesso, através dos fiscais ou com o clássico relógio desenhado no quadro, onde a cada trinta minutos, apagam-se os ponteiros e desenham-se outros.
Não houve nada disso, o tempo cronológico percorria no psicológico dos candidatos. O tempo objetivo da pressão, onde quem obedeceu o 'exigido' pelo Mec, não soube se faltava muito ou pouco para o término.
Um comunicado foi feito: faltam cinco minutos para terminar e entregar provas e gabarito.
Sem levar em questão que os cabeçalhos dos gabaritos não coincidiam com os cabeçalhos dos cadernos de provas, (mais um absurdo, uma incompetência) as mãos de minha filha começaram a tremer.
Ela continuou a transcrever as respostas para o gabarito, porém as cinco questões finais foram para o 'chute'.
E assim caminha a educação...
Caminha?



Favelização das cidades
O aumento generalizado da favelização é gritante no mundo, e mais intenso nos países em desenvolvimento onde o crescimento urbano vem ocorrendo de forma descontrolada. Os favelados compõem 6,0 % da população urbana nos países desenvolvidos e chega a 78,2% nos países menos desenvolvidos.
Ari de Oliveira Zenha (www.cartamaior.com.br)

“Vi ontem um bicho
Na imundície do pátio
Catando comida entre os detritos.

Quando achava alguma coisa,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.

O bicho não era um cão,
Não era um gato,
Não era um rato.

O bicho, meu Deus, era um homem.”
Manuel Bandeira

O capitalismo tem transformado sistematicamente as cidades em mega cidades e mais ainda, em hipercidades, com população superior a 20/30 milhões de habitantes.

Os assentamentos urbanos têm evoluído urbanisticamente trazendo consigo grandes núcleos urbanos que vão, na medida em que crescem, transformando estes – núcleos urbanos – numa fusão e apropriação em seu entorno das regiões rurais. Já é comum andarmos quilômetros e quilômetros dentro deste complexo de imbricamento, não sabendo aonde termina a região urbana e começa a rural, é o que os urbanistas chamam de hibridação rural/urbana.

Na cidade de São Paulo as favelas, em 1970, eram de 1,2% de sua população, passando em 1993 para 19,8%, crescimento vertiginoso e explosivo de uma média anual de 16,4% ao ano na década de 1990.

O aumento generalizado da favelização é gritante no mundo, e mais intenso nos países em desenvolvimento e nos países do Terceiro Mundo onde o crescimento urbano vem ocorrendo de forma alarmante, descontrolada e miserabilista. Os favelados compõem 6,0 % da população urbana nos países desenvolvidos e chega a 78,2% nos países menos desenvolvidos.

Num levantamento realizado em 2003 pela UN-Habitat coloca o Brasil com 36,6% de sua população urbana vivendo em favelas e cortiços, representando quase 52 milhões de pessoas. A maior favela do mundo encontra-se na cidade do México, com quatro milhões de habitantes. Na cidade do Rio de Janeiro 23 favelas encontram-se dentro desta e 77 são periféricas.

Na cidade de São Paulo a pesquisadora Suzana Taschner diz o seguinte: “(...) o governo do Partido dos Trabalhadores (PT), a partir de 1989, tentou regularizar e melhorar a ‘imensa cidade ilegal’ dos pobres. Embora as reformas do PT tenham produzido alguns resultados admiráveis, infelizmente, com as melhorias o submercado imobiliário se consolida na favela. Terrenos e casas tornam-se bens de consumo e o preço dispara”. Os resultados do empreendimento do PT foram os surgimentos da “favela dentro da favela”, onde surgem os cortiços, onde se alugam quartos aos mais pobres dentre os pobres, como diz Mike Davis.

Nas favelas da cidade do Rio de Janeiro, devido à falta de espaço urbano (terra), aparece a procura crescente por aluguel de cômodos. Segundo Suzana Taschner com a verticalização das favelas mais antigas surgem prédios de quatro a seis andares, em geral para serem alugados.

Ao mercantilizar a terra urbana dos favelados, o sistema capitalista mundializado, de forma imperativa e implacável os considera como lixo humano, pois para o capitalismo a existência do ser humano não passa de mais uma mercadoria a ser comercializada no grande mercado globalizado.

Diante disso o primeiro e mais famoso empreendimento de condomínios fechados (arquitetura do medo) construído no Brasil chamado Alphaville é uma verdadeira cidade na periferia, “cercada e americanizada na grande São Paulo”. Segundo Mike Davis, citando a brasileira Teresa Caldeira, diz o seguinte: (...) “a segurança é um dos principais elementos da publicidade e obsessão de todos os envolvidos”.

Outro exemplo está na cidade do Rio de Janeiro onde um condomínio fechado (vertical) encravado no bairro nobre da Barra da Tijuca é todo cercado por muros altos e cercas eletrificadas, ocupa bem dizer todo um quarteirão e seus proprietários vivem em uma verdadeira concha apartada do mundo real. Este condomínio tem campo de golfe, pista de Cooper, piscinas, restaurante, lojas de conveniência, heliporto, sauna, academia de ginástica, cercas eletrificadas, segurança 24 horas, garagem para quatro carros, na sua grande maioria importado e blindado. Nos fins de semana o heliporto chega a ficar congestionado, pois helicópteros descem e sobem levando seus moradores para suas mansões cinematográficas em Angra dos Reis (RJ). Tudo é vigiado 24 horas por câmeras e seguranças. Só para ilustrar, quando se vai utilizar a parte de piscinas, restaurante, academias, etc., o trabalhador que controla a entrada nesses recintos, está vestido com roupas que fazem lembrar os serviçais da nobreza inglesa.

As trabalhadoras que servem aos usuários das piscinas vestidas todas de branco dos pés à cabeça, estão impecáveis para os requisitos e deleite de luxo e limpeza de seus moradores burgueses e da alta classe media.

O servilismo dos trabalhadores deste condomínio é constrangedor, pois eles se colocam em uma posição de inferioridade, de submissão e de serventia aos desejos e caprichos de seus moradores, chegando com isso, às raias do absurdo a que um ser humano pode se sujeitar. Em várias mesas a língua falada é o inglês. Os salões de festa são todos com ar condicionado, ou seja, enquanto seus moradores fazem suas festas (durante o dia) a uma temperatura de 20 a 23 graus, do lado de fora a temperatura está próxima aos 40 graus. Mas, por ironia a vista que se tem ao se alcançar os fundos deste condomínio é contrastante, ao longe, nas encostas, nos morros, está a maior favela do Rio de Janeiro e do Brasil, a favela da Rocinha, como querendo dizer: olhem, estamos aqui!



WSJ: 42.389.619 de americanos dependem do Bolsa Família para comer
November 4, 2010, 2:47 PM ET
In U.S., 14% Rely on Food Stamps

By Sara Murray, naquele jornal comunista, o Wall Street Journal

Um grande número de domicílios americanos ainda depende da assistência do governo para comprar comida, no momento em que a recessão continua a castigar famílias.
O número dos que recebem o cupom de comida [food stamps, a versão americana do Bolsa Família] cresceu em agosto, as crianças tiveram acesso a milhões de almoços gratuitos e quase cinco milhões de mães de baixa renda pediram ajuda ao programa de nutrição governamental para mulheres e crianças.
Foram 42.389.619 os americanos que receberam food stamps em agosto, um aumento de 17% em relação a um ano atrás, de acordo com o Departamento de Agricultura, que acompanha as estatísticas. O número cresceu 58,5% desde agosto de 2007, antes do início da recessão.
Em números proporcionais, Washington DC [a capital dos Estados Unidos] tem o maior número de residentes recebendo food stamps: mais de um quinto, 21,1%, coletaram assistência em agosto. Washington foi seguida pelo Mississipi, onde 20,1% dos moradores receberam food stamps, e pelo Tennessee, onde 20% dos residentes buscaram ajuda do programa de nutrição.
Idaho teve o maior aumento no número de recipientes no ano passado. O número de pessoas que receberam food stamps no estado subiu 38,8%, mas o número absoluto ainda é pequeno. Apenas 211.883 residentes de Idaho coletaram os cupons em agosto.
O benefício nacional médio por pessoa foi de 133 dólares e 90 centavos em agosto. Por domicílio, foi de 287 dólares e 82 centavos.
Os cupons se tornaram um refúgio para os trabalhadores que perderam emprego, particularmente entre os estadunidenses que já exauriram os benefícios do seguro-desemprego. Filas nos supermercados à meia-noite do primeiro dia do mês demonstram que, em muitos casos, o benefício não está cobrindo a necessidade das famílias e elas correm antes da chegada do próximo cheque.
Mesmo durante as férias de verão as crianças retornaram às escolas para tirar proveito da merenda, onde ela estava disponível. Cerca de 195 milhões de almoços foram servidos em agosto e 58,9% deles foram de graça. Outros 8,4% foram a preço reduzido. Este número vai aumentar quando os dados do outono forem divulgados já que as crianças estarão de volta às escolas. Em setembro passado, por exemplo, mais de 590 milhões de almoços foram servidos, quase 64% de graça ou com preço reduzido.
Crianças cujas famílias tem renda igual ou até 130% acima da linha da pobreza — 28 mil e 665 dólares por ano para uma família de quatro pessoas — podem ter acesso a almoços gratuitos. As famílias que tem renda entre 130% a 185% acima da linha da pobreza — 40 mil e 793 dólares para uma família de quatro — podem receber refeições a preço reduzido, não mais que 40 centavos de dólar de desconto.
Ps do Viomundo: Texto dedicado àqueles que acham chique os programas sociais na França, na Alemanha e nos Estados Unidos, mas tem “horror!” dos programas sociais brasileiros.



Apropriação indébita: como os ricos estão tomando nossa herança comum
Hoje 95% do milho plantado nos EUA é de uma única variedade, com desaparecimento da diversidade genética. O livre acesso às composições de Heitor Villalobos será a partir de 2034. Isto está ajudando a criatividade de quem? Patentes de 20 anos há meio século atrás podiam parecer razoáveis, mas com o ritmo de inovação atual, que sentido fazem? Já são 25 milhões de pessoas que morreram de Aids, e as empresas farmacêuticas proibem os países afetados de produzir o coquetel. Há um imenso enriquecimento no topo da pirâmide, baseado não no que estas pessoas aportaram, mas no fato de se apropriarem de um acúmulo historicamente construído durante sucessivas gerações. O artigo é de Ladislau Dowbor.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17163&boletim_id=786&componente_id=13060




Combatendo os bárbaros
Tzvetan Todorov é um humanista à moda antiga, interessado no amplo espectro do conhecimento humano entendido como um caminho para a integridade e o saber. Linguista, filósofo, historiador, crítico literário, interessado tanto na semiótica como nas fraturas do século XX, este homem nascido na Bulgária e emigrado a Paris aos 24 anos, autor de livros fundamentais em praticamente todos os terrenos pelos quais incursionou, é um impenitente devoto da clareza do pensamento como arma contra a intolerância, a incompreensão e o totalitarismo em todas as suas formas. De passagem por Buenos Aires, convidado pela Fundação Osde para fazer algumas palestras, Todorov concedeu entrevista a Martín Granovsky, do Página/12. Na conversa, entre outras coisas, aponta as raízes fundamentalistas do ultraliberalismo e do populismo conservador que vem crescendo na Europa e nos EUA.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17169&boletim_id=787&componente_id=13093



Leia em www.outraspalavras.net



Brasil à la Roussef
As garras do país sombrio recolheram-se, mas voltarão. Como Lula, primeiro operário a chegar à presidência, Dilma, a primeira mulher, não pode errar
Por Elisabeth Carvalho

Obama após o desastre
Derrotado por uma oposição primitiva e por sua tendência à conciliação infinita, presidente está numa encruzilhada. Terá disposição para mudar?
Por David Corn, em Mother Jones

Kirchner: o presidente que mudou o paradigma
Ideias, batalhas e personalidade de um político que recriou, a partir da quase-obscuridade, a agenda política argentina. O papel de Cristina e o futuro
Por Mario Wainfeld, no Pagina12

Equador: do golpe à autocrítica
Rafael Correa enfrentou e venceu a direita. Mas a vitória não deveria adiar a correção de problemas graves em seu governo
Por Tadeu Breda, em Latitude Sul

Por que os beduínos não se submetem
Acossados pela brutalidade do exército egípcio, numa área próxima à Palestina, os nômades do Sinai rebelam-se, contra-atacam e reivindicam
Por Adam Morrow e Khaled Moussa al-Omrani, da Agência IPS


ESPECIAL: DOSSIÊ GLOBOGATE -- TERCEIRO TEXTO
Como tutelar o seu leitor
Num caso antológico de partidarismo, Folha e Jornal Nacional triaram as denúncias relacionadas à quebra de sigilos fiscais. Alardearam o que interessava a Serra e esconderam o que o comprometia
Por Antonio Martins




a Revista Espaço Acadêmico, edição nº 114, novembro de 2010, foi publicada. Acesse: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/issue/current

Leia nesta edição o DOSSIÊ 100 ANOS DA REVOLUÇÃO MEXICANA, organizado pelo professor Cleverson Rodrigues da Silva.




Leia no Café Historia (link ao final)
MISCELÂNEA
As Aventuras de Tintim
A famosa obra do cartunista belga Hergé chega em breve aos cinemas e promove mais uma vez os debates sobre uma das histórias em quadrinhos mais bem sucedidas da história
CAFÉ EXPRESSO NOTÍCIA
Historiador se demite em protesto contra sigilo de acervos da ditadura no período eleitoral
Ministério alemão do Exterior construiu imagem para esconder passado nazista, diz historiador
VÍDEOS EM DESTAQUE
Historiadora fala sobre violência no Rio de Janeiro
Assista: http://cafehistoria.ning.com/video/historiadora-fala-sobre
BLOG DO CAFEÍNO
Games Históricos: História para jogar, de Michel Goulart
Leia: http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/games-historicos-historia-para

Visite Cafe Historia em: http://cafehistoria.ning.com/?xg_source=msg_mes_network



Concurso para Educação em Química – UFJF

O Departamento de Química da Universidade Federal de Juiz de Fora informa
que no período de 08 a 16 de novembro de 2010 (2º. período de inscrição),
estarão abertas as inscrições para concurso público de provas e títulos
visando o provimento de 1 (uma) vaga para professor do magistério superior
na área de Educação em Química.
- O concurso será realizado entre os dias 07 e 09 de dezembro de 2010.

Habilitação exigida: Graduação em Química ou áreas afins com Doutorado em
Química, ou em Ciências, ou em Educação, ou em Ensino de Ciências, ou em
Ensino de Química, ou em História das Ciências.

Maiores informações (edital, pontos, datas e documentação necessária para
inscrição
etc.): Depto. Química / ICE / UFJF - tel: 32- 2102-3310 32- 2102-3310 .
http://www.ufjf.br/quimica/
- O programa do concurso está disponível no link abaixo, como concurso
179.

http://siga.ufjf.br/index.php?module=concurso&action=main:docente:programas&edital=04020101


- O edital completo do concurso está disponível no link abaixo, como
edital 040/2010.
http://www.ufjf.br/concurso/concursos-em-andamento/editais/edital-0402010/



A Coleção Primeiros Passos é um sucesso editorial da Editora Brasiliense, com centenas de volumes sobre os mais diversos assuntos, no link abaixo você encontra uma coletânea de todas as edições existentes na internet para download gratuito!
http://ebooksgratis.com.br/tag/colecao-primeiros-passos/



INFORME ANPUH

Revista Brasileira de História.
Revista Brasileira de História Volume 30, Edição 59: História e Historiadores.
Esta edição já está disponível em nosso site. Acesse-a pelo site da Anpuh.
Conforme decisão em Assembléia, a partir desta edição, número 59, a Revista Brasileira de História não terá uma versão impressa. O acesso a esta e todas as outras edições da RBH é ilimitado e gratuito. Nossa previsão é que em novembro a RBH 59 estará disponível também em inglês.

Concursos (para mais informações acessem o site da Anpuh)
PROFESSOR ASSISTENTE DE DIDÁTICA E PRÁTICA DE ENSINO DE HISTÓRIA
Instituição: Universidade Federal de Goiás - Campus Jataí (UFG)
Inscrições: até 17/11/2010

PROFESSOR DE ENSINO DE HISTÓRIA - ADJUNTO E ASSISTENTE
Instituição: Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC)
Inscrições: até 18/11/2010

PROFESSOR ASSISTENTE DE TEORIA E HISTORIOGRAFIA – 1 VAGA
Instituição: Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC/RJ)
Inscrições: de 03/11/2010 até 22/12/2010

MESTRADO EM HISTÓRIA PODER E PRÁTICAS SOCIAIS
Instituição: Universidade Estadual do Oeste do Paraná - Campus Marechal Cândido Rondon (UNIOESTE)
Inscrições: até 03/02/2011


Eventos (para maiores informações acessem o site da Anpuh)


12º SEMINÁRIO NACIONAL DE HISTÓRIA DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA E 7º CONGRESSO LATINO-AMERICANO DE HISTÓRIA DA CIÊNCIA E DA TECNOLOGIA
Data: 12 a 15 de novembro de 2010
Local: Universidade Federal da Bahia (UFBA)

II ENCONTRO DE HISTÓRIA DO IMPÉRIO BRASILEIRO: CULTURAS E SOCIABILIDADES: POLÍTICAS, DIVERSIDADES, IDENTIDADES E PRÁTICAS EDUCATIVAS
Data: 14 a 18 de novembro de 2010
Local: Universidade Federal da Paraíba (UFPB)

IV COLÓQUIO DE HISTÓRIA: ABORDAGENS INTERDISCIPLINARES SOBRE HISTÓRIA DA SEXUALIDADE
Data: 16 a 19 de novembro de 2010
Local: Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP)

II JORNADAS INTERNACIONALES DE PROBLEMAS LATINOAMERICANOS - MOVIMIENTOS SOCIALES, PROCESOS POLÍTICOS Y CONFLICTO SOCIAL: ESCENARIOS DE DISPUTA
Data: 18 a 20 de novembro de 2010
Local: Universidad Nacional de Córdoba (UNC)

III SEMINÁRIO NACIONAL DE PÓS-GRADUANDOS EM HISTÓRIA DAS INSTITUIÇÕES
Data: 22 a 26 de novembro de 2010
Local: Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)

III SEMINÁRIO DIMENSÕES DA POLÍTICA NA HISTÓRIA: CULTURAS POLÍTICAS, RELAÇÕES SOCIAIS E REDES DE PODER (novo)
Data: 30 de novembro a 02 de dezembro de 2010
Local: Instituto de Ciências Humanas da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF)

VI ENCONTRO DE HISTÓRIA DA ARTE: HISTÓRIA DA ARTE E SUAS FRONTEIRAS (novo)
Data: 30 de novembro a 03 de dezembro de 2010
Local: Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP)

V SIMPÓSIO DE POLÍTICA E CULTURA: DIÁLOGOS E INTERFACES
Data: 01 a 03 de dezembro de 2010
Local: Universidade Severino Sombra - Campus Vassouras (USS)

XVI CONGRESO INTERNACIONAL DE AHILA (novo)
Data: 06 a 09 de setembro de 2011
Local: Universidad de Cádiz (UCA)

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