quarta-feira, 17 de novembro de 2010

Numero 253




Hoje faço os últimos comentários sobre a minha estadia no Canadá, abordando uma casa-museu em Toronto e uma pequena linda cidade, Niagara On the Lake.















Niagara on the Lake é uma encantadora cidade às margens do Lago Ontário. Pequena, toda florida, com uma população que curte as tradições. Tivemos oportunidade de ir duas vezes lá. Na primeira, era só de passagem para Niagara Falls (que, de bonito, só tem a catarata mesmo, a cidade é um horror, cheia de monstros norte-americanos nas lojas, um barulho ensurdecedor...bem...deixa pra lá) e vimos dezenas de pessoas vestidas com uniformes antigos, moças e senhoras vestidas como se no século XIX estivessem.

















Niagara Falls...é só o que vale a pena ver...

Um batalhão do século XIX em 2010...

Infelizmente não vimos a festa. Na segunda vez era a Festa do Pêssego. A avenida principal da cidade estava fechada ao trânsito, para que expositores pudessem mostrar tudo o que se pode fazer com pêssegos. E com outros produtos da agricultura também. Uma festa de um domingo inteiro.
Recomendo. Se for ao Canadá, não deixe de ir a Niagara on the Lake.


A casa Loma, em Toronto, é um espetáculo à parte. Trata-se da residência de Sir Henry Pellatt. É um verdadeiro castelo medieval. 300 trabalhadores a construíram, num espaço de 3 anos. Ela ficou pronta em 1914.
Hoje é um museu pessoal. Administrada pelo Clube Kiwanis, a Casa pertence à cidade.


Sir Henry lutou nas duas guerras mundiais e a casa está cheia das lembranças desse seu passado militar. Foi ele também que criou a companhia que forneceu energia elétrica para Toronto. Era também acionista da Companhia de Estradas de Ferro. Acumulou uma grande fortuna, portanto. A construção da casa ficou em aproximadamente 3 milhões de dólares.
Casa Loma significa “casa no topo da colina”.
A biblioteca é um local para leitor nenhum botar defeito. Enorme, com liv
ros principalmente de jardinagem e de história militar.
Vai a Toronto? Não deixe de visitar!!!
















Medalhas e condecorações de guerra. Ao lado, Sir Henry
















Bem, temos hoje um artigo produzido pelo jornalista José de Souza Castro a respeito do problema prisional em Minas Gerais. E o ENEM volta com dois artigos que refletem aquilo que eu disse no numero passado: a quem interessa o fracasso do ENEM?
Bom proveito!








Penitenciárias privadas – o avanço para trás do governo de Minas
José de Souza Castro

O leitor de “The Moonstone”, um clássico da literatura policial escrito em meados do século 19 por Wilkie Collins, se surpreende quando Lady Verinder contrata o Sargento Kuff, da Scotland Yard, às suas próprias custas, para que ele investigue quem furtou uma valiosa pedra preciosa. E o despediu, quando achou que o resultado da investigação poderia comprometer a honra de sua nobre família. Parece que, na época, a polícia agia desse modo. Séculos antes, já eram privadas as prisões inglesas. Nada muito diferente do que o governo estadual pretende fazer agora em Minas Gerais, em tempos de choque de gestão.

O grande capital, que num ponto da História foi sendo controlado na Inglaterra, onde o governo assumiu os presídios e fez com que a polícia não fosse apenas a polícia dos ricos, para proteger seu patrimônio, nunca teve tanta liberdade de ação como hoje em Minas.

E nossa polícia vai sendo aos poucos ultrapassada, em número de homens e poder de fogo, pelos vigilantes e guardas privados. Empresas de vigilância e segurança lucram com esse sistema e as que pagam por seus serviços repassam os custos para os consumidores. O próximo passo do capital é lucrar com a construção e administração de presídios. Entre todos os estados brasileiros, Minas – a do “choque de gestão” – quer sair na frente nesse quesito. De volta ao passado.

O “choque de gestão” começou prejudicando os funcionários públicos, sobretudo no momento em que se aposentam. Pois eles estarão condenados, como os que os precederam, a verem ano a ano suas aposentadorias perderem poder de compra, sem reajuste para compensar a inflação. Prepara-se agora para prejudicar os presos. E não são poucos.

O Conselho Nacional de Justiça informou que até setembro deste ano o número de presos em Minas passava de 49 mil, dos quais 65% estavam espremidos em carceragens superlotadas de delegacias de polícia, aguardando julgamento para, se condenados, serem encaminhados às penitenciárias para cumprir pena. Feitas as contas, há mais de 17 mil condenados em penitenciárias no Estado.

Esse número – que pode crescer indefinidamente – já representa grande negócio para as empresas participantes da PPP (Parceria Púbico-Privada) do sistema penitenciário. Ela foi lançada pelo governador Aécio Neves e tem no atual governador um entusiasta. O edital dessa PPP estabelece que o vencedor da concorrência não poderá cobrar mais de R$2.100,00 (dois mil e cem reais) por mês, por preso.

Nada mal, quando se sabe que um trabalhador de salário-minimo tem que se manter – e a família – com pouco mais de ¼ desse valor.
Se todos os presos em penitenciárias forem privatizados, nós, os contribuintes, vamos gastar mensalmente mais de R$ 35 milhões, para mantê-los nesses lugares de ócio – que se imagina, pelo preço cobrado, serão bem confortáveis, ou pelo menos muito mais que a casa de um trabalhador de salário mínimo.

O avanço em nosso bolso será lento, gradual e seguro. Vai começar com a privatização de 3.040 vagas, num presídio a ser construído em Ribeirão das Neves. O governo de Minas já firmou convênio com cinco empresas para construir e administrar o novo complexo penitenciário, que tem como modelo os presídios privados de Ashfields e Lowdhanm, na Inglaterra de Margareth Thatcher.

Segundo a Frente Antiprisional das Brigadas Populares, formada há dois anos para lutar contra a ideia de transformar presos em mercadoria, o sistema que o governo de Minas e as empresas querem montar “consiste em enormes unidades (o que contraria a legislação vigente no estado que estabelece um teto de 170 presos por nova unidade construída) associadas a oficinas de trabalho, ou indústrias de alta demanda de mão de obra”.

Ah, bom. Então eles não ficarão ociosos. Vão engrossar o imenso contingente brasileiro de mão-de-obra barata para os espertos... mas não para nós, os otários contribuintes.

É um negócio promissor. Segundo a Fundação João Pinheiro, já temos 301 presos para cada 100 mil habitantes, uma taxa em rápida expansão. Quando começar a dar lucro para valer, o céu é o limite. Ninguém no governo parece preocupado em saber se é inteligente ou não ampliar a oferta de vagas nas penitenciárias como forma de combater a criminalidade. Isso não interessa. O que importa é o lucro, imbecil! Se for preciso, como fizeram nos Estados Unidos, onde muitos presídios foram privatizados, aumenta-se o número de encarcerados, evita-se a todo custo que eles sejam reabilitados – garantindo assim sua volta ao presídio pouco depois da libertação no fim da pena – diminuem-se os custos (à custa do bem-estar dos presos) e aumenta-se a lucratividade do novo negócio.

É com esse espírito, certamente, que vão se reunir no próximo dia 29 os membros do Copom (Conselho Estadual de Política Ambiental) para examinar a construção do presídio em Ribeirão das Neves em área de preservação permanente. Não pretendo antecipar o que será decidido, mas sou pessimista, tendo em vista os precedentes. E não estou sozinho. O advogado criminalista Virgílio de Mattos afirma, em artigo encaminhado pelo vigário da Paróquia do Carmo, Frei Gilvander Moreira, que os grandes donos do grande capital não têm o menor pudor quando se trata de terem lucro. “Não importando o que se tenha que moer: floresta, minério ou gente.”

Para concluir, um trecho do artigo de Virgílio de Mattos, membro do Grupo de Amigos e Familiares de Pessoas em Privação de Liberdade, do Fórum Mineiro de Saúde Mental e Autor de Crime e Psiquiatria – Preliminares para a Desconstrução das Medidas de Segurança, dentre outros:

“Na origem perdida no século XV, XVI, como estou convencido, o cárcere era privado e visando lucro a qualquer preço, portanto, não apresentem essa forma como “novidade”. Sejam incautos, sejam mal-intencionados, tenhamos um pouco de respeito, quando nada, à verdade histórica.”

A íntegra do artigo pode ser lida aqui
: http://antiprisional.blogspot.com/


Enviado por Leila Brito:

Nicolelis: Só no Brasil educação é discutida por comentarista esportivo
por Conceição Lemes



Desde o último final de semana, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e o Ministério da Educação (MEC) estão sob bombardeio midiático.
Estavam inscritos 4,6 milhões estudantes, e 3,4 milhões submeteram-se às provas. O exame foi aplicado em 1.698 cidades, 11.646 locais e 128.200 salas. Foram impressos 5 milhões de provas para o sábado e outros 5 milhões para o domingo. Ou seja, o total de inscritos mais de 10% de reserva técnica.
No teste do sábado, ocorreram dois erros distintos. Um foi assumido pela gráfica encarregada da impressão. Na montagem, algumas provas do caderno de cor amarela tiveram questões repetidas, ou numeradas incorretamente ou que faltaram. Cálculos preliminares do MEC indicavam que essa falha tivesse afetado cerca de 2 mil alunos. Mas o balanço diário tem demonstrado, até agora, que são bem menos: aproximadamente 200.
O outro erro, de responsabilidade do Inep, foi no cabeçalho do cartão-resposta. Por falta de revisão adequada, inverteram-se os títulos. O de Ciências da Natureza apareceu no lugar de Ciências Humanas e vice-versa. Os fiscais de sala foram orientados a pedir aos alunos que preenchessem o cartão, de acordo com a numeração de cada questão, independentemente do cabeçalho. Inep é o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais, órgão do MEC encarregado de realizar o Enem.
“Nenhum aluno será prejudicado. Aqueles que tiveram problemas poderão fazer a prova em outra data”, tem garantido desde o início o ministro da Educação, Fernando Haddad. “Isso é possível porque o Enem aplica a teoria da resposta ao item (TRI), que permite que exames feitos em ocasiões diferentes tenham o mesmo grau de dificuldade.”
Interesses poderosos, porém, amplificaram ENORMEMENTE os erros para destruir a credibilidade do Enem. Afinal, a nota no exame é um dos componentes utilizados em várias universidades públicas do país para aprovação de candidatos, além de servir de avaliação para bolsa do PRO-UNI.
“Só os donos de cursinhos e aqueles que não querem a democratização do acesso à universidade podem ter algo contra o Enem”, afirma, indignado, ao Viomundo o neurocientista Miguel Nicolelis, professor da Universidade de Duke, nos EUA, e fundador do Instituto Internacional de Neurociências de Natal, no Rio Grande do Norte.
“Eu vi a entrevista do ministro Fernando Haddad ao Bom Dia Brasil, TV Globo. Que loucura! Como jornalistas que num dia falam de incêndio, no outro, de escola de samba, no outro, ainda, de esporte, podem se arvorar em discutir um assunto tão delicado como sistema educacional? Pior é que ainda se acham entendedores. Só no Brasil educação é discutida por comentarista esportivo!
Nicolelis é um dos maiores neurocientistas do mundo. Vive há 20 anos nos Estados Unidos, onde há décadas existe o SAT (Standart Admissions Test), que é muito parecido com o Enem. Tem três filhos. Os três já passaram pelo Enem americano.

Entrevista:


Viomundo — De um total de 3,4 milhões de provas aplicadas no sábado, houve problema incontornável em menos de 2 mil. Tem sentido detonar o Enem, como a mídia brasileira tem feito? E dizer que o Enem fracassou, como um ex-ministro da Educação anda alardeando?

Miguel Nicolelis — Sinceramente, de jeito algum — nem um nem outro. O Enem é equivalente ao SAT, dos Estados Unidos. A metodologia usada nas provas é a mesma: a teoria de resposta ao item, ou TRI, que é uma tecnologia de fazer exames. Ela foi criada há 100 anos e está em uso desde a década de 50. Curiosamente, em outubro de 2005, entre as milhões de provas impressas, algumas tinham problema na barra de códigos onde o teste vai ser lido. A entidade que faz o exame não conseguiu controlar, porque esses erros podem acontecer.

Viomundo — A Universidade de Duke utiliza o SAT?
Miguel Nicolelis — Não só a Duke, mas todas as grandes universidades americanas reconhecem o SAT. É quase um consenso nos Estados Unidos. Apenas uma minoria é contra. E o Enem, insisto, é uma adaptação do SAT, que é uma das melhores maneiras de avaliação de conhecimento do mundo. O teste é a melhor forma de avaliar uniformemente alunos submetidos a diferentes metodologias de ensino. É a saída para homogeneizar a avaliação de estudantes provenientes de um sistema federativo de educação, como o americano e o brasileiro, onde os graus de informação, os métodos, as formas como se dão, são diferentes.

Viomundo — Qual a periodicidade do SAT?
Miguel Nicolelis – Aqui, o exame é aplicado sete vezes por ano. O aluno, se quiser, pode fazer três, quatro, cinco, até sete, desde que, claro, pague as provas. No final, apenas a melhor é computada. Vários estudos feitos aqui já demonstraram que o SAT é altamente correlacionado à capacidade mental geral da pessoa.
Todo ano as provas têm uma parte experimental. São questões que não contam nota para a prova. Servem apenas para testar o grau de dificuldade. Outro peculiaridade do sistema americano é a forma de corrigir a prova. É desencorajado o chute.



Viomundo — Explique melhor.
Miguel Nicolelis — Resposta errada perde ponto, resposta em branco, não. Por isso, o aluno pensa muito antes de chutar, pois a probabilidade de ele errar é grande. Então se ele não sabe é preferível não responder do que correr o risco de responder errado.

Viomundo – Interessante …
Miguel Nicolelis – Na verdade, o SAT é a maneira mais honesta, mais democrática de avaliar pessoas de lugares diferentes, com sistemas educacionais diferentes, para tentar padronizar a forma de ingressar na universidade. Aqui, nos EUA, a molecada faz o exame e manda para as faculdades que quer frequentar. E as escolas decidem quem entra, quem não entra. O SAT é um dos componentes para essa avaliação. Dela fazem parte, notas ao longo da vida acadêmica, redação, entrevista…

Viomundo — Nos EUA, tem cursinho para entrar na faculdade?
Miguel Nicolelis — Tem para as pessoas aprenderem a fazer o exame, mas não é aquela loucura da minha época. Era cheio de cursinho para todo lugar no Brasil. Cursinho é uma máquina de fazer dinheiro. Não serve para nada a não ser para fazer o exame. Por isso ouso dizer: só os donos de cursinho e aqueles que não querem democratizar o acesso à universidade podem ter algo contra o Enem.



Viomundo –Mas o fato de a prova ter erros é ruim.
Miguel Nicolelis — Concordo. Mas os erros vão acontecer. Em 1978, quando fiz a Fuvest (vestibular unificado no Estado de São Paulo), teve pergunta eliminada, pois não tinha resposta. Isso acontece desde o tempo em que havia exame para admissão [ao primeiro ginasial, atualmente 5ª série do ensino fundamental) na época das cavernas (risos). Você não tem exame 100% correto o tempo inteiro.
Então, algumas pessoas estão confundindo uma metodologia bem estudada, bastante conhecida e aceita há décadas, com problemas operacionais que acontecem em qualquer processo de impressão de milhões de documentos. Na dimensão que aconteceu no Brasil está dentro das probabilidade de fatalidades.

Viomundo -- Em 2009, também houve problema, lembra-se?
Miguel Nicolelis -- No ano passado foi um furto, foi um crime. O MEC não pode ser condenado por causa de um assalto, que é uma contingência e nada tem a ver com a metodologia do teste.
Só que, infelizmente, gerou problemas operacionais para algumas universidades, que não consideraram a nota do Enem nos seus vestibulares. Isso não quer dizer que elas não entendam ou não aceitam o teste. As provas do Enem são muito mais democráticas, mais racionais e mais bem-feitas do que os vestibulares de qualquer universidade brasileira.
Eu fiz a Fuvest. Naquela época, era um lixo na época em que eu fiz. Não media nada. E, ainda assim, a gente teve de se sujeitar àquilo, para entrar na faculdade a qualquer custo.

Viomundo -- Fez cursinho?
Miguel Nicolelis -- Não. Eu tive o privilégio de estudar numa escola privada boa. Mas muitas pessoas que não tinham educação de alto nível eram obrigadas a recorrer ao cursinho para competir em condições de igualdade.
Mas o cursinho não melhora o aprendizado de ninguém. Cursinho é uma técnica de aprender a maximizar a feitura do exame. É quase um efeito colateral do sistema educacional absurdo que até recentemente tínhamos no Brasil. É um arremedo. É um aborto do sistema educacional que não funciona.

Viomundo -- Qual a sua avaliação do Enem?
Miguel Nicolelis -- É um avanço tremendo. Você retira o estresse do vestibular. Na minha época, e isso acontece muito ainda hoje, o jovem passava os três anos esperando aquele "monstro". De tal sorte, o vestibular transformava o colegial numa câmara de tortura. Uma pressão insuportável. Um inferno tanto para os meninos e meninas quanto para as famílias. Além disso, um sistema humilhante, porque as pessoas que podiam frequentar um colégio privado de alto nível sofriam com o complexo de não poder competir em pé de igualdade. Por isso os cursinhos floresceram e fizeram a riqueza de tanta gente, que agora está metendo o pau no Enem. Evidentemente vários interesses estão sendo contrariados devido ao êxito do Enem.

Viomundo -- Tem muita gente pixando, mesmo.
Miguel Nicolelis -- Todo esse pessoal que pixa acha que sabe do que está falando. Só que não sabe de nada. Exame educacional não é jogo de futebol. Tem metodologia, dados, história. E olha que eu adoro futebol. Sempre que estou no Brasil, vou ao estádio para assistir aos jogos do Palmeiras [Ninguém é perfeito (rs)!] O Brasil fez muito bem em entrar no Enem. É o único jeito de acabar com esse escárnio, com essa ferida que é o vestibular.

Viomundo — Nos EUA, não há vestibular para a universidade. O senhor acha que o Brasil seguirá essa tendência?
Miguel Nicolelis -- Acho que sim. O importante é o seguinte. O Brasil está tentando iniciar esse processo. Quando você inicia um processo dessa magnitude, com milhões fazendo exame, é normal ter problemas operacionais de percurso, problemas operacionais. Isso faz parte do processo.
Nós estamos caminhando para o Enem ser a moeda de troca da inclusão educacional. As crianças vão aprender que não é porque elas fazem cursinho famoso da Avenida Paulista que elas vão ter mais chance de entrar na universidade. Elas vão entrar na universidade pelo que elas acumularam de conhecimento ao longo da vida acadêmica delas. Elas vão poder demonstrar esse conhecimento sem estresse, sem medo, sem complexo de inferioridade. De uma maneira democrática.E, num futuro próximo, tanto as crianças de escolas privadas quanto as de escolas públicas vão começar a entrar nesse jogo em pé de igualdade. Aí, sim vai virar jogo de futebol.
Futebol é uma das poucas coisas no Brasil em que o mérito é implacável. Joga quem sabe jogar. Perna de pau não joga. Não tem espaço. O talento se impõe instantaneamente.
Educação tem de ser a mesma coisa. O talento e a capacidade têm de aflorar naturalmente e todas as pessoas têm de ter a chance de sentar na prova com as mesmas possibilidades.

http://www.viomundo.com.br/entrevistas/nicolelis-so-no-brasil-educacao-e-discutida-por-comentarista-esportivo.html



Rudá Ricci: Enem sofre ofensiva de interesses ligados à indústria do vestibular

O Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) sofre uma ofensiva de interesses, segundo o sociólogo e consultor na área de educação Rudá Ricci. Ele enumera grupos e setores do que chama de “indústria do vestibular”, de cursos preparatórios a docentes encarregados de formular as provas. Para ele, há uma disputa de política educacional em curso, e é necessário preservar uma avaliação de caráter nacional.

“Uma prova nacional permite que o país trace objetivos de política educacional”, esclarece. Um vestibular nacional do ponto de vista da aplicação e do conteúdo promove um impacto no ensino médio, de modo a reverter problemas dessa faixa da educação.

Para ele, os vestibulares descentralizados, feitos por cada universidade, provocam danos à educação, já que o ensino médio e mesmo o fundamental direcionam-se às provas, e não à formação em sentido mais amplo. “O ensino médio é o maior problema da educação no Brasil, é o primeiro da lista, com mais evasão, em uma profunda falência”, sustenta.

“O Enem faz questões interdisciplinares, é absolutamente técnico, é super sofisticado”, elogia. Os méritos estariam em privilegiar o raciocínio à memorização de conteúdos. Isso permitiria que o ensino aplicado nas escolas fosse além do preparo para enfrentar provas de uma ou outra universidade.

O Enem traz uma “profunda revolução”, na visão de Rudá, “ao combater profundamente a concepção pedagógica e política de vestibulares por universidade”. Ao se aproximar dessa concepção nacional – fato que aconteceu apenas nos últimos anos –, interesses de grupos educacionais foram colocados em xeque, o que desperta ações contrárias.

Entre os setores interessados economicamente, segundo ele, estão as próprias universidades, que arrecadam em matrículas, os professores que produzem questões fechadas e abertas, e os cursos preparatórios para o vestibular.

Controle social

Ricci critica a postura do ex-ministro da Educação, Paulo Renato, e da ex-secretária de Educação de São Paulo, Maria Helena Guimarães de Castro. O sociólogo taxa os comentários feitos pelos especialistas ligados ao PSDB como “oportunismo”. Isso porque, segundo ele, o uso da prova como seleção e seu caráter nacional, hoje criticados pelos tucanos, foram objetivos perseguidos durante a gestão de Renato na pasta, de 1995 a 2002.

O que ele considera como mudança de postura é resultado da disputa política, que faz com que os estudantes passem a rejeitar o exame. “Os jovens não querem mais essa bagunça. E têm razão”, pontua.

“Existe uma movimentação para politizar esse tema; vamos ter o avanço de uma oposição organizada, que junta as forças políticas que perderam a eleição nacional com escolas particulares, cursinhos que têm muito interesse na manutenção do sistema de vestibular”, avalia.

O sociólogo defende o modelo de exame nacional, mas acredita que a fórmula possa ser aprimorada, seja com mais dias de provas, seja com provas aplicadas a cada ano do ensino médio. Ele aponta ainda que houve um desvirtuamento da proposta interdisciplinar e sofisticada, empregada originalmente, em função da necessidade de expandir a prova. Em 2010, foram 4,6 milhões de inscritos.

Ele acredita que a postura de críticas deve-se às diferenças partidárias. “Estão politizando o Enem, politizando o ingresso na universidade e o conteúdo da prova”, lamenta. “Seria interessante ter um órgão que execute o exame sob controle social, não de governo, nem de empresas”, sugere.

“A solução é nós discutirmos nacionalmente esse gerenciamento em um modelo como o americano para o vestibular nacional”, defende. O SAT, usado como método de seleção nos Estados Unidos, é aplicado por agentes privados de modo controlado pelo departamento de educação federal. Além de poder ser aplicado em dias diferentes, cartas de recomendação de professores e outros instrumentos também são considerados na seleção por parte de universidades.

De: http://www.viomundo.com.br/voce-escreve/ruda-ricci-enem-sofre-ofensiva-de-interesses-ligados-a-industria-do-vestibular.html


Sátira mostra que na Comunidade Europeia a situação é parecida com a do Brasil de Gilmar Daniel Dantas Mendes
Veja o vídeo em: http://blogdomello.blogspot.com/2010/11/satira-mostra-que-na-comunidade.html



A História da Austeridade
A recente reunião do G-20 em Seul foi um fracasso e mostrou que a ordem econômico-financeira criada no final da Segunda Guerra Mundial está colapsando, indicando no horizonte a eclosão de graves conflitos comerciais e monetários. Por toda a parte, os cidadãos vão são sendo bombardeados pelas mesmas ideias de crise, de tempo de austeridade, de sacrifícios compartilhados. O que não é dito é mque a crise foi provocada por um sistema financeiro desregulado, chocantemente lucrativo e tão poderoso que, no momento em que explodiu e provocou um imenso buraco financeiro na economia mundial, conseguiu convencer os Estados (e, portanto, os cidadãos) a salvá-lo da bancarrota e a encher-lhe os cofres sem lhes pedir contas. O artigo é de Boaventura de Sousa Santos.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17188&boletim_id=789&componente_id=13107





O Portal da Fundação Maurício Grabois, através do seu Centro de Documentação e Memória (CDM), está disponibilizando aos pesquisadores e militantes interessados na história do comunismo no Brasil um precioso acervo documental. Trata-se da coleção do jornal A Classe Operária que abarca o período que vai de 1967 até 1983, anos de ditadura militar. No total foram 155 edições que o público poderá ter acesso.
A Classe Operária, relançada em 1962, jogou um importante papel no processo de reorganização do Partido Comunista do Brasil (PCdoB). Era, fundamentalmente, através dela que o partido expressava suas opiniões e buscava organizar sua militância dispersa em diversos estados.
http://www.fmauriciograbois.org.br/portal/cdm/revistas.capa.php?id_sessao=51


Recado da Editora Contexto:
Novembro é um mês importante para a história do Brasil. Dia 15 comemora-se a Proclamação da República e dia 20 é o Dia da Consciência Negra.
Para comemorar essas datas com nossos leitores, a Editora Contexto está realizando uma promoção imperdível. A partir de hoje, até domingo (dia 21/11), todo nosso catálogo de História pode ser comprado com 30% de desconto
Faça seu pedido pelo site http://www.editoracontexto.com.br/



Divulgamos uma nova chamada de artigos para a Revista do Centro de Documentação e História (CDHIS), da Universidade Federal de Uberlândia.
A nova edição trará um dossiê sobre ciência e meio ambiente, além de também selecionar trabalhos com temática livre.
Maiores detalhes poderão ser encontrados em http://www.seer.ufu.br/index.php/cdhis


II Encontro Paulista Memória, Saúde e Sociedade

Segundo evento realizado pela RedeHiss - Rede Interdisciplinar de
Pesquisa em História da Medicina e Saúde - São Paulo. Pretende
intensificar o encontro entre os pesquisadores atuantes em História da
Medicina e da Saúde e áreas afins, afim de discutir condições de
organização, acesso e pesquisas.
Informações e inscrições de posters: Museu Histórico FMUSP: (11)
3061-7249 ou mhistorico@museu.fm.usp.br


Data - 1 e 2 de Dezembro de 2010
Local dia 01/12 - Teatro da Faculdade de Medicina da Universidade de
São Paulo (FMUSP) - Av. Dr. Arnaldo, 455 ? Cerqueira César
Local dia 02/12 - Anfiteatro de História - Universidade de São Paulo ?
Av. Prof. Lineu Prestes, 338, Cidade Universitária



Veja no Café História:



MISCELÂNEA

Ao Führer, com carinho

As relações entre Hitler e os alemães são objeto de uma exposição em cartaz em Berlim. Por Igor Gak, historiador, diretamente de Berlim para o Café História.

CAFÉ EXPRESSO NOTÍCIAS

Em Ouro Preto, Laurentino Gomes diz não escrever para historiadores

SUGESTÃO DE LEITURA

"Hitler - Um Perfil do Poder", do respeitado historiador Ian Kershaw.

FÓRUNS EM DESTAQUE

O novo currículo de História do Estado de São Paulo foi um retrocesso na maneira de ensinar Historia?

Participe: http://cafehistoria.ning.com/forum/topics/o-novo-curriculo-de-historia

NOVOS GRUPOS

Holocausto - Centro de Altos Estudos Históricos
Participe: http://cafehistoria.ning.com/group/holocaustocentrodealtosestudoshistricos

História da Cidade do Porto
Participe: http://cafehistoria.ning.com/group/historiadoporto

VÍDEOS HISTÓRICOS

Um papo sobre a relação entre a fotografia e a história: Entrevista com MAURICIO LISSOVSKY.

Assista: http://cafehistoria.ning.com/video/mauricio-lissovsky-forum-de


Visite Cafe Historia em: http://cafehistoria.ning.com/?xg_source=msg_mes_network


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