quarta-feira, 7 de setembro de 2011

Numero 292






Depois de uma semana sem publicação, devido aos atropelos da viagem de volta do Canadá a BH, temos hoje um Boletim “duplo”, no sentido de que recebemos tantas colaborações que não tivemos outra alternativa a não ser publicá-las de uma só vez. Mesmo assim, tivemos de cortar algumas. Uma pena, mas do contrário o Boletim ficaria tão grande que desanimaria os poucos leitores...

Para quebrar um pouco a seriedade dos temas, ai vão duas fotografias do zoológico de Toronto, enorme, que apresenta os animais divididos pelas regiões de onde são originários. Limpeza incrível, flores, restaurantes, um passeio agradabilíssimo! Na foto da direita, um grupo de estudantes das séries iniciais com professores e monitores.












Colaboração de Helena Campos


Trem de mineiro: assinada ‘Carta de BH’*
Durante audiência pública do MP sobre TTCs foi entregue aos deputados,
a ‘Carta de Belo Horizonte’, documento que contém uma série de reivindicações pró-trens.

Comissão de Turismo quer a volta do Programa Trem de Minas

A Comissão de Turismo, Indústria, Comércio e Cooperativismo da Assembleia Legislativa de Minas Gerais vai solicitar ao Governo do Estado a retomada do Programa Trem de Minas, criado em 2004 para tratar do patrimônio ferroviário. Também vai solicitar que as ações de preservação desses bens sejam incluídas no planejamento do Estado. Requerimento com esse teor, do deputado Duilio de Castro (PMN), foi aprovado nesta terça-feira (23/08/11), em audiência que discutiu o turismo ferroviário no Estado, também a requerimento de Castro.

Minas Gerais tem 1.500 bens ferroviários abandonados, segundo levantamento do Ministério Público Estadual. São armazéns, rotundas, oficinas e estações, entre outros. Em três anos de trabalho de uma força tarefa com vários órgãos, foram assinados 30 Termos de Ajustamento de Conduta (TACs) para recuperação desses bens, segundo informou o promotor Marcos Paulo de Souza Miranda, coordenador da Promotoria de Defesa do Patrimônio Cultural e Turístico.

Para o MP, os contratos de concessão do patrimônio da extinta Rede Ferroviária Federal (RFFSA) são "lesivos ao interesse público". Eles exigem a conservação do bem, mas permitem sua devolução para a União. "É preciso rever esses contratos. Toda vez que questionamos as concessionárias, elas têm resposta padrão. Dizem que não têm interesse no bem e o estão devolvendo à União. Mas querem passar os destroços. Elas só querem o bônus", denunciou Marcos Paulo. O promotor também mostrou imagens de prédios sucateados em Lavras e Brumadinho, objetos de ações civis públicas do MP.

A comissão aprovou requerimento de Duilio de Castro, de envio de oficio à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) solicitando auditoria nos contratos de concessão da infraestrutura ferroviária, sobretudo da Ferrovia Centro-Atlântica (FCA) e MRS Logística. O deputado também anunciou que vai pedir, na Justiça, a anulação desses contratos, já que há cláusulas não cumpridas. "Nos Estados Unidos há mais de 500 mil quilômetros de trilhos para cargas. No Brasil, são 30 mil, e só 13 mil são aproveitados no turismo. Precisamos fomentar isso para a Copa do Mundo e para as Olimpíadas", defendeu.

Burocracia contribui para sucateamento

A falta de entendimento entre autarquias e órgãos federais contribui para o sucateamento do patrimônio ferroviário, que não foi completamente inventariado. Foi o que apontou a procuradora da República em Minas, Zani Cajueiro. Segundo ela, por falta de uma ação conjunta, há sobreposição de ações entre Iphan, Dnit, ANTT e Ibama. "O licenciamento ambiental poderia ser um instrumento de controle, mas só agora o Ibama aceitou que tem que fazer isso e fez de alguns trechos, com base nas informações das concessionárias e sem estudo de impacto social e cultural", exemplificou.

Segundo a procuradora, o problema em Minas se repete no Brasil, onde há 52 mil bens ferroviários. "Um terço da malha concedida não tem mais os trilhos, e cada quilômetro custa R$ 1 milhão. A concessionária tem que ser responsabilizada", acrescentou. Zani Cajueiro afirmou ainda que a ANTT lançou um sistema "inteligente" para levantamento do patrimônio, mas que ele é alimentado pelas concessionárias. "O Dnit também pretende fazer um levantamento dos trechos. Ou o Ibama não fez, ou o Iphan não fez ou a ANTT não tem", criticou.

O deputado Rômulo Viegas (PSDB) reiterou que os contratos de concessão não deixam claro a responsabilidade de cada um. Em São João del-Rei, segundo ele, há uma discussão sobre o melhor aproveitamento dos trilhos e há denúncias de depredação de bens ferroviários. "Fica um jogo de empurra, a FCA diz que é com o Iphan. Precisamos continuar esse debate reunindo todos esses órgãos públicos", disse.

O presidente da Associação do Circuito Ferroviário Vale Verde, César Mori Junior, exibiu imagens do impressionante complexo ferroviário de Ribeirão Vermelho, no Sul de Minas, adquirido pela prefeitura local, mas que ainda precisa ser restaurado. "As agências reguladoras fazem vista grossa. Há R$ 2,5 bilhões de multas que não foram cobradas das concessionárias", denunciou.

Projeto quer levar música às estações de trem

Estações ferroviárias de 21 cidades mineiras deverão receber oficinas de flauta e piano e concertos gratuitos. Trata-se do Projeto Trem dá Música, desenvolvido em parceria pelo Instituto Uniarte e Movimento de Preservação Ferroviária. O coordenador financeiro do Uniarte, Antonio Pastori, afirmou que o objetivo é chamar a atenção para esses bens e dar a eles uma destinação social. Há informações sobre o projeto no site www.tremdobrasil.org.br.

Pastori afirmou ainda que, por três vezes, a União fez estudos para levantar trechos promissores para o turismo ferroviário no Brasil. Em Minas, havia quatro trechos iniciais, mas, segundo ele, os projetos esbarraram na falta de material rodante. "Em 2010, o Ministério do Turismo lançou uma cartilha com um manual para apresentação desses projetos regionais. Ele seria um guichê único para encaminhamento. Mas isso não está operando, e os municípios têm que fazer uma peregrinação pelos órgãos públicos", afirmou.

A empresa Bom Sinal, de Fortaleza, apresentou uma solução moderna de trem que pode rodar no leito das ferrovias desativadas ou ainda nas grandes cidades: o veículo leve sobre trens (VLT). Segundo o gestor de contrato da empresa, Francisco Sávio, o sistema já está em operação no Nordeste, custa menos que metrô e polui menos que ônibus e táxi.

Deputados

O presidente da comissão, deputado Tenente Lúcio (PDT), lembrou o carinho que os mineiros têm pelo tema e sua ligação pessoal com os trens, já que é neto de ferroviário. Dalmo Ribeiro Silva (PSDB) enfatizou que a comunidade também pode apresentar sugestões e propostas para essa discussão. Já o deputado Carlin Moura (PCdoB) reiterou que quem está com a posse do patrimônio ferroviário tem que assumir esses equipamentos.

A comissão aprovou também requerimento de Rômulo Viegas, para envio das notas taquigráficas para a ANTT, FCA e MRS Logística. Outro requerimento, assinado pelos deputados presentes, solicita pedido de informações à Secretaria de Estado da Cultura e ao Iepha sobre as ações desenvolvidas para garantir a eficácia do artigo 6º da Lei 11.726, de 1994, que trata das ações do Estado relativas aos bens de valor histórico, dirigidas ao patrimônio ferroviário (inciso VI).

Presenças

Entre outros, estiveram presentes na audiência, deputados Tenente Lúcio (PDT), presidente; Dalmo Ribeiro Silva (PSDB), vice; Rômulo Viegas (PSDB), Duilio de Castro (PMN) e Carlin Moura (PCdoB). O deputado João Leite (PSDB) acompanhou a audiência das galerias. Participaram ainda a prefeita de Lavras, Jussara Menicucci, e Rogério Taurinho, representante da Secretaria de Estado da Cultura, além de secretários e outros representantes dos municípios
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Enviado por Guilherme Souto:

Sylo Costa: Choque de gestão do governo mineiro pode ser um baita susto
por Sylo Costa, em OTEMPO, por sugestão de @luisk2017
O choque de gestão do governo mineiro é apenas um nome, nunca foi um programa e, assim, poderia se chamar Jatobá ou Jacaré. Quando Itamar Franco, de saudosa memória, assumiu o governo, a arrecadação estadual mal dava para o custeio da máquina do Estado. Arrecadação e custeio giravam pela casa dos R$ 680 milhões a R$700 milhões mensais. Quando começaram as desavenças políticas entre o governo estadual e o federal e, concomitantemente, apareceram os boatos de que o Estado decretaria a moratória, a cota do Fundo de Participação do Estado passou a ser retida na fonte, o que desequilibrou as finanças do Estado. Tal desconto, que hoje é de mais ou menos R$ 270 milhões/280 milhões, naquela época ficava em torno de R$170 milhões/180 milhões. Essa variação acontece porque o “quantum” corresponde a 13.5% das receitas correntes líquidas, isso até o ano de 2028. É muito cobre.
O chamado choque de gestão começa com a demagógica atitude do governador Aécio, de reduzir seus vencimentos de R$ 19 mil para R$ 10 mensais. Quem fixa remuneração de governador, vice e deputados é o Legislativo, numa legislatura, para viger na subsequente (se Ele pudesse diminuir, poderia também aumentar, e não pode, pelo “Princípio da Anterioridade”). E com essa atitude, funcionários aposentados do Executivo, e mesmo os mais graduados da ativa, ficaram prejudicados com esse “abaixa teto particular…”. E muita gente mais ficaria prejudicada, sem quinquênios e sem o trintenário, que constituem direito patrimonial, se o Judiciário, instado, não tivesse corrigido a tempo.
Com a aplicação do teto remuneratório e, posteriormente, a vigência do piso, juntaram o piso no teto e lá se foram as vantagens pessoais do funcionalismo, como resultado do tal choque. Um dia, isso será corrigido, como compromisso de campanha.
O que está acontecendo com o professorado do Estado é o resultado dessa jogada do governo. O governo federal fixou o piso da categoria e, em vez de o governo do Estado somar as vantagens pessoais de cada um em cima do piso, ele propõe pagar o piso sem as vantagens já adquiridas, mas, piso não é teto e, então, tanto faz quem trabalha há 30 anos no Estado, como quem começa agora… Antes do governo, o Estado é do povo e, ninguém é mais povo que o professor, a classe do magistério. E eu não estou “puxando” ninguém, que não preciso, não sou candidato. Simples assim…
O choque de gestão reduziu-se à cobrança das alíquotas de ICMS mais altas do Brasil – telefonia celular: 25%, combustíveis: 25% a 30% e Cemig: 30%. Essas três contas de arrecadação representam 73% da arrecadação total do Estado, sem sonegação, recolhimento na fonte, o que elevou a arrecadação para R$ 2 bilhões a R$ 2,5 bilhões por mês. Sobrou recurso para a Cidade Administrativa, Linha Verde e outras desnecessidades…
Isso não é choque de gestão coisa nenhuma, isso pode ser um choque elétrico ou um baita de um susto…
Sylo Costa é conselheiro do Tribunal de Contas dos Estado de Minas Gerais


Jornalismo político volta à Era da Pedra Lascada
Por Alberto Dines em 30/08/2011 na edição 657 (Observatorio da Imprensa)
“Caso o ministro Paulo Bernardo (Comunicações) fique insustentável, a presidente Dilma tem seu preferido: Franklin Martins”. (“Panorama Político”, O Globo, domingo, 28/8, pg. 2). Três linhas apenas, no pé da coluna. O suficiente, a mídia entenderá o recado.
Há hoje uma metamensagem ou criptojornalismo, cifrado, exclusivo de um seleto grupo de iluminados. O governo manda suas mensagens, a mídia é obrigada a entender. Mesmo não gostando. A réplica pode vir com a mesma sutileza. Profissionais não brincam em serviço. Faz parte do jogo democrático.
O que conspira contra o jogo democrático são as ameaças de rupturas. O presidente Lula não entendeu, não quis ou não teve paciência para entender o tricô das raposas. Subia no palanque e “mandava ver” – ou mandava brasa, como se dizia na Era Jango. Criou impasses, cavou confrontos perigosos.
É o que fez Veja com a sua última matéria de capa sobre o ex-ministro José Dirceu (“O poderoso chefão”, edição nº 2232, data de capa 31/8/2011). Sutil como uma carga de cavalaria – e tão eficaz quanto esta –, produziu um curto-circuito, reintroduziu a imprudência no diálogo governo-imprensa. Repercutiu no exterior. E daí?
Frágil, inconsistente
A verdade é que a matéria recoloca o jornalismo político brasileiro na Era da Pedra Lascada. Traz de volta os vídeos clandestinos, os arapongas, os dossiês secretos jogados no colo de jornalistas ditos “investigativos”.
José Dirceu, mesmo sem cargo ou mandato parlamentar, suspeito de integrar um grupo que está sendo investigado pelo Supremo Tribunal Federal, é um dirigente nacional do partido que ganhou as eleições para a Presidência da República, é também um consultor/lobista. Pode alugar um andar inteiro num hotel dez estrelas em Brasília ou Luanda e nele receber legiões de correligionários, clientes e amigos. Não há nada de ilícito ou malfeito (para usar o dernier-cri dos substantivos).
O texto inteiro de Veja, da primeira à última linha, é customizado, adaptado para servir à tese de que o ex-chefe da Casa Civil está conspirando contra a sua sucessora, atual presidente da República. Não há evidências, apenas insinuações, ambigüidades, gatilhos.
Fernando Pimentel, ministro do Desenvolvimento, é amigo pessoal de Dilma Roussef, não poderia conspirar contra ela. José Sérgio Gabrielli, presidente da Petrobras cujo maior acionista é o governo, não enfrentaria o seu maior eleitor quando reiniciar sua carreira política. Delcídio Amaral é um petista light, quase-tucano.
A lista dos “conspiradores” é frágil e as possíveis motivações, inconsistentes. O conjunto é disparatado, não faz sentido, carece de lógica. Mesmo enquanto ficção.
Um desserviço
Os encontros gravados duraram em média 30 minutos, tempo insuficiente até para acertar uma empreitada de pequeno porte. Devidamente investigados, os fatos poderiam vincular-se e ganhar alguma dimensão. No estado bruto em que foram apresentados pelo semanário de maior tiragem do país representam um atentado à inteligência do leitor, não renderiam sequer uma nota numa coluna de fofocas políticas.
Este é um jornalismo que não se sustenta, é retrocesso. Não favorece a imagem da imprensa, não ajuda a presidente Dilma, prejudica a oposição. Faz esquecer a faxina moralizadora e degrada o processo político.


Do site da CBN:



A grave situação educacional brasileira

Metade das crianças brasileiras que concluíram o 3.º ano (antiga 2.ª série) do ensino fundamental em escolas públicas e privadas não aprendeu os conteúdos esperados para esse nível de ensino.Cerca de 44% dos alunos não têm os conhecimentos necessários em leitura; 46,6%, em escrita; e 57%, em matemática. Isso significa que, aos 8 anos, elas não entendem para que serve a pontuação ou o humor expresso em um texto; não sabem ler horas e minutos em um relógio digital ou calcular operações envolvendo intervalos de tempo; não identificam um polígono nem reconhecem centímetros como medida de comprimento.
"Esse panorama mostra que a exclusão na educação, que deveria servir como um mecanismo compensatório das diferenças socioeconômicas, começa desde cedo", afirma Priscila Cruz, diretora executiva do Todos Pela Educação. "A grande desigualdade que tende a se agravar no ensino médio já se faz presente nos primeiros anos do fundamental. Isso é visível nas diferenças entre as regiões do País."
Os resultados descritos são da Prova ABC (Avaliação Brasileira do Final do Ciclo de Alfabetização). O exame é uma nova avaliação nacional, organizada pelo Todos Pela Educação, Instituto Paulo Montenegro/Ibope, Fundação Cesgranrio e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep). É a primeira vez que são divulgados dados do nível de alfabetização das crianças ao final do ciclo.



EUA mudaram posicionamento em relação à Kadaffi
Enviado por luisnassif, ter, 30/08/2011 - 10:46
Por Adamastor
Do blog Pragmatismo Político
Documentos revelam que até 2009 os EUA colocavam Kadafi num pedestal
WikiLeaks traz à baila documentos da diplomacia americana que demonstram como os Estados Unidos são capazes de mudar suas posições repentinamente de acordo com interesses rasteiros e contestáveis, embora ignorados por uma imprensa que finge fazer jornalismo.
Para os EUA, Líbia era modelo de combate ao terrorismo – Pragmatismo político
Inimigos de Kadafi eram seus aliados até muito pouco tempo atrás. O que mudou? O modo como o governo líbio lidava com a ameaça da emergência de grupos islâmicos radicais era visto como modelo pela mídia internacional e também pela embaixada norte-americana em Trípoli. Tal opinião é parte de um telegrama enviado pela missão diplomática na Líbia em 9 de dezembro de 2009 e vazado pelo site Wikileaks em 26 de junho de 2011. No despacho, Joan Polaschik, uma das diplomatas norte-americanas na Líbia, destaca olançamento de um documento religioso de 417 páginas por seis membros do GIAL (Grupo Islâmico Armado Líbio). Nele, eles renunciavam ao uso da violência, passando a ditar uma nova interpretação da jihad em terras líbias. Para os líderes envolvidos na confecção do texto, entre eles Abu Abd Allah al Sadiq (emir do GIAL) e Abu al Munder al Saidi (autoridade na sharia – código de conduta baseado no Alcorão), os erros na interpretação do Islã eram fruto da "ignorância sobre a lei" e denotavam ausência de "ulamas" (acadêmicos religiosos, responsáveis por ensinar a correta interpretação da sharia).
A iniciativa pacifista foi resultado de uma negociação entre líderes do GIAL e Saif al Islam Kadafi, filho do ditador Muamar Kadafi, com apoio do serviço secreto líbio. Em troca da renúncia à violência, foi acordada a libertação de 200 integrantes do grupo.
No conteúdo do documento religioso, escrito em setembro de 2009, os líderes do GIAL condenam a morte de mulheres, crianças, idosos, monges, mercadores e outros em suas ações. De acordo com a nova diretriz, "seria um atalho e um erro" reduzir a jihad a uma luta com a espada. A recomendação é endereçada "às organizações que, algum dia, tiveram alguma ligação conosco". É um recado direto à Al Qaeda.
De acordo com o despacho norte-americano, as negociações entre Saif al Islam e o emir al Sadiq duraram cerca de dois anos. A ideia era lançar o documento religioso em 23 de agosto de 2009, início do Ramadã (período sagrado do Islã) e aniversário de 40 anos da subida do regime Kadafi ao poder. Logo após o anúncio do acordo, foram libertados 91 militantes. Outros 43 membros teriam sido soltos no mês seguinte, em outubro. Esses 134 libertados seriam metade dos integrantes do GIAL presos na prisão de Abu Salim. Porém, segundo a diplomata norte-americana, a iniciativa do governo líbio em relação ao GIAL foi vista com reservas dentro e fora do país. Poucos acreditavam no sucesso do plano. Para Joan Polaschik, em curto prazo, o acordo fortalecia o regime de Kadafi como um todo e a influência de Saif al Islam em especial. Acima de tudo, deveria ser endossada como uma maneira nova de lidar com o terrorismo islâmico.
Em outro telegrama, enviado por John Stevens em 7 de novembro de 2007, há mostras do temor de Kadafi sobre a insurgência de movimentos extremistas e terroristas na Líbia, com prejuízo para as atividades econômicas no país. Em 3 de novembro de 2007, Ayman al Zawahiri, então número dois na hierarquia da Al Qaeda, anunciou a junção de forças entre a Al Qaeda e o GIAL para confrontar o governo Kadafi. Na época, o governo relutou em comentar o anúncio de Al Zawahiri e temia a repercussão dessa união dos dois grupos entre a população líbia. Ela pode ria causar muita violência e transformar a oposição política do GIAL em trampolim para ações de grupos terroristas no país.
Um membro de uma tribo influente em Bengazi disse que as reações ao anúncio da junção entre Al Qaeda e GIAL na Líbia "variaria de acordo com a sua posição socioeconômica". Para esse líder tribal, a mensagem de Al Zawahiri iria encontrar apoio entre aqueles não beneficiados pela liberalização e o desenvolvimento econômico. Para essas elites, seria fundamental proteger seus "feudos econômicos" em caso de uma arrancada dos grupos extremistas para derrubar Kadafi do poder.
Muitos viam essa alternativa com bons olhos: principalmente os muçulmanos mais radicais, desejosos do estabelecimento de um "califado muçulmano" na Líbia e também por esperar que "qualquer outro regime fosse menos opressivo que a ditadura de Kadafi". As classes médias temiam um retrocesso econômico e uma piora no acesso a bens de consumo, além de sanções ocidentais em caso da subida de um governo apoiado pelo GIAL e a Al Qaeda.
Stevens encerra o telegrama dizendo que a situação política na Líbia parece "um filme em slow motion". E pergunta: até que ponto o entusiasmo por um radicalismo islâmico tem a ver com uma afinidade religiosa genuína? E onde começa a insatisfação com o regime de Kadafi?



Arno Mayer: Livres da economia, políticos poderão se dedicar às guerras
August 26, 2011
Os intervencionistas de novo modelo
por ARNO J. MAYER, no Counterpunch
Por um momento parecia que a era imperial-colonial da Europa ocidental tinha chegado ao fim e que os benefícios e fardos transferidos para os Estados Unidos estavam também próximos de ser liquidados. Mas descobrimos que se trata de um grosseiro erro de avaliação histórica.
O Ocidente, como um todo, não abandonou sua “missão civilizatória” inspirada por deus nem deixou de ouvir o profundo chamado interior para “carregar o fardo do homem branco”. Há alguns anos os neoconservadores americanos e a direita religiosa proclamaram seu “Projeto para um Novo Século Americano” e a universalização da “Agenda da Liberdade”. Eles diziam abertamente o que muitos outros continuam a pensar ou dizer em voz baixa no mundo euro-atlântico. Na verdade, o Primeiro Mundo dobrou a série de bandeiras nacionais primeiro sob a bandeira da OTAN e em seguida sob a da ONU. E assim leva adiante sua missão imperial com a ajuda dos “capacetes azuis” das Nações Unidas; é ajudado e encoberto por uma galáxia de ONGs; e usa tribunais internacionais especiais para tentar derrubar ou derrotar líderes civis e militares sob a acusação de crimes contra a humanidade e dos pecados capitais da corrupção desenfreada.
O Ocidente é onipresente no estrangeiro: Iraque, Afeganistão e Paquistão; Egito, Líbia, monarquias e emirados do Golfo; Nigéria, Sudão, Iemen, Somália, Costa do Marfim. O princípio da intervenção pisoteia aquele da soberania; e a essência da guerra civil é redefinida: a tentativa de um governo de fazer cumprir a lei e a ordem com perda de vidas agora é algo próximo da perpetração de crimes contra a humanidade.
É, naturalmente, melhor não considerar quem desenhou as fronteiras de todos estes estados potencialmente des-soberanos e quem instalou seus regimes e estabeleceu tantas dinastias, reais ou não reais. Nem é preciso relembrar o papel do Ocidente na derrubada do primeiro-ministro Mohammed Mossadegh e o investimento do Shad Mohammed Reza Pahlavi no Trono do Pavão, que abriu caminho para o aiatolá Ruhollah Khomeini e o presidente Mahmud Ahmadinejad no Irã; a campanha contra o general Abdel Nasser, que abriu caminho para Anwar Sadat e Hosni Mubarak no Egito; a remoção do presidente Salvador Allende em favor do general Augusto Pinochet, no Chile; e o apoio total ao presidente Fulgencio Batista, que levou ao triunfo de Fidel Castro em Cuba.
Este novo modelo intervencionista do Ocidente se tornou manifesto no Velho Continente entre as duas guerras mundiais: a intervenção na guerra civil revolucionária da Russia seguida pelo cordão sanitário e pela quarentena em torno do regime soviético que serviram à ascensão de Stalin; a indulgência inocente com os nacionalistas na guerra civil espanhola, que auxiliou a vitória de Franco. E então, depois de 1945, as intervenções conservadores do Ocidente nas guerras de independência anticoloniais da Indochina, Argélia, África do Sul, Quênia, Indonésia, Congo belga e Angola portuguesa.
Até hoje o império é lucrativo, talvez nem tanto para o Tesouro público, mas sempre para interesses discretos, alguns deles vitais e poderosos. O nome do jogo é extração e exploração dos recursos naturais, mais notavelmente o petróleo, os minérios e os metais. Essa corrida a recursos não-renováveis convida e dá forma às elites locais, essencialmente associadas aos negócios imperiais. Essa colaboração entre agentes imperiais e elites locais, algumas delas ocidentalizadas, é o nexo dos governos autocráticos e da corrupção, inclusive da fuga de capitais às custas da população nativa em geral.
Na verdade, é mais que hipócrita ficar em silêncio quando os parceiros imperiais do euro-Atlântico passam a vilificar e colocar em julgamento ou executar gente como Saddam Hussein, Hosni Mubarak, Muammar al-Qaddafi, e — deus nos livre ou deus nos ajude — Bashar al-Assad, rei Abdullah da Casa de Saud, rei Hamad Isa al-Khalifa do Bahrein, Ali Abdullah Saleh do Iemen e tutti quanti.
No fim, no entanto, o Ocidente ainda se acha no direito de proclamar a vitória da justiça poética. Afinal, Mubarak matou 800 “civis inocentes” no início da primavera árabe do Egito e depositou e investiu muito de sua fortuna corrupta no Primeiro Mundo — possivelmente com Warren Buffet, George Soros, Citibank, Barclays, BNP Paribas, Deutsche Bank, UniCredit e UBS. Não apenas Mubarak e Qaddafi, mas vários de seus colegas potentados regionais cometeram crimes contra a humanidade, sem falar das igualmente ultrajantes violações da ‘moralidade’ do Ocidente, nas quais se inclui a moralidade sem manchas do capitalismo financeiro.
Esqueça que enquanto muito do mundo árabe e do mundo não árabe-muçulmano, parte do qual dirigido pela fé, está enlouquecido, o mundo secular judaico-cristão do Ocidente está matando e deslocando não centenas, mas milhares de “civis inocentes” no Iraque, Afeganistão, Paquistão e Líbia. Escolhendo esquecer suas própria guerras civis, o Ocidente zomba do postulado de Montaigne segundo o qual “a guerra civil é um mau menor que a guerra estrangeira”. Seja como for, o Ocidente encoraja e apoia os guerreiros da liberdade do Terceiro Mundo em revoltas de todo tipo, assim como encorajou e apoiou as chamadas revoluções ‘coloridas’ ou de ‘veludo’, mas sob a condição de que os movimentos pró-democracia não fizessem mudanças socioeconômicas ou pró-religiosas.
Nem Moscou nem Beijing desafiam, nem se opõem, ao intervencionismo imperial-colonial sancionado pelas Nações Unidos. Tendo perdido a Guerra Fria, abraçado o turbo-capitalismo e ressacralizado a Igreja Ortodoxa, a Rússia não quer relembrar o preço que pagou por ter sido o principal alvo e vítima da contenção-com-intervenção do Ocidente, alimentada pelo medo epidêmico do comunismo, análogo ao medo atual do Ocidente em relação ao expansionismo islâmico que tem seu Kremlin em Teerã. Da mesma forma, tendo desamarrado o Prometeu capitalista, pirateado do Ocidente, seria vergonhoso da parte da China voltar ao tempo do intervencionismo não apenas dos japoneses, mas acima de tudo dos norte-americanos em seus negócios internos e regionais.
E para melhorar suas respectivas posições no capitalismo neo-mercantilista, a Rússia usa a geopolítica do petróleo e da venda de armas enquanto a China explora seu vasto exército de reserva para abastecer os Walmarts do Primeiro Mundo com bens de consumo básicos-a-preço-de-banana, sem os quais a turma dos baixos salários e os imigrantes não-qualificados que vivem no Ocidente não conseguiriam sobreviver. Nem os empregadores deles.
De quebra, a China tem a temeridade de usar o seu superávit comercial e de manipular sua moeda (o yuan) para desafiar a hegemonia monetária do Ocidente e enfraquecer as finanças públicas, com isso enfraquecendo a capacidade e a vontade do Primeiro Mundo de continuar suas intervenções imperiais no Terceiro Mundo e seu espírito “orientalista”.
Enquanto isso o mundo Euro-Atlântico será chacoalhado desproporcionalmente pelos giros crescentes, frequentes, severos, amplos e repetidos do capitalismo financeiro-mercantilista multinacional, especialmente por causa de uma população que cresce e envelhece rapidamente e coloca pressão sobre críticos recursos naturais não-renováveis, enfrentando preços de alimentos que ficam à mercê de mercados de commodities altamente especulativos. Enquanto no Ocidente as consequências disso podem tomar a forma de movimentos de protesto das classes baixas, no Terceiro Mundo, casa para tantos dos desgraçados da Terra, é mais provável que isso cause desnutrição, fome e epidemias.
Até o presente os pobres urbanos e rurais tem se juntado ou aos rebeldes da praça Tahrir no Cairo ou à turma da Porta do Sol em Madri. Pelo menos no curto prazo, com as críticas focadas exclusivamente nas questões funcionais e não nas questões substantivas da economia e da sociedade capitalistas — apesar da notória busca por alternativas políticas e econômicas — o mundo crescentemente multipolar será governado por agências de classificação competidoras, não pelos governos do G-20.
Isso oferece enorme vantagem, ao liberar os presidentes, primeiros-ministros, legisladores e pensadores para que se concentrem no desenvolvimento militar das guerras assimétricas, nas quais podem matar o inimigo sem sacrificar seus homens ou mulheres soldados. Estes, de qualquer maneira, tem sido substituídos pelos soldados do setor privado, que quando não estão engajados em batalhas se tornam um cruzamento de forças da paz com exército da salvação.
De qualquer forma, o novo modelo de guerra naval e aérea não tripuladas é infinitamente mais fácil de ser entendido e utilizado por políticos que a economia de modelos estatísticos e matemáticos. Além disso, ao se investirem completamente nas questões militares, os políticos vão garantir que os orçamentos de ‘defesa’ vão continuar a exceder vastamente os de investimentos sociais, também para gerar empregos e lucros no setor armamentista da economia.
Na soma, os líderes políticos do emergente mundo multipolar, com os Estados Unidos ainda numa posição de liderança econômica e militar, poderão competir pelo Prêmio Nobel da Paz como autêntica medida do estadismo de hoje, da mesma forma que o Prêmio Nobel de Economia serve para medir o estreito exercício da ciência econômica, que está morta para as perguntas, os debates e as discussões que envolveram o campo da economia política através dos tempos.
Mesmo diante do sistema internacional e do Grande Oriente Médio em rápidas mudanças, a coalizão euro-atlântica não parece inclinada a fazer Israel entender que não é mais o posto cultural e militar essencial e indispensável do Ocidente no Sudeste asiático, com isso buscando entendimento e cooperação com seus vizinhos em pé de genuína igualdade e de interesses comuns. A era do excesso de confiança e de construir nações já se foi e chegou a hora de salvar Israel de si mesmo.

Arno J. Mayer is emeritus professor of history at Princeton University. He is the author of The Furies: Violence and Terror in the French and Russian Revolutions; and Plowshares Into Swords: From Zionism to Israel (Verso).


WikiLeaks: Veja e as relações PT-Farc
Enviado por luisnassif, sex, 26/08/2011 - 09:10
brasilianas.org
Por esquiber
Do Escrevinhador
PT e Farc: até os EUA duvidaram de denúncia da Veja
"Reportagem" não convenceu nem a embaixada americana
Wikileaks: Para EUA, Veja fabricou proximidade do PT com as FARC por objetivos políticos
Por Thaís Romanelli, do Opera Mundi
No dia 16 de março de 2005, a revista semanal Veja publicou a matéria “Os Tentáculos das FARC no Brasil”, em que detalhava uma possível relação entre membros do PT (Partido dos Trabalhadores) com a guerrilha colombiana. O caso, porém, foi relatado pela embaixada dos Estados Unidos em Brasília como um exagero, além de uma tentativa de “manobra política”. O documento da embaixada com o relato foi divulgado pelo Wikileaks.
Segundo a matéria, candidatos petistas teriam recebido 5 milhões de dólares da guerrilha durante uma reunião no ano de 2002, em uma fazenda próxima a Brasília. Na ocasião, membros do PT teriam se encontrado com o representante da organização colombiana no país, Francisco Antonio Cadenas, e acertado os detalhes. O objetivo seria financiar a campanha de reeleição do ex-presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (2003-2010).
O partido, porém, negou as acusações e a Veja não conseguiu provas documentais sobre a transferência de dinheiro.
Para embaixada norte-americana, a revista “exagerou o real nível das relações entre as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e o PT”, segundo o documento datado de março de 2005. Isso porque, após as acusações, membros da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) em Brasília, que de acordo com a revista, estavam infiltrados no encontro, não obtiveram provas concretas sobre o recebimento de dinheiro.
Citado pela embaixada norte-americana, o general Jorge Armando Felix, ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional da Abin e que acompanhou a investigação, afirmou que os documentos internos da agência citados pela Veja como provas foram “forjados”, já que não estavam nas formatações da agência.
“O que foi publicado é uma mistura de meias verdades e meias mentiras. Nós não temos qualquer documento oficial que prove que o encontro ocorreu”, afirmou o delegado e chefe da Abin, Mauro Marcelo, também citado no despacho.
No documento, fica explícito o estranhamento do embaixador norte-americano em relação a demora de três anos para divulgação do possível financiamento. “A história mais parece uma manobra política. O que é incontestável é que os membros do PT e representantes das FARC estiveram juntos em um encontro, mas não há provas de colaboração financeira”, disse.
Para ele, o que deveria ser uma denúncia importante tornou-se uma ferramenta arquitetada pela Veja para minar a candidatura de Lula ao segundo mandato. “Enquanto os opositores e a outros veículos de comunicação estão notavelmente desinteressados em prosseguir com as acusações e investigações, parece que a Veja está exagerando os fatos”, conclui o embaixador.
http://www.rodrigovianna.com.br/outras-palavras/pt-e-farc-ate-os-eua-duv...



Impostos dos ricos (blog da kikacastro)
Texto de José de Souza Castro:
Um dos meus passatempos favoritos é ler no jornal “O Tempo” os artigos semanais do jornalista Acílio Lara Resende, meu ex-chefe no Jornal do Brasil, e da advogada Sandra Starling, fundadora do PT mineiro. Esse jornal pertence ao ex-deputado federal tucano Vittorio Medioli, que costuma também escrever ali. Três desencantados com a política, mas que não conseguem se desligar.
Os dois primeiros, classe média típica aposentada. O último, milionário e empresário na ativa.
De vez em quando, além de ler os artigos de Acílio e Sandra, eu escrevo a eles pelo email, comentando. Há pouco, Acílio me enviou o artigo que será publicado nesta quinta-feira, falando sobre faxina. Comentei:
“Acílio, a Dilma não teve como símbolo de sua campanha eleitoral a vassoura. E faz de tudo para não ter o mesmo destino de Jânio, o último a usar o símbolo da faxina no governo para ganhar votos. Se puder, o que a Dilma vai fazer é aumentar os impostos, para poder construir alguma coisa como JK (aquele que também quiseram defenestrar do governo a título de combater a corrupção) e não precisar se preocupar muito com o que sai pelo ralo da roubalheira. Como não pode aumentar os impostos dos pobres e dos ricos, vai sobrar para nós, a classe média.
Você conhece a peça teatral Le Diable Rouge, de Antoine Raulti? Aí o final de um diálogo entre o poderoso cardeal Mazarino e o ministro das Finanças de Luís XIV, Jean-Baptiste Colbert, sobre como aumentar os impostos, já que seria impossível convencer o Rei Sol a reduzir as despesas do governo, que estava falindo. (Só para lembrar: Colbert desenvolveu todos os esforços para arruinar a reputação de Nicolas Fouquet, o superintendente-geral das Finanças que tinha acumulado fortuna por meios fraudulentos, até este ser detido, a mando do rei, por D'Artagnan, e Colbert se tornar controlador geral das Finanças em 1965 e tentou conter a corrupção desenfreada no governo).
Colbert: -- Então como faremos?
Mazarino: -- Colbert! Tu pensas como um queijo, um penico de doente! Há uma quantidade enorme de pessoas entre os ricos e os pobres: as que trabalham sonhando enriquecer, e temendo empobrecer. É sobre essas que devemos lançar mais impostos, cada vez mais, sempre mais! Quanto mais lhes tirarmos, mais elas trabalharão para compensar o que lhes tiramos. Formam um reservatório inesgotável. É a classe média!”
Acílio devia estar apressado, e foi sucinto na resposta: “Você tem razão. Leu o artigo hoje da Sandra sobre FHC e o imposto sobre os ricos?"
Abri a página de “O Tempo” na Internet. Sandra considerava uma notícia auspiciosa o artigo publicado no “New York Times” por Warren Buffet, terceiro homem mais rico do mundo segundo o último ranking da revista Forbes, defendendo mais impostos para os ricos. E Sandra critica Dilma, que “anda perigosamente próxima de um combate à crise com remédios ortodoxos que significam arrocho salarial, reajuste mínimo para os aposentados e excessiva complacência para com os ricos, banqueiros ou não. Fernando Henrique, como senador, apresentou, em 1989, uma proposta de taxação sobre as grandes fortunas que ele, rapidamente, tratou de esquecer depois que chegou à Presidência. A Câmara dos Deputados tratou de pôr nela a pá de cal em 2007.”
Respondi então ao Acílio:
Warren Buffett já defendia isso antes de Obama ser candidato a presidente dos Estados Unidos. Está no livro dele, "The Audacity of Hope", publicado em 2006. Acho que ninguém por aqui leu, pois não vi qualquer comentarista falar sobre isso depois desse artigo publicado pelo jornal de Nova York. Depois de escrever que havia sido convidado por Buffett para conversar no escritório dele em Omaha e se revelar deslumbrado com "o segundo homem mais rico do mundo" [coitado, caiu no ranking], gastando três páginas do livro com as ideias do "Oráculo", Obama fez igual FHC, desistindo de lutar por vencer a resistência dos ricos para pagarem mais impostos.
Curioso é que já na época de Luís XIV havia "fortes" argumentos para isso. Um deles se vê naquele diálogo:
Colbert: -- Mas já não podemos lançar mais impostos sobre os pobres.
Mazarino: -- Sim, é impossível.
Colbert: -- E sobre os ricos?
Mazarino: -- Os ricos também não. Eles parariam de gastar. E um rico que gasta faz viver centenas de pobres.
O cardeal Mazarino era um dos homens mais ricos da França... Ah! Não me recordo de já ter lido o dono do jornal “O Tempo” defendendo mais impostos para os ricos. E nenhum do clube dele, por sinal.


Carta Maior promove o seminário:
‘Neoliberalismo: um colapso inconcluso’, que se desdobrará em quatro mesas:

* A singularidade da crise financeira mundial - Luiz Gonzaga Belluzzo e Maryse Farhi

* Panorama geopolítico: novos atores e novas agendas - Ignacy Sachs e Ladislau Dowbor

* O Brasil e os canais de transmissão da crise – Márcio Pochmann e Paulo Kliass

* Desafios e trunfos da a América Latina - Samuel Pinheiro Guimarães e Emir Sader


Serviço do evento:
- Data - 12 de setembro de 2011
- Horário - das 14 às 19 horas
- Local - TUCARENA, na PUC/SP, Rua Bartira, esquina Rua Monte Alegre, nº 1024, Perdizes, PUC/SP.
A entrada é franca.
- O Teatro comporta 200 lugares.
- O Seminário será transmitido, ao vivo, para os sites da Carta Maior e da PUC/SP, com possibilidade de ser ainda transmitido pela TV PUC. A íntegra dos debates será objeto de uma publicação do IPEA.




A militarização da política no México
Da mesma maneira que o 11 de setembro permitiu a George W. Bush fazer da guerra o poder constituinte da nova ordem neoconservadora, a batalha contra os cartéis da droga possibilitou ao presidente do México, Felipe Calderón, tratar de afiançar e perpetuar seu governo. Mas, ao invés de enviar tropas ao Iraque e ao Afeganistão, o mandatário mexicano retirou-as de seus quartéis para tomar posições dentro do território nacional. A militarização da política forneceu a ele as ferramentas para administrar o país com medidas de exceção. O artigo é de Luis Hernández Navarro, correspondente da Carta Maior na Cidade do México.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=18399&boletim_id=999&componente_id=16060



México, um país à procura de uma esperança
Em seu relatório anual ao Congresso mexicano, o presidente Felipe Calderón falou sobre os mortos provocados pela "guerra ao narcotráfico". Preferiu não citar números. Não foi necessário: o país inteiro sabe que foram cerca de 40 mil até o final de agosto, número que pode chegar a 50 mil quanto ele termine seu mandato. Ou seja: quase dez mil por ano. O mesmo número de soldados norte-americanos mortos na guerra do Vietnã. Mais do que os mortos nas guerras da Líbia e do Iraque somados. O artigo é de Eric Nepomuceno.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=18400&boletim_id=999&componente_id=16061


Leia no Café História:


MISCELÂNEA CAFÉ HISTÓRIA

História Thrash Metal
Banda brasileira de Thrash Metal inova ao compor músicas sobre história do Brasil e se destaca por conquistar fãs brasileiros e no exterior
Confira: http://cafehistoria.ning.com/profiles/blogs/arquivo-cafe-historia-historia-thrash-metal

PROMOÇÃO CULTURAL

O Café História vai sortear cinco cds da banda Tamuya Thrash Trib, tema de nossa mais recente artigo da seção miscelânea.
Saiba como participar: http://cafehistoria.ning.com/page/promocao-tamuya-thrash-trib-ttt

MURAL DO HISTORIADOR

Nota e Falecimento:
É com pesar que o Café História informa o falecimento de uma Eni de Mesquita Samara, professora da USP e ex-Diretora do Museu Paulista da Universidade de São Paulo

Seminário sobre Migrações:
Acontece na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), no mês de novembro de 2011, o "IV Seminário do Núcleo Interdisciplinar de Estudos Migratórios Caminhos da Migração: Decisões e Tensões."
Confira: http://cafehistoria.ning.com (Página Principal)

CAFÉ EXPRESSO NOTÍCIAS

Extremistas poloneses destroem monumento dedicado a judeus
Confira: http://cafehistoria.ning.com (Página Principal)

CONTEÚDO DA SEMANA

Grupo "Inquisição" já reúne mais de 200 pesquisadores.
Confira: http://cafehistoria.ning.com/group/inquisio

DOCUMENTO HISTÓRICO

"Fiadeiras", foto publicada na Revista do Arquivo Público Mineiro em 1957. A imagem faz parte das comemorações dos 300 anos da cidade mineira de Mariana.
Confira: http://cafehistoria.ning.com (Página Principal)

VÍDEO EM DESTAQUE

Ferreira Gullar - Jogo de Idéias
Assista: http://cafehistoria.ning.com/video/ferreira-gullar-jogo-de

Visite Cafe Historia em: http://cafehistoria.ning.com/?xg_source=msg_mes_network


Essa coisa que se faz em sala de aula: notas sobre o mal-estar na prática docente
por JARBAS DAMETTO
Recentemente, em um painel acerca do mal-estar docente realizado na Segunda Semana Acadêmica de Pedagogia da Universidade de Passo Fundo, campi Palmeira das Missões, no interior do Rio Grande do Sul, referi-me à prática pedagógica, sinceramente sem dar-me conta, como “essa coisa que vocês fazem em sala de aula”. Tal lapso foi a mim indicado posteriormente, aos risos, por um colega de mesa, professor, que achou um tanto inconveniente, ou ao menos estranha, a minha expressão, já que se tratava de uma platéia de graduandos em pedagogia, licenciaturas, e professores em atuação... LEIA NA ÍNTEGRA: http://espacoacademico.wordpress.com/2011/09/03/essa-coisa-que-se-faz-em-sala-de-aula-notas-sobre-o-mal-estar-na-pratica-docente/



Jânio Quadros renunciou há 50 anos. História & Memória

por UBIRACY DE SOUZA BRAGA
Jânio da Silva Quadro (1917-1992) foi um político e o vigésimo segundo presidente do Brasil, entre 31 de janeiro de 1961 e 25 de agosto de 1961 – data em que renunciou ao mandato. Em 1985 elegeu-se prefeito de São Paulo pelo PTB. Foi o único sul-mato-grossense presidente do Brasil. A versão corrente de que Jânio Quadros nascera em Campo Grande foi contestado pelo ex-governador sul-mato-grossense, Pedro Pedrossian, em seu livro “Pedro Pedrossian, o Pescador de Sonhos – Memórias”, publicado pelo Instituto Histórico e Geográfico do Mato Grosso do Sul, em 2006. Natural de Miranda, Pedrossian conta a passagem da família Quadros por Porto Esperança e Miranda e acrescenta: “Minha mãe (Rosa Pedrossian) confirma a versão (de que Jânio nascera em Miranda, na chácara Jambeiro), pois estudara com a mãe do candidato (Jânio)”.... leia na íntegra... http://espacoacademico.wordpress.com/2011/08/27/janio-quadros-renunciou-ha-50-anos-historia-memoria/




Forum técnico da educação Fecomercio, Sesc, Senac
De 21 a 23 de setembro
Local: SESC PALLADIUM
Rua Rio de Janeiro, 1046 - Centro
Cep: 30160-041 - Belo Horizonte – MG
Tel: (31) 3214-5350 (31) 3214-5350
Inscrição e maiores informações: http://www2.senacnet.com.br/sesc/sesc/index.php?p=1


Divirta-se com essa quantidade de livros, músicas e artes.
http://www.revistabula.com/posts/listas/100-links-para-clicar-antes-de-morrer



O Laboratório de Estudos Audiovisuais (LEAV) do CPDOC convida para a palestra "Documento, arquivo, ensaio fílmico: a apropriação de imagens na produção audiovisual contemporânea", a ser proferida pela Profª. Drª. Consuelo Lins (ECO/UFRJ).
O evento é aberto a todos sem necessidade de inscrição.
Data: 16 de setembro, sexta-feira, às 14h30
Local: Fundação Getulio Vargas, auditório do 1013 - 10º andar
Praia de Botafogo 190, Rio de Janeiro



Dando continuidade às suas atividades, o Laboratório de Estudos sobre Militares (LEM) do CPDOC convida a todos para sua sexta reunião que contará com as apresentações de:
• Sabrina Medeiros (Professora da Escola de Guerra Naval - EGN e da Pós-Graduação em História Comparada da Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ)
Comunicação: "Reputação internacional e a variável militar".
• Suzana Magalhães (Diretoria de Educação Técnica Militar - Exército Brasileiro)
Comunicação: "O Processo de Modernização de Ensino (PME) no Exército brasileiro (EB): um estudo das concepções programáticas e representações sobre a necessidade da reforma do ensino".
O evento é aberto a todos sem necessidade de inscrição.
Data: 16 de setembro, sexta-feira, às 15h
Local: Fundação Getulio Vargas, auditório do 1027 - 10º andar
Praia de Botafogo 190, Rio de Janeiro


A Superintendência de Bibliotecas Públicas por meio da Divisão Infanto-Juvenil apoia a iniciativa do Palácio das Artes e divulga o Concurso de poemas do projeto Terças Poéticas Especial que abre inscrições até o dia 16 de setembro (prazo prorrogado) para crianças e adolescentes até 16 anos de idade interessados em se inscreverem com 01 poema de sua autoria.
Saiba mais sobre o projeto Terças Poéticas e tenha acesso à ficha de inscrição através do link
http://www.palaciodasartes.com.br/noticia/17-971,concurso-de-poemas-do-projeto-tercas-poeticas-especial.aspx



O sentido político da "faxina" de Dilma
Ao agir de modo aberto contra corrupção, presidente pode deixar direita sem discurso. Mas até onde ela levará sua ofensiva?. Por Felipe Amin Filomeno


Israel às véspera do Estado Palestino
Mobilização por direitos sacode as bases da complexa coalizão de direita no poder. Hipótese: 2011 poderia significar, também, primavera israelense. Por Sérgio Storch

Um fantasma iraquiano na Líbia?
Para Robert Fisk, Ocidente ainda não repete, em Tripoli, os erros que cometeu em Bagdá — mas corre sério risco…

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