quarta-feira, 9 de março de 2011

Número 269



Neste número, uma folga para os ditadores (relativa..). Vamos dedicar a maior parte do espaço para a educação brasileira. Um artigo do Perissé e uma carta de uma professora à Revista Veja.
Ambos muito interessantes. Não deixe de ler!



Três formas de criticar
Por Gabriel Perissé em 8/3/2011 (Observatório da Imprensa)

Critiquemos a educação nacional. Mas há modos e modos de fazê-lo. Um desses modos consiste em lamentar a situação, dando-a como insustentável e insolúvel. O artigo "Como vai a educação brasileira", assinado por Otaviano Helene e Lighia B. Horodynski-Matsushigue, em Le Monde Diplomatique Brasil (nº 43, de fevereiro/2011), segue essa linha, considerando deplorável o nosso sistema educacional. Os avanços, se admitidos, são vistos como insignificantes. Os professores estão desmotivados. Na verdade, a educação não vai.

Um dos pontos críticos e decisivos dessa questão são os baixos salários dos professores do ensino público. Salários indignos desmotivam os que estão lecionando e não motivam novos ingressantes. O salário de um professor de escola pública com diploma universitário equivale, em média, a dois terços do que recebem profissionais de outras áreas com o mesmo nível de escolaridade. Se um jovem economista pode começar sua carreira ganhando R$ 2.500 um professor (mesmo não tão jovem ou não tão inexperiente) poderá receber, depois de passar em disputado concurso público, salário inicial de R$ 1.600.

Constatemos esse fato, que é mesmo incontestável. A crítica, porém, não pode desconsiderar que a esse ponto se chegou ao longo de várias décadas. A gestão do MEC dos últimos oito anos denuncia o mesmo fato e, entre outras ações, criou o piso salarial nacional dos professores (Lei 11.738/08), prometendo auxiliar financeiramente estados e municípios. O fato, porém, é que muitas prefeituras e governos estaduais se recusam a cumprir a lei e, estranhamente, parecem desdenhar a ajuda federal.

 A crítica faixa preta

O segundo tipo de crítica vem na forma de exaltação de soluções estrangeiras, insinuando ou insistindo que no Brasil viriam a calhar. André Petry, de NovaYork, envia à revista Veja desta semana (edição 2207, de 9/3/2011) matéria em que o herói é um educador negro, cujo mérito (inegável) foi sobrepor-se às dificuldades e criar saídas para si e para outros. A mensagem é clara: o grande responsável pelo fracasso dos alunos (norte-americanos, de baixa renda, enfrentando situações de risco social...) são os maus professores. O leitor acabará formulando a pergunta óbvia: por que não esperar que todos os nossos professores façam por merecer matéria semelhante?

O educador Geoffret Canada é faixa preta em tae kwon do e afirma que os alunos precisam de heróis:
"Essas crianças me veem como um gigante, um Superman ou Batman. Num mundo tão frio, tão duro, as crianças precisam de heróis. Heróis dão esperança e, sem esperança, essas crianças não têm futuro. Então, eu faço o papel de herói para elas, mesmo que, para isso, tenha de recorrer a truques baratos."

Para quem conhece o "projeto educacional" da Veja (ver, por exemplo, neste Observatório, meu artigo "Palpites dogmáticos"), fica evidente a intenção. Começo de ano letivo, observem só o que um único herói pode fazer. Mas tem mais. A revista menciona o modelo das "escolas-charter". Não é a primeira vez. Nem será a última. A julgar pelo fascínio que as "lições de Nova York" exercem sobre o grupo Abril, essa discussão vai longe.

Em suma, se tivermos docentes que lutem direito, saibam competir, sejam administrados por um novo modelo de gestão... a educação irá!

A crítica mundo cão

Um terceiro tipo de crítica, em que realismo, ironia e humor se mesclam, surge em matérias criativas como a da revista Piauí de fevereiro deste ano – "O Brasil é aqui", de Raquel Freire Zangrandi.

Uma narrativa sobre o cotidiano de uma escola da rede municipal carioca. Um documentário cinematográfico em papel. Sem papas na língua. Sem rodeios e sem frases motivacionais. Refletindo a distância infinita entre boas intenções didáticas e a realidade dos alunos e professores. Um buraco diz tudo:

"Às sete e meia da manhã, vinte minutos depois do horário marcado, começa a aula de português. No quadro-negro que hoje em dia é branco, uma aluna passa exercícios sobre classificação de predicados. O quadro tem um buraco de 30 centímetros de diâmetro bem no meio de sua superfície de fórmica. Está assim há algumas semanas, desde que um aluno o alvejou com um tubo de corretivo líquido."

Os problemas na educação crescem a olhos vistos. O rombo no quadro era "oval em agosto", um mês depois "tornou-se retangular". Em outubro, "o buraco aberto no quadro já atinge 1 metro de comprimento". O buraco simboliza o descaso. A lentidão. A inércia. A burocracia. Que prazer haverá em ensinar/aprender fatoração ou análise sintática diante desse buraco negro que está a ponto de nos engolir!?

As três formas de criticar a educação nacional partem da comprovação de circunstâncias que se repetem. Certamente nem tudo é infernal. Nem tudo é fim do mundo. Há registros de bons resultados, escolas em que a educação ainda vai.

Contudo, em diferentes pontos do país, encontramos professores desmotivados, alunos dispersos, violentos, perdidos, gestores perplexos e famílias carentes, ausentes. Um cenário vulnerável a comentários taxativos, cruéis, injustos, exagerados, como o do jornalista André Forastieri, em seu blog: "As escolas brasileiras são uma porcaria, do maternal ao doutorado".


Enviada por Renata Merlim
Cópia da carta escrita por uma professora que trabalha no Colégio Estadual Mesquita, à revista Veja. É longa, mas vale a pena ler.


RESPOSTA À REVISTA VEJA

Sou professora do Estado do Paraná e fiquei indignada com a reportagem da jornalista Roberta de Abreu Lima “Aula Cronometrada”. É com grande pesar que vejo quão distante estão seus argumentos sobre as causas do mau desempenho escolar com as VERDADEIRAS razões que geram este panorama desalentador.
Não há necessidade de cronômetros, nem de especialistas para diagnosticar as falhas da educação. Há necessidade de todos os que pensam que: “os professores é que são incapazes de atrair a atenção de alunos repletos de estímulos e inseridos na era digital” entrem numa sala de aula e observem a realidade brasileira. Que alunos são esses “repletos de estímulos” que muitas vezes não têm o que comer em suas casas quanto mais inseridos na era digital? Em que pais de famílias oriundas da pobreza trabalham tanto que não têm como acompanhar os filhos em suas atividades escolares, e pior em orientá-los para a vida? Isso sem falar nas famílias impregnadas pelas drogas e destruídas pela ignorância e violência, causas essas que infelizmente são trazidas para dentro da maioria das escolas brasileiras. Está na hora dos professores se rebelarem contra as acusações que lhes são impostas. Problemas da sociedade deverão ser resolvidos pela sociedade e não somente pela escola.
Não gosto de comparar épocas, mas quando penso na minha infância, onde pai e mãe, tios e avós estavam presentes e onde era inadmissível faltar com o respeito aos mais velhos, quanto mais aos professores e não cumprir as obrigações fossem escolares ou simplesmente caseiras, faço comparações com os alunos de hoje “repletos de estímulos”. Estímulos de quê? De passar o dia na rua, não fazer as tarefas, ficar em frente ao computador, alguns até altas horas da noite, (quando o têm), brincando no Orkut, ou o que é ainda pior envolvidos nas drogas. Sem disciplina seguem perdidos na vida. Realmente, nada está bom. Porque o que essas crianças e jovens procuram é amor, atenção, orientação e ...disciplina.
Rememorando, o que tínhamos nós, os mais velhos, há uns anos atrás de estímulos? Simplesmente: responsabilidade, esperança, alegria. Esperança que se estudássemos teríamos uma profissão, seríamos realizados na vida. Hoje os jovens constatam que se venderem drogas vão ganhar mais. Para quê o estudo? Por que numa época com tantos estímulos não vemos olhos brilhantes nos jovens? Quem, dos mais velhos, não lembra a emoção de somente brincar com os amigos, de ir aos piqueniques, subir em árvores? E, nas aulas, havia respeito, amor pela pátria.. Cantávamos o hino nacional diariamente, tínhamos aulas “chatas” só na lousa e sabíamos ler, escrever e fazer contas com fluência. Se não soubéssemos não iríamos para a 5ª. Série. Precisávamos passar pelo terrível, mas eficiente, exame de admissão. E tínhamos motivação para isso.
Hoje, professores “incapazes” dão aulas na lousa, levam filmes, trabalham com tecnologia, trazem livros de literatura juvenil para leitura em sala-de-aula (o que às vezes resulta em uma revolução), levam alunos à biblioteca e outros locais educativos (benza, Deus, só os mais corajosos!) e, algumas escolas públicas onde a renda dos pais comporta, até à passeios interessantes, planejados, minuciosamente, como ir ao Beto Carrero. E, mesmo, assim, a indisciplina está presente, nada está bom. Além disso, esses mesmos professores “incapazes” elaboram atividades escolares como provas, planejamentos, correções nos fins-de-semana, tudo sem remuneração;
Todos os profissionais têm direito a um intervalo que não é cronometrado quando estão cansados. Professores têm 10 m.de intervalo, onde tem que se escolher entre ir ao banheiro ou tomar às pressas o cafezinho. Todos os profissionais têm direito ao vale alimentação, professor tem que se sujeitar a um lanchinho, pago do próprio bolso, mesmo que trabalhe 40 h.semanais. E a saúde? É a única profissão que conheço que embora apresente atestado médico tem que repor as aulas. Plano de saúde? Muito precário. Há de se pensar, então, que são bem remunerados... Mera ilusão! Por isso, cada vez vemos menos profissionais nessa área, só permanecem os que realmente gostam de ensinar, os que estão aposentando-se e estão perplexos com as mudanças havidas no ensino nos últimos tempos e os que aguardam uma chance de “cair fora”.Todos devem ter vocação para Madre Teresa de Calcutá, porque por mais que esforcem-se em ministrar boas aulas, ainda ouvem alunos chamá-los de “vaca”,”puta”, “gordos “, “velhos” entre outras coisas. Como isso é motivante e temos ainda que ter forças para motivar. Mas, ainda não é tão grave. Temos notícias, dia-a-dia, até de agressões a professores por alunos. Futuramente, esses mesmos alunos, talvez agridam seus pais e familiares.
Lembro de um artigo lido, na revista Veja, de Cláudio de Moura Castro, que dizia que um país sucumbe quando o grau de incivilidade de seus cidadãos ultrapassa um certo limite. E acho que esse grau já ultrapassou. Chega de passar alunos que não merecem. Assim, nunca vão saber porque devem estudar e comportar-se na sala de aula; se passam sem estudar mesmo, diante de tantas chances, e com indisciplina... E isso é um crime! Vão passando série após série, e não sabem escrever nem fazer contas simples. Depois a sociedade os exclui, porque não passa a mão na cabeça. Ela é cruel e eles já são adultos.
Por que os alunos do Japão estudam? Por que há cronômetros? Os professores são mais capacitados? Talvez, mas o mais importante é porque há disciplina. E é isso que precisamos e não de cronômetros. Lembrando: o professor estadual só percorre sua íngreme carreira mediante cursos, capacitações que são realizadas, preferencialmente aos sábados. Portanto, a grande maioria dos professores está constantemente estudando e aprimorando-se.
Em vez de cronômetros precisamos de carteiras escolares, livros, materiais, quadras-esportivas cobertas (um luxo para a grande maioria de nossas escolas), e de lousas, sim, em melhores condições e em maior quantidade. Existem muitos colégios nesse Brasil afora que nem cadeiras possuem para os alunos sentarem. E é essa a nossa realidade! E, precisamos, também, urgentemente de educação para que tudo que for fornecido ao aluno não seja destruído por ele mesmo
Em plena era digital, os professores ainda são obrigados a preencher os tais livros de chamada, à mão: sem erros, nem borrões (ô, coisa arcaica!), e ainda assim ouve-se falar em cronômetros. Francamente!!!
Passou da hora de todos abrirem os olhos e fazerem algo para evitar uma calamidade no país, futuramente. Os professores não são culpados de uma sociedade incivilizada e de banditismo, e finalmente, se os professores até agora não responderam a todas as acusações de serem despreparados e “incapazes” de prender a atenção do aluno com aulas motivadoras é porque não tiveram TEMPO. Responder a essa reportagem custou-me metade do meu domingo, e duas turmas sem as provas corrigidas.




Os ventos da mudança
(publicado no WWW.outraspalavras.net)
Por Immanuel Wallerstein, no ZSpace Tradução: Antonio Martins

Há 51 anos, em 3 de fevereiro de 1960, o então primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Harold Macmillan, do Partido Conservador, dirigiu-se ao parlamento da África do Sul, governado pelo partido que havia erigido o apartheid como sua base de governo. Sua fala iria se tornar conhecida como “o discurso dos ventos de mudança”. Vale a pena recordar as palavras:
“Os ventos da mudança estão soprando neste continente, e o crescimento da consciência nacional é um fato político, queiramos ou não. Precisamos enxergá-lo assim, e nossas políticas nacionais não podem ignorá-lo”.
O primeiro-ministro da África do Sul, Hendrik Verwoerd, não gostou da fala e rejeitou suas premissas e conselhos. 1960 tornou-se conhecido como “O ano da África”, porque dezesseis colônias tornaram-se independentes. O discurso de Macillan tinha como alvo, na verdade, os Estados do Sul da África que tinham grupos expressivos de colonizadores brancos (e, quase sempre, enormes riquezas minerais) e resistiam à simples ideia do sufrágio universal – porque os negros constituiriam a esmagadora maioria dos eleitores.
Macmillan não era um radical. Seu argumento incluía-se na estratégia de atrair as populações asiáticas e africanas para o lado do Ocidente, na Guerra Fria. Seu discurso era um sinal de que os líderes da Grã-Bretanha (e, em seguida, os dos Estados Unidos) viam o controle das eleições pelos brancos, nos Sul da África, como uma causa perdida, que poderia comprometer o Ocidente. O vento seguiu soprando, e num país após o outro as maiorias negras impuseram-se eleitoralmente, até que, em 1994, a própria África do Sul sucumbiu ao voto universal e elegeu Nelson Mandela presidente. Neste processo, porém, os interesses econômicos da Grã-Bretanha e dos Estados Unidos foram de algum modo preservados.
Há duas lições que podemos aprender do episódio. Primeira: os ventos da mudança são muito fortes e provavelmente irresistíveis. Segunda: quando os ventos varrem os símbolos da tirania, não se sabe o que virá a seguir. Quando os símbolos caem, todos os denunciam. Mas todos querem preservar seus próprios interesses, nas novas estruturas que emergem.
A segunda revolta árabe, que começou na Tunísia e no Egito, está contagiando mais países. Não há dúvida de que alguns baluartes da tirania cairão, ou aceitarão grandes modificações em suas estruturas estatais. Mas quem, então, ocupará o poder? Na Tunísia e Egito, os novos primeiros- ministros haviam sido figuras-chaves, nos regimes derrubados. E o exército, em ambos países, parece estar dizendo às multidões para encerrarem os protestos. Nos dois países, há exilados que retornam, assumem postos e procuram manter – ou mesmo expandir – os laços com os mesmos países da Europa e América do Norte que sustentavam as ditaduras. É claro que as forças populares resistem: enquanto escrevo este artigo, acabam de forçar a renúncia do primeiro-ministro tunisiano.
No meio da Revolução Francesa, Danton aconselhou de l’audace, encore de l’audace, toujours de l’audace (“audácia, mais audácia, sempre audácia”). Ótimo conselho talvez, mas Danton foi guilhotinado pouco depois. E os que o executaram foram guilhotinados em seguida. Depois, vieram Napoleão a Restauração, a Revolução de 1848, a Comuna de Paris. Em 1989, no bicentenário, quase todo mundo era em favor da Revolução Francesa, mas vale perguntar se a trindade da Revolução Francesa – liberdade, igualdade e fraternidade – tornou-se real…
Algumas coisas são diferentes, hoje. Os ventos da mudança são verdadeiramente planetários. Por enquanto, o epicentro é o Mundo Árabe, e os ventos sopram ferozes por lá. Ninguém duvide: a geopolítica da região nunca será a mesma. Os pontos-chaves a observar são Arábia Saudita e Palestina. Se a monarquia saudita for seriamente desafiada – e parece ao menos possível que isso ocorra – nenhum regime do Mundo árabe poderá sentir-se seguro. E se os ventos da mudança levarem as duas maiores forças políticas da Palestina a dar as mãos, até mesmo Israel sentirá que é preciso adaptar-se às novas realidades e levar em conta a consciência nacional palestina. Queira ou não queira, para parafrasear Harold Macmillan.
Não é necessário dizer que os Estados Unidos e a Europa Ocidentel estão fazendo tudo o que está em seu alcance para enquadrar, limitar e redirecionar os ventos da mudança. Mas seu poder já não é o mesmo. E os ventos da mudança estão soprando em seu próprio terreiro. É o jeito de ser dos ventos. Sua direção e intensidade não são constantes nem, portanto, previsíveis. Desta vez eles são muito fortes. Já não será fácil enquadrá-los, limitá-los ou redirecioná-los.


MUNDO ÁRABE: A REVOLTA CONTINUA (leia no WWW.outraspalavras.net)

Os seis centros da revolução, hoje
Na Tunísia e Egito, as multidões voltam às ruas, para que a mudança não pare. Na Líbia, Gaddafi por um fio. No Bahrain, Yemen e Jordânia, governos fazem concessões, tentando salvar a pele. Veja nossa atulizações
O Ocidente não enxergou a liberdade
Políticos e intelectuais apostaram que a democracia viria de gente como os filhos de Gaddafi e Mubarak. A rua árabe deu a resposta…


Enviado por José Costa
Amiga/o, clique no link, abaixo, e ouça música de Luiz Gonzaga e contemple as belíssimas e proféticas fotografias de João Zinclar, um fotógrafo comprometido com a revitalização da bacia saofranciscana.
http://desinformemonos.org/2011/03/transposicion-del-rio-san-francisco/



A Revista Espaço Acadêmico, edição nº 118, Março de 2011, foi publicada Acesse: http://www.periodicos.uem.br/ojs/index.php/EspacoAcademico/issue/current
Nesta edição, DOSSIÊ COMUNA DE PARIS - 140 ANOS.


Por que e para que publicar?!
por ANTONIO OZAÍ DA SILVA
O imperativo é publicar: “as publicações acadêmicas se tornaram tarefa em série, como as peças que rolam pelas esteiras de uma linha de montagem. A produção é ofuscada, do mesmo modo que a recepção de tais produtos”. Ou seja: “O produto é tudo que conta, não sua recepção, não o uso humano. Isso é produção de um fim em si mesmo e praticamente mais nenhum outro”... LEIA NA ÍNTEGRA: http://antoniozai.wordpress.com/2011/03/05/por-que-e-para-que-publicar/



O Blog do Mello colocou uma série de vídeos esta semana, para homenagear as mulheres, já que ontem foi o Dia Internacional da Mulher.
Convido vocês a verem todos, mas, principalmente este aqui:
http://blogdomello.blogspot.com/2011/03/mesmo-que-ela-fosse-criminosa-eut-elle.html

e este aqui:
http://blogdomello.blogspot.com/2011/03/na-semana-de-homenagens-ao-dia.html




Racismo nos supermercados
A reportagem de capa do Brasil de Fato desta semana traz denúncias de racismo e tortura cometidos contra consumidores negros nas três maiores redes de supermercado do país, Extra, Walmart e Carrefour. Os casos expõem heranças das quais o Brasil ainda não se livrou: a escravidão e a ditadura civil-militar.
http://www.brasildefato.com.br/node/5825




Guerras do Afeganistão e Iraque sugam orçamento dos EUA
Enquanto o noticiário internacional se concentra nas revoltas no Oriente Médio e no norte da África, os Estados Unidos seguem alimentando suas duas guerras prioritárias no Iraque e no Afeganistão. Os custos para sustentá-las estão afetando diretamente os orçamentos dos estados e da União. Os EUA gastam cerca de 2 bilhões de dólares por semana somente no Afeganistão, o que representa cerca de 104 bilhões de dólares ao ano – isso sem incluir o Iraque. Cerca de 45 estados mais o distrito de Columbia projetam déficits orçamentários de um total de 125 bilhões de dólares para o ano fiscal de 2012. As contas são simples: o dinheiro deveria ir para os estados, em lugar de ser gasto em um estado de guerra. O artigo é de Amy Goodman, do Democracy Now.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17504&boletim_id=851&componente_id=13877




Brasil - Estados Unidos: a rivalidade emergente
Ao acompanhar a evolução das relações do Brasil com os EUA, no período examinado por Moniz Bandeira, vemos que, de um lado, elas se entrelaçam e incidem sobre a aspiração de parte significativa da elite dirigente brasileira de promover o desenvolvimento industrial. Esta aspiração se confronta periodicamente com a política americana que decorre de sua convicção de que o desenvolvimento brasileiro teria de ser o resultado natural da ação das forças de mercado. Portanto, não necessitaria, nem deveria, ser estimulado ou conduzido pelo Estado brasileiro, a não ser para este adotar políticas de liberalização do comércio exterior e dos fluxos de ingresso e saída de capitais. O artigo é de Samuel Pinheiro Guimarães.
Leia o prefácio de Samuel Pinheiro Guimarães ao livro de Moniz Bandeira aqui:
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17505&boletim_id=851&componente_id=13878





IX Encontro Regional Sudeste de História Oral
“Diversidade e Diálogo”

16, 17 e 18 de agosto de 2011
Universidade de São Paulo

Chamada para trabalhos – Prazo prorrogado até 30 de março de 2011
As inscrições para apresentação de trabalhos no IX Encontro Regional Sudeste de História Oral foram adiadas até o dia 30 de março de 2011, devido ao período de férias e Carnaval. Professores, pesquisadores e estudantes de pós-graduação e graduação podem enviar sua proposta para o evento seguindo as instruções disponíveis no site: http://each.uspnet.usp.br/gephom/encontroregional2011.


O Encontro, que em 2011 tem lugar na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, com promoção da Associação Brasileira de História Oral – Regional Sudeste, tem seu foco central na discussão dos desafios contemporâneos da história oral, em seus aspectos teóricos, metodológicos e temáticos.

Após um importante período de difusão da metodologia da história oral – que incluiu longos debates sobre as vantagens, os problemas e a legitimidade do uso de fontes orais em diferentes disciplinas –, ela parece estar plenamente consagrada como um valioso recurso para variados estudos sobre o presente. Diante disso, o tema Diversidade e Diálogo coloca em pauta as conquistas consolidadas da história oral no Brasil, bem como seus novos desafios na era contemporânea.

Confira os GTs, maiores informações, e envie sua proposta pelo site:
http://each.uspnet.usp.br/gephom/encontroregional2011


quarta-feira, 2 de março de 2011

Numero 268




Do Oriente para o Ocidente. A revolta contra os ditadores orientais, que já derrubou e ainda promete derrubar mais alguns, chega ao Ocidente e, mais especificamente, aos Estados Unidos, onde a ditadura atacada é a das grandes corporações que, desesperadas por novos investimentos lucrativos, resolveram se apoderar dos serviços públicos. É o nosso velho conhecido projeto de privatização. Só que agora não se trata mais de privatizar empresas e sim os serviços públicos (educação, saúde, entre outros).
Dois artigos e um link para um terceiro ajudarão os leitores a compreenderem melhor o que se passa nos Estados Unidos.
Chamo a atenção para um artigo da Revista Carta Fundamental (dirigida aos professores) a respeito das drogas que alunos com déficit de atenção e hiperatividade estão tomando. São drogas de extremo perigo para a saúde que, no limite, levam os adolescentes até ao suicídio. Pais e educadores devem estar atentos para isso, pois, como se vê na reportagem, o consumo dessas drogas tem aumentado de forma assustadora no Brasil.
No mais, alguns outros links para matérias que considero relevantes, novo livro na praça, o informativo da ANPUH com muitos eventos programados e chamadas para artigos de revistas.


Colaboração de Rosa Varella:

A vaca sorridente*
“O Ocidente ficou ao lado do líder quase até o final, apesar de o déspota ter transformado seu país em um Estado policial e saqueado sua economia.” Quem reconhece é a conservadora revista alemã Der Spiegel¹, de maior tiragem europeia, em matéria da semana passada sob o título “Egito: Ocidente perde seu tirano favorito”. A palavra Ocidente aí é utilizada para definir os interesses dos países ocidentais, sob a liderança dos Estados Unidos. Um poder que envolve as grandes corporações, entre elas, os detentores dos meios de comunicação. É por isso que somente depois da queda iminente e inevitável de Mubarak é que o mundo ocidental ficou sabendo que o Egito era uma longeva ditadura.
A fidelidade ao acordo feito com Israel e sua influência sobre o mundo árabe fizeram de Mubarak o queridinho de “presidentes americanos, chefes de Estado franceses, primeiros-ministros britânicos” e “os políticos mais importantes de Berlim.” Para o chanceler Gerhard Schröder o ditador egípcio era “um conselheiro particularmente importante”. Em março de 2010, ele foi recebido pela chanceler Angela Merkel em Berlim. Quando trataram sobre direitos humanos “nunca foi além de um diálogo cauteloso”, diz Der Spiegel.
Na mesma linha de raciocínio, Kenneth Maxwell, colunista da Folha de S Paulo², lembra, com oportunidade, famosa frase do presidente Franklin Roosevelt, em 1936, sobre Anastasio Somoza, por muito tempo ditador da Nicarágua: "Somoza pode ser um filho da puta, mas é n o s s o filho da puta". À época, frase tinha a virtude de sumarizar a política de Roosevelt com relação à América Latina. “Mais tarde, durante a Guerra Fria, essa postura se tornou comum”. E não difere da postura atual: Foreign Policy3, desta quinta-feira, ironizou editorial do Wall Street Journal, para quem "ditadores pró-Estados Unidos têm mais escrúpulo moral".
Segundo Maxwell, Mubarak era visto como um baluarte dos interesses estadunidenses “e como fiel da paz com Israel. Auxiliou os Estados Unidos na primeira Guerra do Golfo Pérsico e na reconquista do Kuwait depois da invasão do país pelo Iraque de Saddam Hussein. Como resultado, o Egito teve US$ 14 bilhões em dívidas perdoadas pelos Estados Unidos e pela Europa”. Segundo Der Spiegel, Mubarak há muito é considerado um tirano. “Ele transformou seu país em um Estado policial. Mais de 1 milhão de informantes, agentes e policiais supostamente mantinham a população de mais de 80 milhões sob vigilância.”
Em entrevista a Amy Goodman, do Democracy Now4, nesta quinta-feira, o linguista estadunidense Noam Chomsky revela o comportamento dos Estados Unidos ante os atuais movimentos no mundo árabe. Para ele, Washington segue manual tradicional: continuar apoiando seu aliado até o limite possível e “se ele se tornar insustentável, dar um giro de 180 graus, incorporar-se ao novo poder e restaurar o velho sistema de interesses. Para isso, os Estados Unidos contam com um poder “constrangedor”. Segundo Chomsky, depois de Israel, o Egito é o país que mais recebe ajuda militar e econômica de Washington.
Em declarações ao Herald Tribune5, em 15/02/2011, Jonas Gahr Store, ministro das Relações Exteriores da Noruega, declarou que “as políticas do Ocidente para o Oriente Médio precisam responder ao fato de que o futuro da região será cada vez mais moldado pelas vozes de uma sociedade civil jovem e pluralista”. Mesmo caminho que traça Maxwell sobre o futuro da região: “Ninguém sabe quais serão as consequencias das revoluções populares que varrem o Oriente Médio. A esperança é a de um futuro mais democrático, mais aberto e mais esclarecido. No entanto, uma coisa é certa, diz o colunista, “caso isso aconteça, não terá sido graças àqueles que passaram 30 anos percorrendo o caminho da conveniência dos Estados Unidos”.

(*) “Vaca sorridente”, apelido que Mubarak recebeu pelo sorriso que costumava exibir atrás do ex-presidente egípcio Anwar al Sadat. Mubarak se tornou rapidamente um líder poderoso após o assassinato de seu antecessor em outubro de 1981.
(1) https://docs.google.com/document/d/1SQf-K7lz0QYTyoUdwWkYWzmrfdZmUVBDdbyB2Y2ZvJ8/edit?hl=en#
(2) https://docs.google.com/document/d/1S2mWjst2yGtjvHi1-GbhLqwlvU-8eDG_xMxvl2K-OfA/edit?hl=en#
(3) http://walt.foreignpolicy.com/posts/2011/02/17/wsj_our_despots_are_nice_despots
(4) http://www.democracynow.org/2011/2/2/noam_chomsky_this_is_the_most
(5) https://docs.google.com/document/d/1BiH13pUxo16j2lr0inxU0rtrsdj-zUiHWesHVulKG88/edit?hl=en#
Visite o Boletim H S Liberal



Levantes populares: do Oriente Médio ao Meio Oeste
Há apenas algumas semanas, a solidariedade entre jovens egípcios e policiais do Wisconsin, ou entre trabalhadores líbios e funcionários públicos de Ohio, seria algo inacreditável. O levante popular na Tunísia foi provocado pelo suicídio de um jovem chamado Mohamed Bouazizi, universitário de 26 anos de idade, que não encontrava trabalho em sua profissão.Nos conflitos que vemos hoje em Wisconsin e Ohio há um pano de fundo semelhante. A “Grande Recessão” de 2008, segundo o economista Dean Baker, ingressou em seu trigésimo mês sem sinais de melhora. O artigo é de Amy Goodman.
Amy Goodman - Democracy Now (www.cartamaior.com.br)
Cerca de 80 mil pessoas marcharam no sábado passado ao Capitólio do estado de Wisconsin, em Madison, como parte de uma crescente onda de protesto contra a tentativa do flamante governador republicano Scott Walker, não só de acossar os sindicatos dos servidores públicos, mas de desarticulá-los. O levante popular de Madison ocorre imediatamente em seguida aos que vêm ocorrendo no Oriente Médio. Um estudante universitário veterano da guerra do Iraque, levava um cartaz que dizia “Fui ao Iraque e voltei a minha casa no Egito?”. Outro dizia: “Walker, o Mubarak do Meio Oeste”.

Do mesmo modo, em Madison, circulou uma foto de um jovem em uma manifestação no Cairo com um cartaz que dizia: “Egito apoia os trabalhadores de Wisconsin: o mesmo mundo, a mesma dor”. Enquanto isso, em uma tentativa de derrubar o eterno ditador Muammar Kadafi, os líbios seguem desafiando a violenta ofensiva do governo, ao mesmo tempo que mais de 10 mil pessoas marcharam terça-feira em Columbus, Ohio, para se opor à tentativa do governador republicano John Kasich de dar um golpe de estado legislativo contra os sindicatos.

Há apenas algumas semanas, a solidariedade entre jovens egípcios e policiais do Wisconsin, ou entre trabalhadores líbios e funcionários públicos de Ohio, seria algo inacreditável.

O levante popular na Tunísia foi provocado pelo suicídio de um jovem chamado Mohamed Bouazizi, universitário de 26 anos de idade, que não encontrava trabalho em sua profissão. Enquanto vendida frutas e verduras no mercado, em repetidas oportunidades foi vítima de maus tratos por parte das autoridades tunisianas que acabaram confiscando sua balança. Completamente frustrado, ele ateou-se fogo, o que acabou incendiando os protestos que se converteram em uma onda revolucionária no Oriente Médio e Norte da África. Durante décadas, o povo da região viveu sob ditaduras – muitas das quais recebem ajuda militar dos EUA -, sofreu violações dos direitos humanos, além de ter baixa renda, enfrentar altas taxas de desemprego e não ter praticamente nenhuma liberdade de expressão. Tudo isso enquanto as elites acumulavam fortunas.

Nos conflitos que vemos hoje em Wisconsin e Ohio há um pano de fundo semelhante. A “Grande Recessão” de 2008, segundo o economista Dean Baker, ingressou em seu trigésimo mês sem sinais de melhora. Em um documento recente, Baker diz que devido à crise financeira “muitos políticos argumentam que é necessário reduzir de forma drástica as generosas aposentadorias do setor público e, se possível, não cumprir com as obrigações de pensões já assumidas. Grande parte do déficit no sistema de aposentadorias se deve à queda da bolsa de valores nos anos 2007-2009”.

Em outras palavras, os mascates de Wall Street que vendiam as complexas ações respaldadas por hipotecas que provocaram o colapso financeiro foram os responsáveis pelo déficit nas pensões. O jornalista vencedor do prêmio Pulitzer, David Cay Johnston disse recentemente: “O funcionário público médio de Wisconsin ganha 24.500 dólares por ano. Não se trata de uma grande aposentadoria; 15% do dinheiro destinado a esta aposentadoria anualmente é o que se paga a Wall Street para administrá-lo. É realmente uma porcentagem muito alta para pagar Wall Street por administrar o dinheiro”.

Então, enquanto a banca financeira fica com uma enorme porcentagem dos fundos de aposentadoria, os trabalhadores são demonizadas e pede-se a eles que façam sacrifícios. Os que provocaram o problema, em troca, logo obtiveram resgates generosos, agora recebem altíssimos salários e bonificações e não estão sendo responsabilizados. Se rastreamos a origem do dinheiro, vemos que a campanha de Walker foi financiada pelos tristemente célebres irmãos Koch, grandes patrocinadores das organizações que formam o movimento conservador tea party. Além disso, doaram um milhão de dólares para a Associação de Governadores Republicanos, que concedeu um apoio significativo à campanha de Walker. Então, por acaso resulta surpreendente que Walker apoie às empresas ao outorgar-lhes isenções de impostos e que tenha lançado uma grande campanha contra os servidores do setor público sindicalizado?

Um dos sindicatos que Walter e Kasich têm na mira, em Ohio, é a Federação Estadunidense de Empregados Estatais de Condados e Municípios (AFSCME, na sigla em inglês). O sindicato foi fundado em 1932, em meio à Grande Depressão, em Madison. Tem 1,6 milhões de filiados, entre os quais há enfermeiros, servidores penitenciários, seguranças, técnicos de emergências médicas e trabalhadores da saúde. Vale a pena lembrar, neste mês da História Negra, que a luta dos trabalhadores da saúde do prédio n° 1733 de AFSCME fez com que o Dr. Martin Luther King Jr. Fosse a Memphis, Tennessee, em abril de 1968. Como me disse o reverendo Jesse Jackson quando marchava com os estudantes e seus professores sindicalizados, em Madison, na semana passada: “O último ato do Dr. King na terra, sua viagem a Memphis, Tennessee, foi pelo direito dos trabalhadores negociarem convênios coletivos de trabalho e o direito ao desconto da quota sindical de seu salário. Não é possível beneficiar os ricos enquanto se deixa os pobres sem nada”.

Os trabalhadores do Egito, formando uma coalizão extraordinária com os jovens, tiveram um papel decisivo na derrubada do regime deste país. Nas ruas de Madison, sob a cúpula do Capitólio, está se produzindo outra mostra de solidariedade. Os trabalhadores de Wisconsin fizeram concessões em seus salários e aposentadorias, mas não renunciaram ao direito a negociar convênios coletivos de trabalho. Neste momento seria inteligente que Walker negociasse. Não é uma boa época para os tiranos.

Tradução: Katarina Peixoto


Protestos nos Estados Unidos: Por que Madison importa
Para sobreviver, o capitalismo precisa se expandir e, com tão poucas áreas com espaço disponível, a esfera pública se torna tentadora demais para resistir. É por isso que as elites econômicas olham as instituições que até agora tinham evitado a mercantilização total. Ninguém mais as protege hoje em dia, além daqueles que nelas trabalham. Certamente, a administração Obama não o faz. Não é um acidente que os professores estejam na frente de batalha para salvar as negociações coletivas no Wisconsin. Ninguém sabe como acabarão os eventos em Madison. Mas isto está claro: puseram a privatização da esfera pública em debate como ninguém o fez nas últimas décadas. O artigo é de Andrew Levine.
Andrew Levine - SinPermiso
Os progressistas vêem o Wisconsin – e os problemas trabalhistas vindouros em Indiana, Ohio, Nova Jersey e outros lugares – e corretamente enxergam um ataque republicano. A terrível decisão “Citizens United” da Suprema Corte deu carta branca às corporações e aos sindicatos para comprar eleições; sem os sindicatos, só restariam as corporações. Com os sindicatos de companhias privadas passando por problemas, em especial depois do TLC, os sindicatos dos servidores públicos são o único que resta entre as companhias e um domínio total do sistema político, onde o dinheiro sempre prevalece. Dado que as corporações geralmente preferem os republicanos sobre os democratas, os republicanos tem tudo para ganhar e os democratas, para perder, se o governador Tea Party do Wisconsin, Scott Walker, sai com as suas.

É difícil entender como alguém que teve seus cinco sentidos funcionando nesses últimos anos poderia lamentar o infortúnio dos democratas, mas muitos liberais ainda o fazem. No entanto, o fato é que os democratas são o menor dos males entre nossos dois partidos semioficiais. Esta é a razão pela qual, sem importar o quanto Obama tenha traído os seus aliados-chave, inclusive os trabalhadores, o que quer que se postule contra ele será pior em várias ordens de magnitude. Os democratas e os republicanos ambos servem aos mesmos empregadores e mantêm seus interesses com fervor sem igual. E graças a Bill Clinton, até a flácida ala social democrata do partido foi destruída. Merecem que lhes aconteça o que for. Mas a alternativa é pior. Por fim, importa que a ofensiva seja derrotada, sim.

Conforme a batalha no Wisconsin se intensifica, fica cada vez mais claro, em especial nos círculos dos trabalhadores, que o aspecto republicanos contra democratas é só algo secundário ao ataque do capital contra os trabalhadores. Isto importa mais do que como os democratas e os republicanos dividam entre si os resultados nas próximas eleições.

O que está em jogo é o final da chamada “Revolução Reagan”. Num mundo onde aos liberais já não importa a grande fissura da desigualdade, ou um prêmio Nobel da Paz que está em múltiplas guerras sem fim por sua própria vontade ou um professor de direito constitucional que continua os ataques da era Bush contra a lei (ao mesmo tempo em que protege os criminosos de guerra da era Bush) ou um ambientalista que nada faz de importante para evitar que a América corporativa destrua o planeta ou um organizador comunitário que detenha esforços para reduzir a pobreza (de maneira ingênua, ao reduzir o déficit orçamentário), a realização do programa máximo de Reagan não está longe. Um ataque vitorioso contra os trabalhadores organizados resolveria o problema de uma vez por todas.

Afortunadamente, para todos nós, este é um resultado que os trabalhadores – ou, como agora dizem os liberais, “a classe média” – não podem tolerar. Tampouco alguém deveria fazê-lo. Esta é uma batalha que os trabalhadores devem ganhar.

Mas essa não é a razão principal por que Madison importa. Não são só os sindicatos associados com os democratas o que Walter e seus colegas de Tea Party desejam destruir; são os sindicatos dos servidores públicos. Isto importa por razões que são muito mais obscuras que as demais, mas que estão claramente relacionadas com nossos problemas contemporâneos: a fiscalização do capitalismo contemporâneo, a globalização da indústria e do comércio e, de maneira mais geral, o ataque mundial aos avanços econômicos e sociais conquistados no último século e meio. O problema, em resumo, é que, para sobreviver o capitalismo precisa se expandir e, com tão poucas áreas com espaço disponível, a esfera pública se torna tentadora demais para resistir.

É por isso que as elites económicas miraram as instituições que até agora tinham evitado a mercantilização total. Ninguém mais as protege hoje em dia que aqueles que nelas trabalham. Certamente, a administração Obama não o faz. Não é um acidente que os professores estejam na frente de batalha para salvar as negociações coletivas no Wisconsin. Claro, os seus direitos e bem estar lhes importam, mas também a opinião pública importa. Podemos dizer o mesmo de Arne Duncan e Barack Obama?

Ninguém sabe como acabarão os eventos em Madison. Mas isto está claro: puseram a privatização da esfera pública em debate como ninguém o fez nas últimas décadas.

Quando os empregados públicos lutam para manter a esfera pública viva, estão lutando a batalha doméstica mais importante dos nossos tempos. Deveríamos apoiá-los sem restrições, buscando não só restaurar os níveis de solidariedade social pré-Reagan, mas nos mover para além de seus horizontes. As forças por trás de Scott Walker entendem isso; cada vez mais os trabalhadores e os seus aliados, também. Começam a se dar conta de que seus esforços para salvar negociações coletivas frente a um ataque selvagem da direita converteu Madison no “Grau Zero” de uma batalha com implicações tão grandes quanto possível.

(*) Andrew Levine é Acadêmico Sênior no Institute for Policy Studies. É autor de The American Ideology (Routledge) e Political Key Words (Blackwell), bem como de muitos outros livros de filosofia política. Foi professor na universidade do Wisconsin-Madison

Tradução: Katarina Peixoto

Leia também:
Crise nos EUA: "O que estamos esperando para reagir?"

Um de cada três trabalhadores nos EUA tem o mesmo nível de salários da Wal-Mart. Cerca de 50 milhões de pessoas não têm seguro médico e, a cada ano, morrem aproximadamente 45 mil porque não conseguem um diagnóstico ou um tratamento. A pobreza infantil está subindo a medida que baixam as receitas familiares. O desemprego e o subemprego estão perto de 20%. O salário federal mínimo, ajustado segundo a inflação desde 1968, seria agora de US$ 10,00/hora, mas é de US$ 7,25. Este cenário se alastrou pela economia como um processo de metástase. O que estamos esperando para reagir. O artigo é de Ralph Nader.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17494&boletim_id=847&componente_id=13847






Colaboração de Leila Brito:

Professores e pais:
Não deixem de ler esta matéria da revista Carta Fundamental:
A Droga da Obediência
A pediatra Maria Aparecia Moysés questiona o uso de remédios para focar a atenção. Ela alerta: o efeito de acalmar é sinal de toxicidade.
http://www.cartacapital.com.br/carta-fundamental/a-droga-da-obediencia




Estudantes de Ciências Sociais: revolucionários profissionais?Por que, então, escandalizar-se diante dos estudantes que simplesmente querem se dar bem no mercado de trabalho? Por que esperar que todos sejam politicamente comprometidos? Gostaria muito que todos os estudantes se responsabilizassem socialmente, que tivessem postura crítica. Até porque, estudam numa instituição pública mantida com os recursos da sociedade... LEIA NA ÍNTEGRA: http://antoniozai.wordpress.com/2011/02/23/estudantes-de-ciencias-sociais-revolucionarios-profissionais/


Leia no http://www.outraspalavras.net/
“Como mudar o mundo”
Resenha da obra mais recente de Eric Hobsbawn. Ele debate Marx, que via na arte -- mais que no trabalho -- a essência da atividade humana


Toni Negri e Michael Hart escrevem sobre revolta árabe
Para eles, movimento questiona o governo da economia global, porque ambiciona mais que o fim da tirania. Quer uma nova forma -- em rede -- de administrar a produção e as riquezas
As ondas do poder e os ciclos da moeda
José Luís Fiori analisa: como fizeram (com sucesso...) nos anos 1970, EUA buscam uma nova política internacional, reciclando as relações com China e Rússia

Os desafios da reforma política
A democracia brasileira está privatizada. Para estabelecer participação popular é preciso um conjunto inovador de reformas. Eis algumas propostas. Por Marilza de Melo Foucher

Revolução: a vez do Bahrain e da Arábia Saudita?
Revolta popular cresce na pequena monarquia e desponta no maior produtor mundial de ptróleo. Mas são aliados dos EUA -- e, portanto "modernos" para a velha mídia...Por Pepe Escobar


Oposição denuncia acordo de lobistas dos EUA com Kadafi
Logo depois que George W. Bush suspendeu as sanções contra a Líbia em 2004, quando Kadafi anunciou que pretendia abrir mão das armas de destruição em massa e expressou seu entusiasmo em se juntar à guerra contra o terror, os produtores de petróleo dos EUA e da Grã Bretanha aproveitaram a oportunidade para se expandir no país. Empresas como BP, Exxon, Halliburton, Chevron, Conoco e Marathon Oil juntaram-se a gigantes da indústria armamentista, como Raytheon e Northrop Grumman, a multinacionais como Dow Chemical e Fluor e à poderosa firma de advocacia White & Case para formar a US-Libia Business Association, em 2005.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17492&boletim_id=845&componente_id=13814


O governo controla o gasto, não o déficit
No livro "Teoria geral sobre o emprego, o juro e a moeda", Keynes destruiu vários mitos sobre o funcionamento de uma economia capitalista. Hoje, em plena crise e com discussões acaloradas sobre finanças públicas, há outra ideia igualmente perigosa que Keynes combateu com tenacidade. Consiste na comparação das finanças públicas com o orçamento de qualquer família. Com essa ideia falaciosa, hoje se insiste que o déficit público e o endividamento são insustentáveis. Nos Estados Unidos e na Europa, o argumento é o mesmo: como qualquer família, o governo tem que reduzir seus gastos. O artigo é de Alejandro Nadal.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17479&boletim_id=839&componente_id=13764


Especuladores da fome fazem preço dos alimentos aumentar
Não são apenas más colheitas e mudanças no clima; especuladores também estão por trás dos preços recordes nos alimentos. E são os pobres que pagam por isso. Os mesmos bancos, fundos de investimento de risco e investidores cuja especulação nos mercados financeiros globais causaram a crise das hipotecas de alto risco (sub-prime) são responsáveis por causar as alterações e a inflação no preço dos alimentos. A acusação contra eles é que, ao se aproveitar da desregulamentação dos preços dos mercados de commodities globais, eles estão fazendo bilhões em lucro da especulação sobre a comida e causando miséria ao redor do mundo. O artigo é de John Vidal.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?
materia_id=17497&boletim_id=847&componente_id=13842



HISTÓRIAS DE PAÍSES IMAGINÁRIOS: VARIEDADES DOS LUGARES UTÓPICOS
Organizadores: Marcos Antônio Lopes/Renato Moscateli
Editora: Eduel
Edição: 2011
Páginas: 180
Preço: R $ 35,00


Sumário
* Para uma geografia do imaginário – Marcos Antônio Lopes/Renato Moscateli
* Utopia: uma história sem fim – Estevão de Rezende Martins
* As utopias greco-romanas – Fábio Duarte Joly
* A geografia nas utopias renascentistas – Márcia Siqueira de Carvalho
* Utopias e profecias na Europa Moderna – Célia Maia Borges
* A melhor das utopias – Marcos Antônio Lopes
* Utopias do Iluminismo – Renato Moscateli
* Utopias socialistas – João Antonio de Paula
* A utopia dos prazeres – José D’Assunção Barros
* Utopia e ficção científica – Marcos Lobato Martins
* Utopias na Era de Aquário – Marcos Lobato Martins

Síntese
Idealizar um mundo melhor não é um exercício apenas de nossa época, perturbada
por crises econômicas, epidemias e guerras devastadoras, ao que se somam
catástrofes climáticas e desequilíbrios ambientais cada vez mais inquietantes.
O desejo por um lugar para se viver em paz e com abundância de recursos é uma
expectativa que embala os sonhos da humanidade em todos os tempos. Tanto assim
que encontramos abundantes registros de comunidades aprimoradas por força de
decisões políticas, por influxo de transformações econômicas, ou mesmo pelo
impulso de crenças religiosas ou do avanço da ciência. De tais fontes derivam
as singularidades e excentricidades da exuberante geografia fictícia que
enriquecem a literatura universal, da mais distante antiguidade aos nossos
dias. Dentre os devaneios por lugares ideais tecidos por arquitetos de
organizações sociais alternativas – voltados para aperfeiçoar o seu próprio
mundo ou mesmo para prefigurar um futuro melhor –, os mais poderosos e
inspiradores foram aqueles que ajudaram a enriquecer a tradição literária
utópica, assim conhecida desde a publicação da célebre obra do escritor
quinhentista Thomas Morus. Conhecer os planos idealizados por algumas das
mentes mais criativas no quadro geral das ficções filosóficas, contemplar um
bom punhado das mais extravagantes propostas de eugenia social e, de quebra,
poder avaliar outro tanto das construções mais sombrias e contrastantes a esses
projetos regeneradores – as chamadas distopias –, eis a essência dessas
histórias de países imaginários.


Curso de Pós Graduação Lato Sensu em Supervisão Pedagógica, orientação Educacional e Inspeção Escolar.
Março de 2011
Faculdade de Viçosa - MG 3891-5054
Segue o link abaixo.

http://www.faculdadevicosa.com.br/site/modules/tiny3/index.php?id=4



A Revista eletrônica “Das Américas” – ISSN 2177-4455, convida a todos para a participação de seu 6º número.

A proposta que se segue, no âmbito do Núcleo de Estudos das Américas (NUCLEAS/UERJ), é a formação de um boletim acadêmico na área de História e Ciências Humanas afins, que se constitui basicamente em periodicidade bimestral, com a quantidade de 4 (quatro) a 6 (seis) artigos acadêmicos, 1 (uma) resenha de obra literária, acadêmica ou cultural. Recomenda-se o envio de trabalhos de Iniciação Científica, Conclusão de Curso ou ainda de disciplinas do Mestrado, Doutorado ou outros cursos latu sensu.

Visando a publicação neste número, os trabalhos devem ser enviados para revistadasamericas@gmail.com até o dia 30/03/2011.

Para maiores informações e normas, acessar http://www.nucleasuerj.com.br/index.php?option=com_content&view=article&id=70&Itemid=93





7 bons motivos para acessar hoje o Café História:

1.PROMOÇÃO "HISTÓRIA DO MUNDO CONTEMPORÂNEO"

O que acha de concorrer a um exemplar do livro "História do Mundo Contemporâneo", de Norman Lowe? Acesse http://cafehistoria.ning.com/page/historia-contemporanea e veja como é facil. Mas corra, a promoção só vai até sexta!

2.MISCELÂNEA CAFÉ HISTÓRIA

Os Arquivos do Terror

Há quase vinte anos, o Paraguai descobria o maior acervo documental de uma ditadura militar na América do Sul. Saiba com foi esta descoberta e o que ela representa

3.CINE HISTÓRIA

"O Discurso do Rei", o grande vencedor do Oscar 2011.

4.CAFÉ EXPRESO NOTÍCIAS

Argentina julga ex-líderes militares por roubo de bebês

5.VÍDEOS EM DESTAQUE

Pluralidade Cultural - Índios no Brasil - Quem são eles?

Assista: http://cafehistoria.ning.com/video/pluralidade-cultural-indios

6.CONTEÚDO DA SEMANA

Confira a foto da inauguração da Igreja S.P Apóstolo na São Paulo de 1876 - no alto escadarias Padre Jacobs. A foto foi uma colaboração de Adalberto Day, participante do Café História.

Veja: http://cafehistoria.ning.com/photo/catedral-igreja-matriz-sao

7.DOCUMENTO HISTÓRICO

Capa do Jornal do Brasil em 26 de janeiro de 1984: "Comício pelas diretas reúne multidão durante 4 horas em São Paulo"
Visite Cafe Historia em: http://cafehistoria.ning.com/?xg_source=msg_mes_network



INFORMATIVO DA ANPUH


6º EDITAL DE SELEÇÃO DO PROGRAMA DE ESPECIALIZAÇÃO EM PATRIMÔNIO
Instituição: Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN)
Inscrições: até 04/03/2011

SELEÇÃO 2011 - MESTRADO ACADÊMICO EM HISTÓRIA REGIONAL E LOCAL
Instituição: Universidade do Estado da Bahia (UNEB)
Inscrições: até 02/05/2011


EVENTOS

II SIMPÓSIO NACIONAL GÊNERO E INTERDISCIPLINARIDADES (novo)
Data: 29 a 31 de março de 2011
Local: Universidade Federal de Goiás (UFG - Campus Catalão)

2º SEMINÁRIO INTERNACIONAL DA CUT NO RJ - O MUNDO DOS TRABALHADORES E SEUS ARQUIVOS: MEMÓRIA E RESISTÊNCIA (novo)
Data: 30 de março a 1° de abril de 2011
Local: Auditório do Arquivo Nacional no Rio de Janeiro
CONGRESSO INTERNACIONAL DE ARQUEOLOGIA MODERNA (novo)
Data: 06 a 09 de abril de 2011
Local: Faculdade de Ciências Sociais e Humana da Universidade de Lisboa

IX ENCONTRO NACIONAL DOS PESQUISADORES DO ENSINO DE HISTÓRIA: AMÉRICA LATINA – CULTURAS, MEMÓRIA E SABERES
Data: 18 a 20 de abril de 2011
Local: Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC)

8º ENCONTRO NACIONAL DE HISTÓRIA DA MÍDIA (novo)
Data: 28 a 30 de abril de 2011
Local: Universidade Estadual do Centro Oeste (UNICENTRO)

III ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDOS DA IMAGEM
Data: 03 a 06 de maio de 2011
Local: Universidade Estadual de Londrina (UEL)

VIII ENCONTRO DE HISTÓRIA ORAL DA REGIÃO NORDESTE: MEMÓRIAS, SABERES E SOCIABILIDADES (novo)
Data: 10 a 13 de maio de 2011
Local: Universidade Federal do Piauí (UFPI)

COLÓQUIO DE HISTÓRIA E ARTE (novo)
Data: 10 a 13 de maio de 2011
Local: Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE)

V ENCONTRO DE ESCRAVIDÃO E LIBERDADE NO BRASIL MERIDIONAL
Data: 11 a 13 de maio de 2011
Local: Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS)

I CONGRESSO FLUMINENSE DE HISTÓRIA ECONÔMICA
Data: 22 a 26 de junho de 2011
Local: Universidade Federal Fluminense (UFF)

VI ENCONTRO REGIONAL SUL DE HISTÓRIA ORAL: NARRATIVAS, FRONTEIRAS E IDENTIDADES (novo)
Data: 24 a 27 de maio de 2011
Local: Universidade Federal de Pelotas (UFPel)

V ENCONTRO NACIONAL DA ABED: DEMOCRACIA, DEFESA E FORÇAS ARMADAS
Data: 08 a 10 de agosto de 2011
Local: Entre em contato com a organização

SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE ESTUDOS INQUISITORIAIS: HISTÓRIA E HISTORIOGRAFIA (novo)
Data: 10 a 14 de agosto de 2011
Local: Universidade Federal da Bahia (UFBA)
III ENCONTRO DE NOVOS PESQUISADORES EM HISTÓRIA (novo)
Data: 23 a 26 de agosto de 2011
Local: Universidade Federal da Bahia (UFBA)

XVI CONGRESO INTERNACIONAL DE AHILA
Data: 06 a 09 de setembro de 2011
Local: Universidad de Cádiz (UCA)

CONFERÊNCIA - BRASIL EM PERSPECTIVA GLOBAL (1870-1945)
Data: 27 a 29 de outubro de 2011
Local: Instituto Latino Americano (LAI) da Freie Universität Berlin

Chamada de textos:

REVISTA TEMPOS HISTÓRICOS
Tema: História, cinema e música
Prazo: 10/03/2011
Tema: História e natureza
Prazo: 10/08/2011

REVISTA HISTÓRIA & PERSPECTIVAS
Tema: História e Literatura
Prazo: 14/03/2011

HISTÓRIA, IMAGEM E NARRATIVAS
Tema: Mitologia
Prazo: 15/03/2011

REVISTA HISTÓRIA SOCIAL (novo)
Tema: História e Mídias
Prazo: 20/03/2011

REVISTA MUSEOLOGIA E PATRIMÔNIO (novo)
Tema: Museologia, ao Patrimônio e áreas afins
Prazo: 30/03/2011

REVISTA BRASILEIRA DE HISTÓRIA
Tema: Comemorações; com ênfase em pesquisas sobre locais de memória; festas, civismo e movimentos sociais; etnicidade e paisagem
Prazo: 31/03/2011

REVISTA CORDIS: REVISTA ELETRÔNICA DE HISTÓRIA SOCIAL DA CIDADE
Tema: História, Arte e Cidades.
Prazo: 08/04/2011
Tema: História, Corpo e Saúde.
Prazo: 08/08/2011

REVISTA MNEME (novo)
Tema: Religiões e Religiosidades
Prazo: 30/04/2011

REVISTA BRATHAIR
Tema: Estudos vikings.
Prazo: 31/04/2011

REVISTA DE TEORIA DA HISTÓRIA (novo)
Tema: Acesse o site
Prazo: 23/05/2011

REVISTA DE HISTÓRIA DA UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA (novo)
Volume 3, n°2
Prazo: 30/05/2011

HISTÓRIA, CIÊNCIAS, SAÚDE — MANGUINHOS (novo)
Tema: Saúde no contexto da escravidão e pós-emancipação
Prazo: 07/2011

quarta-feira, 23 de fevereiro de 2011

Numero 267






Dois artigos completos no Boletim desta semana. O primeiro trata de um problema que já está se tornando crônico em nosso país, qual seja o da situação periclitante dos professores, em função das condições de trabalho cada vez mais deterioradas, seja pelos salários aviltantes, seja pela precariedade de muitos estabelecimentos e também pela relação cada vez mais conflituosa com os estudantes.
O segundo faz um balanço do Forum Social Mundial, recentemente encerrado em Dakar. Continua de pé o ideal de “um outro mundo é possível”. O encerramento deste ano coincidiu com a queda de Mubarak, no Egito, evento que, ao que tudo indica, não vai se esgotar nas fronteiras do país dos faraós. Que o diga o ditador da Libia.


Enviado pelo Guilherme Souto:
Os Professores são gente!
- Igor Vitorino da Silva

Os Professores são gente. Essa, talvez, será a grande descoberta do século do XXI no Brasil. Os homens e mulheres que optaram (ou foram jogados pelas circunstâncias) na carreira do magistério são gente. E sendo gente tem o direito comer, beber, sonhar, divertir-se, por fim, de ter uma vida digna. O seu ofício é importante para a sociedade e para o poder público, mas isso não significa que devam aceitar o mundo do sacrifício e da abnegação a que estão submetidos contemporaneamente, que pune a sua saúde mental e física.
Infelizmente, em nome da educação, principalmente dos indicadores da qualidade educacional, muitos professores tem deixado de ser gente. Convivem todos os dias com uma mentira, que são obrigados a sustentar, como numa espécie do “Se vira nos trinta” do Domingão do Faustão, de que é possível um processo ensino-aprendizagem eficiente, que leve em consideração as singularidades e potencialidades do educando, numa sala de aula superlotada, que nem mesmo permite que se lembre o nome da maioria dos seus alunos.
Em clima de muita tensão administram conflitos interpessoais e a intensa interatividade dos estudantes (gritos, brincadeiras, agressões, desrespeito). Geralmente, saem da primeira aula esgotado física e mentalmente. Essa situação de estresse intensifica-se, no caso de determinadas escolas públicas brasileiras, com o ambiente das salas de aula com ares sombrios, carteiras quebradas e sujas, ventiladores enferrujados e antigos, piso desgastado com tempo de uso, quadros que nem se deixam mais riscar de giz.
Como no espaço escolar manifestam-se grande parte dos problemas sociais que atingem o país os professores tem que dar conta da ausência do Estado e das políticas públicas, não somente na educação, mas também nas demais áreas sociais. Não é à toa que ouve-se pelos corredores das escolas que os professores de hoje são tudo, menos professores. Não conseguem mais exercitar aquilo que seria o sentido principal da sua profissão: “ensinar, educar, estimular à aprendizagem”. O negócio hoje é colocar todo mundo na escola. Não se discute se ela está preparada para receber todo mundo? Para qual escola todo mundo está sendo enviado? Quais são condições dessa recepção? Tocar nessa discussão é correr risco de ser bombardeado pelo discurso da emergência e do pragmatismo das autoridades públicas e de ser acusado de elitismo, intelectualismo, irresponsabilidade pública e idealismo.
Essa situação dramática que angustia, entristece, magoa e corrói a auto-estima dos docentes, junta-se a questão dos baixos salários, que não permite que eles deem-se “o privilégio” de ter somente um período de trabalho(20h). Como precisam viver e desejam condições de vida melhores, jogam-se na batalha da sobrevivência. Muitas vezes, fazem mais 40 horas por semana de trabalho para melhorarem a renda, fora o tempo de deslocamento até as unidades escolares, que geralmente pode ser uma grande aventura como no caso das localidades distantes das grandes cidades e nas áreas rurais.
Imagine um professor que consiga fazer 60 h de trabalho por semana em instituições que paguem em média 16 R$ h/a, multiplicado pela média de semanas (4,5), ele receberia R$ 4.320,00 R$ bruto. Para essa conquista, esse verdadeiro super-herói brasileiro, afasta-se da família, dos amigos e do lazer, permanece diariamente abarrotado de trabalho e, principalmente, sem tempo para refletir sobre sua prática profissional e (re)qualificar-se, correndo o risco num curto prazo de perder parte dos empregos que possui pela ausência de qualificação. O professor precisa estar atualizado, bem informado e qualificado propagandeia o mercado educacional, entretanto ele esquece-se que para isso é indispensável tempo e dinheiro, seres escassos na vida da maioria dos professores brasileiros.
Um médico recém-formado, muitas vezes, recusa-se em trabalhar num município qualquer por 5.711,60 (40h), pois considera pouco diante da possibilidade de receber em outro lugar R$ 8.450,00 (40h + plantões + flexibilidades de horário) ou o piso salarial, defendido pela Federação Nacional dos Médicos – Fenam, de “R$ 9.188,22(20h) [Disponível em : . Consultado em: 11.02.2011]. De onde nasce tanta diferença? Do esforço individual ou tempo estudo dos médicos? Ou dos efeitos de organização política e corporativa dos filhos Hipócrates? Dos monopólios, hierarquização e segmentação do mercado do trabalho da medicina? Então, será que só os médicos tem direito de ser gente nesse país? Esses são dilemas espinhosos que a sociedade brasileira e autoridades públicas tem esquivado-se de enfrentar.
Além de viverem esse fosso salarial, que comparado com os salários de advogados e engenheiros e funcionários do poder judiciário aprofunda-se, enfrentam em média por semana quase 45 aulas em salas superlotadas, onde levam quase metade do tempo da aula para conquistar a atenção dos estudantes, sobrando pouco minutos para ministrar o plano de aula. Haja voz e energia para aguentar essa rotina. E desse professor esgotado pelo trabalho cobra-se a participação nas atividades escolares e extra-escolares, o acompanhamento individual do aprendizado dos seus alunos, aulas criativas e sedutoras, bons resultados (alunos com notas boas), sala de aula disciplinada e obediente, diários de classe organizados e conteúdos em dia.
Não bastasse o desestímulo das condições de trabalho e dos baixos salários vive-se, também, continuamente a experiência da desconsideração social. Ser um professor feliz e que goste de lecionar, mesmo nesse contexto adversidade, é entendido como sinal de loucura ou burrice crônica. Que professor não ouviu pelas ruas: Além de professor, você o faz o que mesmo? Ou não se constrangeu com as piadas e zombarias que diminuem, desqualificam e insultam à condição de docência: “Por favor, não me sequestrem. Sou professor”. “Deus que me livre de um filho professor, não quero sustentá-lo a vida inteira”.
A escolha pela carreira de magistério, seja por pressão da circunstâncias, preferência individual ou experiência social positiva, é considerada uma opção dos derrotados, feita por àqueles que não foram o suficiente inteligentes e competentes para conquistar as vagas de engenharia, medicina e direito: “Só medíocres fazem licenciaturas”, pensam alguns setores da sociedade brasileira. O magistério é reconhecido como uma condenação, uma espécie de purgação de pecados pretéritos.
Reforçando essas imagens e práticas de depreciativas e desrespeitosas perdura-se a prática de ouvir-se por último as opiniões dos professores sobre as decisões educacionais. E quando essas são ouvidas, acabam sendo tuteladas, filtradas e inspecionadas pelos especialistas universitários à serviço da tecnocracia educacional.
Essa tecnocracia educacional continua tratando os professores, apesar de toda retórica das legislações educacionais e das orientações metodológicas e curriculares, como meros receptáculos de novas teorias e das reformas educacionais que circulam o mercado pedagógico. Continua promovendo práticas pedagógicas e administrativas que limitam a capacidade de agência dos docentes e esvaziam as suas histórias de vida e da experiências profissionais, ratificando a ideia do professor como “mero piloto de sala de aula”. “Alguns pensam e tem ideias brilhantes, os professores executam” afirmam como muito naturalidade certos “motivadores educacionais e gestores públicos”.
Além disso, as dificuldades de consolidação da gestão democrática na educação brasileira (autonomia, participação, transparência, pluralidade opinião, democracia) e a manutenção da precariedade nas relações trabalhistas (ausência de concursos, flexibilização dos contratos, enfraquecimento da fiscalização sindical, etc.) produzem contextos educacionais insalubres, marcados pelo autoritarismo, ingerência profissional e clientelismo, onde ser bom profissional significa ser simplesmente subserviente, obediente e zelador das normas do sistema do ensino, impulsionando mais desmotivação pessoal e descomprometimento profissional com prejuízos incalculáveis para as atividades escolares.
Frente a esse pequeno quadro aqui desenhado reina, ainda, um certo cinismo da sociedade e do poder público que proclamam a importância da educação e dos educadores para o desenvolvimento social e econômico, mas que elegem-se metas e propostas educacionais que desconsideram(ou minimizam) a opinião dos educadores e a precariedade das suas condições de trabalho e os baixos salários, exigindo que o sacrifício da modernização educacional seja exclusivo desses, fruto de um “desprendimento” e boa vontade” que realmente os afasta de ser gente. O reconhecimento dos professores como gente, que tem direito à vida digna, será a revolução copernicana da educação brasileira, um grandioso passo para a tão sonhada e desejada transformação da educação.
Igor Vitorino da Silva - Historiador e professor de história do Campus Nova Andradina/IFMS.

O Fórum Social Mundial 2011 em Dacar: um balanço
Entre outros temas, o FSM 2011 discutiu a crise estrutural do capitalismo global e seus efeitos catastróficos para o meio ambiente. Essa agenda alternativa passa pela realização do Fórum Social Temático em Porto Alegre, em janeiro de 2012, que já conta com o apoio do governo do Rio Grande do Sul e das prefeituras da capital e da região metropolitana.
Eduardo Mancuso
(www.cartamaior.com.br)
“Aqueles que pregavam o “fim da história” assistem hoje o movimento inevitável dessa história que acreditavam morta. É o que se vê na América do Sul, na África, mas sobretudo nas ruas de Túnis e do Cairo e de tantas outras cidades africanas onde renasce a esperança de um mundo novo.” (Lula, 7 de fevereiro, FSM 2011 -Dacar)

Assim como a alvorada do novo século surgiu em Porto Alegre (resgatando as lutas de Chiapas e Seattle) em janeiro de 2001, com o Fórum Social Mundial, a segunda década do século começa com o terremoto político e social produzido pelo levante das massas árabes por democracia, liberdade e melhores condições de vida na África do Norte e no Oriente Médio. A volta do FSM em 2011 ao continente africano, em Dacar, Senegal, reuniu mais de 50 mil ativistas de 120 países e foi do início ao fim – da Marcha de Abertura com dezenas de milhares de participantes na tarde do dia 6 de fevereiro, até a Assembléia das Assembléias encerrando as atividades no dia 11 com o relato das mais de trinta assembléias autogestionárias – uma grande celebração pela derrubada do ditador tunisiano Bem Ali, e pelo anúncio da queda do “faraó” egípcio Mubarak, aliado estratégico dos EUA e de Israel.

A convergência entre as revoluções populares na região, a dinâmica política das forças progressistas e dos movimentos sociais esteve presente desde a abertura do FSM 2011 em Dacar. Um momento emblemático ocorreu após a chegada da marcha de abertura na Universidade do Senegal (onde foi montada a Casa Brasil, espaço que permitiu intercâmbio entre a grande delegação brasileira e os demais participantes no FSM) , quando o presidente boliviano Evo Morales e o ministro Gilberto Carvalho, representante oficial da presidenta Dilma Roussef, saudaram os ativistas e movimentos presentes. Outro exemplo se deu no segundo dia, com o debate que reuniu Lula e o presidente Wade, quando as justas vaias ao dirigente senegalês que governa o país há mais de dez anos foram seguidas pela aclamação ao presidente de honra do Partido dos Trabalhadores.

Uma das principais características do FSM foi a de sempre estar marcado pela tensão política, democrática e muito produtiva, entre “a dinâmica global e a local, entre ONGs e movimentos sociais, entre institucionalização e autogestão”. Dacar 2011 mostrou a todos e todas que é exatamente essa relação dialética que pode apontar para uma estratégia comum, inovadora e potente, para enfrentarmos a crise estrutural da globalização capitalista. Como escreveu acertadamente Emir Sader: “o Fórum de Dacar foi um avanço na superação das barreiras artificiais entre forças sociais e forças políticas, entre resistência e construção de alternativas.”

Mesmo a desorganização do evento, agravada pela manutenção das aulas na Universidade (a nova direção da instituição não honrou os acordos anteriores com o comitê organizador do FSM), não impediu que centenas de redes, organizações e movimentos sociais realizassem dezenas de encontros e assembléias autogestionárias muito valiosas politicamente, no espaço do FSM ou fora, em hotéis de Dacar e até na histórica e tristemente famosa Ilha de Gorée (de onde partiram milhões de africanos escravizados para as Américas). Da periferia de Dacar, onde o prefeito socialista de Pikine recebeu mais de 1000 autoridades locais do Senegal e de todo o mundo articulada pela Rede de Cidades de Periferias (FAL-P); ou na própria capital, onde o igualmente socialista prefeito Khalifa Sall foi o anfitrião do Fórum de Autoridades Locais pela Inclusão Social e pela Democracia Participativa, surgido junto com o primeiro FSM de Porto Alegre, que contou com a presença de prefeitos petistas e com a sempre lúcida contribuição de Boaventura de Sousa Santos (além de obrigar o presidente do país a se fazer presente na cerimônia de abertura, que já tinha confirmada a participação de ministros do governo do Brasil); e também da segunda assembléia da Plataforma Internacional de Orçamentos Participativos, que reuniu as redes africanas com as do Brasil e da Colômbia, do México, da República Dominicana, da Espanha, de Portugal e da Itália, que contabilizam atualmente 1400 processos de OP no mundo.

Outro exemplo estimulante foi a Assembléia Mundial dos Habitantes, que reuniu representantes de movimentos de 70 países, na luta contra os despejos e pela construção de políticas habitacionais dignas para a população ameaçada pela especulação imobiliária. Assim como o Seminário “A busca de paradigmas de civilização e a agenda de transformação social”, organizado pelo GRAP (Grupo de Reflexão e Apoio ao Processo FSM), patrocinado pela Petrobrás, que reuniu vários integrantes do Conselho Internacional e se debruçou na sessão final sobre o “Mapa das próximas lutas: COP 17, Rio+20 e subseqüentes...”. Discutiu-se a agenda dos processos em curso diante da crise sistêmica e estrutural do capitalismo global e seus efeitos catastróficos para o meio-ambiente, assim como a construção de coalizões em torno da definição de novos horizontes para a cidadania planetária em resposta às propostas da Cúpula do Rio de Janeiro marcada para maio de 2012. Essa agenda alternativa passa pela realização do Fórum Social Temático em Porto Alegre, em janeiro próximo, que já conta com o apoio do governo do Estado do Rio Grande do Sul e das prefeituras da capital e da região metropolitana, preparando as propostas e a intervenção dos movimentos e das redes na Conferência Rio+20 em maio do ano que vem.

O encerramento do FSM 2011 de Dacar foi marcado pela Assembléia das Assembléias celebrando a vitória popular no Egito, após a renúncia de Mubarak, confirmada durante a atividade, e permitiu às várias plenárias autogestionárias relatarem suas agendas, propostas e iniciativas. O calendário de lutas destaca as mobilizações contra o G-20 na França em maio; a data de 20 de março como dia mundial de solidariedade ao levante do povo árabe e africano; a Jornada Global sobre a Palestina também no final de março; o Fórum Social na Tunísia; as ações do movimento ambientalista em paralelo à Cúpula Rio+20; a Conferência Internacional sobre o impacto da invasão norte-americana no Iraque em outubro, entre muitas outras atividades.

O debate sobre o FSM 2013 foi aberto na reunião do Conselho Mundial que sucedeu o FSM de Dacar. Foram apresentadas as candidaturas de Montreal pelas centrais sindicais canadenses, e de Porto Alegre pelo comitê gaúcho que organizou em 2010 o FSM 10 anos Grande Porto Alegre, com forte apoio institucional (do governo do Estado do Rio Grande do Sul, da Assembléia Legislativa, da Prefeitura e da Câmara de Vereadores da capital e de prefeituras do PT da região metropolitana). Também foi apresentada proposta de realizar pela primeira vez o FSM na Europa, mas ainda sem uma cidade ou região definida. A decisão sobre 2013 ficou para ser tomada na reunião do Conselho Internacional em Paris, no final de maio.

Membro da Rede do Fórum de Autoridades Locais pela Inclusão Social e a Democracia.



Brasil quer levar a ONU sua experiência de combate à fome
José Graziano da Silva pode ser o próximo diretor-geral da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação. Na bagagem, experiência como ex-ministro de Segurança Alimentar e o combate à fome no Brasil. "O que aprendemos no governo Lula é que ninguém sai da miséria sozinho. É preciso um grande esforço de organização e de participação social. O Fome Zero não foi um programa de governo, mas de uma sociedade que tinha decidido acabar com a fome", diz Graziano em entrevista a Deutsche Welle.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17467&boletim_id=837&componente_id=13729

Wall Street contra os pobres e a classe média
O novo orçamento de Obama é uma continuação da guerra de classe da Wall Street contra os pobres e as camadas médias. As oligarquias dominantes atacaram novamente, desta vez através do orçamento federal. O governo dos EUA tem um enorme orçamento militar e de segurança. Ele é tão grande quanto os orçamentos do resto do mundo somados. Os orçamentos do Pentágono, da CIA e da Segurança Interna representam US$1,1 trilhão do déficit federal que a administração Obama prevê para o ano fiscal de 2012. O artigo é de Paul Craig Roberts.
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17466&boletim_id=837&componente_id=13730



Um vídeo tem se espalhado pela internet ultimamente. Postado no Youtube, mostra um ex-combatente norte-americano que esteve no Iraque e que anda, agora, denunciando o que viu.
Assista aqui:
http://www.youtube.com/watch?v=JFOmnAjk1EQ&feature=PlayList&p=5E876630D2BF32



No portal IG, vários artigos compõem um painel do ensino médio no Brasil, concluindo que ele afasta o aluno da escola. Confira aqui:
http://ultimosegundo.ig.com.br/educacao/ensino+medio+afasta+aluno+da+escola/n1238085086879.html



Prezados colegas,
Estamos organizando uma edição especial de História, Ciências, Saúde – Manguinhos sobre Saúde no contexto da escravidão e pós-emancipação. Especialistas em história da escravidão e estudiosos da história da saúde vêm contribuindo para o fortalecimento dessa área, daí a importância de veicularmos resultados de pesquisas com diferentes abordagens. Os estudos concernentes à saúde de escravos e ex-escravos compreendem vasto espectro de objetos como circulação de doenças; tráfico e suas relações com mortalidade e morbidade; discursos médicos; artes de curar e assistência em zonas urbanas e nas senzalas e plantations; alimentação; manuais médicos e escravidão; amamentação e parto entre escravos.
O prazo para submissão de artigos é julho de 2011.

História, Ciências, Saúde — Manguinhos é publicada pela Casa de Oswaldo Cruz, Fundação Oswaldo Cruz. Trimestral, tem versão impressa e eletrônica, esta disponível na SciELO (www.scielo.br/hcsm) e em www.coc.fiocruz.br/hscience.
Veicula textos inéditos em português, inglês e espanhol, uma vez aprovados pelo Conselho Editorial e por pareceristas ad hoc. Tem seções dedicadas a artigos e ensaios originais, notas de pesquisa, documentos relevantes para estudos históricos, imagens, entrevistas, debates e resenhas de livros e filmes. Classificada como A1, na área de história no Sistema Qualis/Capes, que avalia cursos de pós-graduação e revistas científicas, é indexada em bases de dados no Brasil e no exterior.



Stefan Cunha Ujvari, homem de ciência reconhecido, médico infectologista e autor de A história da humanidade contada pelos vírus, lança Pandemias: a humanidade em risco.
E ninguém melhor do que o conhecido médico e escritor Dráuzio Varella para comentar sobre o livro, em texto para a quarta capa:
“Comecei a ler este livro e não consegui parar. Já li e havia gostado dos anteriores de Stefan Cunha, sempre interessado na história das doenças infecciosas que nos afligem desde os primórdios da civilização, mas este mostra o escritor na maturidade.

Em linguagem claríssima e objetiva, Stefan faz uma análise criteriosa dos germes que poderão causar as futuras epidemias, num estilo que combina a precisão científica do infectologista competente com a do contador de histórias que volta e meia mergulha no passado em busca de acontecimentos que sirvam de lição para o futuro.

Quando terminei a leitura fiquei com a sensação de que havia entendido melhor a história do homem na Terra.”
O livro já está em pré-venda. Aproveite!





Fotografias da coleção pessoal de D. Pedro II
Trata-se da coleção de fotos de D. Pedro II que retrata não só sua família, mas como também o mundo do séc. XIX. Trata-se da Collecção D. Thereza Christina Maria que foi doada em testamento, tratando-se da maior doação já recebida pela Biblioteca Nacional em toda sua história. É registrado pela UNESCO no Programa Memória do Mundo, como patrimônio da humanidade e com certeza vale uma visita.
Como resultado, estão disponíveis as fotografias digitalizadas, acompanhadas por pesquisa histórica e descrição bibliográfica completa, possibilitando aos pesquisadores uma visão abrangente e pormenorizada desta preciosa coleção.Desta forma a Biblioteca Nacional, cumpre sua missão de garantir a disseminação do conhecimento divulgando seu vasto acervo e contribuindo para a preservação da memória nacional.
Boa navegação pela nossa história!!!
http://bndigital.bn.br/projetos/terezacristina/galeria.htm

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Numero 266





Peço desculpas pelo atraso e pelo pequeno tamanho do Boletim de hoje, mas problemas particulares me impediram de colocá-lo no ar ontem e o tamanho se deve ao fato de que não se falou quase nada de outro tema nesta semana que não fosse o Oriente Médio.

Por que uma nova crise financeira é certa
A regulação se estabelece para assegurar que o sistema funcione adequadamente e para proteger as pessoas contra fraudes. Mas a atividade bancária é mais lucrativa quando não há regras, razão pela qual os líderes do setor e seus grupos de pressão seguem tentando impedir os esforços para introduzir reformas. E, em geral, tem conseguido. Os bancos seguem concedendo hipotecas a pessoas desempregadas com alta possibilidade de inadimplência, da mesma forma que faziam antes da crise. Obama sabe onde está o problema, mas também sabe que não será reeleito sem o apoio de Wall Street. É uma questão tempo até que haja outro crack. O artigo é de Mike Whitney.
Mike Whitney – SinPermiso (publicado em www.cartamaior.com.br)
No dia 9 de agosto de 2007, houve um episódio em um banco francês que desencadeou uma crise financeira que acabaria dissolvendo mais de 30 trilhões de dólares em capital, envolvendo o planeta na maior recessão desde os tempos da Grande Depressão. O evento em questão foi descrito em um discurso do diretor executivo da Pimco (administradora de fundos de investimento), Paul McCulley, na 19° edição da Annual Hyman Minsky Conference on the State of the U.S. and World Economies (Conferência Anual Hyman Minsky sobre o estado das economias dos EUA e do mundo).

Eis um trecho da exposição de McCulley:

“Se tivesse que escolher um dia para assinalar o Momento Minsky, seria o 9 de agosto de 2007. E, de fato, não ocorreu aqui nos EUA. Ocorreu na França, quando o Paribas Bank (BNP) disse que não podia valorar os pacotes de ativos hipotecários tóxicos em três de seus produtos de investimento fora de balanço, e que, em função disso, os investidores, que acreditavam poder sair a qualquer momento, estavam presos. Lembro desse dia tão bem quanto do aniversário do meu filho. E este último ocorre uma vez por ano. Porque o desastre em cadeia começou neste dia. Foi um pouco mais tarde, neste mesmo mês, que cunhei o termo “Sistema Bancário paralelo” durante o simpósio anual do Federal Reserve, em Jackson Hole. Era só o segundo ano que eu assistia ao simpósio. Estava um pouco sobressaltado e basicamente me dediquei a escutar a maior parte dos três dias. Ao final, me levantei e (parafraseando) disse: o que está ocorrendo é bem simples. Temos uma fuga no Sistema Bancário Paralelo e a única dúvida é o quão rápido ela vai se retroalimentar a medida que seus ativos e suas obrigações vão regressando aos balanços do sistema bancário convencional”.

O BNP estava realizando atividades de intermediação creditícia, ou seja, trocava ativos que se constituíam com garantias de pacotes hipotecários (MBS, em sua sigla em inglês) por empréstimos de curto prazo nos mercados de derivativos. Soa tudo muito complicado, mas não é algo distinto do que fazem os bancos quando tomam os depósitos de seus clientes e os investem em ativos de longo prazo. A única diferença neste caso é que estas atividades não estavam reguladas, de modo que não havia nenhum órgão governamental encarregado de determinar a qualidade dos empréstimos ou assegurar que as distintas entidades financeiras estavam suficientemente capitalizadas para cobrir eventuais perdas. Esta falta de regulação acabou por gerar consequências catastróficas para a economia mundial.

Passou quase todo um ano desde que o calote das hipotecas subprime começasse a se propagar em massa, até que o mercado secundário (onde se trocam estes ativos “tóxicos”) colapsou. O problema era simples: ninguém sabia se essas hipotecas eram ou não seguras, de modo que era impossível fixar um preço para os ativos. Isso criou o que o professor de Yale, Gary Gorton chama um problema de e. coli (nome genérico para as bactérias que produzem enfermidades como a salmonela), ou seja, ainda que só uma pequena quantidade de carne seja contaminada, milhões de libras em hamburguers têm que ser retirados do mercado. A mesma regra se aplica aos MBS. Ninguém sabia quais delas continham os maus empréstimos. Assim, o mercado inteiro foi paralisado e trilhões de dólares em garantias começaram a perder valor.

As subprime foram a faísca que acendeu o fogo, mas o mercado das subprime não era suficientemente grande para atingir todo o sistema financeiro. Isso exigir tremores no sistema bancário paralelo. Eis um trecho de um artigo de Nomi Prins que fala de quanto dinheiro está envolvido aqui:

“Entre o ano de 2002 e o início de 2008, aproximadamente 1,4 trilhões de dólares em hipotecas subprime correspondiam a emprestadores que tinham quebrado como New Century Financial. Se esses empréstimos fossem nosso único problema, no papel a solução poderia ter sido que o governo subsidiasse essas hipotecas até um custo máximo destes 1,4 trilhões de dólares. No entanto, e segundo Thomson Reuters, outros 14 trilhões de dólares em produtos financeiros complexos se criaram a partir dessas hipotecas, precisamente porque os fundos de investimento estimularam tanto sua produção quanto sua dispersão. Desde modo, quando se chegou ao máximo de desembolso público em julho de 2009, o governo tinha sido obrigado a gastar 17,5 trilhões de dólares para sustentar a pirâmide de Ponzi de Wall Street, ao invés dos iniciais 1,4 trilhões (Shadow Banking, Nomi Prins,The American Prospect)”.

O sistema bancário paralelo foi criado para que as grandes instituições financeiras que dispunham de muita liquidez tivessem algum lugar onde colocar seu dinheiro no curto prazo com a máxima rentabilidade. Por exemplo, digamos que a Intel tem “sobrando” 25 bilhões de dólares. Pode entregar o dinheiro a um intermediário financeiro como Morgan Stanley em troca de uma garantia (os MBS ou os ABS), e obter em troca um rendimento razoável por seu empréstimo. Mas se aparece algum tipo de problema e se questiona a qualidade da garantia, então os bancos (neste caso, o Morgan Stanley) se vê forçado a realizar cortes e mais cortes que podem acabar colapsando o sistema inteiro. Isso é o que aconteceu no verão de 2007. Os investidores descobriram que muitas das subprimes eram fraudulentas, de modo que bilhões de dólares foram retirados rapidamente dos mercados financeiros e o Federal Reserve teve que intervir para evitar que o sistema entrasse em colapso.

A regulação se estabelece para assegurar que o sistema funcione adequadamente e para proteger as pessoas contra fraudes. Mas a atividade bancária é mais lucrativa quando não há regras, razão pela qual os líderes do setor e seus grupos de pressão seguem tentando impedir os esforços para introduzir reformas. E, em geral, tem conseguido. A lei Dodd-Frank (de reforma do sistema financeiro) está repleta de lacunas e não resolve realmente os problemas cruciais da qualidade dos empréstimos, da disponibilidade de capital e da diminuição dos riscos. Os bancos seguem podendo conceder tranquilamente hipotecas a pessoas desempregadas com muitas possibilidades de não poder pagá-las, da mesma forma que faziam antes da crise. E seguem utilizando-as para produzir complexos instrumentos de dívida sem manter nem sequer 5% do valor original do empréstimo (esta questão segue em disputa, de fato). Além disso, as agências governamentais não poderão forçar as instituições financeiras a incrementar sua capitalização apesar de seguir existindo o perigo de que uma pequena turbulência no mercado possa quebrá-las, colocando em sério perigo o resto do sistema. Wall Street saiu ganhando de novo e agora a oportunidade para um novo impulso regulador já passou.

O presidente Barack Obama entende onde radica o problema, mas também sabe que não será reeleito sem o apoio de Wall Street. É por isso que há apenas duas semanas prometeu no Wall Street Journal que seguiria reduzindo a “gravosa” regulação que afeta a Wall Street. Sua coluna tratava de antecipar-se à publicação do informe final da Comissão de Investigação da Crise Financeira (FCIC, Financial Crisis Inquiry Commission), que possivelmente fará recomendações em defesa da regulação pública do setor. Obama torpedeou esse esforço ao ser colocar ao lado da grande finança. Agora é uma questão tempo até que haja outro crack.

Este é um trecho de um informe especial do Banco Federal de Nova York sobre o sistema bancário paralelo:

“Na véspera da crise financeira, o volume de crédito intermediado pelo sistema bancário paralelo era próximo aos 20 trilhões de dólares, ou seja, quase o dobro dos 11 trilhões que o sistema bancário tradicional intermediava. Hoje, essas mesmas cifras são de 16 trilhões e 13 trilhões, respectivamente. A debilidade dos administradores de fundos não surpreende quando só se dispõe de muito pouco capital para respaldar suas carteiras de ativos e, em troca, os investidores têm tolerância zero em relação às perdas (“Shadow Banking”, Federal Reserve Bank of New York Staff Report)”.

Assim que, quando o Lehman Brothers se desintegrou, entre 4 e 7 trilhões de dólares simplesmente viraram fumaça. Quantos milhões de empregos foram perdidos em função de uma má regulação? Quando se reduziu o PIB, a produtividade e a riqueza nacional? Quantas pessoas vivem agora dos cheques de alimentação estatais, ou dormem ao relento, ou tratam de evitar a falência de seus negócios porque algumas instituições financeiras desreguladas puderam dedicar-se à intermediação do mercado de crédito sem que o governo as supervisionasse?

Ironicamente, o Federal Reserve de Nova York nem sequer tenta negar a origem do problema: a desregulação. Eis o que dizem em seu informe: “Manejar a regulação foi a razão última da existência de muitos bancos no sistema paralelo”. O que isso quer dizer. Quer dizer que Wall Street sabe perfeitamente que é mais fácil ganhar dinheiro sem regras...as mesmas regras que protegem o público da depredação por parte de especuladores e gananciosos.

A única forma de arrumar o sistema é submeter à necessária regulação a qualquer instituição que atue como um banco. Sem exceções.

(*) Mike Whitney é um analista político independente que vive no estado de Washington e colabora regularmente com a revista norteamericana
CounterPunch.
Tradução: Katarina Peixoto


A morte da Europa Social
A história da Europa dependerá de como ela lidará com esta crise; se segue o curso pacífico do benefício mútuo e prosperidade econômica tão apreciados nos manuais de ciência econômica, ou se segue a espiral baixista da austeridade, que tanto tem tornado impopulares os planejadores do FMI, nas economias devedoras. É nesse barco que a Europa embarcará? Esse é o destino do projeto de uma Europa social, de Jacques Delors? É isso o que os cidadãos da Europa esperavam, quando adotaram o euro? Há uma alternativa, nem é preciso dizer. É que os credores do cume da pirâmide econômica arquem com as perdas. O artigo é de Michael Hudson e Jeffrey Sommers.
Michael Hudson e Jeffrey Sommers - SinPermiso
http://www.cartamaior.com.br/templates/materiaMostrar.cfm?materia_id=17443&boletim_id=833&componente_id=13654




A questão do oriente Médio, particularmente do Egito, ainda está de pé. Não vou colocar nenhum artigo a mais aqui no boletim, mas vou remete-los a um Especial da Agencia Carta Maior, com dezenas de artigos a respeito.
Leia aqui:
http://www.cartamaior.com.br/templates/index.cfm
E a esta charge do Maringoni, extraída deste mesmo Especial.




O que levar em conta na hora de fazer um trabalho científico? Quais são os formatos utilizados em artigos, monografias, dissertações e teses? Depois de responder muitas vezes a essas questões, o professor Celso Ferrarezi Junior decidiu colocar as respostas em um manual didático. Assim, este Guia do trabalho científico traz todas as informações necessárias para a elaboração de trabalhos finais de boa qualidade.

Com instruções claras sobre a melhor maneira de elaborar e apresentar um texto acadêmico, desde o projeto inicial até a redação final no formato esperado pela instituição, o livro traz exemplos retirados de trabalhos reais, elaborados nas mais diversas áreas de pesquisa e aprovados em renomadas instituições brasileiras.
A obra é uma poderosa aliada a todos que precisam elaborar um trabalho científico, desde a conclusão de curso até o doutorado.

Editora: Contexto - Nº de Páginas: 160 R$ 25,00




Historiadores de nosso tempo, organizada por Marcos Lopes e Sidney Munhoz.
“Muito interessante e das mais oportunas é a idéia de uma coletânea de estudos sobre historiadores estrangeiros já bastante conhecidos entre nós. (...) Oportuna, esta iniciativa
coloca ao alcance do leitor, sobretudo docentes e alunos dos cursos de Ciências Humanas em geral, e de História, em particular, textos fundamentais da historiografia contemporânea, isto é, autores e obras que constituem verdadeiros marcos no campo da escrita da História ao longo
do último meio século.
(...)” (Trecho da Apresentação, por Francisco José Calazans Falcon).

“Obra oportuna e excelente: eis o que devo dizer, antes de tudo, acerca do livro Historiadores de nosso tempo (...). A obra reúne ensaios de historiadores brasileiros sobre dezesseis historiadores estrangeiros que marcaram decisivamente a historiografia ocidental nos últimos 40 anos.
Cada ensaio traça a biografia de cada autor em conexão com sua obra, considerada no sentido o mais amplo possível, não se restringindo a tal ou qual livro emblemático. Tem-se, assim, um panorama do percurso de cada historiador, incluindo as mudanças de perspectiva ou de interesse temático, segundo o andar da historiografia, da vida pessoal de cada um e, certamente, da própria história”.
(Trecho do Prefácio, por Ronaldo Vainfas).
Apresentação –– FRANCISCO JOSÉ CALAZANS FALCON
Prefácio –– RONALDO VAINFAS
Carlo Ginzburg –– HENRIQUE ESPADA LIMA
Edward Palmer Thompson –– RICARDO MULLER/SIDNEI MUNHOZ
Emmanuel Le Roy Ladurie –– ESTEVÃO DE REZENDE MARTINS
Eric Hobsbawm –– MARCOS LOBATO MARTINS
Eugene D. Genovese –– DOUGLAS C. LIBBY/EDUARDO F. PAIVA
Georges Duby –– FELIPE FABRI
Jacques Le Goff –– ANDRÉA FRAZÃO/LEILA R. DA SILVA
Jean Delumeau –– GERALDO PIERONI
Jean-Pierre Vernant –– FÁBIO DUARTE JOLY
Michelle Perrot –– RACHEL SOIHET
Natalie Zemon Davis –– JACQUELINE HERMANN
Peter Burke –– JOSÉ D’ASSUNÇÃO BARROS
Phillipe Ariès –– SHEILA DE CASTRO FARIA
Quentin Skinner –– MARCOS ANTÔNIO LOPES
Robert Darnton –– TEREZA CRISTINA KIRSCHNER
Roger Chartier –– HELENICE RODRIGUES DA SILVA


Uma mensagem a todos os membros de Cafe Historia
O Café História segue em seu especial "Ditaduras Militares na América do Sul". Desta vez, publicamos um artigo sobre o museu que está enfrentando de frente a dura memória do regime autoritário de Augusto Pinochet. Confira:


MISCELÂNEA CAFÉ HISTÓRIA

O Museu da Memória

O maior museu sobre uma ditadura militar sul-americana, o "Museo de La Memoria y Los Derechos Huamanos", faz do Chile um pioneiro enfrentamento de uma das memórias mais tristes da história recente do país.

ENQUETE CAFÉ HISTÓRIA

Você acredita que o governo Dilma Rousseff vai avançar na abertura de arquivos da Ditadura Militar Brasileira?

CONTEÚDO DA SEMANA

Esta semana, o destaque fica com o Grupo de Estudos "Nélson Rodrigues", criado por Leandro Santos. A proposta deste grupo é debater assuntos recorrentes ao dramaturgo que implantou o modernismo no teatro brasileiro, suas peças, novelas, contos e todo o seu universo ficcional, além de suas repercussões na sociedade.

DOCUMENTO HISTÓRICO

Capa histórica da revista americana Time, 19 de junho de 1989. Nesta edição, uma cobertura completa sobre as manifestações populares que aconteciam na China.

ACOMPANHE O CAFÉ HISTÓRIA EM OUTRAS REDES SOCIAIS. INFORMAÇÕES, NOTÍCIAS E DEBATES SOBRE HISTÓRIA VOCÊ TAMBÉM ENCONTRA NO FACEBOOK E NO TWITTER DO CAFÉ.

Visite Cafe Historia em: http://cafehistoria.ning.com/?xg_source=msg_mes_network